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Avicultores trabalham no vermelho, apontam dados levantados pelo Sistema FAEP

Levantamento de custos de produção mostra que se considerados os custos operacionais e a remuneração do capital, produtores do Estado estão no prejuízo

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Arquivo/OP Rural

Os avicultores do Paraná estão com as contas no vermelho. É o que aponta o levantamento dos custos de produção da avicultura, realizado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, entre os meses de maio e agosto, nas quatro principais regiões produtoras do Estado: Campos Gerais, Norte, Oeste e Sudoeste. O prejuízo é constatado em quase todos os locais, tanto no tipo pesado quanto no griller, quando considerados na conta os custos variáveis, operacionais e a remuneração sobre o capital.

As informações foram coletadas em três etapas, ao longo dos últimos três meses. A primeira foi o preenchimento de planilhas pelos produtores, com base em suas respectivas realidades. Em seguida, uma série de encontros reuniu avicultores e representantes de indústrias e empresas relacionadas à cadeia produtiva. Nessa etapa foram feitos ajustes e confirmações de dados. Por último, ocorreu a compilação dos números para apresentação do resultado final.

Para o presidente da Comissão Técnica (CT) de Avicultura da FAEP, Carlos Bonfim, o levantamento é fundamental para o produtor ter a real noção de quanto está desembolsando para manter a atividade em funcionamento e como pode melhorar a gestão. “Este levantamento já é feito há alguns anos e sempre fomos muito bem recebidos pelos produtores, porque conseguimos realmente levantar o nosso custo, apontar no que se está gastando mais dinheiro, em que item o custo está mais alto e uma série de outras informações importantes para a melhor tomada de decisões”, explica.

O mestre em economia rural Ademir Francisco Girotto, responsável pela metodologia utilizada no levantamento dos custos de produção, faz um balanço positivo do levantamento de custos e reconhece o empenho dos produtores, empresas e demais profissionais envolvidos. “É importante que haja uma instituição com o respeito do Sistema FAEP/SENAR-PR para tocar um trabalho como esse, sério e confiável. Porque a indústria tem todos os seus parâmetros e nossos dados têm que ter credibilidade. Nesse sentido, o retorno foi positivo, conseguimos entregar resultados sólidos”, avalia Girotto.

Em relação aos resultados, o especialista alerta que é preciso que os avicultores tenham em mente que quanto mais dados os produtores gerarem no seu dia a dia, com base em suas respectivas realidades, mais otimizada será a sua gestão e os números para negociar com a indústria. “Vimos que praticamente todos os aviários estão trabalhando com prejuízo considerando o longo prazo. Mesmo naqueles em que os custos operacionais são cobertos, isso permite pensar apenas na viabilidade a médio prazo, pois em uma análise com um prazo maior o capital está sendo corroído”, alerta.

Efeito prático 

O levantamento dos custos de produção já trouxe um efeito prático para o dia a dia dos produtores da região dos Campos Gerais, onde Bonfim atua também como produtor. “Para você ter uma ideia de como esses dados são respaldados, levamos os números para a reunião da Cadec. Falamos com representantes da indústria, que oficializou, no dia 12 de agosto, um aumento de 6%, porque nosso repasse estava muito abaixo. Isso com base nesse levantamento agora”, compartilha a liderança rural.

A estratégia utilizada foi confrontar os pagamentos praticados em diferentes regiões. “Com base nos números, nós questionamos o porquê de no Sudoeste ser praticado um preço e para nós ter R$ 0,15 de diferença no valor pago por cabeça, pois o custo de produção aqui ou lá é praticamente o mesmo”, detalha. “Nunca na história tivemos um aumento de 6%. E isso só conseguimos porque pudemos mostrar, ao longo dos anos, com o levantamento dos custos, o quanto nossas unidades recebem menos que as outras regiões. Os números permitem um parâmetro de como está nossa região perante as outras”, reflete.

