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Biodiversidade e manejo conservacionista: pré-requisitos para frear a degradação do solo

Boas práticas agrícolas podem proporcionar um aumento significativo no estoque de carbono no solo.

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Fotos: IDR-Paraná/Pixabay

A manutenção da biodiversidade na agricultura, com manejos e práticas de conservação do solo, é determinante para frear o processo de desgaste e perda deste precioso recurso. O alerta de pesquisadores que integram o Núcleo Paranaense da Sociedade Brasileira da Ciência do Solo (NEPAR-SBCS) ganha força no Dia Mundial do Solo, celebrado em 5 de dezembro. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) .

O uso e manejo adequados do solo merecem atenção prá lá de especial, principalmente neste momento em que o mundo se volta para o mercado global de carbono, assunto amplamente debatido na COP 26, em Glasgow, na Escócia, no início de novembro.

A agricultura paranaense, praticada de modo intensivo, é pioneira no uso dos terraços para o controle da erosão, no desenvolvimento e na difusão do Sistema Plantio Direto como forma de preservação do solo, redução da erosão e da emissão de gases para atmosfera.

Entretanto, mesmo diante desse histórico muitos produtores deixaram as práticas conservacionistas de lado e o solo paranaense volta a enfrentar desafios decorrentes de problemas de erosão e de degradação das características físico-químicas e biológicas. “Continuar produtiva sem aumentar os processos de degradação do solo é um desafio enorme da agricultura contemporânea, que precisa ser trabalhado com cuidado e eficiência”, afirma pesquisador da área de solos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (antigo Iapar), Arnaldo Colozzi.

Segundo ele, isso ficou claro na pauta da COP 26, que indicou as Soluções Baseadas na Natureza (SbN) como as mais eficazes para se fazer a descarbonização e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em escala global.

De acordo com Colozzi, as boas práticas agrícolas podem proporcionar um aumento significativo no estoque de carbono no solo, trazendo além da vantagem socioambiental, renda extra ao produtor rural, por meio dos créditos de carbono.

Do ponto de vista tecnológico, destaca Colozzi, a pesquisa avançou nas últimas décadas na proposição de sistemas de produção mais tecnificados, os quais promovem a biodiversidade, conservam matéria orgânica e utilizam os solos de forma mais sustentável. Porém, existe uma defasagem enorme na transferência dessas tecnologias, na aceitação e na prática pelo produtor, principalmente motivada por força da pressão econômica.

“O agricultor, historicamente, faz a opção pelo uso de tecnologias que dão maior retorno econômico, que nem sempre são conservacionistas. Talvez com a efetivação do mercado de carbono ele possa fazer a escolha por tecnologias conservacionistas, privilegiando não só a produção mas também a conservação ambiental e, desta forma, passe a ter algum retorno econômico com o mercado de carbono”, acredita Colozzi.

Prejuízos

Diversas pesquisas têm quantificado as perdas de nutrientes que acontecem quando ocorre o processo erosivo. Estudo que contou com a participação do pesquisador Tiago Telles, também do IDR-PR, mostra que o prejuízo médio causado pela perda de nutrientes nas lavouras anuais do Paraná chegaria a R$ 242 milhões. No Brasil, a estimativa do custo da perda dos nutrientes somaria R$ 2,11 bilhões.

“Para estimar os custos, os teores de fósforo, potássio, cálcio e magnésio na água da enxurrada e na terra carreada pela erosão foram somados, convertidos em superfosfato triplo, cloreto de potássio e calcário dolomítico, e multiplicados pelos seus preços de mercado”, explica Telles.

O pesquisador destaca que foi verificado apenas os custos que o produtor teria com as perdas dos macronutrientes. “Se trata de um valor bem subestimado, pois não consideramos os custos com hora/máquina, mão de obra e outros aspectos. Também não estimamos essas perdas nem em pastagens nem em lavouras permanentes”, acrescenta o pesquisador.

