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Balança Comercial do Agronegócio – Brasil

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*Tânia Moreira, Economista do DTE/FAEP

No primeiro quadrimestre do ano a balança comercial do agronegócio brasileiro resultou em superávit de US$ 20,5 bilhões enquanto o resultado da balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 5,06 bilhões no mesmo período, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

As exportações do agronegócio brasileiro neste período foram de US$ 25,4 bilhões com importações de US$ 4,9 bilhões, com queda em relação ao mesmo período do ano passado tanto para as exportações como para as importações.

O preço internacional menor para algumas commodities, como o milho e soja, aliado a desvalorização do real frente ao dólar explicam o recuo tanto nas exportações como nas importações.

As importações brasileiras de trigo, por exemplo, recuaram em 60% no volume exportado comparativamente ao mesmo período do ano passado.

De janeiro a abril de 2014 as exportações do agronegócio eram de US$ 29,8 bilhões. China, Estados Unidos e Holanda foram os três maiores parceiros comerciais do Brasil na pauta de exportação do agronegócio, com os produtos soja em grãos, café em grãos, carne de frango e açúcar em bruto representando os maiores valores exportados.

Exportação e importação do agronegócio brasileiro no primeiro quadrimestre do ano (US$ milhões)

As exportações brasileiras do agronegócio tiveram uma retração de 14,5% em relação ao mesmo do período ano passado. Em relação ao mês de março, as exportações de abril também registraram recuo de 10%.

EXPORTAÇÕES DE MILHO

As exportações de milho do primeiro quadrimestre do ano totalizaram US$ 964 milhões com retração de 6,5% em relação ao valor exportado no mesmo período do ano passado.

A quantidade exportada neste período manteve-se praticamente igual ao volume exportado do ano passado. Foram 5,13 milhões de toneladas contra as 5,12 milhões do ano anterior.

No caso do milho, os preços médios inferiores neste ano é o que contribuiu para uma menor receita na exportação. O preço internacional na Bolsa de Chicago recuou 18% comparando o primeiro quadrimestre de 2015 ao mesmo período do ano anterior. No mercado interno, no Paraná, o preço médio recebido pelo produtor recuou 9,4% nesse período.

Mato Grosso, Paraná e Goiás foram os três maiores estados exportadores com o Vietnã, Malásia e Indonésia sendo os maiores parceiros comerciais.

No Paraná as exportações totalizaram US$ 112 milhões com queda de 5% em relação ao ano anterior, e aumento de apenas 1,4% no volume exportado. As exportações do Estado corresponderam a 12% das exportações de milho em grãos do país, neste período.

A estimativa da consultoria Safras e Mercados é que na safra 2014/15 sejam exportadas 21,4 milhões de toneladas no Brasil, com uma demanda interna de milho de 56,8 milhões de toneladas, frente a uma disponibilidade interna de 90,6 milhões de toneladas.

No Paraná, os mesmos dados demonstram que deverão ser exportadas cerca de 6,5 milhões de toneladas no Estado, com uma demanda interna em torno de 10,6 milhões de toneladas, frente a uma disponibilidade de 19,9 milhões de toneladas, restando um estoque final de 2,5 milhões de toneladas.

As exportações brasileiras e paranaenses do mês de abril recuaram em comparação ao mês de março, o que pode ser atribuído a uma maior queda dos preços internacionais do milho neste mês, comparativamente ao mês anterior.

Na pauta de exportação do agronegócio as exportações de milho em grãos corresponderam por 4% valor total exportado em dólares.

EXPORTAÇÕES DE SOJA EM GRÃOS

As exportações de soja do primeiro quadrimestre do ano totalizaram US$ 5,127 bilhões com retração de 41% em relação à receita do ano anterior, considerando o mesmo período.

O volume exportado neste período totalizou 13 milhões de toneladas em relação as 17,3 milhões exportadas em igual período do ano anterior, uma queda de 24%.

Não só o volume exportado foi menor como o preço médio, contribuindo para uma menor receita neste ano. O preço médio de janeiro a abril em relação ao mesmo período do ano passado recuou 22%.

Comparando abril ao mês anterior as exportações se aceleraram, a receita cresceu 15% enquanto o volume exportado 17%, com um recuo de 2% nos preços médios.

Comparando ao mês de abril do ano passado o valor exportado foi 38,7% inferior, com o volume exportado 20% menor, com recuo de 24% nos preços.

O preço médio internacional menor nesta safra aliado ao atraso da colheita e comercialização de soja no Brasil ajudam a explicar a menor receita com as exportações de soja no período de janeiro a abril deste ano.

No Paraná o recuo no quadrimestre em relação ao ano anterior foi maior que o nacional, sendo de 32% para o volume exportado e de 46% no valor exportado, o que acabou refletindo a situação do atraso da comercialização especialmente no mês de fevereiro e março.

