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Banrisul pode subvencionar juros do crédito rural por meio da Lei do Agro
Agricultura familiar está entre os beneficiados
Todos os dias, às 5h30, o agricultor familiar Matheus Konarzewski vai para os chiqueiros acompanhar o robô que auxilia na alimentação de seus 1.800 suínos na propriedade de 50 hectares, em Monte Alegre, município de Catuípe (RS). “Esse robô diminuiu um eito o serviço, uns 90%”, comemora Konarzewski, que adquiriu o equipamento por meio do Banrisul. Ele e milhares de produtores do Rio Grande do Sul estão sendo beneficiados com crédito rural a juros subsidiados pelo Banco, que, graças à Lei do Agro, de 2020, entrou na operação de recursos equalizados no Plano Safra 2020/2021.
“Um dos principais motivos da busca por esses recursos foi para atender à agricultura familiar, ao pequeno produtor rural. Porque a linha de investimento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) era uma das que estava esgotando muito rápido via BNDES”, afirma o superintendente de Agronegócios do banco, Robson Santos.
Santos, que possui MBA em Agronegócios pela Universidade de São Paulo (USP/Esalq), explica que a Lei do Agro amplia a possibilidade de equalização de encargos financeiros para todas as instituições financeiras que operam no crédito rural. Até então, somente os bancos públicos federais, os bancos cooperativos e as cooperativas de crédito tinham acesso à operação.
Segundo o superintendente, o Banrisul tem um projeto consistente de atuação no agronegócio. “E buscamos disponibilizar, no Estado, recursos para os produtores rurais, mesmo se as linhas de crédito rural do BNDES acabassem ao longo da safra”, conta.
Santos esclarece que esse desejo vinha sendo conversado com o então secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, em 2019 e 2020. “Explicamos a relevância de acessarmos esses recursos, e o secretário, junto ao diretor do Departamento de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural, Ivan Bonetti, auxiliou na flexibilização do acesso à equalização junto aos órgãos do governo federal. Mas antes, Covatti Filho, enquanto deputado federal, foi um dos articuladores do projeto da Lei do Agro. Atualmente, temos trabalhado próximos à Secretaria da Agricultura para viabilizar iniciativas que ajudem o agronegócio gaúcho”, frisa.
“Tive o prazer de participar da elaboração da Lei do Agro, que representa uma nova fase do crédito rural brasileiro, trazendo oportunidade de modernização e de facilitação ao sistema de financiamento agrícola”, acrescenta o ex-secretário Covatti Filho.
E quais as vantagens do acesso à equalização? É que o Banrisul pode continuar financiando os produtores rurais, ao longo de todo o ano-safra, para as operações de investimentos, inclusive os agricultores familiares, os médio produtores, além de oferecer linhas de crédito para investimentos estratégicos como irrigação, armazenagem, aviários, suinocultura, entre outros. “Financiamos também um grande número de investimentos em correção de solos, muito importantes para a produtividade do Rio Grande do Sul”, destaca Santos.
Conforme ele, o limite equalizável do Banrisul da safra 2020/2021 foi R$ 450 milhões. “Aumentamos 67% a nossa disponibilidade de recursos para investimentos, beneficiando cerca de três mil produtores, incluindo os agricultores familiares”.
Mas o Banrisul quer ampliar ainda mais a participação no financiamento do agronegócio e destaca como prioridade continuar a operar os recursos equalizados. “O Banco tem trabalhado para aumentar a competitividade do agronegócio gaúcho. Nós enxergamos esse setor como estratégico. Ele tem um peso importante no PIB do Estado, na casa dos 40%. Vemos o agronegócio como um setor que é o motor da economia do Rio Grande do Sul. As diferentes cadeias produtivas do agronegócio conectam-se com a quase totalidade da economia do Estado”, pontua Santos.
Então, continua o superintendente, “o Banrisul, como banco público, pretende acelerar o desenvolvimento do agronegócio, aproveitando essa fortaleza do nosso Estado e também acelerar a economia como um todo. Quando temos um bom desempenho do agro, temos também boa parte da indústria fortalecida, o setor de serviços mais aquecido, o comércio tem melhor desempenho. Logo, vemos o agronegócio como um mecanismo de desenvolvimento da economia como um todo”.
O Banrisul está presente em todas as regiões do Estado, em mais de 90% dos municípios gaúchos, o que facilita a aproximação com o produtor rural. “Essa é a nossa estratégia, de aproveitar nossa presença em todo o território gaúcho para ampliar a proximidade com o produtor e oferecer a ele as melhores condições possíveis de produtos para auxiliar em sua atividade agrícola e pecuária”.
