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Suínos / Peixes

Bactérias probióticas: mais produtividade e melhor controle sanitário na piscicultura

Com a intensificação dos sistemas de cultivo, os animais são produzidos em condições ambientais extremas, comprometendo a ambiência, aumentando os níveis de estresse e tornando-os mais suscetíveis à patógenos oportunistas.

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Foto: Divulgação

O emprego da biotecnologia já é uma realidade no setor aquícola brasileiro, possibilitando aumento da produtividade, controle sanitário e minimização de perdas. Os probióticos são microrganismos considerados pró-nutrientes que, adicionados à dieta dos animais em pequenas quantidades e de maneira eficaz, aumentam as características desejadas e suprime as indesejadas das dietas.

A utilização de probióticos na aquicultura teve início em 1980. O interesse inicial era o seu uso como promotor de crescimento. No entanto, outros benefícios, além de nutricionais, foram observados, como o gerenciamento da microbiota intestinal, competição com bactérias patogênicas e a modulação imunológica dos peixes, ou seja, quando necessária, a resposta imune será mais rápida e efetiva. Com isso, bactérias probióticas têm sido amplamente utilizadas como parte de um manejo sanitário profilático nos mais diversos sistemas de cultivo.

Biólogo Renato Almeida

Com a intensificação dos sistemas de cultivo, os animais são produzidos em condições ambientais extremas, comprometendo a ambiência, aumentando os níveis de estresse e tornando-os mais suscetíveis à patógenos oportunistas. A dieta tem proporcionado ganhos importantes quanto ao desempenho produtivo e resistência a enfermidades. A dieta balanceada tem um papel importante no fornecimento dos nutrientes necessários para o bom desenvolvimento zootécnico dos animais, que em alguns sistemas de produção dependem totalmente de dietas industrializadas.

Além do desempenho zootécnico as dietas aquícolas buscam um papel funcional, aumentando a resistência dos animais sob estresse de cultivo a patógenos. Os probióticos são utilizados para prevenir doenças, modular o sistema imunológico e a microbiota intestinal dos animais, estimular a diferenciação de células caliciformes no epitélio intestinal e aumentar a proteção dos animais aos patógenos externos.

Em um trabalho realizado no laboratório de Patologia do Centro de Aquicultura da UNESP, tilápias foram alimentadas com probiótico contendo Bacillus subtilis (CBMAI 926) e Bacillus cereus var. toyoi (CBMAI 988) durante 60 dias. Como resultado, além do crescimento no tamanho da vilosidade, houve uma melhor resposta imunológica, após serem desafiadas com Aeromonas Hydrophila, avaliada pela respiração dos macrófagos, lisozima sérica e atividade hemolítica do sistema complemento.

Processo inflamatório

No início do processo inflamatório, durante a atividade respiratória ou burst oxidativo, os leucócitos granulares são recrutados por substâncias vasoativas e fatores quimiotáticos para atuar no sítio da inflamação, eliminando patógenos através da produção de espécies reativas de oxigênio – EROs. Algumas proteínas, enzimas e substâncias envolvidas na resposta inflamatória e produzidas durante esse processo respiratório, como o óxido nítrico (NO), não estão presentes nos macrófagos em repouso, mas são induzidas por ativação de receptores de reconhecimento padrão, em resposta às citocinas e/ou padrões moleculares associados aos patógenos. Não se observou diferença significativa nos animais do grupo controle e os animais alimentados com Bacillus subtilis (CBMAI 926) e Bacillus cereus var. toyoi (CBMAI 988). No entanto, oito horas após a infecção os animais que se alimentaram com as bactérias probióticas tiveram uma melhor resposta.

A lisozima sérica de peixes tem origem leucocitária e apresenta importância primordial no combate às infecções em peixes. Por este motivo, sua atividade tem sido frequentemente utilizada como indicadora da função imune inespecífica. Não foi observada diferença nos níveis de lisozima do grupo que recebeu o probiótico na dieta e o grupo controle antes do desafio bacteriano com A. hydrophila. Após oito horas, os animais cuja dieta foi suplementada apresentaram maiores valores deste índice em relação ao grupo controle.

As proteínas do sistema complemento se encontram inativas ou pouco ativadas na corrente sanguínea e têm como principais funções a lise da parede celular de corpos estranhos, a opsonização de patógenos e a quimiotaxia de leucócitos. Assim, como registrado para as atividades respiratórias de leucócito e lisozima, o aumento nas proteínas do sistema complemento foi observado oito horas após o desafio bacteriano.

A melhoria da resposta imune e o aumento da capacidade de absorção de nutrientes, devido ao aumento da vilosidade intestinal, refletem em melhor aproveitamento da dieta e, consequentemente, melhora nos resultados zootécnicos. A conversão alimentar aparente foi maior nos animais que não se alimentaram com probióticos nos dois períodos de avaliação, sendo com 30 e 60 dias.

O ganho de peso é um dos principais índices de avaliação do desempenho produtivo na aquicultura e a melhora no seu índice reflete na redução do tempo de cultivo dos animais até atingir o peso de abate. No experimento, a suplementação dietética com probiótico proporcionou maior ganho de massa nos animais com 30 dias de alimentação. A diferença no peso entre os grupos suplementados com probióticos e controle também foi observada até 60 dias de fornecimento da dieta experimental.

Programa BAC-Trace

A utilização de probióticos em dietas de organismos aquáticos já é uma realidade, e com os benefícios dessa inclusão será cada vez mais comum as indústrias incluírem essa biotecnologia em suas dietas. No entanto é de extrema importância que seja avaliada a qualidade da inclusão, assegurando que toda a dieta tenha a quantidade desejada de microrganismos por grama de alimento. Para isso é preciso avaliar os equipamentos utilizados no processo. Os probióticos são compostos por bactérias liofilizadas diluídas em açúcar, desse modo se tornam produtos miscíveis, necessitando ficar sob agitação o tempo todo. Com isso, é importante que os equipamentos que compõem o sistema de gordura sejam avaliados. Essa avaliação garantirá um produto com qualidade.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor aquícola acesse gratuitamente a edição digital de Aquicultura. Boa leitura!

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: renato.almeida@imeve.com.br.

Fonte: Por Renato Almeida Biólogo, PhD Gerente de Aquicultura da Imeve

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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