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Benefícios da utilização de minerais e vitaminas antioxidantes para bovinos de leite
Estudos mais recentes indicam que a suplementação com antioxidantes durante o período de estresse térmico pode contribuir para a melhor integridade da barreira intestinal, sendo capaz de aumentar a produtividade e imunidade dos animais de produção.

A produção de radicais livres e seus danos aos animais causam preocupações, principalmente em rebanhos de alta produção. A utilização de estratégias nutricionais como minerais e vitaminas para mitigar os efeitos negativos dos radicais livres na saúde e reprodução dos bovinos tem se demonstrado eficiente, proporcionando benefícios aos animais.
Os radicais livres são formados como produto final normal do metabolismo celular proveniente da cadeia de transporte de elétrons mitocondrial ou da estimulação do NADPH, ou seja, uma quantidade mínima de produção de radicais livres é essencial para os processos vitais dos animais.
Entretanto, a produção de radicais livres fica mais elevada nos animais quando ocorrem lesões teciduais, infecções, parasitas, hipoxia, toxinas, exercícios extremos, deficiência nutricional, salinidade, estresse térmico e exposição a metais pesados. Por isso, é necessário que exista um equilíbrio entre a produção de radicais livres e sua eliminação. Quando existe desequilíbrio entre os radicais livres e antioxidantes (elementos que favorecem a eliminação dos radicais livres) ocorre o estresse oxidativo.
Os antioxidantes são substâncias que, mesmo presentes em baixas concentrações, são capazes de atrasar ou inibir o estresse oxidativo. A classificação mais utilizada para estas substâncias se divide em dois sistemas: o enzimático, composto pelas enzimas produzidas no organismo, e o não enzimático. Alguns minerais e vitaminas como manganês, zinco, cobre, selênio e vitamina E fazem parte destes sistemas, atuando diretamente ou indiretamente, sendo considerados de extrema importância para o metabolismo dos animais.
Problemas relacionados ao aumento do estresse oxidativo
O ataque dos radicais livres nos compartimentos celular ou tecidos pode causar vários problemas, entre eles danos ao DNA e à proteína síntese, aos lipídios de membrana, às proteínas, aos ácidos nucléicos, enzimas, transdução de sinal de membrana, além de outras lesões em moléculas pequenas, resultando em prejuízos na formação celular e tecidual dos animais. Acredita-se que estes danos favorecem o desenvolvimento de distúrbios metabólicos e doenças subclínicas, acarretando em problemas de saúde e baixa produtividade animal.
Além disso, o estresse oxidativo pode ocasionar problemas de ordem reprodutiva como a peroxidação lipídica da membrana plasmática do espermatozoide, que está ligada negativamente ao potencial de fertilidade, podendo provocar também danos ao DNA do esperma, que é o principal fator que contribui para a transmissão de DNA paterno defeituoso para um feto.
Há períodos na vida dos bovinos de leite em que a concentração de radicais livres é elevada, contribuindo para o aumento do estresse oxidativo. Dentre estes períodos, podemos citar:
– Período de transição nos bovinos de leite (pré e pós-parto). A superprodução de radicais livres neste período deve-se principalmente ao aumento da atividade metabólica e da taxa respiratória, à lipomobilização de ácidos graxos e ao baixo nível de glicose.
Este período é caracterizado por um certo grau de inflamação que representa uma adaptação dos processos patológicos. De fato, um nível controlado de inflamação é necessário e benéfico para a produção e adaptação bem-sucedida na transição.
Os processos de mobilização excessiva de lipídios, as disfunções inflamatória e imunológica e o estresse oxidativo estão interligados, contribuindo para o aumento das doenças durante o período de transição.
– Ondas de calor e o estresse oxidativo. O estresse térmico participa da indução do estresse oxidativo, uma vez que níveis elevados de radicais livres foram observados em vacas leiteiras expostas a condições de calor.
– Início da vida dos bezerros. O desenvolvimento do sistema imune dos bezerros acontece lentamente até a sua maturidade plena, observada por volta dos seis meses de idade. Dessa forma, bezerros em condições de subnutrição e em péssimas condições de higiene são mais propensos a apresentarem infecções.
Um dos mecanismos bactericidas para controlar infecções é denominado de “explosão respiratória”. Nesse processo, as células do sistema imunológico que fagocitam e matam patógenos geram grandes quantidades de radicais livres. Estes, podem causar a lipoperoxidação na membrana plasmática das células do sistema imune, reduzindo o potencial de defesa do organismo. Portanto, os antioxidantes são importantes para a proteção das células imunes, principalmente quando os animais apresentam baixa imunidade.
