Conectado com

Suínos Sanidade

Biosseguridade é ponto chave para evitar salmonella

Médico veterinário doutor Fabrício Delgado explica sobre a visão da indústria no controle de salmonella na produção de suínos

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

Um problema bastante conhecido na avicultura, mas muitas vezes esquecido na suinocultura é a salmonella. Podendo trazer grandes prejuízos para toda a cadeia, é importante que todos os envolvidos no setor façam seus papeis para garantir que o consumidor final tenha um alimento seguro. O médico veterinário e consultor doutor Fabrício Delgado explicou um pouco sobre qual a visão da indústria no controle de salmonella na cadeia de produção de suínos durante o 19° Congresso Nacional e 1º Congresso Internacional Abraves, que aconteceu em Toledo, PR.

Segundo ele, é importante que todos os envolvidos na cadeia se atentem a este que é um sério problema para o setor, que pode trazer grandes prejuízos. Além do mais, é importante se atentar ao que o mercado e o consumidor estão falando, porque tudo sempre muda. “As coisas mudam e precisamos estar preparados para isso”, diz. Ele explica que existem barreiras comerciais e sanitárias e é preciso se atentar a isso. “Nós sempre vamos estar na vitrine do mundo, porque sabemos produzir e produzir barato, e isso incomoda muita gente. Por isso, precisamos estar preparados”, alerta.

Delgado explica que hoje o que o mercado e o consumidor buscam é um produto em que a cadeia que ele faça parte seja sustentável. “E nisso a gente é bom”, comemora. Mas, para continuar com esse status, para o consultor é preciso transformar esta sustentabilidade em um modelo de negócio e qualidade e utilizar isso como argumento de venda. “E a salmonella faz parte desse argumento”, conta. Além do mais, outro fator que é importante no momento de se pensar em acabar com a salmonella nas granjas é quanto a custos. “Nós sabemos que existe uma correlação interessante de lotes que não têm salmonella com conversão alimentar melhor”, explica.

Um dado interessante apresentado pelo médico veterinário é que, de acordo com ele, sempre que se pensa em salmonella, se lembra de aves. Porém, uma pesquisa feita na Europa em 2013, onde eles catalogaram todos os casos de salmonella em saúde humana, mostrou que o principal agente causador do problema são os ovos; em seguida vem chocolates e doces, e em terceiro lugar suínos.

Para o consultor, existem muitas coisas que aconteceram na avicultura, que a suinocultura pode tomar como exemplo para não repetir os mesmos erros do outro setor. “Há muitos aprendizados que podemos trazer no dia a dia”, diz. Delgado mostra que na avicultura, o que aconteceu ao longo dos anos foi o aumento da densidade e diminuição do vazio sanitário. “E vocês viram a porcaria que deu em relação aos níveis de salmonella que temos no Brasil. Então, esse aprendizado, na visão da indústria, requer gestão e disciplina”, argumenta. “A gente tem que ter como objetivo a cultura. E a cultura nada mais é do que grande parte das pessoas pensando e agindo da mesma forma”, afirma.

“O que eu escuto de muito colegas é que o problema de salmonella em suínos é 80/20, ou seja, 80% da indústria e 20% do campo. Para mim, isso não serve, porque salmonella é indicador de qualidade, é decisório para tomada de decisão e no sentindo de que a gente pode interver em alguns pontos de todo o processo e colocar dinheiro no bolso”, insiste. Segundo ele, existe uma correlação entre o produtor que não tem performance adequada e nem biosseguridade com problema de salmonella.

Há maneiras de fazer melhor

Delgado reitera que todos os envolvidos no setor sabem da capacidade de transmissão da salmonella. Para ele, em todos os sentidos da produção há jeitos de melhorar, seja em boas práticas de produção e utilização de antibióticos. “Já existem granjas, unidades e empresas que fazem melhor”, afirma.

O consultor comenta que é imprescindível os cuidados na questão de biosseguridade dentro da propriedade. “Nós temos mapeado onde esse agente pode entrar nas instalações, sabemos o que um arco de desinfecção faz, quando ele não desinfeta, conseguimos ver. A necessidade de ver o que está entrando, ou pelo menos passar por algum processo de desinfecção dentro da granja é essencial”, afirma. “Por que já não projetamos novas granjas sem os silos na área interna?”, questiona. Segundo ele, existe também uma situação crítica nas granjas é quanto a limpeza das instalações. “Ainda existem locais em que o piso ainda não é vazado”, conta.

Outros pontos essenciais para garantir que a salmonella fique longe das granjas, de acordo com Delgado, é ter visão da caixa d’agua, clusterização, telas anti-pássaros, cercas, uniformes, lavagem dos caminhões na indústria, atenção a composteiras, lagoas de dejetos. “Biossegurança nunca é demais”, reitera. Além disso, para ele ainda é necessário profissionais treinados, identificados com cada processo e análises microbiológicas. “Temos que saber contra qual agente estamos lutando”, argumenta.

Algo que, para o consultor, é trivial para o sucesso destes pontos é a formação de um grupo multidisciplinar. “Ele tem que transcender o campo e a indústria. Tem que fazer parte da situação como um só”, afirma. É ainda necessário que se faça uma revisão dos procedimentos, desde reprodutoras até a creche e terminação. “O primeiro passo da solução é querer achar o problema. Traços importantes para exercer isso é a integração de dados, tratar do tema e incentivar as boas práticas”, reitera.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de janeiro/fevereiro de 2020.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

Publicado em

em

Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
Continue Lendo

Colunistas

Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

Publicado em

em

Foto: Claudio Pazetto

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.

O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock

Reposicionar para crescer

Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.

Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.

O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.

Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.

Digital: o novo campo do agro

As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels

compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.

Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.

Promoções e estratégias de varejo

Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.

Marketing como elo da cadeia produtiva

A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.

Fonte: O Presente Rural com Felipe Ceolin
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.