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Baixo peso ao nascer influencia produtividade de matrizes

Principal causa do crescimento intrauterino retardado está ligada à superlotação intrauterina

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Muito se fala em viabilidade de leitões com baixo peso ao nascer. O assunto tornou-se corrente tendo em vista que as leitegadas só crescem, e a intenção é desmamar o maior número de animais possíveis. Na mesma medida aumentam os estudos sobre o desempenho dos leitões com baixo peso ao nascer, inclusive de animais destinados a plantel reprodutivo.

O pesquisador Diogo Magnabosco ressaltou que é evidente o aumento na produção de leitões por parto. A média tem sido de 12,3 a 12,5 leitões nascidos totais, mas nas granjas mais produtivas já chega a 14 nascidos totais, com possibilidade de aumentar ainda mais esse número. Ele explica que o aumento da leitegada carrega consigo a redução do peso de cada leitão e da mesma forma acontece um maior coeficiente de variação do peso desses leitões. Assim, quanto maior for a variação de peso desses leitões, se tem um grupo mais crítico de animais com baixo peso ao nascimento. “Esse baixo peso vai representar um risco de sobrevivência”, assinala.

Magnabosco avaliou o desenvolvimento intrauterino e as consequências no desenvolvimento dos leitões, a partir de como vai refletir no peso dos leitões ao nascimento e depois no crescimento dos animais, especialmente em relação aos animais destinados à reprodução. A começar, explica que há duas fases embrionárias. A primeira até os 35 dias, quando acontece a calcificação óssea, e na sequência há uma fase fetal a partir da calcificação. O reconhecimento materno é aos 12 dias, com a implantação desses embriões no útero. Dos 35 aos 55 dias acontece a formação das fibras primárias, que têm um caráter mais genético, e a formação das fibras secundárias, que vão ser formadas ao redor dessa fibra primária. Esse desenvolvimento é influenciado também pelo ambiente uterino. Chegando ao final dos 90 dias já estão definidos os números dessas fibras musculares, ocorrendo somente a maturação e hipertrofia a partir daí e durante o processo de vida adulta. “A programação fetal é um evento comum que acontece e tem reflexo na vida adulta dos mamíferos como um todo. As pesquisas apontam que quando há restrição alimentar na gestação em mamíferos, quando os filhos atingem idade adulta têm uma pré-disposição maior a doenças metabólitas e problemas cardíacos. O ambiente uterino determina características de desenvolvimento dos órgãos e tecidos dos animais e em decorrência dessas alterações na expressão do genoma gera efeitos sobre a estrutura, o metabolismo e a fisiologia do animal na sua vida adulta. Essa possibilidade também acontece nos órgãos reprodutivos e no eixo que controla essa fase reprodutiva”, expõe.

Desenvolvimento

Diogo Magnabosco analisa que uma possível restrição nutricional durante o desenvolvimento fetal dos animais pode afetar o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal e, consequentemente a síntese de gonadotrofinas na vida adulta, de forma que existe um background dos animais, onde eles têm a parte genética já determinada e onde o ambiente intrauterino pode afetar a expressão de alguns gens desses animais. Com isso, um animal que teria background genético similar à toda ninhada, pode ser diferente na vida adulta e ter demandas ambientais para produção e crescimento de forma diferente.

Nesse processo há um problema reconhecido como crescimento retardado intrauterino, em que é possível visualizar um possível comprometimento do desenvolvimento dos animais com relação ao tamanho. “Nem todo leitão com baixo peso ao nascimento pode ser um leitão que sofreu crescimento intrauterino retardado, porém, a gente sabe que grande parte do processo de baixo desenvolvimento intrauterino tem como consequência baixo peso ao nascer”, esclarece Magnabosco, que relata que é possível visualizar animais que têm características morfológicas diferentes e determinar que esses animais têm crescimento intrauterino comprometido.

A principal causa do crescimento intrauterino retardado está ligada à superlotação intrauterina. Quanto maior o número da leitegada, menor é o peso ao nascer e essa superlotação no útero leva à conformação de variabilidade no tamanho dos leitões e possivelmente compromete o desenvolvimento desses animais.

Sobrevivência

Uma conclusão é quase unânime nas pesquisas: leitões que têm baixo peso ao nascimento, possuem taxa de sobrevivência bastante inferior aqueles que têm um peso considerado “normal”. Diogo Magnabosco cita que, em um desses estudos foi vericado que os animais ao nascer têm diferença no peso e também após 24 horas. Nestes casos, no grau de escore de crescimento intrauterino foi demonstrado um comprometimento já no primeiro dia de vida de leitões com crescimento intrauterino retardado. “Isso tem muito a ver com o consumo do colostro desses animais. Animais que tiveram crescimento retardado intrauterino, seja ele médio ou severo, já tiveram um consumo de colostro inferior aos animais considerados normais, às 12 horas e também às 24 horas após ao nascimento. E quanto maior foi o grau de comprometimento desses leitões, menor foi o consumo de colostro”, detalha.

 

Mais informações você encontra na edição impressa de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2015 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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