Suínos Higienização
Biosseguridade: saiba como promover uma desinfecção eficiente
A escolha de um desinfetante adequado é essencial e os desinfetantes fenólicos possuem muitas características desejáveis, além de boa atuação em matéria orgânica e água dura e seu alto poder residual mantém sua ação por mais tempo, promovendo um vazio sanitário efetivo.

Em uma granja de suínos, para obter melhor eficiência produtiva e redução de perdas econômicas, é necessário ter um programa de biosseguridade efetivo, com protocolo de vacinação e processo de higienização adequados. Deve ser elaborado por um responsável e desempenhado de maneira correta pelos funcionários. Tais medidas economizam gastos com tratamentos ou descarte de animais, promovem maior ganho de peso e bem-estar dos animais da granja.
O processo de higienização é divido em duas etapas: limpeza e desinfecção. Os objetivos do processo são de preservar a saúde e bem-estar dos animais e reduzir a carga microbiana das instalações, aumentando a sanidade e reduzindo o risco de contágio entre os animais.

Limpeza
A limpeza é realizada em duas etapas:
- Limpeza seca: vassoura e raspagem das instalações;
- Limpeza úmida: água sob pressão, detergente e enxague.
O principal objetivo da limpeza é a retirada da matéria orgânica presente, pois essa reduz a ação e eficácia do desinfetante.
Desinfecção
A desinfecção deve ocorrer após a limpeza e, para tal, as instalações e equipamentos devem estar secos. Caso contrário, a diluição do desinfetante será maior do que a recomendada e não atingirá o potencial do produto. Diversos tipos de desinfetantes podem ser usados, a escolha deverá ser feita considerando as condições do local e qualidade da água.
O objetivo é reduzir a carga microbiana nos locais de criação de animais, proporcionando um ambiente melhor. Uma boa desinfecção evita a transmissão de doenças contagiosas e melhora, assim, o crescimento e ganho de peso dos animais e seu bem-estar. A etapa da desinfecção deve acontecer logo após a limpeza e para tal as instalações e equipamentos devem estar secos. Caso contrário, a diluição do desinfetante poderá ser maior do que a recomendada e, portanto não atingir o potencial do produto.


Eficácia dos desinfetantes
A eficácia dos desinfetantes depende de alguns fatores, como:
- Diluição
- Boa qualidade da água
- Ambiente livre de matéria orgânica
- Tempo de ação
- Temperatura do ambiente e da água
A diluição deve seguir o indicado pelo fabricante, não sendo efetivo utilizar mais produto do que o recomendado. Caso seja alterada, utilizando mais água e menos desinfetante, a eficiência será prejudicada. É o que ocorre na aplicação em superfícies ainda molhadas.
Água de boa qualidade é essencial para desinfecção, pois, se contaminada, além de ser fonte de contaminação da instalação, irá fazer com que o desinfetante aja nos microrganismos da própria água, tendo pouca ação nas instalações e equipamentos. Alguns desinfetantes apresentam redução da ação em água dura, pois os íons presentes nessas águas inativam seus princípios ativos. Portanto, a análise da fonte de água é imprescindível para uma desinfecção efetiva.
A matéria orgânica, assim como os íons, inativa alguns componentes dos desinfetantes e, por esse motivo, é tão importante realizar a limpeza antes da desinfecção.
O tempo de ação dos desinfetantes deve ser respeitado, esse tempo é comprovado por testes laboratoriais realizado pelos fabricantes para indicação de uso. A escolha de um desinfetante com alto poder residual terá vantagem no vazio sanitário, pois os compostos agirão por mais tempo.
A temperatura do ambiente também interfere na escolha do desinfetante, principalmente em regiões mais frias, pois o glutaraldeído perde eficácia abaixo dos 15oC. A temperatura da água utilizada na limpeza e desinfecção também deve ser considerada, visto que água quente (até 60oC) melhora a ação mecânica e química dos detergentes e desinfetantes.
Desinfetantes Fenólicos
Os desinfetantes do tipo fenólicos são uma boa alternativa para uma desinfecção eficiente. Segundo a literatura, o período residual dos desinfetantes fenólicos é maior, pois reage com a umidade do ambiente e sua ação mais prolongada proporciona um ótimo vazio sanitário.
Possuem alta atividade, com amplo espectro germicida e funcionam já no primeiro dia de tratamento. Eliminam bactérias Gram positivas e negativas, tendo alto poder de desinfecção para bactérias coliformes (E. coli, Salmonella sp.), fungos e vírus.
Alguns produtos comerciais apresentam-se eficazes em água dura e boa atuação na matéria orgânica por possuírem componentes específicos para esse fim, sendo recomendados para rodolúvios, pedilúvios, pisos de terra batida e locais em que a limpeza é ineficiente.
Outras vantagens desse tipo de desinfetante é sua baixa toxicidade, não são corrosivos e, portanto, podem ser usados em equipamentos de metais como as gaiolas das fêmeas.
Resultado
O processo de higienização correto levará à redução nas perdas econômicas devido a doenças e aumentará o ganho de peso dos animais, já que o ambiente estará com uma baixa carga de patógenos. A escolha de um desinfetante adequado é essencial e os desinfetantes fenólicos possuem muitas características desejáveis, além de boa atuação em matéria orgânica e água dura e seu alto poder residual mantém sua ação por mais tempo, promovendo um vazio sanitário efetivo.
As referências bibliográficas estão com o autor. Contato via: gfernandes@neogen.com
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Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.



