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Biogás: uma história com fases de expansão e revés

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Airton Kunz é doutor em química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e trabalha com temas como tratamento de resíduos da produção animal, biodigestão anaeróbia e remoção de nutrientes. O pesquisador também é professor do programa de pós-graduação em engenharia agrícola da Universidade Estadual do Oeste do Paraná e participa da Rede Biogás Fert, sendo responsável, entre outras atividades, pela prospecção e mapeamento de resíduos de interesse, avaliação de tecnologias de biodigestores, e desenvolvimento, adaptação e padronização de procedimentos que servirão de base para a realização de análises interlaboratoriais. 

Qual a origem da Rede Biogás Fert e os seus principais objetivos?

A rede Biogás Fert é fruto de uma articulação de várias instituições e unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com universidades que culminou em um projeto de pesquisa que temos em desenvolvimento. A rede tem como dois grandes pilares: a Embrapa e a Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional. Está em execução desde 2013 e tem uma forte articulação com várias instituições. 
Os principais objetivos são trabalharmos com a cadeia do biogás, desde a caracterização de substratos passando pelo processo de biodigestão, o uso do biogás como fonte de calor e energia e também a caracterização e o uso e o tratamento dos efluentes que saem dos biodigestores, também chamado de biofertilizante. Por fim, passa pela parte final do processo com a saída do biogás.

Qual a importância social do biogás e o tratamento dos dejetos para o produtor? Quais os benefícios?

Extremamente importante, pois, a cadeia do biogás permite a agregação de valor ao produtor pela geração principalmente do biogás que tem a possibilidade de uso e substituição de outras fontes de calor e de energia que tem dentro da sua propriedade rural. Possibilita também benefícios para o produtor, por exemplo, a substituição de fontes de gás que vem do petróleo, utilizando o biogás como fonte de energia dentro da propriedade rural, também para sistemas de aquecimento e de secagem de grãos e de geração de energia elétrica. O próprio uso do biofertilizante, nas atividades agrícolas, quando bem manejado pode reduzir o uso de fertilizantes minerais. 
O biogás traz uma série de benefícios para o produtor. É sempre claro ressaltar a importância do correto manejo dos biodigestores, dos dejetos para evitar os impactos ambientais. Nunca podemos esquecer que os efluentes têm um grande impacto ambiental, e podem sim contaminar nossos rios e lençóis freáticos quando não são corretamente manejados. 

Na sua opinião, quais as principais barreiras à adoção do tratamento de dejetos animais por parte dos produtores rurais?

A implantação muitas vezes está associada à capacidade dos produtores de investimento, eles não conseguem entender e não têm muita informação sobre as fontes de financiamento para um processo de biodigestão. Muitas vezes também há uma necessidade de capacitação técnica por parte dos usuários e os produtores para o correto uso da tecnologia de biodigestão e das potencialidades e limitações também dessa tecnologia.

Qual o futuro esperado para o biogás e, consequentemente, para a rede Biogás Fert?

Não é por que atuo na área, mas sou bastante otimista em relação às potencialidades do biogás no nosso país. O biogás tem uma história com muitas fases de expansão e de revés. Então é importante entendermos a história para não cometermos os mesmos equívocos. Temos muita coisa positiva acontecendo, no setor enérgico, por exemplo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem resoluções específicas para o biogás. Além disso, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) lançou uma resolução própria para biometano que vem de fontes agrícolas e agroindustriais. Então, tem acontecido entrada de setores do próprio governo para o uso do biogás, e isso ajuda a disciplinar o nosso mercado. 
Além disso, é importante ressaltar a riqueza do País, nossa condição tropical, a diversidade de substratos, de resíduos que podemos usar para a geração do biogás. Temos muitas vantagens quando comparamos com outros países que não tem uma potencialidade e diversidade tão grande do ponto de vista material para o processo de biodigestão. É uma vantagem competitiva muito grande que o Brasil possui. 

Qual a importância do projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono para a rede?

É fundamental, extremamente importante, acreditamos e compactuamos com o Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono e nossa rede está completamente conectada com as ações da agricultura de baixa emissão de carbono.

Para mais informações sobre a Rede Biogás Fert acesse o site: http://www.cnpsa.embrapa.br/biogasfert/ 

Fonte: Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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