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Balanço de 2022 da Faesp mostra agro paulista em alta, com os melhores resultados dos últimos três anos

Dados divulgados pelo Departamento Econômico da Federação mostram VBP projetado de R$ 139 bilhões; exportações já superam 2020 e 2021

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Foto: Divulgação

O Departamento Econômico do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faesp/Senar-SP) divulgou, nesta quinta-feira (08), o Balanço do Agronegócio Paulista em 2022 e as Perspectivas para 2023. Os dados mostraram a capacidade de superação do Agro do Estado, que tiveram os melhores resultados dos últimos três anos em termos nominais do Valor Bruto da Produção (VBP).

O valor projetado do VBP em 2022 é de R$ 139 bilhões. “O agro paulista registrou grande capacidade de superação e crescimento expressivo, mesmo enfrentando diversas dificuldades. Podemos citar a pandemia de Covid-19, que ainda gera consequências sobre a economia mundial, bem como sobre a brasileira. O processo inflacionário também ganhou força e tornou-se um desafio global. Já o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, deflagrado em fevereiro de 2022, causou sanções à economia russa, trazendo choques nos preços dos insumos e commodities”, afirmou o presidente da Faesp, Fábio de Salles Meirelles.

Dentre os desafios enfrentados em 2022 estão conflito Rússia e Ucrânia, deflagrado em fevereiro de 2022, causou sanções à economia russa, trazendo choques aos preços globais das commodities;  cadeias de suprimento do mundo ainda continuam tentando normalizar fluxos e processos, com fortes oscilações nos preços das matérias-primas; cenário de baixa demanda doméstica, restrita pelo baixo poder aquisitivo da população, que foi atingido pela inflação de 2021 e 2022; intempéries climáticas, com geada e seca; dificuldade de acesso ao crédito de custeio e investimento, com suspensão de linhas do BNDES, insuficiência de recursos para o programa de subvenção ao prêmio de seguro rural e a elevação do custo de produção em 2022, na esteira da inflação nos combustíveis e fertilizantes; desaceleração do ritmo de importação da China e de importantes mercados externos; e eleições no Brasil (presidente, governadores e Congresso), que sempre trazem um grau de incerteza e prejudicam a tomada de decisão de investimentos.

No boletim são destacados que o Valor Bruto de Produção (VBP) no Estado projetado para 2022 é de R$ 139 bilhões, contra R$ 122 bilhões no ano passado e R$ 94 bilhões em 2020 – crescimentos de 14% e 48% em termos nominais, respectivamente, nas comparações entre 2022, 2021 e 2020.

O açúcar é responsável pela maior fatia das exportações do agronegócio paulista (28,97%), com US$ 5,5 bilhões anuais. O complexo sucro energético (açúcar e etanol) totaliza 34,4%, com US$ 6,54 bilhões. Em seguida, vem a carne bovina (15,8%), soja/grão (14,89%) e o suco de laranja (7,82%).

O estoque de empregos formais na agropecuária em setembro de 2022 foi de 365.965 postos.

As maiores variações de preços agropecuários no acumulado entre janeiro e outubro foram na raiz de mandioca (77,3%), tomate (60,3%), banana nanica (52,4%) e café arábica (50,1%).

As maiores variações nos preços dos insumos no acumulado de janeiro/outubro foram nos itens MG-5 51 VC (752,4%), Massal 34 VC (266,4%), Glifosato (255,6%) e superfosfato simples (135,4%).

As exportações do Agronegócio paulista de janeiro até outubro de 2022 atingiram US$ 21,4 bilhões, superando o total dos anos anteriores. Vendas externas totais foram de US$ 17,3 bilhões e US$  19 bilhões em 2020 e 2021, respectivamente.

O Estado de São Paulo participa com 15,75% das exportações brasileiras do agronegócio.

