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Avanço do dólar e demanda externa elevam preços da soja no Brasil
Segundo pesquisadores do Cepea, no Brasil, a alta nos valores foi intensificada pela expressiva valorização do dólar frente ao Real – a moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 6,00 na semana passada.

Os preços da soja subiram nos mercados nacional e internacional ao longo da última semana.
Segundo pesquisadores do Cepea, no Brasil, a alta nos valores foi intensificada pela expressiva valorização do dólar frente ao Real – a moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 6,00 na semana passada.
O ritmo de negócios no mercado spot nacional, no entanto, foi limitado pela forte oscilação cambial, que deixou parte dos agentes mais cautelosa e à espera de melhores oportunidades. O setor nacional segue bastante atento ao contexto externo.
No dia 9 de abril, o governo dos Estados Unidos suspendeu as tarifas recíprocas de vários países (incluindo o Brasil) por 90 dias, com exceção da China.
Pesquisadores do Cepea indicam que, por um lado, esse cenário trouxe certo alívio ao mercado e movimentou as transações internacionais, mas, por outro, acirrou a guerra comercial com a China, que, por sua vez, deve buscar intensificar as importações de outros países, como o Brasil – vale lembrar que a China já é o principal destino da soja brasileira.

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Verão mais quente eleva risco sanitário e impõe novos desafios à pecuária brasileira
Altas temperaturas, La Niña e maior variabilidade climática favorecem a proliferação de patógenos e aceleram a adoção de tecnologias de biossegurança para sustentar a competitividade das exportações.

A próxima temporada de verão deve repetir e possivelmente ampliar o padrão de calor extremo registrado no último ano no Brasil. As temperaturas ficaram acima da média em grande parte do território nacional em 2024, e a previsão para a próxima estação indica novos episódios de calor intenso, formação de La Niña e maior variabilidade climática. Esses fatores favorecem a proliferação de vírus, bactérias e vetores de doenças que impactam diretamente a criação animal.
Esse cenário representa um desafio crítico para o agronegócio brasileiro, especialmente quando o país depende de sua competitividade sanitária para sustentar as exportações agropecuárias, que já alcançaram US$ 155 bilhões até novembro de 2025, segundo balanço da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Foto: Divulgação/Fazenda Figueira
A combinação de estresse térmico nos animais, aumento da carga microbiana em ambientes de produção e o maior risco de contaminação durante transporte e manejo exige uma transição rápida para modelos mais robustos, preventivos e tecnológicos de controle sanitário. “Eventos climáticos extremos favorecem o avanço de patógenos. As altas temperaturas aceleram a multiplicação microbiana e pressionam todo o sistema produtivo”, afirma o engenheiro elétrico Vinicius Dias, acrescentando: “Depender apenas de higienização manual já não basta. A tecnologia se tornou prioridade para garantir padronização, rastreabilidade e resposta ágil a ameaças sanitárias.”
As soluções automatizadas de biossegurança já permitem monitorar criticamente etapas como limpeza de veículos, desinfecção de equipamentos, circulação de pessoas, controle de temperatura e fluxo de animais. Cada procedimento passa a gerar dados auditáveis, que facilitam a comprovação de conformidade para parceiros internacionais, especialmente diante das exigências de mercados como União Europeia, China e Oriente Médio. “O Brasil só manterá sua posição no comércio global se conseguir comprovar, com dados, que adota práticas preventivas e consistentes. O controle sanitário deixou de ser um custo operacional e se tornou uma garantia de continuidade do negócio. Com verões mais quentes e instabilidade climática crescente, a prevenção precisa ser contínua, integrada e cada vez mais tecnológica”, destaca Dias.
A combinação entre aquecimento global, eventos climáticos mais frequentes e pressão por padrões sanitários mais rígidos coloca a proteção sanitária no centro da estratégia de sustentabilidade, produtividade e competitividade do setor. Para a pecuária brasileira, além de enfrentar o verão, o desafio está em estruturar sistemas resilientes que garantam segurança ao longo de todo o ano.
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Produtores rurais ganham prazo maior para comprovar regularidade ambiental no crédito
Conselho Monetário Nacional alterou a data de vigência da regra que exige verificação de supressão de vegetação nativa em imóveis com mais de quatro módulos fiscais, passando de janeiro para abril de 2026.