As exportações paranaenses de soja em grão no mês de abril comparando ao mês de março cresceram 77% em quantidade e 70% no valor, apesar de um recuo de 4% nos preços em dólares.

Na pauta de exportações do agronegócio brasileiro a soja em grãos respondeu por 20% das exportações do período.

Fonte: FAEP

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Fraca demanda pressiona cotações do frango em março

Queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

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Foto: Jonathan Campos

Os preços médios da maioria dos produtos de origem avícola estão encerrando março abaixo dos registrados em fevereiro.

Segundo pesquisadores do Cepea, a queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

Já no mercado de pintainho de corte, a procura aquecida pelo animal tem impulsionado os valores.

De acordo com agentes consultados pelo Cepea, o movimento altista pode estar ligado ao interesse da indústria em aumentar o alojamento de frango, sobretudo para atender à demanda externa pela proteína brasileira – vale lembrar que as exportações de carne de frango estão em forte ritmo.

Fonte: Assessoria Cepea
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Em reunião com diretorias da Aiba e Abapa, presidente da Coelba anuncia intenções para solucionar déficit de energia elétrica no Oeste baiano

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções.

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Em atendimento às solicitações apresentadas por agricultores em reunião prévia ocorrida em (06) de fevereiro, quando esteve no Oeste da Bahia e ouviu as demandas de energia elétrica, o diretor presidente da Coelba Neoenergia, Thiago Freire Guth, retornou à região, e na última terça-feira (26), reuniu-se com as diretorias da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), na sede da Coelba em Barreiras.

Como ficou acordado, ainda no final de fevereiro, uma comitiva de consultores da Coelba realizou visitas técnicas a propriedades rurais do Oeste baiano para diagnosticar as principais carências energéticas da região, a partir do qual foram realizados estudos de viabilidade com emissão de parecer técnico.

Fotos: Divulgação/Aiba

Durante a reunião, o diretor presidente da Coelba, juntamente com os superintendentes, de Área Técnica, Tiago Martins, e de Expansão de Obras, Anapaula Nobre, fizeram a apresentação do novo plano de investimentos da Coelba para o Oeste da Bahia nos próximos quatro anos. “Temos demandas que não foram atendidas no decorrer dos anos, mas a atual gestão da Coelba vem sendo mais participativa aqui na região. Um momento importante para debater e atualizar os próximos passos da companhia, em termos de investimento, aqui no oeste baiano, e tenho certeza, que daqui para frente, com mais transparência e participação da Coelba. O que ouvimos hoje é que as coisas realmente vão começar a sair do papel para prática, e que as demandas da região e do agronegócio serão atendidas”, avalia o vice-presidente da Aiba, Moisés Schmidt.

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções. “É a segunda vez que o presidente da Coelba vem ao oeste, trazendo respostas e anunciando esses investimentos, e nós esperamos que isso venha atender ao produtor, tanto na quantidade necessária, e também na qualidade, que é fundamental”, complementa o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.

O diretor presidente, Thiago Freire agradeceu a oportunidade e anunciou as intenções da companhia. “É uma região pujante, e do ponto de vista de desenvolvimento do agronegócio, existe uma necessidade energética urgente. A empresa está alocando os recursos necessários para, nos próximos quatro anos, aumentar cerca de 70% da capacidade de energia elétrica da região”, pontuou Guth que ainda falou de parcerias. “É um desafio também em fazer um trabalho conjunto e trazer novas linhas de transmissão e subestações da rede básica, fora do escopo da energia Coelba, uma questão mais de infraestrutura de alta tensão. Propomos fazer esse trabalho em parceria com associações locais, e ouvirmos a necessidade dos clientes e trabalhar juntos, para resolver os problemas que são comuns, tanto para associações e para o desenvolvimento da região, quanto para a própria energia”, complementou o diretor presidente, que ainda confirmou a divulgação de um cronograma da Coelba, sugerido pelos produtores rurais, para acompanhamento das ações e investimentos da companhia na região.

O segundo vice-presidente da Aiba, Seiji Mizote, os diretores, financeiro, Helio Hopp, executivo, Alan Malinski, o gerente de Infraestrutura, Luiz Stahlke participaram do momento, que também foi prestigiado pelos ex-presidentes e conselheiros, João Carlos Jacobsen, Júlio Busato, Celestino Zanela, os produtores rurais Luiz Pradella, Ildo Rambo, Elisa Zanela, e a vice-presidente da Abapa, Alessandra Zanotto. Representando a Coelba Neoenergia ainda estiveram presentes superintendentes, supervisores e engenheiros.

Fonte: Assessofria Aiba
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Cercamento de qualidade é aliado da pecuária regenerativa

Fazer uma pecuária inclusiva e regenerativa é pensar no futuro para as próximas gerações, de modo que seja possível produzir sem abrir mão da sustentabilidade, produtividade e longevidade dos nossos processos e sistemas.