Além do reajuste imediato, também houve um compromisso da empresa de mais uma melhora dos valores pagos aos produtores, caso algumas metas sejam cumpridas até o começo de 2020. “A promessa da agroindústria é, em fevereiro, caso os resultados sejam positivos, uma equiparação com a região Sudoeste, valor mais alto para o frango griller no Paraná. Só com números com esse nível de detalhamento e seriedade é que podemos questionar”, reafirma.

O que são as Cadecs? 

As Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs) são espaços para negociações equilibradas com representantes dos produtores e das agroindústrias integradoras. Cada Cadec precisa ter em sua composição dez membros titulares e dez suplentes, sendo metade pelo lado dos pecuaristas e a outra parte da empresa. Com o trabalho conjunto de produtores e agroindústrias, esses espaços de diálogo já se tornaram referência no Paraná e modelo para todo o Brasil. Atualmente, das 32 plantas industriais existentes no Estado, 21 possuem Cadecs formadas.

Produtores relatam dificuldades

Ilseu Peretti, avicultor em Chopinzinho, no Sudoeste do Paraná, tem quatro aviários, com 2,4 mil m² cada e capacidade para alojar 190 mil frangos griller no total. O produtor revela que a região como um todo sente dificuldades na avicultura. “Não nos agrada o que estamos recebendo. Se levarmos em consideração o capital e a depreciação, nós estamos trabalhando com prejuízo. Mas a gente sempre foi paciente, sabendo que a indústria também está no vermelho com todas essas crises dos últimos três anos. Mas nossa ideia agora é tentar negociar, já que existe um cenário de expectativas mais positivas”, revela.

Peretti enfatiza que a planilha de custos, nesse sentido, é uma ferramenta de suma importância. “Mostra a verdadeira situação. Com essa ferramenta, conseguimos discutir com a empresa a realidade, não só a minha como a de todos. E aqui na nossa região, não é generalizado, mas já teve casos de produtores pedindo ajuda para negociar dívida porque não estão conseguindo honrar seus compromissos”, situa.

Também produtor de frango griller, Guilherme Jonker Junior aloja 360 mil aves no município de Castro, nos Campos Gerais. Na sua percepção, muitas vezes os produtores pensam não estar no prejuízo por não controlar de forma efetiva seus gastos. “Um exemplo é que o produtor trabalha no próprio aviário e por isso, muitas vezes, não considera que tem direito a um pró-labore ou o filho a um salário. O mesmo acontece com a lenha retirada da própria propriedade por aqueles que possuem plantações de eucalipto. É preciso considerar o valor de mercado, afinal está produzindo o insumo”, cita.

José Carlos Spoladore, produtor de frango pesado em Cianorte, no Norte do Paraná, tem quatro aviários que alojam no total 120 mil aves. “Não vivemos momentos de glória. Essas informações são uma maneira de sabermos como estamos trabalhando e, assim, negociar com a integradora”.

Vilão dos custos variáveis 

A mão de obra aparece como o principal “vilão” dos custos variáveis dos produtores de aves no Paraná. No município de Londrina, por exemplo, na produção de frangos pesados em galpões de 160×16 metros, o gasto com funcionários representa 27,44%. No caso dos frangos griller, em Cambará, num aviário de 150×16 metros, os gastos com salários e encargos trabalhistas totalizam 32,56%. Os números confirmam a percepção dos produtores em relação a esse assunto. “Hoje, o principal problema é a legislação trabalhista. No geral, questões de horário, folga, insalubridade são o que mais onera e o que mais preocupa o avicultor”, destaca Carlos Bonfim, presidente da CT de avicultura.

Fonte: Sistema FAEP

Notícias Livre de imprevistos

Empresas agrícolas apostam em tecnologia para aumentar produtividade e segurança

O uso de câmeras de segurança inteligentes, permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

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Nos últimos anos, o setor agrícola brasileiro tem investido cada vez mais em diferentes tecnologias. O objetivo é ampliar a forma de monitorar as plantações em tempo real, para saber exatamente sobre o período ideal para plantio, irrigação e colheita, sendo instrumentos que funcionam como importantes aliados para o trabalho na agricultura.

Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também se fazem necessários nas propriedades visando a segurança destes espaços, com o objetivo de garantir que o patrimônio esteja livre de imprevistos.

