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Barreiras sanitárias, plant based e mercado internacional serão debatidos no Sedagro

Evento será realizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, entre os dias 15 e 17 de março. As discussões técnicas sobre defesa agropecuária serão realizadas no auditório Mário Lanznaster.

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Ana Maio

Em que condições o mercado oferece produtos para consumidores carnívoros e vegetarianos? O Brasil vai, finalmente, vencer o desafio da febre aftosa? Como o país se prepara para enfrentar barreiras sanitárias impostas ocasionalmente pelo mercado internacional e se manter como protagonista mundial na oferta de alimentos? Questões como essas serão discutidas por especialistas com visões diferentes durante o Seminário sobre Defesa Agropecuária (Sedagro), que acontece dentro da II Feira Internacional da Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal, a Expomeat.

O evento será realizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, entre os dias 15 e 17 de março. As discussões técnicas sobre defesa agropecuária serão realizadas no auditório Mário Lanznaster. O Sedagro é promovido pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical) e terá a participação de quatro diretores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em palestras. A Superintendência Federal de Agricultura de São Paulo (SFA-SP) vai atuar na moderação de alguns debates.

A delegada do ANFFA Sindical em São Paulo, Gisele Leite Camargo, disse que o objetivo do seminário é transmitir informações atualizadas e propiciar o debate sobre temas voltados às questões sanitárias do rebanho nacional, a inspeção de produtos cárneos, o comércio internacional e a regulamentação e oportunidades de mercado dos produtos à base de proteína vegetal.

Segundo Gisele, será uma oportunidade ímpar para compartilhar conhecimentos importantes sobre as atividades desenvolvidas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pelos auditores fiscais federais agropecuários. Quatro painéis trarão uma visão holística ao setor de carnes, debatendo a visão internacional das carnes brasileiras, a importância da execução dos programas nacionais de defesa agropecuária, novas tendências e abertura de mercado (incluindo produtos à base de proteínas de origem vegetal) e finalizando com as perspectivas para a inspeção de carnes no Brasil”.

A superintendente federal de Agricultura em São Paulo, Andréa Figueiredo Procópio de Moura, e o chefe de Divisão de Defesa Agropecuária da SFA-SP, Danilo Kamimura, falam abaixo sobre dois painéis que serão moderados por eles.

Que programas de controle e erradicação de doenças serão tratados no painel 2, na tarde do dia 16?

Andréa Moura: O painel vai abordar os principais programas sanitários na área animal gerenciados pelo Mapa, voltados ao controle e erradicação de doenças nos animais de produção, mais especificamente dos animais destinados ao abate. Como exemplos de alguns desses programas, podemos destacar o Programa Nacional de Sanidade Avícola, Programa de Sanidade Suídea, Programa de Raiva dos Herbívoros e Encefalopatia Espongiforme Bovina, Programa Nacional de Vigilância de Febre Aftosa (PNEFA) e Programa Nacional de Erradicação de Brucelose e Tuberculose Animal.

São várias frentes… por que essas doenças todas representam riscos à produção animal no Brasil? 

Andréa Moura: Os programas são delineados para controlar ou erradicar doenças que se constituem zoonoses, enfermidades transmitidas dos animais para os homens, ou em outras situações, doenças que, apesar de não serem transmitidas para os humanos, representam uma ameaça ao rebanho nacional, gerando perdas e eventualmente, a necessidade de sacrifício dos animais acometidos. Muitas dessas doenças também se constituem como barreiras ao comércio de produtos brasileiros no exterior, sendo assim, controlar e erradicar essas enfermidades abrem novas perspectivas para as carnes brasileiras e contribuem para a manutenção de nosso protagonismo na produção de alimentos para milhões de consumidores em todo o mundo.

Como o Mapa monitora a execução desses programas?

Andréa Moura: O Mapa como instância central do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), é responsável pela normatização e gerenciamento dos programas sanitários desenvolvidos no país para controle de pragas e doenças, assim como pela manutenção do sistema de informações epidemiológicas em âmbito nacional. Como a execução direta dos programas fica a cargo dos Serviços Veterinários Estaduais, o Mapa também é responsável pela avaliação e aperfeiçoamento desses serviços, buscando promover melhorias e garantir padrões de qualidade satisfatórios na execução dos procedimentos e controles da defesa sanitária animal, baseado no monitoramento contínuo de indicadores e em auditorias presenciais nos Estados.

A Defesa Agropecuária atua em rede, então?

Andréa Moura: É um sistema complexo, não é resultado de um trabalho isolado, mas sim de uma construção conjunta com o envolvimento de todos. A compreensão do papel e das responsabilidades de cada elo que compõe o sistema de defesa agropecuária é essencial para a efetividade das ações delineadas nos respectivos programas que envolvem as diferentes cadeias produtivas. No Painel 2 teremos a oportunidade de ouvir representantes dos segmentos de governo, do setor produtivo e da academia, que poderão compartilhar as suas percepções e olhares sobre os impactos dos programas sanitários na produção de carnes, abordando seus reflexos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva e também na economia do país.

Danilo, o painel que você vai moderar trata de inovação e abertura de novos mercados. É possível antecipar quais “novos mercados” serão abordados nas palestras?

Danilo Kamimura: Os novos mercados a que faz referência o painel são os produtos “plant based”. O mercado desse tipo de produto tem crescido bastante nos últimos anos, seja motivado por questões de convicção ambiental, por questões de saúde ou por outras razões, como também tem crescido a oferta desse tipo de produto na gôndola do brasileiro.

Dessa forma existe um bom vislumbre de ampliação desses novos mercados.

Qual o papel do Mapa em relação aos produtos à base de proteína animal e vegetal? Fiscalização? Regulamentação? Fomento?

Danilo Kamimura: O Mapa tem uma atuação bem proeminente no mercado de proteína animal. Somos referência quando falamos de fiscalização e regulamentação desse setor. Já quanto ao mercado de produtos plant based, cujo objetivo é substituir o uso de proteína animal, por ser um mercado em expansão, o Mapa não desenvolveu ainda uma atuação tão proeminente. Fato é que o papel do Mapa nesse caso é a regulação do mercado, através de ações de fiscalização a fim de prover ao consumidor a segurança do alimento e evitar que ele seja enganado. Ainda em discussão, a nomenclatura que cada produto de origem vegetal assumirá é um ponto alvo de grandes debates. Por isso a coexistência de produtos com mesma nomenclatura de origens diferentes (animal e vegetal) é um grande desafio à regulação.

Qual sua expectativa para as cinco palestras do painel 3?

Danilo Kamimura: Essas palestras trarão uma visão de vários ângulos importantes sobre o tema. Teremos as áreas de pesquisa, de produção, de inovação e de regulação. Esse evento trará uma oportunidade única para o debate das linhas mestras que seguirão o futuro dos produtos à base de proteína vegetal no país.

Como você vê a introdução do debate sobre proteína vegetal em uma exposição do setor de carnes?

Danilo Kamimura: É extremamente interessante. Antes estigmatizado, o vegetarianismo vem assumindo um destaque no mínimo curioso no mercado de proteínas. A coexistência desses produtos já é um caminho sem volta. Desenvolver uma coexistência regular e adequada, de forma que o consumidor não seja lesado, seja com a sua saúde, seja não levando “gato por lebre” é essencial para o momento.

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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