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Avicultura gaúcha migra para novas regiões

Produção está concentrada nas regiões da Serra e Vale do Taquari, mas Norte e Nordeste começam a ganhar destaque

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Na varanda da casa de sítio, o produtor rural Paulo Alflen, de 58 anos, confidencia: “Deixamos de aproveitar grandes oportunidades com a perda de frigoríficos que não se instalaram aqui na nossa região”. Ele se refere a uma negociação com uma grande líder do setor de aves, que há cerca de cinco anos tinha um projeto para instalar uma unidade de abate entre as regiões central e Norte do Rio Grande do Sul, mas que acabou não saindo do papel. Paulo recebeu a reportagem de O Presente Rural na propriedade que fica no município de Victor Graeff, no Norte do RS, e se mostrou um entusiasta do setor avícola para promover o desenvolvimento do agronegócio gaúcho. Para ele, é preciso expandir a produção e processamento para outras regiões, como a em que ele mora. Lideranças também apostam na expansão.

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de frangos do país, atrás apenas de Paraná e Santa Catarina, de acordo com a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). No ano passado, o setor teve seu crescimento estagnado. “Tivemos um ligeiro crescimento nas exportações na ordem de 2% em 2015, mas a produção se manteve estável, na ordem de 1,7 milhão de toneladas. Mantemos patamares que nos colocam no terceiro lugar de maior produtor do Brasil e terceiro maior exportador. Isso se deve ao empreendedorismo e produtividade do produtor, dos técnicos, dos empresários e da força de vontade. Enfrentamos diversas dificuldades, como a falta de milho e a longa distância dos grandes centros consumidores, mas o setor está entre os três principais do Brasil há muito tempo”, frisa o diretor executivo da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos.

Concentrada na Serra Gaúcha e Vale do Taquari, a atividade vem sendo expandida paulatinamente para outras regiões. “Hoje já há considerável atividade nas regiões Norte e Noroeste do Estado”, aponta Santos. Região Norte em que está inserido o produtor Paulo Alflen, que produz 74 mil frangos por lote no tipo griller e 58 mil na produção de seis semanas. São três aviários de 130 metros cada, mantidos com a integração da Cooperativa Aurora. Os animais seguem para abate a 70 quilômetros de distância, em unidade de abate instalada em Passo Fundo (RS).

Alflen conta que a atividade vem dando bons resultados, mas que recebe poucos incentivos na região onde está inserido. Ele conta nos dedos o número de avicultores em Victor Graeff. “A avicultura é uma atividade satisfatória, que viabiliza pequenas propriedades e te oferece várias rendas ao ano. Mesmo assim, aqui no município são sete avicultores ao todo. É muito pouco. É preciso mais incentivo para o produtor deixar de plantar só milho e soja para produzir também frango. É uma excelente alternativa para as pequenas propriedades como temos aqui”, justifica. “Sempre estive à frente de iniciativas para aumentar a participação da avicultura na região”, amplia.

Para o presidente da Asgav, o momento é de cautela, mas investimentos já estão previstos para o setor, como um novo frigorífico que começa a ser instalado ainda neste ano. “Temos conhecimento de novos projetos e da procura de grandes grupos com interesse em desenvolver a atividade no Estado, mas de concreto temos um projeto de frigorífico e demais etapas da cadeia produtiva na região do Vale do Taquari, que deve iniciar as instalações ainda em 2016”, garante o dirigente.

Santos explica que o momento é de otimizar processos e que novos projetos de expansão devem ser melhor definidos a partir de 2017. “Com o atual cenário econômico e político, o setor está cauteloso. Devemos manter os patamares de produção de 2015, com possível e ligeiro aumento nas exportações na ordem de 3 a 4%”, revela.

 

O restante da matéria você pode conferir na versão impressa de O Presente Rural abril/maio de Aves ou na versão online.

Fonte: O Presente Rural

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Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

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O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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