Avicultura Sanidade
Biosseguridade não pode ser esquecida!
Procedimentos devem ser constantemente monitorados e devem atender os objetivos econômicos de cada sistema de produção
Artigo escrito por Joel Schwertz, médico veterinário, com MBA em Gestão Empresarial, e supervisor técnico comercial – Aves na Royal De Heus nutrição animal
O Brasil é reconhecido internacionalmente pelo seu status sanitário na avicultura. Até o momento não temos nenhum registro de casos relacionados com Influenza Aviária em nosso território. Isto se deve em grande parte, às medidas de controle de biosseguridade, que são adotadas pelas empresas integradoras que estão preocupadas em manter bem longe os problemas sanitários.
Quando se fala em biosseguridade muitas vezes confundimos o termo com biossegurança, porém são conceitos distintos. A biosseguridade é a prática das medidas, que visa minimizar riscos inerentes às enfermidades ou presença de resíduos na produção animal. Os procedimentos devem ser constantemente monitorados e devem atender os objetivos econômicos de cada sistema de produção. Já a biossegurança, é um conjunto de normas e procedimentos relacionados com a saúde humana e normalmente são inflexíves, só alterados quando for necessário que sejam ainda mais restritivos. (PINHEIRO. J.G., 2014). O claro entendimento destes dois conceitos, permite que estes sejam aplicados corretamente, buscando a segurança sanitária de nossa produção avícola e garantindo a alta qualidade e performance que conquistamos atualmente.
Sobre a biosseguridade, vale a pena relembrar algumas medidas práticas que são relativamente simples de serem adotadas, mas que são de grande importância para o controle de nosso status sanitário, entre elas citamos:
1.Manutenção preventiva das instalações: As telas dos aviários e dos cercados devem estar sempre íntegras para evitar o acesso de outros animais, o arco de desinfecção as mangueiras e as bombas devem estar funcionando perfeitamente, para permitir o processo de desinfecção dos veículos e dos aviários e os portões de acesso, devem estar fechados e devidamente identificados para evitar a entrada de estranhos.
2.Arco de desinfecção funcionando: O Arco de desinfecção ou a bomba de lavagem de veículos, tem como finalidade desinfetar os veículos que podem carrear vírus e bactérias presentes na matéria orgânica incrustada nos pneus e lataria (para-lamas). O Ideal é retirar toda a camada de matéria orgânica presente e somente após, aplicar a diluição ideal dos desinfetantes. Estes devem apresentar um amplo espectro de ação contra bactérias e vírus. Como exemplo citamos o glutaraldeído e a amônia quaternária, mas existem outros princípios ativos em desinfetantes de nova geração que também são muito eficazes. Para uma melhor eficiência no processo de desinfecção, recomenda-se aguardar entre 1 a 2 minutos, antes de adentrarem na área de produção, a fim de que o desinfetante atinja uma melhor ação contra os agentes patógenos.
3.Controle no fluxo de entrada e saída de pessoas nas granjas: Todas as pessoas que que pretendem ter acesso à área de produção, deverão ser entrevistadas antes de entrarem, para se conhecer a procedência e o objetivo da visita, evitando assim, riscos para a saúde dos animais. Outra medida importante, é que todos que forem visitar os galpões, higienizem corretamente as mãos e calçados antes de acessarem os aviários.
4.Controle de Roedores: O controle de roedores deve ser realizado sempre; adotando um plano estratégico e eficiente no posicionamento das “iscas” e correta escolha dos produtos que serão utilizados. Existem hoje empresas especializadas em realizar o controle dos roedores, sendo estas de grande importância para elaboração de um plano sistêmico que atenda cada necessidade e demanda das propriedades rurais.
5.Controle de Pragas: Entre as pragas mais comuns nos aviários destacamos a presença de cascudinhos e moscas que são vetores de vários patógenos transmissores de diversas doenças nas aves. O controle de cascudinhos por exemplo, deve ser feito durante o intervalo de lotes, que necessita de um vazio mínimo de 12 dias. Existem basicamente duas formas de controle: o físico, através da limpeza completa do galpão e a cobertura total do aviário por uma lona preta e o químico que pode ser associado ao físico, com o uso de piretróides como a Cipermitrina. Para o controle de moscas, que na maioria das vezes se desenvolvem fora do aviário e depois migram para o interior, são necessárias medidas de controle tanto no interior das instalações, através de uso de produtos químicos, como também em pontos externos onde haja a proliferação e o desenvolvimento delas.
6.Correto destino das carcaças: Um correto descarte das aves mortas, colabora muito para a redução de odores e chorumes produzidos pela decomposição e também, reduz drasticamente os riscos de contaminação nos aviários por vírus e bactérias patogênicos. O uso de composteira para o descarte das carcaças é essencial! O material usado para a compostagem também deve ser adequado e livre de umidade, recomenda-se o uso de maravalha, casca de arroz e serragem. Estes materiais devem envolver totalmente a carcaça da ave para evitar o contato de uma com a outra, além de se manter aerado para a livre oxigenação do composto.
7.Qualidade da água: A água é o ingrediente mais importante na produção avícola, por isso, ela deve ser isenta de matéria orgânica e de contaminação bacteriana. O uso do cloro, entre 1-3 ppm é de extrema importância para a manutenção da qualidade. Além disso, deve-se evitar a formação de biofilmes que favorecem o crescimento de bactérias na tubulação de água, este controle pode ser feito através da limpeza física e química dos encanamentos. Concluímos, que as ações de biosseguridade, são sem dúvida, a forma mais prática e eficiente para evitar a entrada de agentes infecciosos na produção avícola. Se atentarmos sempre à estas práticas e medidas, iremos garantir a manutenção do status sanitário invejável que conquistamos.
Outras notícias você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2020 ou online.
Avicultura
Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas
Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.
O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.
Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.
Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.
Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.
O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.
Destaques
A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.
O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.
De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.
“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.
Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.
“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.
Metodologia
A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.
Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.
Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.
Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.
Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.
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Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024
Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.
Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.
Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.
Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.
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Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos
Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.
Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.
De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.
Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.
Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.
E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.
Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.