A produção de carne bovina em São Paulo está em franca expansão. No acumulado de janeiro a junho de 2022, foram 1,65 milhões de animais abatidos, uma alta de 18,46% sobre o mesmo período do ano anterior.

A produção paulista de laranja projetada para 2022 é de 12,60 milhões de toneladas, contra 12,07 milhões de toneladas em 2021 e 11,84 milhões de toneladas em 2020.

A produção paulista de cana-de-açúcar prevista para a safra 2021/2022 é de 283,4 milhões de toneladas, com estimativa de produção de 21 milhões de toneladas de açúcar e de 10,81 bilhões de litros de etanol.

Para o café, a projeção é de 3,90 milhões de sacas. Já o acumulado da produção de leite de janeiro a junho em 2022 é de 1,09 bilhão de litros.

Oportunidades e ameaças em 2023

A Faesp cita no boletim cinco grandes oportunidades para o próximo ano, entre elas demanda internacional/segurança alimentar, energias limpas/segurança energética, conciliação entre agricultura e meio ambiente, ampliação da pauta de exportação e reconfiguração da geopolítica mundial.

Por sua vez, também expõe as principais ameaças para 2023, pontuando a taxação do agro, desequilíbrio fiscal e efeitos colaterais no agro, conflitos no meio rural e insegurança jurídica, adoção de postura protecionista pelo Brasil e fragmentação das políticas setoriais

Senar-SP projeta realizar 14,7 mil treinamentos até fim de 2022

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de São Paulo (Senar-SP, que vai completar 30 anos em 2023, vem desempenhando um papel essencial na formação da mão de obra especializada da agropecuária paulista. A entidade, que realizou 9.692 atendimentos até o 3º trimestre de 2022, com a participação de 156.367 pessoas. Até o final do ano, estão programados 14.734 treinamentos, com a participação de 210.346 pessoas. “A agropecuária não é restrita à produção de alimentos, vem acompanhada de uma série de obrigações e responsabilidades aos produtores e trabalhadores rurais, como a formação profissional, desenvolvida pelo Senar-SP”, afirma Meirelles.

Em 2021 foram feitos 12.697 treinamentos, com a participação de 158.313 participantes, mesmo ainda com os efeitos da pandemia de Covid-19.

Atividades 2022

A Faesp também elenca as atividades que foram promovidas ao longo deste ano: 9.262 treinamentos foram registrados até o terceiro trimestre de 2022, com a participação de 156.367 pessoas; até o fim do ano estão programados 14.734 treinamentos, com a participação de 210.346 pessoas; 253 ações de Formação Profissional Rural; 84 atividades de Promoção Social; 14 temas do Programa Promovendo a Saúde no Campo; 10 modalidades de eventos de Formação Profissional Rural /Promoção Social; 15 programas de Formação Profissional Rural; seis programas de Promoção Social e seis modalidades de Aprendizagem.

Ações em 2023

Para 2023, a entidade planeja novas ações que possuem alinhamento com o meio ambiente e a melhoria na produção rural, entre os quais: rochagem – uso de pó de rocha na agricultura; produção e utilização de caldas biofertilizantes; florestamento – coleta de sementes de árvores nativas; e boas práticas de uso e conservação da água

Atuação em defesa dos interesses do produtor paulista

O Sistema Faesp/Senar-SP tem se destacado ao longo das décadas na defesa dos interesses e na formação profissional dos produtores rurais paulistas. Ao lado dos Sindicatos Rurais, essa atuação tem crescido cada vez mais nos últimos anos, respondendo aos desafios do agronegócio do Século 21, que tem o Brasil e o Estado de São Paulo como protagonistas para garantir a segurança alimentar.

A Faesp/Senar-SP ofereceu todo o apoio aos produtores rurais durante a pandemia de Covid-19, que não deixaram de trabalhar em nenhum momento para garantir alimentos para a população. O Sistema apoiou a produção de 3,5 milhões de máscaras para prevenção da doença e, por meio do Programa “Semear da Esperança”, realizou a testagem de 300 mil trabalhadores rurais no Estado.

