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AVES e ASES debatem sobre altos custos dos insumos em audiência pública na Câmara dos Deputados

Sessão reuniu representantes de diversas entidades do setor de proteína animal do ES, como AVES e ASES, e também do país, como ABPA, Conab, CNA e Abramilho

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As dificuldades vivenciadas pelo setor de proteína animal com relação aos altos custos dos insumos ganharam um amplo debate por meio de uma audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, na última segunda-feira (21).

De forma remota, a sessão, que foi resultado de um requerimento da deputada federal Soraya Manato (ES), reuniu representantes de diversas entidades do setor de proteína animal do Espírito Santo, como a AVES e ASES, e também do país, como a ABPA, Conab, CNA e a Abramilho.

Abrindo as apresentações, o diretor executivo da AVES e ASES, Nélio Hand, destacou um comparativo do preço médio mensal do milho nos Estados, entre 2019 e até a data da audiência, apontou que o valor deste insumo teve um aumento de 110% no Espírito Santo em pouco mais de um ano e falou sobre as medidas já solicitadas ao governo federal pela ABPA e todas as suas entidades afiliadas (clique aqui e confira o posicionamento completo) enfatizando a necessidade imediata do zeramento de PIS e COFINS nas importações. Ele também comentou sobre a evolução do preço do milho comparado aos valores de venda do ovo, do frango congelado e do suíno vivo.

“Os números que vêm se apresentando de forma negativa e preocupante geram algumas consequências que já estão sendo constatadas no Espírito Santo: os preços dos insumos estão com uma forte influência especulativa; o consumidor está com o poder de pagamento limitado; as indústrias estão reduzindo seus turnos de produção; estão ocorrendo ajustes na produção, especialmente com os produtores de pequeno porte, que, em alguns casos, estão tendo que encerrar suas atividades”, explicou Nélio.

Na sequência, o diretor técnico da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), Bruno Lucchi, frisou a necessidade da implantação de medidas públicas nesse momento e apresentou uma série de medidas para amenizar os custos de produção nas cadeias pecuárias e aumentar o fomento e a produção de milho de forma segura.

“Essas medidas seriam uma forma de trazer mais estímulo aos agricultores para que nós possamos ter algo estruturante, com uma oferta de milho compatível com o crescimento da nossa pecuária e, nesse momento, com ações de curto prazo que possam ajudar os produtores a passar por esse momento complicado e turbulento. Tudo isso sem ter que se indisponibilizar de capital e mexer com o seu alojamento, que é tudo o que não queremos”, enumerou o representante da CNA.

Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin também contribuiu com o evento enfatizando que a soja e o milho compõem 70% da composição de custos do setor de proteína animal, além de destacar que no período de janeiro de 2019 a maio de 2021, em média, o preço do milho aumentou 180% e a soja chegou aos 140%.

O diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (MAPA), Silvio Farnese, disse que os pedidos feitos pelo setor foram levados em conta na construção do Plano Safra 2021/2022, mas que ainda são estudadas medidas para recompor o estoque público de milho e demais medidas que auxiliem o setor de proteína animal, especialmente em relação a isenção de PIS e COFINS nas importações.

“A ministra já encaminhou um ofício com uma nota técnica robusta solicitando ao Ministério da Economia a suspensão de PIS e COFINS até 31 de dezembro, junto com a suspensão do imposto de importação. Entendemos o custo que isso representa”, disse Farnese ressaltando ainda que a safrinha começa a ser colhida neste mês de junho, o que deve dar uma resfriada nos preços do milho.

Encerrando a sessão, a deputada federal Soraya Manato agradeceu a participação de todos e destacou que a temática pode ser novamente debatida pela Câmara. “Com todos os assuntos debatidos nesta audiência podemos propor novas discussões, pois são temas que dizem respeito aos nossos produtores e que são de grande interesse dos mesmos. Eu também agradeço a participação dos representantes de cada entidade”, disse a deputada.

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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