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Avicultor Mais 2025 encerra com debates sobre sanidade, nutrição e mercado de frangos e ovos

Com mais de 5 mil participantes e uma programação técnica robusta, evento celebrou os 70 anos da Avimig e projetou expansão para multiproteínas a partir de 2027.

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Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

O segundo e último dia do Avicultor Mais 2025 foi marcado por uma intensa agenda técnica voltada à avicultura de corte e postura, com destaque para temas estratégicos como nutrição, sanidade, marketing, consumo e políticas públicas. A programação, que reuniu especialistas de renome nacional, reforçou o compromisso do evento com a atualização profissional e o fortalecimento do setor avícola.

Na abertura do painel de avicultura de corte, o engenheiro agrônomo e mestre em Zootecnia, Emílio Mouchrek, abordou uma das questões mais práticas do manejo: o material de cama. “A escolha da cama influencia diretamente o desempenho das aves, a qualidade do ar no aviário e o bem-estar animal. É uma decisão técnica que impacta a produtividade e os custos”, destacou.

Em seguida, o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, compartilhou a vivência do setor produtivo no enfrentamento da Doença de NewCastle no Rio Grande do Sul. “Foi um desafio que exigiu agilidade, união entre as entidades e decisões firmes. A experiência deixou lições valiosas sobre vigilância ativa e resposta rápida”, pontuou.

Já o médico-veterinário Arthur Oliveira Rocha apresentou os avanços recentes na nutrição mineral de frangos de corte. “Os minerais orgânicos, quando bem balanceados, oferecem melhor absorção, fortalecem a imunidade e contribuem para a sustentabilidade da produção”, mencionou.

Paralelamente, a avicultura de postura teve início com a palestra do presidente do Instituto Ovos Brasil, Edival Veras, que destacou o papel do marketing no aumento do consumo de ovos. “Mais que alimento, o ovo é um produto com identidade, e comunicar isso ao consumidor é essencial para manter o crescimento da demanda”, afirmou.

Na sequência, André Carvalho, da Ovos Mantiqueira, analisou como o ESG impacta a relação com o consumidor e o posicionamento das marcas. “Hoje, o consumidor quer mais que um bom produto. Ele exige responsabilidade ambiental, social e transparência. Isso precisa estar presente na estratégia de comunicação das granjas e empresas”, disse.

A consultora de Alimentos Raquel Dias Ribeiro Santos explicou como determinar a vida de prateleira dos ovos, destacando os fatores que afetam a qualidade e o tempo de comercialização. “O controle de temperatura e umidade, o tipo de embalagem e o transporte fazem toda a diferença”, ressaltou.

Encerrando o painel de postura, o economista, especilista em Agronegóvio e diretor executivo da Aves/Ases, Nélio Hand, falou sobre tendências do mercado de ovos e a influência das preferências dos consumidores. “Estamos diante de um público mais informado e exigente. Entender seus hábitos é fundamental para garantir competitividade e expansão de mercado”, avaliou.

À tarde, a programação conjunta de avicultura de corte e postura foi conduzida pelo moderador Cláudio Faria e abriu espaço para temas sensíveis da sanidade avícola. O médico-veterinário, especilista em Defesa Sanitária Animal, Bruno Pessamilio detalhou o Plano de Contingência com foco em depopulação. “É um tema difícil, mas essencial. Precisamos estar preparados para agir com rapidez e eficiência diante de surtos, protegendo o setor e a segurança sanitária do país”, alertou, reforçando: “O sucesso de um Plano de Contingência está atrelado a fatores como rapidez, agilidade e eficiência para não deixar o vírus se disseminar como aconteceu nos Estados Unidos, em que a Influenza aviária já infecta aves em mais de 50 estados, com mais de 176 milhões de aves sacrificadas desde 2022 tendo como causa a doença”.

As médicas-veterinárias Denise Viegas (Mapa) e Izabella Hergot (IMA) apresentaram as ações de prevenção, controle e vigilância contra a Influenza aviária no Brasil e em Minas Gerais, reforçando a importância da biosseguridade nas granjas. “O Brasil segue livre da doença na avicultura comercial, mas o vírus está presente no País. Os últimos casos registrados foram de aves da fauna brasileira, ou seja, é cada vez mais importante blindar as nossas granjas, de manter medidas de biosseguridade rigorosas, pois o risco é constante. A atuação conjunta entre produtores, governo e entidades é a chave para manter esse status sanitário”, destacaram.

Outros temas relevantes encerraram o dia: a regularização da avicultura de pequena escala, com Lucilla Imbroinise, e o Programa Certifica Minas, com foco em ovos e frango caipira, apresentado por Márcia Portugal, da Emater-MG.

