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Biosseguridade: o que é, sua importância e quanto sua falta pode custar

Biosseguridade é pilar mais importante numa cadeia produtiva para manter a saúde dos animais e mitigar riscos de contaminação e disseminação de agentes infecciosos

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Arquivo/OP Rural

 Artigo escrito por Eduardo Miotto Ternus, consultor Técnico da Vetanco

A biosseguridade é o pilar mais importante numa cadeia produtiva para manter a saúde dos animais e mitigar riscos de contaminação e disseminação de agentes infecciosos. Definida pela OIE como um conjunto de medidas que visam proteger uma população de agentes infecciosos transmissíveis e, segundo MAPA, biosseguridade é o conjunto de procedimentos que visam prevenir, diminuir ou controlar de forma direta ou indireta os riscos da ocorrência de enfermidades que possam ter impacto na produtividade destes rebanhos. Qualquer vetor (humanos, roedores, insetos e outros animais, equipamentos, alimento, água, granjas vizinhas, sistema de dejetos, veículos, roupas, calçados, entre outros) que porta matéria orgânica de suínos é potencial transmissor de patógenos.

A biosseguridade pode ser dividida em externa e interna. A biosseguridade externa é relacionada à proteção do rebanho contra o ingresso de agentes infecciosos, com o dever de reduzir a introdução de doenças endêmicas e impedir a introdução de doenças exóticas no sistema de produção. A biosseguridade interna é relacionada à prevenção da multiplicação e disseminação de agentes no rebanho, deve reduzir a propagação das doenças e reduzir a pressão de infecção dentro do sistema de produção.

Biosseguridade externa

Cerca de isolamento: Delimitar a área interna da unidade de produção, de forma que impeça o acesso de pessoas e animais estranhos à exploração com afastamento mínimo de 5 (cinco) metros das instalações, não havendo desta forma outra espécie animal além dos suínos.

Embarcadouro/desembarcadouro: O embarcadouro/desembarcadouro deve estar localizado junto a cerca de isolamento. O mesmo deve possuir portão e/ou forma para permanecer fechado.

Barreira sanitária: A barreira sanitária deve estar localizada junto a cerca de isolamento e ser composta por, no mínimo, vestiário sanitário, câmara de desinfecção, sistema de desinfecção de veículos e escritório.

Silo de ração: O silo deve estar localizado na área interna e próximo a cerca de isolamento, de forma a permitir o seu abastecimento pela área externa. Quando a ração não for estocada em silo, esta deve estar embalada e armazenada em local destinado a este fim.

Composteira: A granja deve possuir composteira, ou outro método aprovado pelo serviço veterinário oficial para destinação de suínos mortos, restos placentários e sobras de ração.

Tratamento de dejetos: O sistema de tratamento de dejetos deve ser cercado, de forma que evite o acesso de pessoas e animais, e localizado na área externa da cerca de isolamento, conforme legislação pertinente.

Biosseguridade interna

Acesso de pessoas: Banho, troca de roupa e calçados antes da entrada de pessoas nas granjas, sendo proibida a entrada com adornos como relógio, anel, aliança, pulseiras, brincos, entre outros.

Acesso de veículos: Os veículos utilizados para o transporte de suínos e ração devem ser de uso exclusivo e possuir identificação própria. Os veículos que acessarem a área interna da cerca de isolamento devem passar pelo sistema de desinfecção.

Controle de vetores/pragas (roedores, insetos e pássaros): As granjas devem possuir um programa auditável de prevenção e controle de pragas. A granja deverá utilizar procedimentos efetivos de combate a roedores e insetos em todas as instalações.

Limpeza, desinfecção e vazio sanitário: A limpeza da granja deve ser feita após a saída dos animais, lavando toda a instalação e equipamentos, especialmente o piso, os comedouros e os bebedouros. O desinfetante utilizado deve ser escolhido seguindo recomendações técnicas, em função dos problemas sanitários ocorridos na região, ou em lotes anteriores, e deve ser aplicado na superfície de toda a instalação e equipamentos. Após a limpeza e desinfecção das instalações, deve-se mantê-las fechadas para evitar a entrada de pessoas e animais. O vazio sanitário deve durar de cinco a sete dias para que seja eficiente.

