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Avanço da agricultura vai sustentar pecuária em expansão, mas safra atual preocupa especialista

Brasil é o maior produtor de soja e terceiro maior produtor de milho do planeta. Boa parte dessa produção vai para a alimentação dos animais, composta basicamente pelos dois grãos. No entanto, a expansão da pecuária, como a suinocultura, avicultura de corte e postura e a produção de leite estão exigindo cada vez mais volume das lavouras.

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Giuliano De Luca/OP Rural

Uma coisa é certa. O Brasil não seria essa potência mundial na produção de proteína animal se não tivesse a faraônica produção de grãos. O país é o maior produtor de soja e terceiro maior produtor de milho do planeta. Boa parte dessa produção vai para a alimentação dos animais, composta basicamente pelos dois grãos. No entanto, a expansão da pecuária, como a suinocultura, avicultura de corte e postura e a produção de leite estão exigindo cada vez mais volume das lavouras. Somado a isso, fatores como a produção de etanol de milho que ganhou força no Brasil nos últimos anos e a exportação agressiva de grãos pelo Arco Norte deixam uma pergunta no ar: vai ter grão suficiente para a pecuária brasileira manter os custos e a competitividade e ainda crescer nos próximos anos?

Sim. A resposta é do consultor em agronegócio Marcos Fava Neves, que fez uma das palestras que abriu a reunião anual do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, que aconteceu nos dias 10 e 11, de maneira online, reunindo especialistas do setor e lideranças das grandes empresas e instituições do setor. Neves apontou suas perspectivas de milho e soja para produção de proteína animal.

“O Brasil vai ter um crescimento importante na produção de grãos nos próximos anos. Estamos já com 71 milhões de hectares na safra 2021/22 para grãos (milho e soja). Daqui a 10 anos serão 85 milhões de hectares. Serão ocupados 60 milhões de hectares e 25 milhões serão usados duas vezes ao ano. Vemos também que as pastagens estão diminuindo. Eram 185 milhões de hectares no ano de 2000, hoje são 163 milhões”, mencionou.

“Vamos morro acima nos grãos, nos biocombustíveis, nas proteínas. Estou muito animado, os próximos anos serão muito bons, mesmo com a alta carga de custos. O mercado de carnes é crescente, muita gente ainda não tem a oportunidade de ter acesso, mas terão”, destacou.

Neves frisou a importância da ciência para melhorar a eficiência desses grãos na dieta dos animais. “Vocês tem que, via ciência, remover os obstáculos de produção. Por exemplo, o uso de algas na alimentação bovina que reduz as emissões. Ou através dos grãos melhorar a conversão alimentar, melhorar a precocidade dos animais. Mais do que nunca temos que olhar o que a gente tem e melhorar a performance. Há um ambiente extremamente propício para a pesquisa. Na nutrição animal tem tanta coisa para descobrir. A ideia é resolver problemas e observar as oportunidades”, frisou.

Preocupação

Neves, no entanto, é menos empolgado ao falar da atual situação do setor de proteína, que enfrenta custos elevados há vários meses por conta da alta no preço do milho e da soja. Aliado a isso, cita outros problemas, como a falta de fertilizantes e o preço dos grãos, que, em sua visão, vão começar a se estabilizar a partir dos primeiros meses de 2022.

“Sobre perspectiva de produção de proteína, vamos ter uma safra muito boa, talvez 290 milhões de toneladas, o que vai normalizar soja e milho, ajudando a proteína animal. A curto prazo estou muito preocupado com essa safra, o câmbio excessivamente defasado, a logística está muito cara, a China tem problemas de Peste Suína Africana, falta de energia e uma bolha imobiliária. São muitas coisas que deixam o cenário turbulento. Temos o estresse na cadeia de suprimentos e o problema de transportar e estocar essas 290 milhões de toneladas, ou 40 milhões de toneladas a mais do que a safra passada. E tem também o fantasma da pandemia”, elenca.

Em relação ao preço do milho e soja, o palestrante acredita que os preços devem ser mais atrativos aos produtores de proteína animal no início do ano que vem. “Deve se normalizar a partir de fevereiro, março e abril do ano que vem”, destaca. Já para os suprimentos, o prazo é maior. “Na safra de verão do ano que vem já deve estar normalizado a questão de fertilizantes e defensivos”, sugere.5

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Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

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O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
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Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

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Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
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Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
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