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Avaliação microscópica confere precisão ao diagnóstico da coccidiose

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A coccidiose aviária mesmo sendo uma patologia muito conhecida no meio avícola, continua trazendo uma série de desafios e perdas econômicas para a indústria. De acordo com última edição Diseases of Poultry, cerca de 300 milhões de dólares são gastos, anualmente, somente para o seu controle. As perdas diretas, decorrentes da piora na conversão alimentar, diminuição do peso e aumento da mortalidade, devem ser adicionadas a este montante e são de difícil estimativa. 
A gerente técnica nacional para Avicultura da Phibro e médica veterinária, Maria Aparecida Melo Iuspa, explica que a coccidiose já foi considerada como limitante da produção avícola, e que apesar de não ser possível eliminá-la por completo, existem ferramentas eficazes, que garantem o controle em um nível que permite às aves expressarem todo o seu potencial produtivo. “Precisamos estar empenhados no seu efetivo controle”, acrescenta, ao explicar que a doença é causada por protozoários que parasitam o epitélio intestinal, como Eimeria maxima, E. tenella e E. acervulina, principais espécies que acometem os frangos de corte. Logo, uma das maiores preocupações dos profissionais da avicultura deve ser o diagnóstico correto como requisito prévio para execução de um eficiente controle desta enfermidade. 
Segundo Maria Aparecida, uma das maiores dificuldades nesse caso é o diagnóstico de E. maxima. Lesões macroscópicas, que caracterizam principalmente os escores de lesões 1 e 2 são facilmente confundidas com lesões provocadas por outros agentes, um problema que compromete a qualidade da informação rotineiramente levantada no campo. Uma vez que estes dados têm o objetivo de servir como base para a tomada de decisão sobre produtos e programas anticoccidianos, o uso do microscópio nas sessões de necropsias se faz necessário justamente para que não ocorram equívocos de diagnóstico”, justifica. 
Contaminação
Tendo em vista as consequências danosas da doença, a médica veterinária comenta que o produtor também pode atuar favoravelmente no controle da enfermidade. Como as aves se contaminam por meio da ingestão de oocistos eliminados nas fezes depositadas na cama, condições de umidade elevada da cama e temperatura de aproximadamente 28 – 300C favorecem o processo de esporulação, ou seja, ao esporular os oocistos passam ter a capacidade de gerar a doença, ao serem ingeridos pelas aves. Após a ingestão e já dentro do trato digestivo da ave, a parede do oocisto é rompida por ação dos sucos digestivos e assim os chamados esporozoítos são liberados. A partir daí, todo o processo de multiplicação do parasita no epitélio intestinal compromete a digestão e absorção dos nutrientes do alimento. As consequências da infecção por coccidiose são conhecidas: mau aproveitamento dos nutrientes da ração, piora do ganho de peso e da eficiência alimentar.
A mortalidade por coccidiose acontece principalmente em casos de infecção severa por E. tenella. Maria Aparecida explica que, à medida que as aves crescem, a reinfecção, ocorrida normalmente no ambiente de criação dos frangos, colabora para o desenvolvimento da imunidade e com a diminuição da incidência da doença. A imunidade contra coccidiose se estabelece após as aves atingirem de três a quatro semanas de idade e está diretamente relacionada com o programa anticoccídico utilizado.  
Medidas preventivas
A gerente técnica nacional de Aves da Phibro destaca que ações preventivas são essenciais no controle da coccidiose. O controle da entrada de pessoas, animais, roedores e aves silvestres; o manejo adequado da cama, que inclui medidas que controlem sua umidade e presença de cascudinhos; vazio sanitário e procedimentos de limpeza e desinfecção das instalações. Além disso, Maria Aparecida menciona a importância da escolha de um programa de anticoccidianos adequado ao desafio encontrado no campo e a época do ano. 
A utilização de vacinas contra coccidiose em frangos de corte também é uma ferramenta que pode ser utilizada no controle da doença, apesar de ainda haver muitas limitações ao seu uso, como elevado custo, possibilidade de gerar a doença clínica e perda de performance. Em frangas destinadas à postura de ovos de consumo ou ovos para incubação, tais vacinas são amplamente utilizadas, pois além destas aves permanecerem nas granjas por um longo período (fato que lhes proporciona tempo para desenvolver imunidade), anticoccidianos preventivos normalmente não são usados neste tipo de ave. 
Nutrição
A qualidade da nutrição oferecida às aves colabora para a boa saúde intestinal. A utilização de matérias-primas de má qualidade também favorece o aumento do desafio de coccidiose. O uso de cereais como o trigo é um exemplo: mesmo que seja de boa qualidade, a alta quantidade de polissacarídeos não amídicos deste ingrediente aumenta a viscosidade e estimula uma maior produção de muco no lúmen intestinal, formando uma espécie de barreira que dificulta a ação dos ionóforos. Nutrição de qualidade tanto quanto às matérias primas usadas nas rações quanto à formulação adequada destas rações é parte fundamental em qualquer plano de prevenção à coccidiose. 
Leia a matéria completa na edição impressa de O Presente Rural ou na edição on-line.

Fonte: O Presente Rural

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Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

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O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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