Suplementação com antioxidantes
Dentre os métodos disponíveis para suplementação de antioxidante, o acréscimo de vitaminas e minerais à dieta dos animais é provavelmente o mais utilizado nas fazendas leiteiras, principalmente na forma de núcleos adicionados à dieta total. Esta prática tenta minimizar os efeitos da produção excessiva de radicais livres, melhorando o estado de saúde dos animais e reduzindo a incidência de doenças.
Entretanto, a suplementação excessiva ocasiona alguns efeitos prejudiciais como o aumento na produção de pró-oxidantes, sendo necessário que o produtor sempre consulte o nutricionista animal antes de fazer a inclusão de vitaminas e minerais nas dietas.
Para validar se a suplementação com minerais e vitaminas antioxidantes está contribuindo para redução do estresse oxidativo, pesquisadores trabalham com enzimas biomarcadores antioxidantes como GPX-Px e Rd, GSH, SOD, CAT e o estado antioxidante total TAS. Suas elevações na circulação sanguínea demonstram o aumento da atividade de antioxidantes e evidenciam que a suplementação mineral vitamínica auxilia na redução do estresse oxidativo.
O mineral selênio (Se), por exemplo, está contido no centro ativo da enzima antioxidante GSH-Px e na tioredoxina redutase. O cobre (Cu) e o Zinco (Zn) fazem parte da enzima antioxidante CuZn-SOD, e o Manganês (Mn) está no sítio ativo da enzima antioxidante Mn-SOD. Estes minerais antioxidantes, Se, Cu, Mn e Zn, também influenciam no desempenho dos neutrófilos e em sua capacidade de neutralizar microorganismos. Os neutrófilos desempenham importante ação durante a fagocitose e atuam na linha de defesa contra microorganismos que invadem o organismo e a glândula mamária.
Período de transição nos bovinos de leite (pré e pós-parto)
A administração de vitamina E em combinação com Se aumenta a imunidade e o status antioxidante, demonstrando resultados na prevenção de retenção de placenta e infecções intramamárias. Estes dados foram evidenciados em estudo de metanálise em que as contagens de células somáticas eram significativamente reduzidas no leite em resposta ao tratamento com vitamina E e Se, o que mostra sua eficácia na redução da incidência de mastite.
Doenças uterinas pós-parto, como retenção de membranas fetais (RFM), endometrite ou metrite estão associados à baixa fertilidade e diminuição da produção de leite. Dentre os fatores que levam o animal a ter retenção da placenta está a falta de antioxidantes, principalmente de vitamina E, como demonstrado na metanálise realizada por Bourne e equipe. A limitação de vitamina E e selênio provocam redução do fluxo de células do sistema imunológico para as carúnculas da placenta, diminuindo a eficácia no descolamento da placenta.
Bicalho e seu grupo de estudos relataram concentrações séricas reduzidas de Ca, Mg, Mo e Zn em vacas com RFM. As vacas afetadas pela metrite apresentaram concentrações mais baixas de Ca, Mo, P, Se e Zn e as vacas que apresentaram endometrite tinham níveis significativamente mais baixos de Ca, Cu, Mo e Zn em comparação a animais não afetados por estas doenças.
O estresse oxidativo é um dos principais influenciadores na patogênese de doenças como a retenção de placenta e mastite e tem sido identificado como uma ligação entre o metabolismo de nutrientes e inflamação durante o período pós-parto.
Portanto, o controle do estresse oxidativo através de suplementação de antioxidantes, melhora potencialmente o estado de saúde dos animais e o desempenho produtivo e reprodutivo no pós-parto.
Início da vida dos bezerros
Na fase inicial da vida, os bezerros enfrentam um grande desafio que é desenvolver um sistema imune robusto o suficiente para protegê-los de uma variedade de patógenos. Essa jornada se torna ainda mais complexa devido à imunidade imatura desses animais durante o período neonatal, momento em que a resposta dos linfócitos aos estímulos é menor comparada com a dos animais adultos.
O estresse oxidativo no início da vida dos bezerros pode comprometer algumas funções dos linfócitos e, consequentemente, a capacidade de ativação e produção de anticorpos, deixando seu sistema imune mais debilitado.
Teixeira e seu grupo de estudo, avaliando bezerros leiteiros recebendo duas injeções subcutâneas (15, 10, 5 e 60 mg/mL de Cu, Mn, Se e Zn, respectivamente) de 1mL aos 3 e 30 dias de idade, observaram maior atividade de neutrófilos e da enzima GPX aos 14 dias após o nascimento, 42% de redução na ocorrência de casos de diarreia e 35% menos chance de apresentar pneumonia ou otite até o desmame com 50 dias, embora esses benefícios não tenham se refletido no ganho médio diário ou mortalidade reduzida. Outras pesquisas também verificaram aumento das enzimas antioxidantes CAT e SOD 10 dias após a aplicação injetável de Cu e Zn em bezerros, melhorando seu sistema imune.
Ondas de calor e o estresse oxidativo

