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Bem-estar animal na cadeia de frangos de corte é tema de simpósio internacional na capital paulista

Promovido pela startup brasileira Produtor do Bem, o evento vai trazer diversos players da cadeia e pesquisadores para debater oportunidades e desafios do bem-estar de frangos de corte.

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A busca pelos melhores padrões de bem-estar animal com técnicas de manejo cada vez mais sustentáveis nunca estiveram tão em pauta na avicultura moderna como neste início de 2023. Com o cenário exigindo muitos esforços na prevenção da Influenza Aviária, as discussões sobre as exigências de mercado e consumo, além das conversas sobre as constantes mudanças regulatórias nas articulações entre a cadeia produtiva, a academia, órgãos governamentais e a sociedade civil organizada, ganharam mais destaque. É com esse objetivo de trazer ao debate todos esses agentes que a Produtor do Bem promove, nos dias 12 e 13 de abril, em São Paulo (SP), o Simpósio Definindo o futuro do bem-estar animal na América Latina.

Com uma programação robusta e composta por mais de 15 temas técnicos e com a participação dos mais variados players e especialistas que atuam com o mercado de frango de corte, a startup brasileira vai reunir representantes de empresas de alimentos, seus pares globais e demais stakeholders em uma série de discussões sobre as tendências e iniciativas que almejam um novo patamar para a atividade.

Pesquisadora especialista em comportamento de frangos de corte da Universidade de Guelth (Canadá), Stephanie Harper Volo, comanda segundo dia do evento – Foto: Divulgação/Produtor do Bem

No primeiro dia, as estratégias ESG de inovação e geração de valor por meio das boas práticas com os animais terão seu espaço durante a apresentação do professor do Instituto Coppead (UFRJ) nas áreas de Finanças e de Sustentabilidade Corporativa e doutor em Administração focada em Finanças, Celso Funcia Lemme.

Na sequência, as ações corporativas com foco no bem-estar dos animais estarão em pauta na apresentação da Chief Impact Officer na Earth Animal Ventures, Stephanie Harper Volo. A norte-americana vai detalhar o desenvolvimento, gerenciamento e avaliações das estratégias globais de impacto social e ambiental que são desenvolvidas pela companhia em Nova Iorque.

O simpósio também vai contar com a apresentação do Head of Food and Health na Chronos Sustainability, Nathan Rhys Williams, que trará o exemplo da Global Animal Welfare Coalition (GCAW). A empresa britânica é responsável por assessorar, além do GCAW, outro importante programa global multi-stakeholders, o Business Benchmark on Farm Animal Welfare (BBFAW).

Na sequência, o evento também vai se transformar em uma verdadeira mesa-redonda para destacar as iniciativas e a colaboração da indústria no mercado global. Grandes empresas que atuam no mercado brasileiro e europeu apresentarão suas iniciativas e compromissos com o bem-estar animal.

Participam deste momento o diretor de cadeias sustentáveis do Grupo Carrefour Brasil, Lucio Vicente; o gerente de desenvolvimento de proteínas no GPA, André Artin; o CEO da Korin Alimentos, Luiz Carlos Demattê Filho; a líder do programa de bem-estar animal no KFC Europa Ocidental, Jane Candido; o gerente executivo de Sustentabilidade na Seara Alimentos LTDA, Vamiré Luiz Sens Júnior; e a gerente de bem-estar animal da BRF S.A., Josiane Busatta.

“Nossa proposta é trazer ao debate temas que envolvam os impactos da política em questões de bem-estar animal, a reputação e o posicionamento das empresas como uma oportunidade de investimentos e as perspectivas dos investidores, indústrias e consumidores. Queremos dar destaque para temas atuais que têm sido amplamente discutidos na produção de frangos de corte e que impactam no bem-estar dos animais, tais como linhagens genéticas, os desafios da insensibilização elétrica e por atmosfera controlada, indicadores para medir o bem-estar, além do intercâmbio com produtores que já adotaram as melhores práticas de produção”, destaca o diretor executivo da Produtor do Bem, José Rodolfo Ciocca.

Foco em pesquisas e nas boas práticas

O segundo dia de simpósio vai explorar temas técnicos referentes à criação de frangos de corte por meio de pesquisas científicas desenvolvidas globalmente. Dentre as temáticas estarão os pontos críticos e as soluções para bem-estar de frangos. O momento terá o comando da pesquisadora especialista em comportamento de frangos de corte da Universidade de Guelth (Canadá), Stephanie Torrey, que também atua na Trouw Nutrition América do Norte.

Cases de sucesso na transição para sistemas de produção de frangos de corte com alto nível de bem-estar serão apresentados pela vice-presidente de Inovação Sustentável da Norsk Kylling, Hilde Talseth

Referência mundial em pesquisas de linhagens de crescimento de frangos de corte e seus impactos no bem-estar animal, Stephanie vai propor aos participantes um entendimento sobre como o crescimento mais lento afeta o desempenho de bem-estar de frangos de corte.

As dinâmicas da insensibilização de frangos por atmosfera controlada (CAS) como alternativa ao sistema elétrico de insensibilização também serão exploradas na explanação do pesquisador e Advisor da European Food Safety Authority (EFSA), Mohan Raj, profissional com mais de 30 anos de experiência em abate humanitário.

O evento também vai abrir espaço para cases de sucesso na transição para sistemas de produção de frangos de corte com alto nível de bem-estar. Os estudos serão abordados pela vice-presidente de Inovação Sustentável da Norsk Kylling, Hilde Talseth.

A norueguesa foi uma das responsáveis pela implementação da linhagem de frangos Hubbard, que apresenta crescimento mais lento pela implementação dos requisitos globais do Better Chicken Commitment na Europa (ECC). Atualmente, é responsável pelo projeto de construção de um novo centro de incubação de alta tecnologia com soluções líderes mundiais.

“A Produtor do Bem quer trazer discussões e oportunidades para os desafios atuais na produção de frangos de corte e como as empresas do setor podem atuar de forma conjunta na busca por soluções viáveis para um novo patamar de bem-estar animal na avicultura.”, enfatiza Ciocca.

Fonte: Assessoria Produtor do Bem

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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