Suínos Saúde Animal
Biosseguridade nas granjas é redobrada após Covid-19
Redobrando a atenção, empresas e cooperativas tem adotado normas de segurança para evitar que produtores e animais fiquem doentes

Sanidade e biosseguridade nunca significou tanto e foi tão importante quanto agora. Mesmo a suinocultura sendo um modelo para como se proteger de vírus, é importante que o produtor não se esqueça de cuidar de seus animais. Apesar de todas as atenções estarem voltadas ao Covid-19, é imprescindível que o suinocultor não se esqueça das normas de segurança para os animais. Redobrando a atenção, empresas e cooperativas tem adotado normas de segurança para evitar que produtores e animais fiquem doentes.
Na Lar Cooperativa Agroindustrial algumas mudanças já vem acontecendo ao longo dos anos para garantir a total segurança de todos os envolvidos no processo produtivo. Segundo o coordenador de Suinocultura da LAR, Evandro Cezar Beraldin, todos os cuidados necessários estão sendo tomados e redobrados. “Agora, com o Covid-19 temos ainda as normas básicas de convivência, como o não aperto de mãos, a utilização de máscaras e a não proximidade com outras pessoas”, informa. Inclusive, para garantir a maior proteção e cumprir as regras que estão sendo colocados, a própria reportagem de O Presente Rural não pode ir até a granja, fazendo todo a entrevista de forma eletrônica.
As visitas de técnicos ainda estão ocorrendo de forma presencial, porém, com todos estes cuidados citados por Beraldin. “Além disso, as dúvidas que podem ser sanadas por meios eletrônicos, como telefone e WhatsApp estão sendo feitas dessa forma. A ideia é reduzir o máximo do número de visitas do técnico possível. Porém, ele ainda faz a visita presencialmente, mas somente quando é necessário”, conta.
Entre as orientações que estão sendo repassadas, entre as principais estão o não recebimento de visitas de terceiros na propriedade. “Orientamos todos os produtores para que não recebam ninguém na propriedade, seja vizinho, parente ou amigo. Até mesmo na cooperativa não estamos mais recebendo visitas ou assistência externa. Tudo foi suspenso”, relata.
De forma geral, explica o coordenador, até mesmo a rotina dentro da cooperativa mudou. “Todos que são do grupo de risco e podem, estão fazendo home office. Não recebemos mais visita de fornecedores e todas as reuniões estão acontecendo via web, elas não são mais realizadas de forma presencial”, conta.
Estruturas melhor protegidas
Os cuidados quanto a biosseguridade também estão sendo redobrados nas estruturas das granjas. Beraldin explica que os espaços são todos isolados com barreiras sanitárias. “Além disso, as granjas possuem ainda um espaço para troca de roupa. Então, tem o uniforme da granja e quando o produtor ou funcionário precisar ir até lá, ele troca de roupa e usa esse uniforme”, expõe. A granja é ainda toda cercada com uma cerca perimetral, que delimita a entrada de qualquer pessoa ou animal.
Outro detalhe importante e que está ajudando na manutenção da sanidade das granjas é quanto ao abastecimento
dos silos. “Os silos ficam na parte de dentro da granja. Porém, eles são construídos perto da cerca de modo que o caminhão consiga encostar próximo, mas ainda assim do lado de fora”, informa. O coordenador comenta que em alguns casos os produtores colocam uma corrente ou cabo e que, neste caso, o caminhoneiro consiga abrir o silo sem grandes problemas. “Dessa forma, o produtor fica do lado de dentro da granja na área limpa, e o caminhão do outro lado. Sendo que assim, um não tem contato com o outro, mantendo a maior biosseguridade do espaço”, afirma.
Caminhoneiros também tem precauções
Mesmo não estando em contato direto com o produtor ou mesmo a granja, Beraldin explica que os caminhoneiros também tem recebido instruções para cuidados redobrados. “Eles recebem orientações para a limpeza e desinfecção da parte interna do caminhão, a necessidade do uso de máscara e álcool em gel. Ainda é alertado para que eles não tenham contato com o produtor, principalmente quanto a cumprimento ou contato manual”, conta.
Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2020 ou online.

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