Biodiversidade

Promover a biodiversidade do solo e o manejo conservacionista são pré-requisitos para a mudança do atual cenário de degradação. “Os organismos do solo realizam a maioria dos processos biogeoquímicos que suportam o crescimento das plantas e possibilitam cultivos produtivos, garantindo assim maior sustentabilidade na exploração agrícola”, explica Arnaldo Colozzi.

Ele aponta diversos benefícios, pois o equilíbrio biológico potencializa a ação dos organismos benéficos, mantém inimigos naturais, o que reduz a ocorrência de pragas e doenças. “Com isso, o produtor reduz gastos com insumos agrícolas, além de propiciar produtos de melhor qualidade com menor custo de produção”, afirma o pesquisador, lembrando que com cultivos mais eficientes e produtivos, não há a necessidade de ampliação de áreas para exploração agrícola com desmatamentos e desflorestamentos.

Produtor precisa fazer o básico

Não usar ou negligenciar o uso das práticas conservacionistas de solo têm seu preço: perda de sementes, insumos e nutrientes, entre outros. O prejuízo vem mais tarde: no custo final de produção e na perda da qualidade da terra, levada pela erosão.

O diretor do NEPAR-SBCS, Adriel Ferreira da Fonseca, destaca que o produtor precisa fazer pelo menos o que é considerado básico entre as práticas conservacionistas. “O básico bem feito é a melhor alternativa. Entre esses cuidados é importante a calagem para diminuir a acidez do solo, manter a cobertura de solo e a rotação de culturas para aumentar o uso eficiente de nutrientes”, afirma Fonseca.

O manejo adequado das plantas, adoção do Sistema Plantio Direto (SPD) e a manutenção dos terraços também estão na agenda de recomendações. “O que, muitas vezes, acaba acontecendo é que o produtor tira os terraços por acreditar que terá maior operacionalidade das máquinas e, por isso, também não fazem a rotação de culturas. Não investem em plantas de cobertura e, depois, querem consertar com a utilização de adubos de forma inadequada e em doses excessivas”, exemplifica o diretor.

Ele aponta que muitos não seguem a orientação para a adoção da calagem. “É preciso ser feita de acordo com a análise de solo. É uma das principais práticas que constrói um perfil de solo de melhor qualidade”, afirma.

A pesquisadora do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Graziela Moraes de Cesare Barbosa, que integra a Rede de Agropesquisa afirma que, em estudos preliminares, já foi possível identificar a redução do escoamento superficial em 70% quando se utilizam os terraços. Ela alerta para os riscos que o período de chuvas traz para o solo e o desempenho da produção. “Temos visto em visitas às lavouras, que muitos produtores têm retomado a adoção dos terraços. Porém, ainda não fazem a rotação de culturas e usam o escarificador e a grade niveladora. Isso acaba pulverizando o solo, deixando-o muito suscetível aos processos erosivos. Os estudos na Rede Agropesquisa têm mostrado a eficiência dos terraços”, afirma Graziela.

A pesquisadora acrescenta que ainda não é possível mensurar os resultados do trabalho de fiscalização da Adapar, que resultou no aumento da adoção dos terraços já que, nos últimos dois anos, houve uma crise hídrica severa no Paraná.

“Porém, com as fortes chuvas que ocorreram em outubro deste ano, na região Noroeste, muitos produtores que não fizeram uso dos terraços perderam todo ou parte do plantio de verão. A recomendação é que façam um bom Plantio Direto, mantenham uma boa cobertura de solo e não usem escarificador e grade de forma alguma e adotem os terraços. Mesmo que o solo tenha uma boa infiltração de água, parte vai escoar e os terraços servem para evitar o escoamento superficial, que provoca perda do solo, adubo, sementes e nutrientes”, conclui Graziela.

Fonte: IDR-Paraná

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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira

Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

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A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel

Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.

Exemplo

O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.

Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.

A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.

 

Fonte: Assessoria Coopavel
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro

Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

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A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.

Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol

Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.

Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.

Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.

Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.

A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.

Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”

Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.

“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.

Atrações

Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.

“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.

Critérios de avaliação

Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.

Fonte: Assessoria Copacol
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais

Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

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A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.

Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .

Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .

Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .

A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .

Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.

A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.

Fonte: O Presente Rural
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