Vacinação: O protocolo de vacinação deve ser escolhido seguindo recomendações técnicas, em função dos problemas sanitários ocorridos na região, ou em lotes anteriores suínos, visando a redução da prevalência dos principais patógenos.

Quanto custa a biosseguridade

Todo problema sanitário acarreta em alguns riscos e prejuízos. O risco sanitário que o problema pode trazer vai depender de sua gravidade, sendo que em se tratando de uma doença exótica, que é o caso da PSA, esta enfermidade com certeza irá fechar as portas aos mercados consumidores (exportação). Teremos sérios impactos na eficiência de produção, afetando os indicadores zootécnicos, consequentemente no custo final de produção, podendo estes serem tão graves a ponto de inviabilizar economicamente o negócio. Temos ainda um impacto não mensurável sobre as pessoas que estão inseridas no processo, todo problema sanitário irá resultar em mais trabalho para os colaboradores, além de verem todo seu esforço derivar em pouco resultado.

Considerações finais

Um programa de biosseguridade fica definido como um apanhado de ações que visam o desenvolvimento e implementação de um conjunto de normas e procedimentos, interdependentes e econômicos, que visam reduzir os riscos de introdução de determinados agentes patogênicos infecciosos no sistema, bem como limitar a expressão dos agentes patogênicos infecciosos já existentes no sistema de produção que causam elevadas perdas econômicas e/ou interferem na obtenção de um produto final seguro do ponto de vista alimentar.

Para que se cumpra em sua totalidade, logo para que um programa de biosseguridade tenha êxito é necessário acima de tudo que as pessoas envolvidas no processo entendam em sua plenitude o conceito de biosseguridade, estejam comprometidas e engajadas no propósito, e que tenham ciência do que cada uma de suas ações pode trazer como consequência no processo produtivo. Uma vez tendo isso, biosseguridade se torna um valor e não mais uma obrigação, desta forma teremos excelência no processo.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos Congresso O Presente Rural

Focada no produtor rural, programação técnica facilita compreensão e aplicação dos conhecimentos nas práticas diárias do campo

Dedicado e focado no produtor rural, o evento se consolidou como um espaço para a troca de conhecimentos e a promoção de práticas inovadoras no agronegócio brasileiro.

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Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Com a presença de 800 produtores rurais e profissionais do setor, além de centenas de espectadores que acompanharam a programação online, o Congresso de Suinocultores e Avicultores O Presente Rural, realizado em meados de junho, se firmou como uma plataforma indispensável para o desenvolvimento dos segmentos avícola e suinícola. Dedicado e focado no produtor rural, o evento se consolidou como um espaço para a troca de conhecimentos e a promoção de práticas inovadoras no agronegócio brasileiro.

Dedicado à suinocultura, o primeiro dia do evento abordou os desafios atuais, perspectivas de mercado, a importância do bem-estar animal e da biosseguridade nas granjas, contando entre os palestrantes os presidentes da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, e da Frimesa Cooperativa Central, Elias Zydek. A programação técnica do evento contou com o trabalho da médica-veterinária, mestra em Zootecnia e gerente de Suprimento Suíno da Frimesa, Luana Torres da Rocha, como uma das coordenadoras.

Segundo a profissional, a escolha dos temas abordados no congresso foi cuidadosamente pensada com base nos desafios enfrentados pelos produtores. Ela enfatizou a importância da capacitação em sanidade e bem-estar animal, destacando que ambos são interdependentes. “É impossível garantir o bem-estar animal sem condições sanitárias adequadas e vice-versa”,  expôs.

Os produtores presentes no congresso tiveram a oportunidade de se aprofundar nos principais desafios do setor e discutir soluções em tempo real com os palestrantes e outros participantes. Luana destacou a importância dessa interação para a tomada de decisões estratégicas, especialmente no manejo diário das granjas, como a avaliação de suínos enfermos, o uso correto de antibióticos e os indicadores de bem-estar animal.

A médica-veterinária também ressaltou a importância do congresso para a capacitação dos novos produtores do setor, afirmando que o evento oferece uma linguagem didática que facilita a compreensão e aplicação dos conhecimentos no dia a dia.

