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Bem-estar na vacinação é negligenciado: especialista dá dicas para esse momento de estresse

Se o procedimento é malfeito, pode causar dor, infecções, redução do desempenho, problemas na carcaça e, consequentemente, prejuízos ao produtor

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A vacinação na suinocultura é indispensável para favorecer o quadro imunológico dos animais, melhorar sua defesa contra os agentes patógenos a que estão expostos no sistema de produção. Essa etapa é certamente um dos momentos de maior estresse durante a criação do animal. O número de vezes que o animal passa por esse procedimento depende do sistema e dos desafios regionais. Se o procedimento é malfeito, pode causar dor, infecções, redução do desempenho, problemas na carcaça e, consequentemente, prejuízos ao produtor. Por isso o bem-estar animal tem sido priorizado nesse momento.

Ricardo Lipke, mestre em Medicina Veterinária, destaca que o setor desprende pouca atenção para os procedimentos e que técnicas ultrapassadas e dolorosas ainda são empregadas em alguns sistemas. “Não é incomum ver situações que geram muito desconforto na hora da vacinação”, aponta.

Lipke fez palestra durante o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, que aconteceu no início de agosto, em Chapecó, SC, reunindo algumas das principais lideranças, pesquisadores e profissionais das empresas de insumos. “O que a gente pode melhorar no processo de vacinação pensando em bem-estar animal? Bem-estar não é só baia coletiva, não é só deixar de castrar ou colocar brinquedinhos para os animais. Bem-estar é estar livre de dor, injuria e doenças, livre de desconforto, livre para expressar seu comportamento natural, livre de medo e estresse, livre de fome e sede. Temos que pensar no que se pode controlar. Todas as empresas de produção de vacinas estão pensando assim”, introduz.

Um dos pontos mais criticados pelo profissional é a contenção incorreta do animal, ou seja, o profissional da granja não segura corretamente o suíno, muitas vezes porque um único trabalhador faz o serviço, quando, em sua opinião, seriam necessários dois trabalhadores: um para segurar e outro para aplicar a dose. “A contenção do animal é um dos principais problemas que a gente encontra nas granjas. Isso é realidade, não é incomum ver em agroindústrias. Sem a contenção adequada, o animal pode sangrar, pode dar refluxo, pode criar abscessos, a vacina pode não fazer o efeito desejado, entre outros problemas”, menciona.

De acordo com ele, quando os animais são jovens, o ideal é que duas pessoas façam o trabalho. O correto de segurar é pegar por baixo, de preferência colocar a mão na frente da boca, com duas pessoas. É muito importante a pessoa que está segurando o animal”, destaca. O outro aplica a vacina, no caso se for por agulha ou pressão.

“Se for via oral, você encosta na testa do animal, ele naturalmente abre a boca. Muita gente puxa a orelha, o que não se deve fazer”, menciona. Quando o assunto são as matrizes, há, de acordo com ele, o costume em vacinar em um local específico, o que pode reduzir seu bem-estar. “Vacinar porcas no lombo ou no pernil é uma alternativa, não somente no pescoço”, menciona.

Agulhas

A troca de agulhas (ou a falta) é um dos fatore determinantes para o bem-estar animal, avalia o especialista. Tem que trocar agulhas, mas tem que trocar de verdade. Não é só por causa da possibilidade de transmissão de doenças entre os animais, mas é porque a agulha gasta e acaba doendo mais na hora de aplicar. A gente está fazendo um rombo (no local) que pode criar abscessos. Em porcas tem que trocar mais, porque a pele é mais grossa”, sugere o profissional.

Com relação ao aparelho aplicador, sua higienização é fundamental, aponta. Tem que lavar o aplicador depois das vacinações porque fica sujeira por dentro, na válvula. Como limpar? Coloca um copo com água e detergente, dá umas bombeadas. Depois faz a mesma coisa com um copo de água limpa. Você vê cada aplicador nas granjas que dá vontade de correr. E o aplicador tem a ver com bem-estar”, destaca.

Reações adversas

É comum, segundo o profissional, que algumas vacinas causem efeitos colaterais nos suínos, como febre, perda de apetite, abatimento, entre outros sintomas. Para ele, há ainda uma crença, que precisa ser desmitificada, que a vacina para ser boa ter que provocar algumas reações adversas. Em sua opinião, apesar dos poucos lançamentos de vacinas para suínos nos últimos 11 anos no Brasil – 20 ao todo de 2009 a 2019 -, há no mercado produtos que fazem o mesmo efeito sem prejudicar o bem-estar e desempenho do animal.

“A vacinação pode induzir à febre. Vacina mais reativa tem reação adversa. Têm animais que aumentam até 2 graus (celsius a temperatura corporal), ficam deitados. A temperatura aumenta, cai o consumo de ração e o ganho de peso diário, além do que o suíno vai perder o bem-estar. Não precisa disso para a vacina ser eficaz”, sustenta Lipke, que amplia: “Sugiro acompanhar a vacinação dos leitões. De manhã aplicar a vacina, seis horas depois vai lá na granja de novo, observe os animais, verifique se há reações adversas”, aponta.

Além da agulha

Entre as diferentes vias de aplicação, destaca o profissional, além da injeção com agulha, existem, por exemplo, o sistema needle free, que é basicamente injetor a jato que fornece a vacina para as camadas intramusculares e subcutâneas sem agulhas, além da oral e intranasal (esta, segundo ele, não é praticada no Brasil). Entre as vantagens desses sistemas, aponta, estão a “segurança alimentar, sem risco de quebrar agulhas na carne, segurança do vacinador, sem o risco de auto aplicação, biossegurança, pois reduz o risco de transmissão de doenças, reduz as reações adversas”. A via oral, completa o especialista, “oferece praticidade e comodidade”, garantindo bem-estar ao suíno.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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