Pensando nisso, apresentamos este artigo para você, que possui empresas agrícolas, ou propriedades, e ainda está em dúvida sobre quais os tipos de tecnologia poderá investir para aumentar a sua produtividade e segurança.

Melhorando o desempenho das plantações

Existem diversas tecnologias voltadas exclusivamente para fornecer melhorias para as propriedades rurais, com o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que se tornaram aliados para o desenvolvimento agrário.

Um dos exemplos a serem destacados é voltado à agricultura de precisão. Através de dados de GPS, imagens de satélite e sensores, é possível avaliar a qualidade do solo e das diferentes culturas existentes na fazenda. O objetivo é garantir a aplicação adequada de sementes, fertilizantes, defensivos e outros insumos, de modo a garantir a eficiência da produção.

Atualmente, a conectividade nas propriedades já é uma realidade. E a internet das coisas (IoT) se torna uma importante aliada. Através da instalação de sensores no solo, em plantas e máquinas, é possível coletar dados em tempo real sobre a temperatura, umidade, níveis de nutrientes e condições climáticas. Isso permite um manejo eficiente para a irrigação da região, além de detectar determinados problemas precocemente.

Da mesma forma, tecnologias como inteligência artificial e big data se somam juntos às melhorias para o setor agrícola, através do uso de algoritmos de IA para analisar grandes volumes de dados sobre o andamento das culturas plantadas, fazendo com que os produtores tenham real noção de lidar com o seu plantio de acordo com a demanda exigida.

E isso também soma-se a equipamentos modernos e automatizados, como os tratores e colheitadeiras autônomos, que fazem o trabalho no campo por 24 horas por dia, garantindo a redução de custos operacionais. Outro exemplo pode ser visto com os drones, que através de câmeras e sensores, fazem o monitoramento aéreo das lavouras, para localizar áreas que necessitam de maior cuidado.

Segurança como aliada ao setor

Atualmente, se tornou cada vez mais necessário que as empresas agrícolas também invistam em segurança, para proteger sua plantação, maquinário, e até mesmo as pessoas que estão trabalhando nas propriedades. Pensando nisso, também há tecnologias que contribuem com a segurança no setor.

Um dos exemplos está justamente no sistema de reconhecimento de placas de veículos. que ajuda a identificar todos os veículos que estiverem dentro das instalações das propriedades. Além disso, estes dispositivos são essenciais para fiscalizar e monitorar atividades suspeitas nos locais fechados, com o objetivo de oferecer resposta imediata em caso de possíveis ameaças.

Outro recurso que vem ganhando espaço é o uso de câmeras de segurança inteligentes, capazes de detectar comportamentos anormais, movimentos fora do padrão ou a presença de pessoas em áreas restritas. Essas câmeras permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

Há também o caso dos softwares de gestão agrícola, que se tornam aliados para a avaliação de riscos dentro da área de cultivo, tornando o ambiente mais seguro para os trabalhadores, de modo a garantir a execução dos serviços de acordo com as normas regulatórias.

A rastreabilidade também entra no processo, com o uso de ferramentas como o blockchain, responsáveis pelo rastreio da origem e do percurso dos produtos agrícolas. O objetivo é aumentar a transparência de toda a cadeia de suprimentos até o consumidor final, gerando segurança alimentar.

Conclusão

Investir em tecnologias para o setor agrícola é uma necessidade de grande importância, principalmente para a melhora da produtividade e segurança das operações. Isso traz credibilidade às propriedades que estão mais atentas às necessidades do mercado, com a realização dos trabalhos de forma eficaz.

Portanto, é fundamental que os proprietários de áreas agrícolas estejam cada vez mais atentos às necessidades de mercado, de forma a ampliar a sua gama de clientes, e a crescer suas vendas.

Fonte: Assessoria e comunicação
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Estreia de filme sobre Aury Bodanese será transmitida pelo O Presente Rural

Longa-metragem “Antes do Nascer do Sol” terá lançamento nacional ao vivo nesta terça (18), a partir das 19h. A obra reconstrói a trajetória e o legado de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro e referência no desenvolvimento do agronegócio catarinense.

