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Avicultura de postura está pronta para avançar ao mercado externo

Para diretor-executivo da Asgav, setor produz bem e com qualidade, e agora é preciso pensar em começar a atender o mercado externo, e não somente interno

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Arquivo/OP Rural

A avicultura de postura, assim como os demais setores do agronegócio, também foi afetado pela pandemia causada pelo Covid-19. O medo de desabastecimento fez com que a população buscasse, no início, a proteína de uma maneira desenfreada. Agora, o cenário muda um pouco e o setor de ovos vem se adaptando a nova realidade, conquistando cada vez mais o seu espaço no prato e gosto do consumidor brasileiro.

 Segundo o diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e coordenador do Programa Ovos RS, Eduardo Santos, logo no início da pandemia, quando saíram os primeiros decretos de calamidade pública, houve pânico por parte da população que buscou muito pelo ovo. “Este é um alimento eleito pela população como o mais adequado para suprir as necessidades de refeições, porque o ovo é versátil, permitindo que diversas receitas sejam feitas a partir dele, como massas, omelete, bolo, salada, entre outros”, diz.

Santos explica que por possuir estas propriedades nutricionais e funcionais, acabou sendo escolhido como alimento curinga para estocagem. “Eu mesmo fui visitar mercado para ver in loco o que estava acontecendo. O que eu vi foram prateleiras que antes estavam sempre cheias, vazias”, lembra. Porém, ele ressalta que esta foi uma realidade vista e sentida somente no início da pandemia, em meados de março. “Houve um encontro de situações alarmantes e calamitosas que culminaram nessa busca desenfreada e no aumento excessivo dos preços do ovo”, comenta.

Além da pandemia, houve ainda a estiagem no Rio Grande no Sul, que o fez com que houvesse o aumento dos preços doa grãos. “Tudo isso fez com que os preços dos ovos subissem a patamares nunca vistos antes. Porém, nesse período já fizemos estudos de avaliação da situação, o que nos permitiu ver que por conta disso houve quebra na rotina de logística do setor de produção de ovos, que fez com que os preços também subissem”, informa. Santos explica que a logística da avicultura de postura é diferente da de corte, onde o produto pode ser estocado em câmaras frias ou caminhões frigoríficos. “A logística de ovos segue mais de um plano de entrega de acordo com a produção nas granjas, e como houve estas buscas desenfreadas, acabou quebrando essa rotina e o setor não conseguiu em tempo recorde reabastecer os supermercados”, explica. Por conta disso, diz, houve o efeito da oferta e procura, o que fez com que saltasse os preços da proteína

Santos informa que pelo setor estar analisando o mercado foi possível ver que essa realidade não duraria por muito tempo. “Previmos que em um período mais para frente, de três a quatro semanas, essa situação de reposição, a rotina de logística e tudo o mais voltaria ao normal, assim como o preço dos ovos”, declara. Ele lembra que no início de abril os preços dos ovos começaram a recuar e a ficar em patamares mais realistas. “Mesmo assim tivemos o cuidado em informar a população e os órgãos de fiscalização do consumidor para evitar outro tipo de interpretação por parte das pessoas, de que estaríamos nos aproveitando da crise para especular. Mas não foi o que aconteceu, tanto que divulgamos na época, através de uma nota, que em três semanas os preços voltariam a patamares conhecidos e foi o que aconteceu”, diz.

De olho no mercado externo

A liderança comenta que o consumo de ovos no Brasil vem se aquecendo cada vez mais. Ele cita que no Rio Grande do Sul, por exemplo, o consumo de ovo está em 257 unidades/per capita/ano, número inclusive acima da média brasileira, que chega a 230 unidades/per capita/ano. “Todos esses fatores vem impulsionando e sustentando o mercado de ovos”, afirma.

Porém, um alerta dado por Santo foi que o consumo não vai acompanhar a necessidade de aumento de produção. “Vai chegar um momento em que precisamos ampliar a nossa participação no mercado externo. Temos empreendimentos surgindo no setor, indústrias estabelecidas e ampliando a plataforma de produção de ovos líquidos, em pó, processados, trazendo novos produtos, aromatizados, com sabor, novas embalagens. Isso está trazendo também novos investidores para o setor. Mas o consumo interno não vai acompanhar isso”, menciona.

Ele diz que é importante lembrar que o Brasil possui outras proteínas também, não somente o ovo. “Temos que ser bem justos e coerentes e nós precisamos sim unirmos esforços, nos conectarmos com outras entidades, como a ABPA, e estaduais, que estão nas ações de promoção e incentivo para consumo de ovos, e fazer uma frente e começar a trilhar esse caminho para o mercado externo. Essa será a nossa saída para o futuro, senão, vamos estagnar, porque o nosso consumo interno vai atingir um patamar máximo e não vai passar daquilo”, diz.

Para Santos, o que deu para o setor uma certa estabilidade, mas que não deixa de lado o estado de alerta, é que o ovo continua sendo uma das proteínas mais acessíveis em matéria de preço e tem uma produção abundante. “Nosso setor, por ser uma atividade essencial em produção de alimentos, por mais que fechem estabelecimentos comerciais, continua produzindo e as pessoas precisam se alimentar”, comenta. Ele afirma que é preciso somente observar como vai ficar a situação econômica das pessoas. “Vamos ultrapassar a casa dos 12 milhões de desempregados, vamos ter o fim do voucher corona, que deu uma estabilidade. Mas vamos encontrar ali na frente, se não houver uma retomada imediata, dificuldades econômicas das pessoas e de grandes consumidores, como os supermercados, confeitarias, entre outros”, conta.

A liderança comenta que o setor tem uma certa estabilidade e que vai continuar produzindo. “Vamos continuar rodando produto, mas não sabemos como vai ser o efeito econômico que virá pela frente. Com isso, temos que estar atentos, em alerta, para buscar uma maior participação no mercado externo para o setor não sofrer nem um tipo de entrave ou retrocesso econômico nos próximos meses”, avisa.

Programa de certificação

Para alcançar o mercado externo como desejado, uma ação que vem sendo desenvolvida é o Programa de Certificação de Ovos. Segundo Santos, a ideia é lançar no ano que vem este programa inédito no Brasil, desenvolvido em modalidade de parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “A ideia é certificar todas as modalidades de produção, como ovos orgânicos, free range, caipiras, convencional e ovos de codorna”, explica.

Ele conta que foi um longo trabalhado desenvolvido, bastante consistente com muita pesquisa, avaliação de legislações, tanto nacional quanto internacional, além de ter a participação de empresas parcerias do setor que detém tecnologia de informação e da Embrapa. “Devemos assim no final do ano validar essa certificação e começar a operar com ela no próximo ano”, diz.

Santos comenta ainda que esta é uma certificação aberta para interessados de todo o país. “O certificador será o Senai e vai ser aberta para todos. Já tem pessoal interessado de diversos Estados. A ideia é compartilhar, se lapidar e chegar ao ponto de sermos credenciados para cada vez mais chamar a atenção do mercado externo para o nosso produto”, finaliza.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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