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Aurora inaugura maior Frigorífico de suínos do Brasil

Frigorífico Aurora Chapecó (FACH 1) recebeu investimentos da ordem de R$ 268 milhões

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Autoridades fazem o descerramento da placa inaugural da ampliação do frigorífico da Aurora Chapecó- fotos: Suelen Santin/ MB Comunicação

O conglomerado agroindustrial Cooperativa Central Aurora Alimentos – terceiro grupo nacional do setor de carnes – inaugurou na terça-feira (15) em Chapecó a maior unidade industrial de abate e processamento de suínos do Brasil. A solenidade contou com a presença da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina e centenas de lideranças cooperativistas, empresariais e políticas do Sul do País.

O ato foi presidido pelos diretores Mário Lanznaster (presidente), Neivor Canton (vice-presidente), Marcos Antônio Zordan (diretor de agropecuária) e Leomar Luiz Somensi (diretor comercial). Manifestaram-se na ocasião o gerente da unidade Antônio Wanzuit Júnior, o presidente Lanznaster, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) Márcio Lopes de Freitas, o prefeito Luciano Buligon, a vice-governadora Deniela Reinehr e a ministra Tereza Cristina.

No ato inaugural, o presidente Mário Lanznaster relatou a trajetória da cooperativa central desde sua fundação em 1969 até sua transformação na terceira maior empresa de proteína animal do Brasil. Explicou a importância do sistema integrado de produção que envolve 65 mil famílias rurais, entre elas 3.500 produtores de suínos, 3.600 criadores de aves e 4.500 produtores de leite. Enalteceu a cooperação com o Sistema S por meio do Sebrae, do Sescoop e do Senar, e das cooperativas de crédito Sicoob e Sicredi. Observou que os associados (cooperados) das 11 cooperativas que formam o Sistema Aurora pertencem à agricultura familiar. “Mas é uma agricultora familiar que produz, cresce e progride”, esclareceu.

Em seu pronunciamento, o presidente da Aurora, Mário Mário Lanznaster, fez um retrospecto sobre a cooperativa e comemorou a ampliação do frigorífico de suínos

O dirigente expôs que depois de um 2018 repleto de problemas, 2019 se apresenta como um ano de excelentes resultados para a indústria brasileira da carne, em razão do sucesso das exportações. Parte desse sucesso se deve a ocorrência de doenças em outros países. Por isso, Lanznaster pediu à ministra atenção especial com a sanidade e advertiu para o perigo do bioterrorismo. Recomendou rigorosa fiscalização especialmente nos aeroportos para impedir o ingresso de patologias no Brasil. Também pediu a construção da Rodovia Norte-Sul para o transporte de milho do centro-oeste brasileiro.

O gerente da unidade, Antônio Wanzuit Júnior, depois de expor todos os diferenciais da planta – que atende os mais rigorosos requisitos dos principais mercados mundiais – pediu à ministra agilidade na adequação da legislação e na aprovação dos projetos para acompanhar a melhoria dos processos e a evolução tecnológica. “Somente assim nos manteremos viáveis, competitivos e eficientes”.

Inovação

A ministra Tereza Cristina destacou o exemplo da Aurora e a importância da cooperativa na geração de renda e no desenvolvimento das regiões. Anunciou uma inovação no sistema de inspeção que dará maior liberdade com responsabilidade para as indústrias frigoríficas que ficarão sujeitas a auditoria – um modelo adotado em outros países. “Nós temos um bom sistema de sanidade hoje, mas o segmento das proteínas é tão grande no Brasil e exige tanto cuidado que nós vamos construir, juntos, o melhor sistema sanitário, de credibilidade de inspeção sanitária, do mundo. E nós vamos dividir isso com vocês, faremos isso em conjunto. Sabemos que nós não temos pernas, hoje, para atender todo o potencial que o Brasil tem para fazer alimentos de qualidade, por isso vamos trabalhar em conjunto. Vocês (indústria) vão fazer e o Ministério vai auditar a qualidade e dar credibilidade.”

A ministra destacou que a assistência técnica é a “palavra mágica” para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, especialmente para os pequenos produtores. “Não podemos ter empresas de excelência, que trabalham com a mais alta tecnologia e ter o pequeno agricultor, aquele assentado, ele precisa receber essa assistência técnica para ter renda, ter qualidade de vida, ter dignidade e a liberdade para fazer o que ele quer com a sua propriedade”, disse. Para Tereza Cristina, o Brasil tem uma oportunidade de ouro para mostrar a importância do seu agronegócio para o mundo todo. “Me dá muito orgulho poder sair do nosso país e ir lá fora e poder contar o que temos de bom. Tem muitos maus brasileiros que gostam de falar mal do nosso País, mas eu tenho orgulho, porque estou falando a verdade. Temos problemas, mas temos muito mais sucesso que fracasso no Brasil”, disse.