A gerente de Suprimento Suíno da Frimesa evidencia que o congresso teve um impacto positivo na adoção de novas tecnologias e práticas sustentáveis pelos produtores. “Apesar de amplamente difundido, o conceito de sustentabilidade poucas vezes é repassado diretamente ao produtor de maneira clara. O congresso apresentou esse conceito de forma acessível, incluindo temas relacionados à produção sustentável”, disse Luana.

“Foi um dia pensado de maneira a agregar valor sem prejudicar as atividades diárias” – Foto: Divulgação

Outro ponto alto do evento foi a facilitação da troca de experiências entre produtores, equipes de fomento das cooperativas Frimesa, Lar, Copagril, C.Vale, Primato e Copacol, além de empresas do setor. “O congresso propicia um ambiente onde produtores, técnicos e empresas podem se encontrar, trocar experiências e realizar benchmarking”, destacou.

Os feedbacks dos produtores após o evento foram extremamente positivos. “Os participantes avaliaram o congresso como uma experiência enriquecedora, destacando a interação com outros suinocultores e equipes técnicas. Foi um dia pensado de maneira a agregar valor sem prejudicar as atividades diárias”, frisou Luana.

Edição 2025

O Congresso de Suinocultores e Avicultores O Presente Rural ganha uma nova roupagem a partir de 2025, quando passa a se chamar Alimenta – Congresso Brasileiro de Proteína Animal & Rendering. Marcado para junho do próximo ano, o evento será bienal, em Foz do Iguaçu, PR, com a promessa de trazer ainda mais novidades e oportunidades para o setor agropecuário brasileiro.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Dados dos custos mundiais de suínos são atualizados na CIAS

Em 2023, os estados brasileiros de Mato Grosso e Santa Catarina, assim como os Estados Unidos, se mantiveram na liderança em termos de competitividade de custos em comparação com os demais países da rede InterPIG.

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Foto: Ari Dias
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Estão disponíveis para consulta no site da Central de Inteligência em Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa, dados selecionados dos custos mundiais de suínos divulgados durante a reunião anual do Grupo para Comparação dos Custos de Produção na Suinocultura (InterPIG). Este ano, o encontro, organizado pela empresa Átria, aconteceu na Finlândia, na cidade de Seinäjoki, a 360 km da capital Helsinque, entre os dias 17 e 21 de junho.

Os estados do Mato Grosso e de Santa Catarina, no Brasil, e os Estados Unidos mantiveram em 2023 a liderança em custos em relação aos demais países da rede InterPIG.

A reunião InterPIG ocorre anualmente, envolvendo as principais instituições de pesquisa que estudam a competitividade da suinocultura nos principais países produtores e a Embrapa Suínos e Aves participa desde 2008.

Fonte: Assessoria Embrapa Suínos e Aves
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Suínos

Copacol transforma desafios ambientais em oportunidades na suinocultura

Conheça as principais ações da cooperativa, uma das referências do agronegócio nacional, que vem adotando tecnologias e práticas para mitigar o impacto ambiental de sua produção de suínos.

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A suinocultura, uma das principais cadeias produtivas do agronegócio brasileiro, enfrenta o desafio crescente de alinhar-se às metas globais de sustentabilidade e redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Para entender como o setor está inovando nessa direção, o Jornal Presente Rural entrevistou o gerente da Integração de Suínos e Leite da Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), Leonardo Dornelles. Ele detalha as principais ações da empresa, uma das referências do setor, que vem adotando tecnologias e práticas para mitigar o impacto ambiental de sua produção de suínos.

Gerente da Integração de Suínos e Leite da Copacol, Leonardo Dornelles: “Estamos sempre atentos às melhores práticas e inovações para garantir a sustentabilidade da nossa cadeia produtiva” – Fotos: Divulgação/Copacol 

Entre as iniciativas mais relevantes está relacionada ao uso de dejetos suínos para a produção de biogás, uma prática que Dornelles ressalta como central para a estratégia de sustentabilidade da cooperativa. “Em nossas unidades de produção de leitões/desmamados (UPL’s/UPD’s), os dejetos dos suínos são utilizados para a produção de biogás, que atende à demanda energética das granjas e, consequentemente, reduz a emissão de gases de efeito estufa”, explica.