Artigo escrito pela zootecnista, doutora em Nutrição e Produção de Ruminantes e coordenadora técnica de Bovinos de Leite da Premix, Elissa Forgiarini Vizzotto – Fotos: Divulgação/Premix
Vacas em estresse térmico apresentam aumento na permeabilidade da parede intestinal e as causas desta disfunção não são totalmente compreendidas. A origem provavelmente seja multifatorial e inclui o desvio do fluxo sanguíneo dos órgãos internos para a periferia, na tentativa de dissipar o calor, mas causando a falta de oxigênio intestinal e isquemia, contribuindo para o aumento dos radicais livres.
Estudos mais recentes indicam que a suplementação com antioxidantes durante o período de estresse térmico pode contribuir para a melhor integridade da barreira intestinal, sendo capaz de aumentar a produtividade e imunidade dos animais de produção.
O selênio pode efetivamente retardar o estresse oxidativo e a inflamação em vacas leiteiras sob estresse térmico. Como demonstrado no estudo de Calamari, o Se levedura aumenta a atividade da enzima GSH, resultando em melhora no sistema antioxidante de vacas em lactação.
É esperado que os eventos de estresse oxidativo se ampliem no futuro como resultado do aumento da temperatura ambiental, agravada pelo melhoramento genético que busca aperfeiçoar o desempenho da produção que, inevitavelmente, resulta em maior calor metabólico para o animal.
Os antioxidantes adicionados nas dietas, como os minerais e vitaminas, são uma forma viável para evitar o estresse oxidativo e manter a saúde e bem-estar dos animais de produção.
As referências bibliográficas se encontram com a autora.

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Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.
O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock
Reposicionar para crescer
Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.
Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.
O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.
Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.
Digital: o novo campo do agro
As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels
compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.
Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.
Promoções e estratégias de varejo
Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.
Marketing como elo da cadeia produtiva
A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.
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Expandir sem desmatar: a lógica econômica que vai muito além do discurso
Recuperar áreas degradadas e investir em produtividade sustentável é hoje o caminho mais rentável e estratégico para o agro brasileiro crescer sem comprometer o meio ambiente.

Dias atrás reli um artigo do pesquisador da Embrapa e membro do Conselho Científico Agro Sustentável, Décio Luiz Gazzoni, sobre a expansão agrícola sem desmatamento. O texto, publicado em 2023, ainda é muito atual e me fez refletir novamente sobre algo que sempre defendo: a sustentabilidade não é apenas uma exigência ambiental, é uma decisão econômica inteligente.
Como economista e alguém que acompanha o agro de perto, inclusive viajando para conhecer iniciativas em diferentes países, vejo com muita clareza o que Gazzoni já apontava: a grande fronteira do crescimento brasileiro está dentro das áreas já abertas, principalmente nas pastagens degradadas.

