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Avicultura Segundo especialista

Avicultura brasileira precisa ser mais eficiente para não perder mercados externos

Para médico veterinário, doutor Fabrício Delgado, Brasil vem perdendo mercado para outros países, mas precisa enfrentar gargalos para se tornar mais eficiente quanto aos concorrentes

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A avicultura tem se tornado um dos principais setores do agronegócio brasileiro. Atualmente, o país ocupa a segunda colocação na produção mundial de aves (15%) e a primeira na exportação (37%). Manter esta posição é o que tem desafiado todo o setor nos últimos anos, desde o produtor até a indústria. As mudanças nos hábitos do consumidor, legislação e, até mesmo, mudanças dos mercados importadores são fatores que têm influenciado o mercado de aves brasileiro.

O médico veterinário e consultor doutor Fabrício Delgado falou sobre o “mercado de carnes – tendências e exigências dos principais mercados consumidores” durante o 2° Fórum Técnico de Abate, realizado pela Ceva Saúde Animal, em Toledo, PR. Segundo ele, atualmente o mercado é baseado, principalmente, em dois mundos que começam a intervir de maneira significativa nos hábitos alimentares mundiais, que é o food service e o varejo. “Estes são dois mercados que começam a determinar produtos e sistemas”, inicia.

Delgado comenta que atualmente a avicultura brasileira vem trabalhando de uma forma a dar maior sustentabilidade para toda a cadeia, algo fundamental para o bom funcionamento de todos os envolvidos nela. “Já vemos nutrição com uma sofisticação interessante, refletindo na qualidade do que produzimos. Já começamos a entender bem-estar animal sendo uma prerrogativa de sucesso para qualquer atividade, começamos também a trabalhar sanidade e meio ambiente controlados e isso focando no desempenho e conforto das aves”, diz.

Para o médico veterinário, o Brasil é muito relevante dentro do mercado da avicultura. “E isso é mérito para quem trabalha, porque nós produzimos muito bem. A nossa avicultura é sim de ponta, porque se não fosse não estaríamos atendendo todos os mais de 120 mercados para os quais exportamos”, afirma. Delgado diz que a exportação é muito necessária dentro do contexto da produção brasileira. “Mesmo aqueles que não exportam precisam torcer para quem exporta continuar crescendo, porque precisamos ter um equilíbrio dentro da cadeia”, comenta.

Barreiras comerciais e consumidor

Um problema quanto a mercado enfrentado pelo Brasil, segundo o médico veterinário, é que muitas barreiras que são impostas ao país são comerciais e não por algum problema apresentado pelo produto brasileiro. O consultor mostra usando a salmonella como exemplo: “Em um estudo feito pela União Europeia entre 2012 a 2013 eles catalogaram os problemas por infecção em humanos que chegou ao ponto do que causou o problema. E aqui temos um dado interessante: 44,9% dos problemas por infecção de salmonella foi oriundo de ovos, logo em seguida, com 10,5%, veio o chocolate; depois vem a carne suína com 8,9% e então vem a carne de frango, com 5,1%, assim como a carne bovina”, apresenta.

Ele comenta que mesmo o frango sendo um agente causador da salmonella, não é o principal se a grande preocupação for a segurança alimentar. “Isso porque sabemos que quase ninguém come carne de frango malpassada, e isso faz com que o problema se reduza bastante”, afirma.

Delgado comenta que atualmente o que tem se buscado muito é a satisfação do cliente quanto ao produto que ele está consumindo. “A qualidade do alimento não é mais somente para o consumidor ter uma boa aparência, bom sabor e ser seguro. O que ele busca é uma cadeia sustentável e transparente”, diz. Estes fatores citados pelo profissional que o consumidor busca é o que o mercado deve utilizar como argumento de venda. “Quando retiramos os antibióticos como promotores de crescimento, podemos utilizar isso como um argumento”, afirma.

Mercado brasileiro

Segundo Delgado, o Brasil está vivendo uma situação em que a exportação para mercados bons pagadores, como é o caso da Europa, o país perdeu espaço. “Nós já fomos o maior exportador para a Europa. Já exportamos mais de 500 mil toneladas ao ano. Agora, não vamos exportar nem 200 mil. Então, estamos perdendo estes mercados para outros países”, afirma.

O médico veterinário comenta que neste ano surgiu uma oportunidade para as exportações brasileiras, que foi o surto de peste suína na China. “Se formos pensar há 10 anos, os nossos maiores importadores de carne de frango era o Japão, já tivemos a Arábia Saudita e hoje temos a China. Se pegarmos China e Hong Kong, os dois tem quase 40% do volume de exportações brasileiras”, diz.

Por conta destes volumes de exportação é que Delgado reitera que aquelas empresas que não exportam precisam se preocupar com aquelas que exportam. “Porque o consumo de carne de frango brasileiro já está em um patamar muito avançado. Para a nossa indústria continuar crescendo é preciso exportar, porque se pegarmos o mercado interno, nós já consumimos como um país desenvolvido”, argumenta.

Mas, como comentando anteriormente, o médico veterinário afirma que é preciso que o Brasil seja mais competitivo, uma vez que vem perdendo mercado para outros países. “Se pegarmos desde 2009 até 2017, a participação do Brasil em termos de exportação de carne de frango vem caindo. A gente vem caindo para países que às vezes idolatramos ou achamos que são melhores que nós”, diz. Ele afirma que a Tailândia, por exemplo, que é um país muito menor que o Brasil, hoje exporta mais para a Europa do que nós. “Eles produzem bem menos, e como já tive a oportunidade de trabalhar lá, eu sei, que não é aquelas maravilhas não. Então, todos do setor devem ter essa preocupação”, afirma.

É preciso ser mais eficiente

Para Delgado, a questão sanitária para a indústria é uma questão de alta relevância. “A qualidade realmente tem um papel decisivo dentro da cadeia. Começamos a ter outros indicadores que estão fazendo parte do processo e precisam ser vistos, como a mortalidade no transporte, densidade, bem-estar animal, animais mal sensibilizados, antibióticos, jejum alimentar, entre outros”, comenta. Segundo ele, a responsabilidade é de todos, uma vez que problemas que pode haver no campo também acabam afetando a todos. “A genética é um fator decisivo, assim como o apanhe, equipamentos, ambiente, ração, funcionários, cama de aviário, veículos adequados para transporte, vacina, qualidade dos grãos e outros”, acrescenta. “Nós precisamos tirar 10 em tudo dentro dessa cadeia”, afirma.

Um dado interessante trazido pelo médico veterinário é quanto a competitividade do setor. “Nós ainda somos mais competitivos que os Estados Unidos, por exemplo, que é o maior produtor de aves do mundo. Mas dentro do frigorífico as nossas perdas são maiores. Temos alguns gargalos, principalmente quanto a transporte e os custos do transporte rodoviário”, comenta.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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