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Notícias Biodiversidade das espécies vegetais

Banco Mundial de Sementes guarda uma das maiores riquezas da humanidade 

O 21º CBSementes traz duas cientistas brasileiras, com atuação internacional, para debater o papel dos bancos de germoplasma no mundo. Evento será de 12 a 15 de setembro em Curitiba (PR).

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Foto: Divulgação/Embrapa Divulgação

Certamente poucos sabem que a distante ilha de Svalbard, entre a Noruega e o Polo Norte, abriga uma grande estrutura de concreto construída a 100 metros dentro de uma montanha coberta de gelo permanente, que tem por finalidade salvaguardar a biodiversidade das espécies vegetais e, assim, evitar sua extinção.

Banco Mundial de Sementes – Foto: Divulgação/CBSementes

Também conhecido como a “Arca de Noé”, o Banco Mundial de Sementes é um enorme depósito de sementes de todo o mundo, que constitui tanto um patrimônio cultural como um bem comum à humanidade. Mais de 1 milhão de espécies de sementes do mundo todo estão guardadas neste cofre, construído para resistir a desastres climáticos e até explosões nucleares.

Bancos Ativos de Germoplasma do mundo inteiro enviam espécies vegetais para o Banco Mundial de Sementes de Svalbard. Nos últimos anos, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mandou mais de 4 mil sementes de diversas variedades entre elas arroz, feijão, milho, cebola, pimentas e cucurbitáceas, que são melancia, pepino, abóboras, entre tantas outras.

Para falar sobre a importância dos bancos genéticos, o 21º Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes) convidou nada menos que duas cientistas brasileiras, com atuação internacional, para ministrar palestras no painel “Banco de germoplasma – papel na manutenção da biodiversidade”.

A Dra. Rosa Lía Barbieri foi a primeira mulher brasileira com assento no conselho consultivo do Banco Mundial de Sementes de Svalbard, para um mandato de três anos, que encerrou em agosto de 2022. Pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Rosa Lía vai abordar no painel  “A participação da Embrapa em Bancos de Germoplasma a nível mundial”.

A Dra. Vania Azevedo, líder do Programa de Biodiversidade para o Futuro e Líder do Banco de Germoplasma do CIP (Centro Internacional de la Papa – International Potato Center) do CGIAR (Consultative Group on International Agricultural Research), vai falar sobre “O papel do CGIAR na preservação das sementes a nível mundial”.

Os Bancos Ativos de Germoplasma conservam acessos (amostras) de espécies com importância para a alimentação e a agricultura, provenientes de coletas no país, doações e intercâmbio com outros países. A diversidade genética de muitas espécies é conservada na forma de sementes, tubérculos, plantas no campo ou in vitro.

O Banco Genético da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, conserva uma cópia de segurança dos Bancos Ativos de Germoplasma das espécies que têm sementes ortodoxas. Atualmente, no Banco Genético são conservadas as sementes de 115 mil acessos, de 1079 espécies. Uma segunda cópia de segurança de parte desse material é conservada a longo prazo no Banco Mundial de Sementes de Svalbard.

Além de destacar a importância dos bancos de germoplasmas, Rosa Lía ressalta a importância deles para os programas de melhoramento genético desenvolverem variedades mais produtivas ou com características especiais (como tolerância a certas pragas e doenças, tolerância à seca e maior teor nutricional), para o desenvolvimento de novos produtos (como medicamentos, novas fibras, bioinsumos, alimentos funcionais) e também para a formação de recursos humanos (quando os acessos são alvo de trabalhos realizados por estudantes de iniciação científica, mestrado e doutorado)”, explica Rosa Lía.

No Brasil existem 268 bancos ativos de germoplasma (BAGs) pertencentes a 37 instituições de pesquisa e/ou ensino, com mais de 370 mil acessos conservados. Destes, a Embrapa mantém 165 bancos de germoplasma, distribuídos em 21 Unidades da empresa nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste.

Vania Azevedo, que chefiou o Icrisat Genebank na Índia por três anos, entre 2018 e 2021,  destaca que a função dos bancos é a de conservar recursos genéticos ex situ (fora do ambiente natural de origem). Trata-se de uma estratégia complementar à conservação in situ (no ambiente natural). “Além disso, esses materiais se encontram disponíveis para pesquisa de maneira mais acessível”, afirma, acrescentando que os bancos não substituem a conservação in situ, pois essa envolve toda a conservação de um ecossistema e tem importância em diversos níveis, como, inclusive, na luta com as mudanças climáticas.

Segundo ela, hoje existem mais de 1.500 bancos de germoplasma em todo o mundo. Praticamente todos os países têm seus bancos nacionais, focados em espécies de importância para o próprio país. “Avançamos em pesquisas que melhoram a eficiência de conservação em longo prazo de sementes e também de plantas clonais (que não se propagam por semente, como batata, batata-doce, mandioca, banana, abacaxi entre outros) ou de sementes recalcitrantes (grande parte das frutíferas e arbóreas) e que por isso necessitam de técnicas espécies como a conservação in vitro (microplântulas em tubos de ensaio) ou a criopreservação (em nitrogênio líquido a -196oC)”, explica a pesquisadora.

“O CGIAR possui 11 bancos internacionais, os quais conservam materiais de 26 cultivos e grupos de cultivos diferentes. Anualmente distribuímos, globalmente, mais de 100.000 amostras de materiais para pesquisa para diversos países, enfatiza Vania.

Fonte: Ascom

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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