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Bem-estar animal: fazenda no Mato Grosso substitui marca fogo por brincos eletrônicos
Além de reduzir o sofrimento dos animais, prática favorece a coleta de dados para uma gestão mais eficiente do rebanho
Uma das formas maistradicionais de identificação de bovinos é a marcação a fogo feita com ferro aquecido em brasa quente. Pelo seu baixo custo, a prática ainda é considerada por muitas propriedades como eficiente e permanente. No entanto, este sistema vem sendo revisto por produtores que estão atentos às boas práticas de manejo racional e ao bem-estar animal.
Com a proposta de diminuir o sofrimento do animal e tornar o manejo menos aversivo e reativo, a pecuarista Carmen Perez, da Fazenda Orvalho das Flores, que faz cria, localizada no município de Barra do Garças (MT), decidiu investir e abolir a marca fogo de sua propriedade.Desde dezembro do ano passado, o rebanho, composto por 1.500 matrizes Nelore e suas crias, recebeu brincos de identificação e brincos eletrônicos que substituem a marcação a fogo na carcaça. O projeto, ainda em fase experimental, ocorre em parceria com a Allflex – empresa líder mundial em identificação de animais – sob a supervisão do coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisa em Etologia e Ecologia Animal (Grupo Etco), Mateus Paranhos da Costa.
“Fizemos um experimento no momento da marca fogo, com a gravação em vídeo. Posteriormente, toda equipe assistiu e pôde perceber que é nítido o sofrimento animal neste tipo de manejo. Foi quando optamos por investir na brincagem ao invés da marcação tradicional”, explica Carmen Perez.
Para que as mudanças pudessem ocorrer, a produtora promoveu algumas ações simples e efetivas, como oferecer treinamentos para a equipe de peões. O manejo, por exemplo, atualmente é feito com bandeiras e sem gritarias, apenas para orientar o rebanho no curral. Além de preservar o bem-estar dos animais, a substituição da marcação a fogo por brinco de identificação permite identificar os animais mais jovens, como é o caso da Fazenda Orvalho das Flores. “Assim que é feita a primeira cura do umbigo, os bezerros recebem um colar de identificação, que ainda está em fase de testes e adaptação. Mas, já não precisamos submeter o animal a um manejo agressivo, de forma que ele não associa o curral a um local de agressão, já que há a memória negativa associada às pessoas”, salienta a pecuarista.
Pesquisas comprovam que a prática da marca fogo é dolorosa ao animal, sobretudo se for na cara. Segundo o professor Mateus Paranhos, o estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), feito por Donald C. Lay Jr, apontou evidências concretas de estresse em vacas e bezerros após a marcação a fogo, além de forte sensação de dor.Outros estudos, em 1997, de Karen Schwartzkopf-Genswein e colaboradores, do Departamento de Agricultura do Canadá, mostraram que o local da marca a fogo fica quente por até 168 horas, indicando inflamação local e dano à pele. Entre os estudos mais recentes estão o da pesquisadora americana Cassandra Tucker, que, em 2014, identificou que a dor produzida pela marca a fogo pode durar até oito semanas, quando também ocorre a cicatrização da queimadura.
“A pecuária vem cada vez mais adotando tecnologias que tornam a atividade mais produtiva e eficiente. Substituir a marcação a fogo pela brincagem, além de reduzir o sofrimento do animal, que impacta diretamente na qualidade da carne, oferece ao produtor uma importante ferramenta de gestão do seu rebanho. Por isso, apoiamos o projeto da Fazenda Orvalho das Flores, que vem obtendo resultados muito interessantes com essa substituição”, destaca o ogerente comercial da Allflex, Ivo Martins.
Entre as vantagens da utilização de brincos no lugar da marcação a fogo estão a automatização da coleta de dados, redução do tempo de trabalho e da ocorrência de acidentes, menor contato com os animais, diminuição de estresse – tantos para os animais como para o homem – e menos contusões dos animais nas diferentes fases de manejo e na carcaça. “Outro fator positivo é que não há erro na coleta de dados e na transmissão. Se feito de forma manual, acabávamos perdendo informações importantes. É um investimento que facilita o gerenciamento da produção”, enfatiza Carmen Perez.
Fonte: Ass. de Imprensa Allflex

Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
Empresas
Boehringer Ingelheim anuncia Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing de Aves e Suínos
A executiva assume a posição anteriormente ocupada por Filipe Fernando, que ascendeu ao cargo de Head de Grandes Animais da empresa

A Boehringer Ingelheim, multinacional farmacêutica referência na produção de medicamentos para humanos e animais, anuncia a chegada de Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing da unidade de negócios de Aves e Suínos, assumindo o cargo anteriormente ocupado por Filipe Fernando, novo diretor de Grandes Animais da companhia.
A gerente é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria, onde também concluiu o mestrado. Além disso, possui doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e um MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No âmbito profissional, Patricia conta com mais de 18 anos de experiência em empresas nas áreas de saúde, produção e nutrição animal, com forte atuação em marketing estratégico.
“Estou muito contente e animada em iniciar esse novo capítulo profissional em uma empresa líder e referência global na área da saúde, como a Boehringer Ingelheim. Com minha sólida experiência técnica e prática no segmento de avicultura e suinocultura, estou ansiosa para colaborar com a equipe e contribuir ativamente para os resultados e inovações da empresa”, afirma Patricia Aristimunha.
A chegada da executiva, que ingressou no cargo na primeira semana de novembro, reforça o compromisso da Boehringer Ingelheim em fortalecer sua liderança e inovação no mercado de saúde animal, especialmente nos setores de aves e suínos. Com sua vasta experiência no segmento, a empresa espera que Patrícia impulsione ainda mais as estratégias de marketing da companhia, contribuindo significativamente para o sucesso contínuo de seus clientes e parceiros no agronegócio.
Empresas
Ventilação eficiente é chave na preparação do agro para a chegada do calor
Manutenção preventiva dos motores ajuda a reduzir perdas e preservar o bem-estar animal

Com a chegada da primavera e a aproximação do verão, as altas temperaturas passam a impactar diretamente a produção animal no Brasil. O calor excessivo é um dos principais fatores de estresse térmico, comprometendo o desempenho dos animais, reduzindo a produtividade e elevando riscos sanitários e econômicos para os produtores.
Segundo Drauzio Menezes, diretor da Hercules Energia em Movimento, a manutenção preventiva dos motores é fundamental nesse período. “A confiabilidade dos motores determina o bom funcionamento dos sistemas de ventilação, que são essenciais para manter as granjas em condições adequadas”, afirma.
Manutenção e ventilação: aliados da produtividade
A ventilação é um dos recursos mais eficazes para preservar o bem-estar dos animais durante os meses mais quentes. Para que os equipamentos cumpram sua função com eficiência, é essencial que os motores estejam revisados e em pleno funcionamento. Entre as ações mais importantes estão a manutenção dos motores, isolamento térmico das estruturas, controle da umidade e fornecimento constante de água fresca, além de ajustes na densidade de lotação em períodos de calor extremo. “Esses sistemas precisam operar com segurança e sem falhas para garantir conforto térmico, reduzir o estresse dos animais e evitar perdas na produção”, reforça Menezes.
Segundo ele, a Hercules Energia em Movimento oferece soluções adequadas para esse tipo de demanda, com motores monofásicos, trifásicos e customizados, todos com alta eficiência energética, conformidade com as normas NEMA e IEC, e aprovação do Inmetro. Os equipamentos são projetados para atender ambientes de produção animal, que exigem desempenho constante mesmo em condições severas.
Alta nas temperaturas exige preparação antecipada
De acordo com previsões do INMET e da Climatempo, a primavera e o verão de 2025/2026 devem registrar temperaturas acima da média histórica em várias regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste, Sudeste e partes do Sul. A previsão também aponta para chuvas mal distribuídas e períodos prolongados de tempo seco, elevando o risco de ondas de calor e agravando os desafios para a criação de aves.
Esse cenário reforça a necessidade de antecipar cuidados com a climatização das áreas de produção animal. “Ambientes bem ventilados ajudam a mitigar os efeitos do calor excessivo, preservando o desempenho zootécnico das aves e garantindo a continuidade da produção com segurança”, conclui Menezes.

