Avicultura
Avicultura levada a sério
Casal de Marechal Cândido Rondon, PR, retoma projeto avícola abandonado e se destaca entre os melhores produtores
Os aviários da família Appel estavam sendo colocados de lado no interior de Marechal Cândido Rondon, PR. Os anos de trabalho deixaram cansado o produtor rural Ingo Apeel, que acabou falecendo há dois anos. Foi quando a filha Lisângela e o esposo Mateus Tholken decidiram alavancar o empreendimento, que estava prestes a ser fechado. Quando assumiram as duas granjas, tinham o terceiro pior Índice de Eficiência Produtiva (IEP) entre todos os cooperados. No ano passado, chegaram a ter o terceiro melhor índice, que mede a conversão alimentar, o ganho de peso diário, a relação entre aves alojadas e abatidas, entre outros fatores. Por isso, orgulham-se, receberam R$ 1,11 por ave entregue, segundo eles, o maior valor já pago entre os integrados.
“Quando nós assumimos aqui, há pouco mais de dois anos, as granjas estavam praticamente abandonadas. Éramos o terceiro de trás para frente no Índice de Eficiência Produtiva. Nesse ano de 2017 já alcançamos o terceiro lugar geral no IEP”, conta Mateus. De acordo com a Copagril, são mais de 220 cooperados no fomento avícola, com mais de 330 granjas nos municípios da microrregião de Marechal Cândido Rondon. Todos têm o IEP mensurado.
“Decidimos participar mais da granja e fazer a coisa certa. Eu penso que se for pra fazer, tem que fazer bem feito, tem que ser extremamente profissional, pois o mercado exige isso”, sugere a produtora. “Fizemos reformas e melhorias nos galpões, contratamos um funcionário e estamos nos capacitando sempre”, diz Mateus. O casal completa três anos gerenciando as granjas em maio deste ano, com planos de investir ainda mais na atividade.
São dois aviários, no modelo de cortinas, que abrigam 15 mil aves cada. Além das reformas, frisam, a mão de obra eficiente foi decisiva para mudar da água para o vinho. “Tivemos total assessoria da cooperativa na assistência técnica. Por outro lado, contratamos um rapaz para cuidar dos aviários que nunca tinha atuado na avicultura, mas muito disposto e observador. A mão de obra é muito importante na avicultura”, aposta Lisângela.
O projeto deu tão certo que a avicultura vai ganhar mais espaço na renda de Lisângela Appel Tholken e Mateus Tholken. A propriedade com mais de 30 anos na família agora ganha um novo aviário, que praticamente vai dobrar a capacidade de produção do casal. No modelo dark house, que passa a ser adotado pela Copagril, cooperativa a que são integrados, vão produzir 28 mil aves a cada lote. Ao todo, serão 58 mil aves a cada dois meses. “Estamos apostando na avicultura para diversificar a propriedade”, cita Mateus. O casal ainda conta com 83 alqueires destinados à agricultura – soja e milho.
Tecnologia
Mateus explica que o modelo dark house vai permitir ganhos ainda maiores. “Com esse sistema, muda um pouco o manejo, pois tem mais tecnologia. É um galpão diferenciado, todo automatizado, onde podemos ter o controle de vários índices, como temperatura, umidade, entre outros”, explica. “Hoje tudo se baseia na tecnologia. Quem diria o que a gente ia fazer com um celular. Na avicultura é a mesma coisa”, encara Lisângela. “No novo aviário, vamos instalar um sistema para fermentar a cama com lona. Isso é uma necessidade”, comenta Mateus.
Ansiosa, ela não vê a hora de alojar no novo aviário. “Já era para estar pronto, mas acabou atrasando porque queríamos construir em outro local. Esperamos que a gente possa alojar próximo da metade de 2018”, destaca. De acordo com o casal, diversificação é a palavra de ordem. “Nosso projeto é de diversificação”, aponta Mateus. “Queremos fortalecer a propriedade em 2018”, reforça a produtora.
Diversificação
Mateus explica que retomaram a avicultura na propriedade como primeiro instrumento para diversificar a renda. De acordo com o produtor rural rondonense, os planos estão adiantados para que o casal ingresse também na suinocultura e na bovinocultura de corte. “Hoje não dá para depender só da lavoura de grãos. É muito arriscado. Retomamos a avicultura para diversificar. Nossa ideia ainda é fazer um crechário para suínos na outra sede da fazenda. Já estamos pensando também o projeto para iniciarmos a criação de gado de corte, a pasto e confinado”, revela o produtor rural.
Além de ter uma alternativa financeira caso haja frustrações de safra ou preços baixos, explica Mateus, a avicultura proporciona renda entrando mais vezes ao ano no caixa da fazenda. “Com as aves temos uma renda a cada dois meses, o que é muito positivo”, aponta. São seis lotes ao ano, com intervalos entre 14 e 20 dias entre eles.
Mais informações você encontra na edição de Aves de janeiro/fevereiro de 2018 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