Os produtores rurais com imóveis com área superior a quatro módulos fiscais ganharam mais tempo para se adequar a regra ambiental no crédito rural. O Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou as normas que trata dos impedimentos sociais, ambientais e climáticos. A partir de 01º de abril de 2026, as instituições financeiras passam a verificar se houve supressão de vegetação nativa após 31 de julho de 2019 no imóvel rural antes de autorizar o crédito rural. Anteriormente, a medida começaria a valer no dia 02 de janeiro do próximo ano. O prazo para propriedade com até quatro módulos fiscais segue 04 de janeiro de 2027.
Confira a resolução da CMN no final do texto
A prorrogação de prazo teve atuação direta do Sistema Faep, que levou as inconsistências conceituais e legais em relação à legislação ambiental em vigor ao CMN e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “O Sistema Faep não questiona a pertinência de verificar supressão de vegetação nativa, o que já é vedado pelo Código Florestal e, portanto, prática ilegal. O nosso questionamento está relacionado ao sistema utilizado para este fim, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite [Prodes], que não analisa a legalidade da supressão e possui baixa precisão dos limites dos polígonos indicados como tendo vegetação degradada”, destaca o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.
Diante da situação, nas últimas semanas, o Sistema Faep encaminhou ofício aos três órgãos que compõem o CMN. O Banco Central respondeu que encaminharia a solicitação à Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE/MF). No dia 26 de novembro, Meneguette esteve reunido com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em Brasília, em reunião articulada pelo deputado federal Sérgio Souza, para debater o tema.
O Sistema Faep também acionou o Mapa, no dia 4 de dezembro, para apresentar a argumentação técnica junto à Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Fazenda. Além disso, técnicos do Sistema Faep realizaram reuniões com a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) para debater o critério de análise de supressão também pelas seguradoras.
Ineficiência do Prodes
A ineficiência do Prodes combinada com o despreparo das instituições financeiras para analisar está gerando interpretações equivocadas antes mesmo da norma entrar em vigor. Isso porque o Prodes aponta como supressão de vegetação nativa a remoção de pomares ou qualquer outra espécie exótica perene plantada, além de pequenas alterações no porte ou padrão das áreas de vegetação nativa. “O Sistema Faep defende que somente o Cadastro Ambiental Rural [CAR] analisado é o documento mandatório para atestar a regularidade ambiental do estabelecimento rural. O Código Florestal é claro ao indicar que qualquer descumprimento da legislação ambiental, verificado pelo órgão ambiental, incluindo supressão de vegetação, colocará o CAR na situação pendente ou cancelado, justificando a negativa do crédito”, explica Meneguette.
Apesar da prorrogação do prazo, o Sistema Faep segue debatendo a eficiência do Prodes. Isso poque o sistema não analisa a legalidade da supressão. A entidade paranaense acredita que a norma negligencia o fato de que cabe ao órgão ambiental a análise, e não à instituição financeira. “O nosso produtor rural corre o risco de não ter assegurado o direito de demonstrar sua conformidade, de acessar o crédito rural e de não ter sua operação de crédito desclassificada de forma arbitrária”, aponta o presidente interino do Sistema Faep.
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Preços do trigo variam entre estados e farelo ganha destaque no mercado
Enquanto cotações sobem no Rio Grande do Sul e caem no Paraná no mercado de lotes, preços ao produtor se mantêm estáveis.

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo no mercado de lotes (negociação entre empresas) apresentam variações distintas dentre os estados.
Enquanto no Rio Grande do Sul as cotações sobem, impulsionadas pela valorização cambial, no Paraná, cedem, pressionados pela menor demanda nesse período, quando boa parte das indústrias entra em recesso de final de ano.
Já no mercado de balcão (ao produtor), os valores estão estáveis tanto no Rio Grande do Sul, quanto no Paraná. No mercado de derivados de trigo, a demanda pelo farelo a granel tem ganhado destaque nas últimas semanas – agentes têm intenção de realizar estoques para a passagem de ano.
Esse cenário tem elevado os valores do derivado. Já a procura pelo farelo ensacado está mais lenta, o que ainda mantém seus preços em queda.