Em Ribeirão Preto, durante a Agrishow, foi lançada a pedra fundamental do Centro de Excelência em Cana-de-Açúcar. O local de funcionamento será o Centro de Treinamento do Senar-SP. Ribeirão foi escolhida para o funcionamento do novo organismo já que é um grande cluster de cana-de-açúcar e agrega o que há de mais moderno no País. Será possível levar mais qualidade de vida para inúmeras famílias, além de poder beneficiar milhares de produtores rurais e, em consequência, toda a cadeia produtiva e a comunidade em geral. Outro marco de 2022 foi a fundação, em 8 de março, da Comissão Semeadoras do Agro, vinculada à Presidência da Faesp.

Criada para ajudar a difundir o empreendedorismo feminino no agronegócio, as Semeadoras têm estimulado a formação de novas liderança no setor entre as mulheres. A mensagem da Comissão está chegando a diversas cidades do Estado de São Paulo, com a organização de inúmeros eventos ao longo do ano, que são promovidos em conjunto com os sindicatos rurais locais e acolhidos com grande receptividade. Há um grande interesse por parte das empreendedoras do agro, que estão se destacando à frente dos negócios rurais. Nos mesmos moldes, a Faesp irá implantar a Comissão Jovem em 2023.

Financiamento

Garantir o acesso dos produtores rurais aos mecanismos de financiamento oficiais foi desde sempre prioridade para a entidade. Em 2022, foram feitas gestões junto ao governo federal para garantir o acesso dos recursos do Plano Safra aos produtores paulistas. A Federação está preocupada, por exemplo, com a suspensão das linhas de crédito para pequenos produtores do Pronaf, no BNDES, para a compra de tratores e colheitadeiras. Na área de regularização fundiária, a FAESP/SENAR-SP realizou orientações junto à rede sindical e apoiou a sanção da Lei nº 17.517/22, que determinou a transferência em definitivo de terras pertencentes ao Estado para produtores rurais assentados.

Além disso, no que se refere ao Imposto Territorial Rural – ITR, o Departamento Jurídico da Entidade promoveu um levantamento de dados envolvendo o Valor de Terra Nua (VTN) em todo o Estado, identificando os municípios com os maiores aumentos e valores do tributo, visando fomentar e subsidiar atuações estratégicas dos sindicatos e produtores rurais.

Também atuou na área de meio ambiente (CAR/PRA), com capacitações feitas no interior do Estado, assim como na orientação sobre o E-Social e no apoio e acompanhamento da ação indenizatória que corre em Londres, ajuizada em face da indústria citrícola por produtores vítimas de cartel

No campo internacional, a Federação ajudou a combater as iniciativas de entidades e governos estrangeiros que, usando informações não comprovadas, prejudicaram o agronegócio brasileiro. A maioria dos produtores brasileiros, em setores como o da carne bovina, por exemplo, adota práticas sustentáveis e são alvo de políticas protecionistas e de desinformação no Exterior e até no Brasil. A Federação, em conjunto com a Secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, teve atuação decisiva para que o Estado possa ficar livre da obrigatoriedade da vacinação contra a febre aftosa, conforme nota do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicada no último mês de novembro.

O Sistema Faesp/Senar-SP atuou intensamente no caso, fez reuniões de trabalho, propostas e gestões para que finalmente os aprimoramentos do Estado fossem reconhecidos pelo Mapa. Foi uma grande conquista para a pecuária paulista. Na esfera política, o Sistema Faesp/Senar-SP atua, tanto na área Estadual quanto na Federal, de modo a defender com firmeza os interesses do Agro, que almeja as condições necessárias para continuar a produzir, sem sobressaltos e insegurança jurídica. Para garantir a segurança alimentar e a geração de emprego e renda por meio de uma produção reconhecidamente sustentável.

Fonte: Ascom Faesp

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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