Ministra Tereza Cristina parabenizou a Aurora Alimentos pela ampliação e representatividade ímpar no mercado

Sobre a ferrovia, prometeu levar o pleito ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que “está trabalhando para desamarrar esses nós e receber investimentos externos e internos para que essas obras estruturantes, tão necessárias para nossa agropecuária e outros segmentos produtivos possam sair do papel”.

Internacionalização

Tereza Cristina aproveitou a inauguração do Frigorífico da Aurora Alimentos em Chapecó para assinar acordo de cooperação técnica com o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) Márcio Lopes de Freitas para promover a intercooperação e a internacionalização da produção de cooperativas brasileiras, no âmbito do Programa Brasil Mais Cooperativo. O Ministério se compromete, junto com a OCB, a favorecer a troca de conhecimento, de experiências e de boas práticas entre cooperativas, considerando as realidades regionais, e a estimular a formação de redes produtivas, beneficiadoras e de comercialização. A intercooperação visa qualificar a gestão de cooperativas em diversas regiões do país, enquanto a internacionalização trata da abertura de mercados para as cooperativas brasileiras.

Ministra assina o acordo de cooperação técnica da OCB 

O objetivo é ampliar e mercado não só para as grandes, mas também para as médias e pequenas cooperativas. “O cooperativismo é um dos melhores sistemas que eu conheço. É justo, traz igualdade social, enfim, é um sistema que temos que replicar”, disse a ministra.

Ao final, foi descerrada a placa inaugural e, em seguida, o bispo diocesano de Chapecó dom Odelir José Magri e o pastor da Igreja O Brasil para Cristo Altair Boita procederam a benção das instalações.

O maior do Brasil

O Frigorífico Aurora Chapecó (FACH 1) recebeu Investimentos da ordem de R$ 268 milhões que permitiram dobrar sua capacidade de 5.000 para 10.000 cabeças por dia, empregando cerca de 5,5 mil trabalhadores e gerando 221 produtos cárneos.

O FACH 1 é a única indústria brasileira que exporta carne suína in natura para os Estados Unidos. Também está habilitada para importantes mercados, como China, Hong Kong, Japão, Coreia do Sul e Chile, totalizando cerca de 20 países.

O FACH I é a única indústria brasileira que exporta carne suína in natura para os Estados Unidos

A unidade começou a operar em 1992, empregando 432 pessoas para produzir cortes in natura de carnes suínas. Nesses 27 anos recebeu várias ampliações. A mais recente consiste nas obras de duplicação que iniciaram em julho de 2018 e foram  inauguradas em outubro de 2019.

O total de recursos aplicados no projeto global de ampliação de abates e industrializados na unidade FACH 1 foi de aproximadamente R$ 268 milhões, sendo 20% de capital próprio e 80% de capital financiado.

O FACH I está organizado nos setores de administração, manutenção, produção, qualidade e logística. Os investimentos atingiram os setores de abate e áreas relacionadas (ampliação do abate, sala de cortes, miúdos, beneficiamento de tripas), industrializados (linguiças frescais, salsichas, mortadelas e bisteca) e áreas de apoio (estacionamento, restaurante, lagoas de tratamento, caldeira, sala de máquinas entre outras). As áreas que concentraram os maiores investimentos foram as linhas de abate e industrializados.

Em face dos investimentos, o número de trabalhadores diretos da unidade sobe dos atuais 3.000 para 5.480 empregados diretos.

O incremento de produção se dará nas linhas de produtos já existentes: cortes congelados, linguiças frescais, salsichas, bisteca e mortadela.

Os principais reflexos se manifestam na duplicação da capacidade industrial instalada. O abate passa de 5.230 suínos/dia para 10.527 cabeças/dia, com incremento de 101,3%. O processamento mensal cresce na mesma proporção, de 109.830 suínos para 221.072 animais.

A operacionalização da capacidade ampliada inicia em outubro e atinge sua plenitude – de 10.527 suínos por dia – no primeiro semestre de 2020. Nesse estágio, o conglomerado Aurora Alimentos estará abatendo 25.000 cabeças por dia.

A unidade vem incorporando importantes avanços tecnológicos, como o abate humanitário com o uso do gás CO2, a robotização da paletização de industrializados, a automação no processo de embalagem de linguiças frescais e a automação e robotização no cozimento de mortadela.

Fonte: Assessoria

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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