De julho de 2020 até fevereiro de 2021, o Banrisul desembolsou R$ 1,9 bilhão em crédito rural. “A expectativa é terminar essa safra 2020/2021 com mais de R$ 3 bilhões concedidos”, acredita Santos.
Família Konarzewski
De origem polonesa, por parte de pai, e alemã, pelo lado da mãe, os agricultores familiares trabalham em sua propriedade de 50 hectares de segunda a segunda, sem descanso. “Sou eu, minha esposa e filhas, meu pai e minha mãe que tocamos o negócio”, explica Matheus Konarzewski. “A gente cria porcos, vaca de leite, e tem lavora de soja, milho, além de pastagem para o gado. De tudo um pouco”, revela.
De acordo com o agricultor, o equipamento que auxilia na alimentação dos suínos foi adquirido por R$ 117mil, devido aos juros subsidiados pelo Banrisul. “Esse robô trata até seis mil porcos. Antes a gente tinha que tratar os bichos a balde, com carrinho, quatro vezes por dia, de quatro em quatro horas. Agora ele faz solito o trabalho”, diz com alegria.
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Custos de produção de frangos de corte e de suínos caem em março
Os estados de Santa Catarina e Paraná são usados como referência nos cálculos da CIAS por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente
Os custos de produção de suínos e de frangos de corte caíam no mês de março nos estados líderes em produção e exportação segundo os estudos registrados pela Embrapa Suínos e Aves em sua Central de Inteligência de Aves e Suínos (https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias). Em Santa Catarina, o custo de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo chegou aos R$ 5,61, queda de 1,42% em relação a fevereiro. No ano, o acumulado é de -9,52%, o que fez o ICPSuíno cair para 321,12 pontos. O custo com a alimentação dos suínos determinou esse recuo, caindo a R$ 4,09, o que representou 73,33% do custo total
Já os custos de produção do quilo do frango de corte no Paraná produzido em aviário tipo climatizado com pressão positiva foram de R$ 4,27 em março, queda de 2,39% em comparação com fevereiro. No ano, o acumulado é de -3,14%, o que fez o ICPFrango cair para 330,66 pontos. Assim como na suinocultura, o custo com a alimentação das aves determinou esse recuo, caindo a R$ 2,84, participando em 66,39% do custo total.
Os estados de Santa Catarina e Paraná são usados como referência nos cálculos da CIAS por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente. Os custos de produção são uma referência para o setor produtivo. Entretanto, suinocultores independentes e avicultores sob contratos de integração devem acompanhar a evolução dos seus próprios custos de produção.
Aplicativo Custo Fácil – O aplicativo da Embrapa agora permite gerar relatórios dinâmicos das granjas, do usuário e das estatísticas da base de dados. Os relatórios permitem separar as despesas dos custos com mão de obra familiar. O Custo Fácil está disponível de graça para aparelhos Android, na Play Store do Google.
Planilha de custos do produtor – Produtores de suínos e de frango de corte integrados podem usar na gestão da granja a planilha eletrônica feita pela Embrapa. A planilha pode ser baixada de graça no site da CIAS.
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Doze exportadores de carne bovina confirmam presença no SIAVS
ABIEC comanda ação com agroindústrias do setor; outras empresas participarão com estande próprio
Doze das maiores empresas exportadoras de carne bovina do Brasil já confirmaram presença e novas empresas estão previstas para participar do Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS), maior evento dos setores no Brasil, que acontecerá entre os dias 06 e 08 de agosto, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).
Duas exportadoras de carne bovina – a JBS Friboi e a Marfrig – já confirmaram participação com estandes próprios no SIAVS.
Ao mesmo tempo, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) comandará um espaço exclusivo para os exportadores de bovinos em meio ao SIAVS. Nove empresas confirmaram presença: Cooperfrigu, Frigol, Astra, Iguatemi, Naturafrig, Frigosul, Zanchetta, Agra e Barra Mansa.
Em outra área consorciada do evento, a Frigoestrela marcará presença no pavilhão das agroindústrias de carne suína.
Ao todo, em torno de 70 agroindústrias produtoras e exportadoras de carne de frango, carne suína e carne bovina, além de ovos e peixes de cultivo, confirmaram presença no SIAVS. Elas se somam a mais de 200 empresas fornecedoras da cadeia produtiva de proteína animal do Brasil, incluindo equipamentos, genética, rações, laboratórios e outros.
Principal centro dos negócios das cadeias produtivas no Brasil, o SIAVS deverá reunir mais de 20 mil visitantes do Brasil e de outros 50 países, incluindo importadores de dezenas de mercados estratégicos e clientes do varejo e atacado brasileiros.