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Foto: Pixabay

O ano de 2023 foi o mais quente da história, segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM). A Organização das Nações Unidas (ONU) também já indicou que 2024 deve seguir a mesma tendência. Temperaturas extremas, escassez de chuvas e períodos de secas prolongados são algumas das consequências das mudanças climáticas que vem ocorrendo devido ao aumento gradual da temperatura global. Esse aumento deve-se principalmente as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Somente o Brasil emite 3% do total mundial de GEE, de acordo com o Observatório do Clima, sendo o sétimo maior emissor do mundo, atrás de China (25%), EUA (12%), Índia (7%), União Europeia (6%), Rússia (4%) e Indonésia (4%).

Essas mudanças no ambiente oriundo do bioclima têm consequências diretas na produção de alimentos. Podendo sofrer reduções de produtividade, devido aos intemperes climáticos. Ponto este preocupante em virtude do crescimento exponencial da população mundial, que chegará a 9 bilhões de pessoas até 2050, segundo as projeções da ONU.  Fato que demanda uma ampla quantidade de alimentos principalmente as proteínas de origem animal para suprir as necessidades da população em constante evolução.

Nesse processo de produção de GEE, a agropecuária ainda é vista como vilã, apesar de suas atividades serem pioneiras no processo de mitigação de metano entérico. De acordo com a Embrapa, a pecuária brasileira está emitindo menos gás metano devido à alta produtividade dos animais. Nesse sentido, quanto mais se melhora geneticamente os animais e os torna mais produtivos, menos emissão de metano entérico temos.

Além disso, a pecuária é a atividade mais cobrada por sustentabilidade por utilizar os recursos naturais. Um relatório da consultoria Boston Consulting Group (BCG) revelou que com a utilização da agricultura sustentável, soluções baseadas na natureza e do crédito de carbono e bioenergia, seria possível diminuir ainda mais as emissões – cerca de 1,83 bilhão de toneladas até 2030. Isso sem deixar de cumprir com o papel do campo de fornecer alimentos para suprir a crescente demanda mundial.

Para continuar reduzindo as emissões, e ter ainda a pecuária para as futuras gerações, os produtores começaram a praticar o conceito de pecuária regenerativa, que visa melhorar a saúde dos solos e a saúde dos animais, bem como proteger os recursos hídricos e a biodiversidade. Um relatório sobre a prática da Pecuária Regenerativa na América Latina, mostrou que esse tipo de estratégia diminui as emissões de gases liberados pela pecuária e faz da criação de animais de múltiplas espécies, principalmente os bovinos, um componente da regeneração da biodiversidade, ampliando a oferta de alimentos indispensáveis à saúde humana.

Diante disso, esse sistema busca não só minimizar o impacto ambiental da produção animal, mas também promover um ecossistema mais equilibrado e sustentável. Ao adotar métodos de manejo regenerativos, os produtores rurais contribuem significativamente para a preservação dos recursos naturais, além de serem agentes mitigadores de gases da atmosfera.

Na prática, as produtoras e os produtores rurais plantam culturas agrícolas em consórcio, como forrageiras e leguminosas, e depois inserem animais de múltiplas espécies (bovinos, aves e suínos, por exemplo) para pastar e aerar esse solo, tendo assim melhor aproveitamento da área. Uma pesquisa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Pecuária sobre o consórcio de feijão guandu (leguminosa) e de braquiárias (plantas forrageiras) revelou uma redução de até 70% de metano, comprovando que o manejo de culturas diferentes é uma vantagem para a produção e para o meio ambiente.

Para a pecuária regenerativa ser eficiente, os pecuaristas devem ficar atentos com o cercamento também, pois este desempenha um papel importante na delimitação de áreas de pastagem e proteção dos ecossistemas. Bem construídas e duráveis, controlam o movimento e o acesso dos animais, permitindo o descanso as áreas de pastagem e protegendo os recursos naturais.

Esse processo promove práticas sustentáveis e regenerativas e, consequentemente, melhora a saúde do solo, a biodiversidade e a resiliência dos sistemas de produção animal. O uso de telas prontas, por exemplo, simplifica o cercamento e contém múltiplas espécies, sendo de fácil instalação e, além disso, pratica-se o uso de baixo carbono por justamente não necessitar de diversos tipos de cercamentos distintos.

Outro ponto interessante é a mudança do uso da cerca tradicional de arame liso de 5 fios para a cerca elétrica. Nesse processo também se economiza o uso de aço por se fazer uma cerca mais simples e de fácil instalação, com uma bitola menor dos fios, consequentemente menos carbono e aço utilizados, aplicando-se a prática regenerativa.

Fazer uma pecuária inclusiva e regenerativa é pensar no futuro para as próximas gerações, de modo que seja possível produzir sem abrir mão da sustentabilidade, produtividade e longevidade dos nossos processos e sistemas.

Fonte: Por Vanessa Amorim Teixeira, médica-veterinária, mestre e doutora em Zootecnia e analista de mercado agro da Belgo Arames.
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