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O filme “Antes do Nascer do Sol”, que narra a trajetória de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro, estreia oficialmente nesta terça-feira (18), às 19 horas. A transmissão ao vivo está programada para começar às 18h57 e você pode conferir no canal de YouTube de O Presente Rural.

Mais de 20 plataformas de comunicação, distribuídas em quatro estados, vão acompanhar o evento simultaneamente, ampliando o alcance da produção cultural. O lançamento marca um dos maiores movimentos de difusão audiovisual já realizados por um grupo regional de mídia no Sul do país.

Criado por Osnei de Lima e Julmir Cecon, o longa-metragem reconstrói a vida, a obra e o impacto de Bodanese no desenvolvimento do agronegócio catarinense e nacional. O roteiro destaca a atuação dele na consolidação do modelo cooperativista na região Oeste, reconhecido por transformar pequenas propriedades e fortalecer cadeias produtivas como leite, suínos e aves.

A direção de marketing do projeto é assinada por Fernanda Moreira, do Grupo Condá, responsável por coordenar a estratégia que conectou veículos de comunicação e plataformas digitais para o lançamento simultâneo.

Fonte: O Presente Rural
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Relação de troca melhora e abre espaço para antecipação de compras de fertilizantes, aponta Itaú BBA

Após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca entre fertilizantes e os principais produtos agrícolas brasileiros apresentou melhora contínua nos últimos três meses e voltou a níveis próximos da média histórica para nitrogenados e potássicos. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, no relatório divulgado nesta terça-feira (18), referente novembro de 2025, que aponta um cenário mais favorável para produtores planejarem a safrinha de 2026 e até iniciarem compras para a safra de verão de 2027.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Segundo os analistas, após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais. O MAP atingiu a mínima do ano, e a ureia voltou a patamares semelhantes aos de 2024

Fosfatados ainda pesam

Com a queda das cotações, a relação de troca melhorou para a maior parte das culturas, refletindo um equilíbrio maior entre custo dos insumos e preços agrícolas. Ainda assim, os fertilizantes fosfatados continuam acima da média histórica, mantendo pressão sobre operações que dependem de maiores doses de MAP e similares.

A única exceção é o café: com as cotações do grão em forte alta ao longo de 2025, o setor registra as melhores relações de troca já

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

observadas no histórico da consultoria, o que torna a compra de fertilizantes particularmente atrativa para os cafeicultores

Fontes mais baratas e diluídas

O relatório destaca um movimento estruturante no mercado brasileiro: o avanço do uso de fertilizantes com menor concentração do macronutriente, mas preço mais competitivo por ponto percentual de N ou P₂O₅.

Nos nitrogenados, o sulfato de amônio (SAM) passou a oferecer melhor custo por unidade de nitrogênio do que a ureia, atraindo demanda adicional. Entre os fosfatados, o supersimples (SSP) ganhou espaço pela menor cotação nominal, seguido do supertriplo (TSP), que também avança em relação ao tradicional MAP

O efeito já aparece nas importações: entre janeiro e outubro de 2025, pela primeira vez o Brasil importou mais SAM que ureia, e mais SSP do que MAP, um marco inédito nas duas cadeias

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Oportunidades para safrinha de 2026

Com as relações de troca mais favoráveis e preços recuados, o Itaú BBA avalia que há espaço para acelerar as compras da safrinha de inverno de 2026, que estão atrasadas. Os analistas também citam a possibilidade de produtores iniciarem, desde já, a montagem do pacote tecnológico para a safra 2027, aproveitando o momento de maior previsibilidade de custos

Câmbio segue como ponto de atenção

Apesar da queda nas cotações internacionais de ureia, MAP e KCl, o relatório lembra que a taxa de câmbio continua sendo um fator determinante na formação de preços internos. Movimentos do dólar frente ao real podem neutralizar parte da competitividade obtida pela retração externa dos fertilizantes, especialmente em um momento marcado por instabilidades macroeconômicas globais

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro do Itaú BBA
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