O presidente da Avimig, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, comemora o sucesso da edição 2025 do Avicultor Mais, que contou pela primeira vez com O Presente Rural como parceiro de mídia. “Foram mais de 5 mil participantes em dois dias de imersão técnica, networking e negócios. A avicultura mineira mostrou sua força, união e capacidade de se reinventar”, celebrou.

Ele também ressaltou a importância do evento para a difusão de conhecimento e para a valorização do setor. “Neste ano em que celebramos os 70 anos da Avimig, é empolgante ver esse nível de engajamento e de conteúdo sendo compartilhado”, frisou.

Por fim, o presidente antecipou novidades para o futuro do evento: “A partir de 2027, o Avicultor Mais deve se tornar um evento multiproteína, incluindo também outras cadeias, como a suinocultura e a piscicultura. Estamos prontos para crescer junto com os produtores e o agronegócio brasileiro”, exaltou.

Fonte: O Presente Rural

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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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Foto: Shutterstock

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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MBRF avança na sustentabilidade com transição global para ovos cage-free

Empresa anunciou a conclusão da mudança para ovos livres de gaiolas em todas as suas operações internacionais, um marco que reforça o compromisso com o bem-estar animal e a ética produtiva.

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A MBRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, anuncia a conclusão da transição para o uso exclusivo de ovos cage-free em seus processos industriais globais. O compromisso, já cumprido no Brasil desde 2020, agora se estende às operações internacionais, consolidando um importante avanço em sustentabilidade e bem-estar animal e antecipando a meta global prevista para dezembro de 2025.

A implementação do uso de ovos cage-free nas operações internacionais envolveu uma construção conjunta com fornecedores locais, especialmente em mercados como Turquia e Emirados Árabes Unidos, onde a produção de ovos livres de gaiolas ainda representa um desafio. A companhia trabalhou em parceria com os produtores para viabilizar investimentos, incorporar novas práticas e assegurar a oferta de insumos alinhados aos mais altos padrões de bem-estar animal. Além disso, implementou protocolos voltados à rastreabilidade e à conformidade com referências internacionais, mantendo acompanhamento contínuo para garantir a sustentabilidade da meta alcançada.

A adoção global do sistema cage-free reflete o compromisso da MBRF com práticas produtivas mais éticas e sustentáveis. “O modelo elimina o confinamento das aves em gaiolas, permitindo que expressem comportamentos naturais e movimentem-se livremente. Alinhada aos princípios de Saúde Única na produção de alimentos, essa prática contribui de forma significativa para o bem-estar animal e atende às expectativas de clientes e consumidores cada vez mais atentos à origem e à responsabilidade das empresas,” explica Josiane Busatta, consultora de bem-estar animal da MBRF.

A conclusão da transição para o sistema cage-free é apenas uma entre as diversas metas de bem-estar animal estabelecidas pela MBRF. A companhia já atingiu outros compromissos relevantes, como garantir que 100% das aves do sistema de integração sejam criadas livres de gaiolas. Além disso, concluiu a certificação de 100% das unidades de abate em bem-estar animal globalmente e a eliminação da castração cirúrgicas na cadeia de suinocultura. Como resultado desses e outros avanços, a companhia se mantém entre as mais bem posicionadas do setor em importantes rankings e índices internacionais, como o BBFAW (Business Benchmark on Farm Animal Welfare), o mais importante índice global de gestão do bem-estar dos animais de fazenda.

Sustentabilidade na MBRF

O bem-estar animal é um dos seis pilares que sustentam a Plataforma de Sustentabilidade da MBRF, que busca conciliar produtividade com a preservação dos recursos naturais e da biodiversidade. A companhia adota práticas que protegem biomas, promovem o bem-estar animal e respeitam os direitos humanos. As iniciativas incluem o uso eficiente de água e energia, o melhor aproveitamento dos alimentos, a redução das emissões de gases de efeito estufa e a gestão responsável da cadeia de fornecimento — com foco no controle de origem, no combate ao desmatamento e na promoção da inclusão social.

A MBRF adota altos padrões de bem-estar animal em toda a cadeia produtiva, com compromissos voltados à criação de aves, suínos e bovinos, guiados por diretrizes nacionais e internacionais que asseguram cuidados adequados e abate humanitário, tanto nas operações próprias quanto junto aos fornecedores.

Durante o manejo do gado, das aves e dos suínos — desde a propriedade rural até as unidades de produção —, a companhia garante o respeito aos Cinco Domínios dos animais: nutrição adequada, boa saúde, ambiente confortável, comportamento natural e estado mental. Esses princípios surgiram como uma expansão das Cinco Liberdades dos Animais, oferecendo uma abordagem mais abrangente e holística para avaliar o bem-estar animal que foram estabelecidos pelo Farm Animal Welfare Council, conselho britânico independente que é referência global na definição de parâmetros de bem-estar animal.

Fonte: Assessoria MBRF
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