Além disso, um projeto piloto em parceria com um banco está sendo implementado com produtores de terminação, utilizando aditivos biológicos e sistemas de aeração nas esterqueiras para diminuir a emissão de metano. “Alguns produtores já possuem biodigestores em suas propriedades, o que contribui ainda mais para a redução das emissões”, acrescenta o gerente.

A utilização de biodigestores em suas unidades de produção é uma das técnicas que contribui diretamente para a diminuição da liberação de metano. Segundo Dornelles, todas as estações de tratamento de dejetos das Unidades de Produção de Leitões e Desmamados (UPL’s/UPD’s) possuem sistemas de biodigestores que transformam a matéria orgânica em biogás, gerando energia para a própria produção.

Essa prática de manejo sustentável não só reduz os gases nocivos ao meio ambiente, mas também minimiza a geração de odores e melhora a ambiência nas propriedades rurais, contribuindo para a qualidade de vida dos trabalhadores e animais.

Energia renovável e eficiência energética

A matriz energética da suinocultura da Copacol é 100% composta por fontes renováveis. “Utilizamos energia hidrelétrica (concessionárias), usinas fotovoltaicas próprias e biogás gerado nas unidades de produção”, afirma Dornelles. A cooperativa ainda conta com uma usina com biorreatores, que aproveita dejetos suínos, bovinos e resíduos orgânicos da indústria avícola para a produção de biogás.

Essa abordagem é um exemplo de como a Copacol busca integrar a economia circular em seus processos, aproveitando todos os resíduos gerados ao longo da cadeia produtiva. “Temos práticas pontuais que mostram como estamos sempre buscando fechar esse ciclo de aproveitamento de recursos”, enfatiza.

Monitoramento das emissões de GEE e melhorias contínuas

Um ponto-chave nas ações da Copacol é o monitoramento das emissões de GEE. “Realizamos um diagnóstico ambiental da nossa cadeia produtiva, mapeando os principais processos para direcionar ações de inventário dos gases de efeito estufa”, conta Dornelles.

Esses dados são essenciais para implementar melhorias contínuas na produção e garantir que a cooperativa esteja sempre alinhada com as melhores práticas ambientais.

Práticas de manejo da água e solo

Além das emissões, a Copacol investe em práticas voltadas ao uso consciente dos recursos hídricos. “Monitoramos o consumo de água nas unidades de produção, assegurando seu uso eficiente nos processos de dessedentação dos animais e higienização das instalações e nos sistemas de refrigeração dos ambientes produtivos”, expõe Dornelles.

Os dejetos, após o devido tratamento, são utilizados para a fertirrigação de áreas próprias, onde a cultura de tifton é cultivada. Essa planta absorve os nutrientes presentes nos dejetos e gera pré-secado de alta qualidade, utilizado na Unidade de Produção de Bezerras e Novilhas (UPBN) e comercializado como excedente.

Certificações e conformidade ambiental

As boas práticas ambientais da Copacol também estão alinhadas com as exigências de certificações e regulações nacionais e internacionais. “Temos uma área dedicada ao meio ambiente, que presta assistência técnica aos cooperados e garante que as atividades agropecuárias, como avicultura, suinocultura e piscicultura, sejam licenciadas e cumpram a legislação vigente”, enfatiza Dornelles.

Essa abordagem inclui a gestão de resíduos, monitoramento de particulados atmosféricos e o tratamento de água e efluentes, reuso de água, além do uso de energia renovável em todas as áreas produtivas.

As iniciativas da Copacol na suinocultura são um exemplo claro de como inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas no agronegócio. Com a adoção de tecnologias avançadas, como os biodigestores, e um forte compromisso com o uso de energias renováveis, a cooperativa tem mostrado que é possível produzir de forma responsável, atendendo às demandas de mercado e, ao mesmo tempo, reduzindo o impacto ambiental. “Estamos sempre atentos às melhores práticas e inovações para garantir a sustentabilidade da nossa cadeia produtiva”, enaltece Dornelles.

Fonte: O Presente Rural
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