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Aviadenovírus: desafios atuais da avicultura

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Arquivo/OP Rural

A avicultura mundial está sempre em constante crescimento e dessa forma busca sempre novas tecnologias que resultam em melhorias de seus índices de produção. Mesmo com grandes inovações alcançadas por melhorias genéticas e pelas tecnologias implantadas, alguns problemas sanitários ainda têm causado grandes prejuízos aos produtores, tendo como causadores os agentes bacterianos e virais. Um desses agentes virais causadores de perdas econômicas são os Aviadenovírus.

O Aviadenovírus é um DNA vírus, com fita dupla e estrutura icosaedrica. Em galinhas está associado com a síndrome do nanismo, erosões de moela (Adenoviral Gizzard Erosion – AGE), síndrome do hidropericárdio (Hepatitis–Hydropericardium Syndrome – HHS) e hepatite por corpúsculo de inclusão (Inclusion Body Hepatites – IBH). Essa síndrome viral tem causado grandes prejuízos para produção, principalmente em frangos de corte recém alojados, fazendo com que os animais apresentem refugagem, desuniformidade e perda de desempenho.

Os Aviadenovírus são transmitidos tanto por via vertical como por via horizontal. A via vertical é considerada mais importante, por causa do alcance de disseminação que pode gerar, devido à estrutura piramidal da avicultura industrial. Tem sido observado um novo fenômeno na manifestação da infecção por Aviadenovírus: com a melhoria constante dos níveis de biosseguridade, principalmente nas linhas mais altas (bisavós e avós), provavelmente alguns lotes ou planteis de reprodutoras passam todo o período de recria sem ter contato com um ou mais sorotipos de Aviadenovírus.

Ao se infectarem durante a produção, ocorre a transmissão do agente para a progênie, sem a transmissão de anticorpos, causando doença com mortalidade e morbidade significativas, onde o Aviadenovírus em questão é o agente primário, diferentemente do que ocorre normalmente, onde esse gênero de vírus depende de um agente primário imunodepressor. Provavelmente esse fenômeno sempre aconteceu, só que os lotes de reprodutoras expostos durante a recria passam a ter memória imunológica e talvez a incidência/severidade do problema na progênie com uma semana ou menos de idade seja bem menor ou imperceptível.

A via de transmissão horizontal é importante na disseminação e recirculação dos Aviadenovírus dentro dos planteis. Os vírus estão presentes nas fezes, nas secreções respiratórias e na urina. As maiores quantidades são encontradas nas fezes.

O contato com um sorotipo e a imunidade assim desenvolvida não impede a reinfecção, desde que os níveis de anticorpos circulantes ou locais, importantes para diferentes vias de infecção, tenham caído a níveis mínimos. Se a imunidade não for causada por vacina emulsionada em óleo, esse prazo para a ave ficar suscetível à nova infecção fica em torno de 6 a 8 semanas.

O Aviadenovírus, possui uma divisão em cinco espécies (A – E) e elas possuem uma separação em 12 sorotipos, sendo eles:

Panorama geral sobre a doença no Brasil

No Brasil, não diferente de outros países pelo mundo, os números de casos de infecções causadas por Aviadenovírus tem sofrido um grande aumento nos últimos anos. Com esse aumento, os prejuízos econômicos a grandes empresas e pequenos produtores têm se tornado cada vez mais evidentes.

As principais sintomatologias apresentadas a campo são: refugagem e desuniformidade de lotes, aves letárgicas e com aumento da mortalidade inicial. Como achados macroscópicos de necropsia os mais evidentes são: fígados friáveis e com diferentes graus de hepatite (IBH), alças intestinais congestas, lesões ulcerativas em moelas e proventrículos (AGE), hidropericárdio (HHS) e desuniformidade embrionária.

Lesões hepáticas acentuadas – Fotos: Acervo Inata

Lesões hepáticas e hidropericárdio

Lesões hepáticas

Lesões em moelas e proventrículos

Desuniformidade embrionária (Embriões com 19 dias de incubação)

Felizmente hoje existe várias ferramentas para diagnóstico e detecção do agente infeccioso, sendo assim possível a sua identificação e controle. As ferramentas de diagnóstico mais utilizadas para detecção do agente são: o diagnóstico molecular através da técnica de PCR (utilizada para detecção do DNA do agente infectante, no tecido coletado), a técnica de histologia, onde em lesões hepáticas pode ser encontrado um achado patogenomônico do agente, a presença do corpúsculo de inclusão. Outra técnica utilizada é a de isolamento viral do agente, realizada em ovos embrionados e cultivos celulares.

Quais são os melhores métodos de prevenção do mercado?

Lâmina de Fígado, com presença de corpúsculo de inclusões (seta) e presença de necrose no tecido (círculo)

O tratamento da infecção por Aviadenovírus se torna difícil como qualquer outra infecção viral que acomete aves infectadas. Antimicrobianos injetáveis ou utilizados em águas de bebida e rações podem ser utilizados (sempre sob supervisão de um médico veterinário) para tratamento de infecções bacterianas secundárias, em caso de surtos no lote, dependendo dos agentes presentes na granja.

O melhor “tratamento” para o Aviadenovírus é a prevenção, tendo como estratégias bons processos de biosseguridade, incluindo um bom vazio sanitário, tratamento e desinfecção de aviários pós saída de lotes e intervalos de alojamentos maiores.

A utilização das vacinas autógenas é uma excelente opção. Neste caso, será produzida a vacina com o agente específico isolado na propriedade (granja) onde foi coletado o material para análise. Assim, qualquer agente ou combinação dos subtipos isolados podem ser utilizados na produção da referida vacina autógena, tornando a imunização dos animais mais eficaz. Hoje no Brasil e no mundo, uma das formas utilizadas como prevenção e controle da adenovírose aviária é o uso da vacina autógena.

Referências bibliográficas com o autor pelo e-mail humbertobussada@inata.com.br.

Fonte: Por Vinícius Borges de Faria, assistente técnico comercial da Inata Produtos Biológicos. 

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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