“A confirmação massiva de empresas frigoríficas de bovinos reforça o novo perfil do SIAVS, que se consolida como grande palco de negócios, do fomento ao desenvolvimento técnico e dos debates políticos e conjunturais destes setores que já geraram mais de R$ 1,2 trilhão para o país em duas décadas de exportações”, avalia o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.
Realizadora do SIAVS, a ABPA preparou uma série de atrações para o principal evento das cadeias produtivas. Os detalhes serão divulgados por meio das redes sociais @siavsbr e pelo site do evento.
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Indústria quer reduzir emissões de gases na cadeia de proteína animal
Experiência da JBS com programas de descarbonização foi relatada em painel que abriu o sexto Fórum Sul de Biogás e Biometano, em Chapecó (SC). Evento apresenta também hub liderado pela entidade e que vem atuando para alcançar uma economia de baixo carbono.
Dispostos a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, produtores suínos têm instalado usinas de biogás e biometano e a indústria é a principal impulsionadora. De acordo com a engenheira ambiental Pauline Bellaver, que representou a Federação das Indústrias (Fiesc) no sexto Fórum Sul de Biogás e Biometano, em Chapecó (SC), a descarbonização traz benefícios para toda a cadeia envolvida e, principalmente, para sociedade.
A engenheira, que é especialista em sustentabilidade da Seara Alimentos – do Grupo JBS -, contou que, atualmente, 60% dos produtores integrados do grupo já possuem energia solar e 3% têm biodigestores. “O objetivo é acelerar esse processo, que é um dos principais desafios do escopo 3, pois os dejetos suínos contribuem de forma significativa para a emissão de gases de efeito estufa. No entanto, os produtores se deparam com dificuldades como o acesso ao crédito necessário para a adaptação de suas propriedades”, relatou.
O Hub de Descarbonização Fiesc vem atuando para desburocratizar este processo, incluindo no grupo de trabalho bancos como o BRDE. Organizado pela Fiesc, o hub atua na formação de pessoas, em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para o uso em escala e novos modelos sociais. O foco é descarbonizar arranjos produtivos e a iniciativa será apresentada pelo Senai nesta quarta-feira (17), durante o Fórum Sul de Biogás e Biometano.
No caso da cadeia de proteína animal, o desafio é ter em dez anos 100% dos dejetos suínos sendo aproveitados para a geração de biogás em Santa Catarina. A JBS, que integra o hub da Fiesc, desenvolveu modelos individualizados, para quando há escala, e também usinas centralizadas, para os casos em que os produtores possuem propriedades próximas. “Este modelo, estudo piloto de usina centralizada está sendo conduzido em Santa Catarina com o objetivo de gerar combustível e ser alternativa às tradicionais fontes de energia. Além disso, os investimentos no mercado de bionergia estão aquecidos, o que impulsiona projetos nesta área”, pontuou Pauline.
Apoio ao setor produtivo
Entre as soluções que o Senai já oferece está o inventário de gases de efeito estufa (GEE) que vai mensurar as emissões da indústria catarinense. O levantamento é conduzido por pesquisadores do Instituto Senai de Tecnologia Ambiental. Na JBS, por exemplo, o inventário já é realizado desde 2012 para o escopo 3 – categoria que inclui as emissões ligadas às operações da companhia, como matéria-prima adquirida, viagens de negócios e deslocamento dos colaboradores, descartes de resíduos, transporte e distribuição.
Outra iniciativa é a elaboração do Atlas de Energias Sustentáveis de Santa Catarina. O trabalho visa mapear o potencial de geração energia de baixo carbono no estado, como por exemplo o hidrogênio, a partir de fontes como biomassa, resíduos, carvão, entre outras. A partir do Atlas, será possível prospectar novos investimentos no setor, bem como posicionar o estado no cenário nacional. Este trabalho será desenvolvido em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis do Rio Grande do Norte, em linha com o conceito de powershoring da neoindustrialização – que se refere à instalação de indústrias em locais com alto potencial de energias renováveis, como eólica, solar e biomassa.
A rede de institutos do Senai também vem atuando para que as empresas acelerem sua adaptação a transportes e fontes de energia menos poluentes. Há oportunidades para descarbonizar a indústria no consumo de energia, gerenciamento de frota, transporte e distribuição, transporte de colaboradores, tratamento de resíduos, geração de calor, sistemas de refrigeração, viagens a serviço ou então compensar suas emissões residuais, por meio da aquisição de créditos de carbono, por exemplo.