Notícias
Autoridades e visitantes estrangeiros prestigiam a casa do Brasil na COP 27
Os primeiros dias de funcionamento do estande do Brasil foram marcados por intensa movimentação de representantes do Governo Federal e das entidades parceiras do país no encontro. Além disso, a estrutura recebeu visitantes de diversas delegações estrangeiras.

Nesta terça-feira (08) teve início a programação dos painéis no estande do Brasil. Mercado Global de Carbono, o Futuro Verde na Mobilidade Urbana, Mercado de Capitais e Ativos Ambientais e o Projeto Escola +Verdes serão temas debatidos
Os primeiros dias de funcionamento do estande do Brasil na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 27, realizada em Sharm El-Sheik, no Egito, foram marcados por uma intensa movimentação de representantes do Governo Federal e das entidades parceiras do país no encontro. Além disso, a estrutura recebeu visitantes de diversas delegações estrangeiras.
Participantes das delegações dos Estados Unidos, México, Egito, Suécia, Coreia do Sul, Colômbia, Alemanha, Escócia e Omã já passaram pelo estande do Brasil para conhecer a estrutura montada no Pavilhão das Delegações 5 no Sharm El-Sheikh International Convention Center (SHICC), palco da COP 27.

Secretário Nacional da Amazônia, Marcelo Nonnini Freire recebe um dos visitantes do estande do Brasil na COP 27 – Fotos: Ruben Naftali/Secom
Nesta terça-feira (8.11), têm início os trabalhos apresentados pelo Brasil. A programação será aberta com a realização de quatro painéis: Integração do Mercado Global de Carbono, o Futuro Verde na Mobilidade Urbana, Mercado de Capitais e Ativos Ambientais, e o Projeto Escola +Verdes. Durante todos os dias do evento, o Brasil apresentará diversos painéis, presenciais e virtuais, com especialistas e autoridades. “A gente fez questão de trazer e destacar esse potencial para que o mundo entenda o que o Brasil representa em termos de energia verde, limpa, renovável, e o quanto tem de excedente de geração de energia para poder, inclusive, exportar para o resto do mundo por meio de hidrogênio verde”, explica o secretário Nacional da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Donnini Freire.
Amazônia
Um dos temas de maior apelo para o público internacional é a Amazônia. Neste sentido, o estande usa a tecnologia para aproximar os visitantes da floresta. Quem visita a casa do Brasil na COP 27 sente-se transportado para uma viagem à Amazônia com o auxílio dos óculos de realidade virtual, disponibilizados com áudio em português e inglês.
A norte-americana Angelea Hayes foi uma das visitantes que experimentou o tour e se disse maravilhada com a experiência. “Eu achei muito bacana. Eu já tinha usado a realidade virtual antes, mas nunca tinha usado para ver um ambiente natural como a floresta. Acho que é um vídeo único e foi muito bom poder ouvir as histórias das pessoas que vivem na Amazônia. Eu realmente gostei muito da parte em que estamos no barco com a pessoa que o está conduzindo. Também achei fantástica a parte em que somos levados acima da floresta”, afirma.
O estande do Brasil conta ainda com o espaço interativo Green Energy, uma área imersiva repleta de telões de led de última geração, onde será possível experimentar sensações ligadas às fontes de energia limpa amplamente utilizadas no Brasil – vento (eólica), calor (solar) – além do barulho do mar, para representar a eólica offshore, aquela gerada pelo vento que sopra em alto mar e que se configura em um campo de imenso potencial de geração de energia limpa para o país nos próximos anos.
Pautas principais
O exemplo brasileiro na geração de energia é um dos principais temas que a delegação nacional apresentará durante a COP 27 no Egito. O Brasil já se destaca por possuir uma das matrizes mais limpas do mundo e atualmente sua matriz elétrica atinge 85% de fontes renováveis, contra uma média de 28% do restante do planeta. Em Sharm El-Sheik, o país vai além e apresentará ao mundo sua vocação para a instalação de eólicas offshore, cujo potencial de geração de energia chega a 700 gigawatts, o que equivale a 50 usinas Itaipu Binacional.
A força do país no campo da agricultura sustentável é outro ponto de destaque na COP 27. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deverá bater mais um recorde na produção de grãos, com expectativa de atingir 312,4 milhões de toneladas na safra de grãos 2022/2023.
O trabalho de tecnologia reversa é mais uma frente apresentada no evento. O Brasil é o recordista mundial na reciclagem de latas de alumínio e se destaca também no trabalho desenvolvido com eletroeletrônicos, defensivos agrícolas, baterias de chumbo, óleo lubrificante e medicamentos, entre outros.
O estande do Brasil na COP 27 tem o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
Notícias
Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
Notícias
Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