Artigo escrito por Fábio Torquato, economista, formado em Relações Internacionais e fundador da AgroTravel – Foto: Divulgação/AgroTravel
E os números mais recentes reforçam essa visão. Estudos da Embrapa, publicados na revista internacional Land, indicam que o Brasil possui cerca de 27,7 milhões de hectares de pastagens degradadas. Isso significa que temos uma área gigantesca pronta para ser recuperada e incorporada à produção, sem a necessidade de avançar sobre novos biomas.
Além disso, durante a COP29, que aconteceu ano passado em Baku, no Azerbaijão, o Brasil lançou o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), que prevê US$ 120 bilhões em investimentos nos próximos dez anos para recuperar 40 milhões de hectares. O número do programa é maior do que o estimado pela Embrapa porque considera áreas em diferentes graus de degradação, aptas para conversão produtiva ao longo dos anos.
Do ponto de vista econômico, é um movimento que faz todo o sentido. Segundo o Broto Notícias, o custo de recuperação de uma pastagem varia de R$ 6 mil a R$ 30 mil por hectare, dependendo do nível de degradação, tipo de solo e métodos adotados. Parece caro? Talvez à primeira vista. Mas quando olhamos para o retorno — aumento de produtividade por hectare, redução de custos operacionais e acesso a mercados premium que pagam mais por produtos rastreáveis e sustentáveis — a conta fecha rapidamente.
Vi isso acontecer em fazendas que visitei em viagens técnicas com a AgroTravel ao redor do mundo.
Como bem lembra Gazzoni, o produtor brasileiro já tem tecnologia e conhecimento para fazer essa virada. O que falta, muitas vezes, é entender que sustentabilidade é investimento, e não custo. E agora, com bilhões de dólares disponíveis em crédito via BNDES, Banco do Brasil e fundos internacionais, esse argumento fica ainda mais forte.
Estamos acompanhando os trabalhos da COP30, que este ano acontece no Brasil, e o mundo inteiro está olhando para nosso país. A oportunidade está escancarada: quem se antecipar, quem enxergar a recuperação de pastagens como um ativo estratégico, vai liderar o agro brasileiro do futuro.
Sempre digo nos grupos que acompanham as viagens da AgroTravel: o futuro do agro não está em abrir novas áreas, mas em transformar cada hectare já aberto em um ativo de alta performance. O artigo de Gazzoni só reforçou o que vejo na prática. E, como economista, reafirmo: essa é a equação mais inteligente que já tivemos nas mãos.
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Meio ambiente e cooperativismo
Movimento econômico e social baseado em valores éticos e solidários, o cooperativismo reafirma, em tempos de COP 30, seu papel essencial na construção de um futuro sustentável, unindo produção, preservação e desenvolvimento coletivo.

As cooperativas representam o mais elevado estágio da organização humana em torno de valores éticos, solidários e sustentáveis. Elas não existem apenas para gerar resultados econômicos, mas para promover o desenvolvimento coletivo em harmonia com o meio ambiente e com as comunidades em que atuam. Por essência e por princípios universais, o cooperativismo defende a preservação da natureza, a gestão responsável dos recursos e o equilíbrio entre produção e sustentabilidade. Esse compromisso ambiental não é um apêndice, mas uma convicção enraizada na própria identidade cooperativista.

Artigo escrito por Vanir Zanatta, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC).
Em tempos de COP 30 é essencial lembrar que, nas cooperativas, cada decisão administrativa, cada projeto de ampliação e cada investimento em unidades industriais, agrícolas, logísticas ou administrativas é precedido por uma análise criteriosa dos impactos ambientais. O crescimento não se mede apenas em números, mas também na capacidade de reduzir emissões, otimizar o uso da água, reciclar resíduos e proteger a biodiversidade. É essa consciência prática e constante que diferencia o cooperativismo das demais formas de organização econômica. Ele entende que não há prosperidade possível em um planeta degradado, nem futuro para a economia sem o equilíbrio ambiental.
As cooperativas são parceiras leais do Poder Público na implementação de políticas voltadas ao meio ambiente. Estão sempre presentes em programas de reflorestamento, saneamento básico, manejo de resíduos, recuperação de nascentes e educação ambiental. Mas sua contribuição vai além da sustentabilidade ecológica — elas também participam ativamente de ações que promovem segurança, educação, cultura e mobilidade urbana, compreendendo que a proteção ambiental é inseparável da qualidade de vida e do bem-estar social. Onde há uma cooperativa, há compromisso com o futuro coletivo.
Essas instituições agem com coerência e exemplo, estimulando a cidadania e o senso de responsabilidade em seus empregados, cooperados, clientes e comunidades. Elas ensinam, pelo exemplo, que o progresso verdadeiro não nasce da exploração desenfreada, mas da gestão equilibrada e consciente dos recursos. O cooperativismo forma cidadãos engajados, capazes de compreender que o planeta é uma herança comum e que sua preservação é um dever de todos.
A defesa do meio ambiente é, portanto, um desdobramento natural dos princípios cooperativistas — entre eles, o interesse pela comunidade, a responsabilidade social e a intercooperação. Cada árvore preservada, cada solo recuperado e cada nascente protegida são expressões concretas de uma filosofia que valoriza a vida. As cooperativas não esperam por imposições legais ou incentivos externos para agir: elas o fazem porque acreditam que sua missão é cuidar das pessoas e do mundo em que elas vivem.
O cooperativismo é, por natureza, o caminho da sustentabilidade. Ele demonstra, todos os dias, que é possível crescer produzindo, prosperar preservando e inovar sem destruir. Em tempos de mudanças climáticas e desafios globais, as cooperativas reafirmam sua vocação de construir um mundo melhor, mais justo e solidário. Elas provam, com ações e resultados, que a economia pode — e deve — caminhar de mãos dadas com o meio ambiente. Essa é a essência do cooperativismo: servir, preservar e transformar.



