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Bioativadores e nutrição foliar: as novas fronteiras para aumento de produtividade do milho

Juntas, nutrição e fisiologia podem otimizar o metabolismo da cultura do milho, auxiliando na máxima expressão do seu potencial produtivo.

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Foto: Divulgação/Crop Care 

O cenário econômico do milho safrinha é afetado por fatores como custo de produção, a produtividade, condições climáticas e competição no setor agrícola. Para a segunda safra de 2024/25, a Conab estima um aumento de 3,8% na produtividade, com expectativa de atingir 94,6 milhões de toneladas, o que traz otimismo e deve incentivar os produtores a ampliar os investimentos no grão.

Foto: Guilherme Viana

As condições climáticas, porém, têm interferido substancialmente no progresso do plantio e desenvolvimento das lavouras, e as previsões climáticas indicam redução das chuvas devido à troca de polaridade do regime pluviométrico, portanto, buscar estimular o metabolismo das plantas trará impactos diretos nos índices de produtividade e qualidade das culturas.

Nesse cenário, a combinação de bioativadores e nutrição foliar tem se mostrado uma estratégia eficiente, além de diminuir o custo de produção para o produtor rural, otimizando investimentos em adubos químicos e aplicações de defensivos agrícolas. “A nutrição foliar é especialmente importante em momentos críticos do ciclo do milho, quando a planta apresenta demanda maior por aporte nutricional, pois disponibiliza nutrientes de maneira direta, permitindo uma absorção rápida e eficiente. Já os bioativadores estimulam processos fisiológicos e bioquímicos, além de aumentar a capacidade de crescimento e resistência. Compostos por aminoácidos, peptídeos, extratos de algas e microrganismos benéficos, os bioativadores tornam o milho mais eficiente na captação e utilização dos nutrientes aplicados via solo e foliar”, explica a  engenheira agrônoma e doutora em Agricultura, Carolina Ruv.

A bioativação do milho está diretamente ligada ao fornecimento de nutrientes que, além de desempenharem funções metabólicas clássicas, também atuam como sinalizadores bioquímicos e ativadores de processos fisiológicos. O potássio, por exemplo, regula processos osmóticos e ativa mais de 60 enzimas relacionadas à fotossíntese e síntese de açúcares, facilitando o transporte de assimilados, melhorando o balanço hídrico, tornando a planta mais preparada para responder a estresses.

Foto: Renata Silva

O zinco, por sua vez, é vital na síntese de triptofano, precursor da auxina, sendo assim, fundamental para crescimento radicular e alongamento celular, atuando na estabilização das membranas celulares e na ativação de enzimas antioxidantes. “Além deste, o boro é estratégico para a bioativação da cultura, pois participa do transporte de açúcares, melhora a divisão celular e sinaliza processos reprodutivos. Já o manganês participa diretamente da quebra da molécula de água, que resulta na produção de energia para as reações metabólicas, ativa enzimas envolvidas na biossíntese de lignina e na defesa antioxidante, importantes para o vigor e a proteção do milho”, afirma.

A interação entre as ferramentas potencializa os efeitos positivos na cultura do milho de diversas formas:

Maior absorção e mobilização de nutrientes, pelo aumento da permeabilidade das membranas e melhor transporte dos mesmos;
Aprimoramento da fotossíntese, já que substâncias bioativas estimulam a produção de clorofila e consequente conversão de luz em energia (biomassa);

Fotos: Divulgação/AtmosMarine

Redução do estresse oxidativo ocasionado pela presença de antioxidantes naturais nos bioativadores, que protegem as células dos danos ocasionados pela seca, temperaturas extremas e fitotoxidez;

Aumento da eficiência metabólica devido à presença de aminoácidos e fitormônios que aceleram os processos como a divisão celular e a formação de estruturas reprodutivas.

Nesse contexto, o manejo adequado é fundamental para otimizar essas interações. Pesquisas recentes mostram diferentes respostas a aplicações de complexos com bioativadores e nutrientes, de acordo com a necessidade do metabolismo da cultura em determinado estágio, com respostas variadas, por exemplo, nos níveis de potássio e enxofre, mais proeminentes entre V4 e V8. Além disso, contribui com estímulos ao desenvolvimento de raízes e parte aérea quando aplicados no plantio, aumentando a eficiência na produção.

O milho é uma cultura de grande importância global, em função do papel econômico e social que promove, sendo considerado alimento energético e utilizado desde alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Apesar disso, alcançar alto rendimento na segunda safra pode ser desafiador. “Ao aliar nutrientes e tecnologias bioativas, como aminoácidos e extratos vegetais, melhorar a eficiência do uso de nutrientes, aumentar a resiliência a estresses ambientais e promover um crescimento mais robusto, há garantia de produção mais forte e sustentável, incrementando a produtividade e assegurando a rentabilidade”, expõe Carolina.

Fonte: Assessoria Crop Care 

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Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul

Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

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Foto; Divulgação/Mapa

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.

A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.

Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.

Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.

Visita ao parque de inovações da LG

Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.

A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.

CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis

A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.

Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.

Fonte: Assessoria Mapa
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Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro

Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

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Foto: Shutterstock

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por RhizoctoniaFusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.

Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.

Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.

O desafio do manejo

O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.

Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP

A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.

Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.

Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.

Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.

A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.

Fonte: Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
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Notícias 02, 03 e 04 de dezembro

Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro

Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

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Fotos: Divulgação/C.Vale

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).

A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.

A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.

Antecipação estratégica

A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.

Raio X – Dia de Campo 2025/26

147 empresas participantes

45 cultivares de soja

58 híbridos de milho

16 cultivares de mandioca

65 parcelas de agroquímicos

17 parcelas de produtos biológicos

63 parcelas de programas nutricionais

17 parcelas com tratamento de sementes

14 parcelas de tecnologia de aplicação

16 espécies forrageiras

9 parcelas de plantas de cobertura de solo

4 instituições de pesquisa

1 instituição de ensino

4 instituições financeiras

Fonte: Assessoria C.Vale
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