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Avicultura de corte deve fechar o ano com queda na produção

Diversos fatores internos impactaram na perda de competitividade da produção de aves e de suínos, segundo ABPA

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O ano de 2018 tem marcado um dos momentos mais críticos da história para os produtores de aves, ovos e de suínos do Brasil. A suspensão de plantas brasileiras exportadoras de carne de frango pela União Europeia, a continuidade do bloqueio russo à carne suína, a instituição de novos critérios halal por países Árabes e a aplicação de equivocadas medidas de direito antidumping pela China foram alguns dos fatores que colocaram o setor em um período desafiador, cujo ápice ocorreu no fim de maio, durante a greve dos caminhoneiros. Diversos fatores internos impactaram na perda de competitividade da produção de aves e de suínos. Essa é a opinião da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que divulgou em agosto um panorama dos setores no Brasil em entrevista coletiva na cidade de São Paulo, SP.

“Neste contexto, destacam-se a elevação dos custos de produção, especialmente pela alta do milho e do farelo de soja. No caso do milho, a elevação média é de 53% em relação ao mesmo período do ano passado (comparação com agosto de 2017). Já a alta da tonelada de farelo de soja supera 43%. O fator cambial e a redução da oferta de grãos nesta safra impactaram substancialmente este quadro. Como consequência direta desta elevação – além do fato da elevação do preço do transporte – foi o anúncio de importação de milho de países do Mercosul, ocorrido no início deste semestre”, posiciona-se a ABPA.

E segue: “O tabelamento do frete também é um fator de perda de competitividade. A greve dos caminhoneiros mostrou ao Brasil a grande dependência da avicultura e da suinocultura da logística rodoviária. Utiliza, para isto, transportes dedicados – por questões sanitárias – tanto para animais, quanto para produtos. Exatamente por isto, são transportes fidelizados, majoritariamente em distâncias curtas. Com a nova tabela, o custo logístico dos setores apresenta uma elevação média de 35% – chegando próximo de 80% em algumas modalidades, como o transporte de ração”.

Com a somatória destes fatores – tabelamento de frete e elevação dos custos de produção –, avalia a entidade, os preços das carnes e outros produtos de aves e de suínos tendem a aumentar por volta de 15% para o consumidor final.

A Associação ressalta que “as perdas poderiam ser maiores não fosse a forte diversificação de mercados importadores da proteína animal do Brasil. No mercado internacional, grande parte das exportações que antes eram destinadas à Rússia tiveram países da Ásia (China e Hong Kong) e da América do Sul (Chile, Uruguai e Argentina) como destino. Para a carne de frango, China, México, Iêmen, Emirados Árabes Unidos e outros mercados reduziram os impactos do embargo europeu.

Produção e exportação menores

A produção de carne de frango deverá apresentar redução entre 1 e 2% neste ano, em relação às 13,058 milhões de toneladas produzidas em 2017, girando em torno de 13 milhões de toneladas, aponta a ABPA. “Esta redução é puxada pela diminuição no alojamento de pintos de corte, estimada entre 3% e 5%, impactando na oferta disponível de carne de frango”, justifica. No início de 2018, a projeção inicialmente traçada pela ABPA era de crescimento entre 2 e 4%. O consumo per capita estimado para este ano é de 42 quilos (em 2017 foram 42,07 quilos)

As exportações de carne de frango deverão retrair entre 2 e 3% neste ano em relação às 4,32 milhões de toneladas embarcadas em 2017, alcançado neste ano 4,2 milhões de toneladas. No início de 2018, a projeção inicialmente traçada pela ABPA era de crescimento entre 1 e 3%.

As exportações brasileiras de carne de frango alcançaram 463,1 mil toneladas em julho. O número, 20,6% superior às 384 mil toneladas exportadas no sétimo mês de 2017, é o maior fluxo mensal de embarques já registrado na história do setor. Para agosto, a estimativa de exportação superava 400 mil toneladas, o que deve colocar a média mensal de exportações deste ano próxima das médias históricas registradas em 2016 e 2017.

O desempenho nas exportações gerou receita de US$ 711,1 milhões, saldo 15,7% acima do alcançado em julho do ano passado, com US$ 614,8 milhões. Com o número significativamente maior das exportações do mês passado, o saldo dos embarques registrados em 2018 reduziu os níveis de perdas acumuladas na comparação com o ano anterior.

Entre janeiro e julho deste ano foram exportadas 2,3 milhões de toneladas, volume 8,2% abaixo das 2,505 milhões de toneladas efetivadas nos sete primeiros meses de 2017 (entre janeiro e junho, a retração era de 13,5%). A receita das vendas internacionais neste ano totalizou US$ 3,675 bilhões, número 12,4% menor que os US$ 4,197 bilhões obtidas no ano passado.

Principal destino, a Ásia importou 790 mil toneladas entre janeiro e julho (+1,4%). Para o Oriente Médio, na segunda posição, foram embarcadas 752,1 mil toneladas (-10%). Os países da África, com 323,4 mil toneladas (-15,2%), União Europeia, com 139,5 mil toneladas (-29,2%), das Américas, com 188,9 mil toneladas (+8%), Europa Extra-UE, com 60 mil toneladas (-26,9%) e Oceania, com 1,2 mil toneladas (-3%) completam a lista.

Mercado de ovos cresce 10%

A produção de ovos deve apresentar elevação de até 10% neste ano em relação às 39,9 bilhões de unidades produzidas em 2017, chegando a 44,2 bilhões de unidades. O consumo per capita estimado para este ano é de 212 unidades – em 2017 foram 192 unidades. No início de 2018 a projeção inicialmente traçada pela ABPA era de estabilidade.

As exportações de ovos totalizaram 5,8 mil toneladas entre janeiro e julho, volume 59% superior às 3,66 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2017. Em receita, houve aumento de 84%, com US$ 9,33 milhões de dólares este ano, contra US$ 5,07 milhões em 2017.

Mais informações você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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