Suínos Implicações econômicas
Aumento na mortalidade de leitões eleva custo de produção em 1%
Leitões que demonstram baixo tônus muscular, palidez ou sinais de hipóxia durante o parto têm taxas de mortalidade mais elevadas.

O melhoramento genético na criação de suínos para aumento do tamanho de leitegada tem sido uma conquista significativa nos últimos anos. No entanto, esse avanço não vem sem seus próprios desafios. A jornada para otimizar esse progresso e garantir que ele contribua para a produtividade e rentabilidade da indústria suína é uma tarefa complexa, que demanda um equilíbrio delicado entre seleção genética e cuidados ambientais.
Embora esse progresso seja positivo, ele trouxe consigo desafios adicionais, como aumento da duração de parto, aumento da competição por colostro e, se não bem trabalhado no índice de seleção de cada linhagem, pode também ocasionar maior variação de peso ao nascimento e aumento na ocorrência de neonatos de baixa vitalidade. “Esses desafios podem aumentar a probabilidade de mortalidade pré-desmame em programas genéticos que não são balanceados. Além disso, diversos outros fatores, relacionados à fêmea, aos leitões e ao ambiente, podem afetar direta ou indiretamente os índices de mortalidade” adverte a médica-veterinária, com mestrado e doutorado em Ciências Veterinárias pelo Setor de Suínos, Kelly Jaqueline Will, em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural.
A especialista enfatiza que a perda de leitões reduz o potencial de desmame, diminuindo o número de leitões desmamados por fêmea/ano o que, consequentemente, impacta na lucratividade do produtor. “Além disso, altas taxas de mortalidade muitas vezes implicam em custos adicionais e esforços extras de mão-de-obra” ressalta Kelly, que será uma das palestrantes do 16º Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), evento que O Presente Rural é parceiro de mídia.
Em sua palestra, a especialista vai tratar sobre “Desafios de manejo da mortalidade pré-desmame: como a análise de fatores de risco pode nos auxiliar?”. O Sinsui será realizado entre os dias 23 e 25 de julho no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Implicações econômicas

Médica-veterinária, com mestrado e doutorado em Ciências Veterinárias pelo Setor de Suínos, Kelly Jaqueline Will: “Garantir que as fêmeas estejam em ótimas condições no parto, com cuidados físicos, nutrição adequada e condições sanitárias ideais, ajuda a promover um parto bem-sucedido e reduzir natimortos” – Foto: Arquivo pessoal
Um estudo realizado em 2023 revelou que cada aumento de 1% na mortalidade pré-desmame resulta em um aumento de 1% no custo de produção por leitão desmamado. “Se o número de tetos das fêmeas não é adequado, se faz necessário uma maior quantidade de mães de leite, que é um fator que implica em maior mão de obra, acarretado em um custo elevado ao produtor, para evitar uma maior mortalidade pré-desmame” expõe a médica-veterinária.
Segundo a profissional, a análise de fatores de risco ou associados podem maximizar a eficiência e a lucratividade do sistema de produção, pois ao identificar e compreender esses fatores os produtores podem direcionar seus esforços de forma mais assertiva, mesmo que isso não garanta uma precisão absoluta. “Essa abordagem permite uma alocação mais estratégica de recursos, concentrando-os em áreas onde as decisões são baseadas em probabilidades e na avaliação da sua própria realidade e desafios, em vez de apenas em intuição ou empirismo. Isso pode resultar em decisões mais informadas e, em uma intervenção mais eficiente e lucrativa” considera Kelly.
Fatores de risco
A análise de fatores de risco é essencial para os produtores identificarem e lidarem com as principais causas de mortalidade pré-desmame em suas instalações, uma vez que permite a identificação de variáveis importantes associadas à mortalidade, características dos animais, manejo, condições das instalações, ambiência, saúde e nutrição.
No entanto, dada a complexidade do problema, Kelly menciona que encontrar os fatores controláveis pode ser desafiador, já que muitas vezes estão interligados e podem se manifestar em conjunto, dificultando a separação de seus efeitos isolados e a determinação das áreas prioritárias para intervenção. “Nesse contexto, a análise multivariada surge como uma ferramenta interessante para elucidar essas interações e desenvolver estratégias de manejo mais eficazes, visando à redução consistente da mortalidade pré-desmame” expõe a doutora em Ciências Veterinárias.
Quando associados à mortalidade pré-desmame em suínos, os fatores de risco podem ser agrupados em três categorias principais: fatores relacionados aos leitões, às fêmeas e ao ambiente. Kelly explica que em relação aos leitões o peso ao nascimento e a vitalidade são de extrema importância. “Neonatos com baixo peso ao nascer e aqueles com baixa vitalidade têm maior chance de não sobreviverem. Especificamente, leitões que demonstram baixo tônus muscular, palidez ou sinais de hipóxia durante o parto têm taxas de mortalidade mais elevadas. Por isso é importante trabalhar o fator genético relacionado à uniformidade e maior peso ao nascimento, mesmo em leitegadas mais numerosas” pontua.
Quanto às fêmeas, o comportamento desempenha um papel fundamental, visto que matrizes com pouca habilidade materna ou que estão sob condições de estresse têm maior probabilidade de esmagar os leitões. Além disso, fêmeas agitadas podem ter menos tempo de exposição dos tetos, o que afeta a capacidade dos leitões de consumir colostro e leite. “A produção adequada de colostro e leite, em termos de quantidade e qualidade, é determinante para a imunidade e desenvolvimento dos leitões. O número e qualidade dos tetos da fêmea devem ser condizente ao tamanho da leitegada. Leitegadas maiores podem prolongar o parto e reduzir a vitalidade dos leitões, aumentando a competição por colostro/leite, elevando as taxas de mortalidade, especialmente se houver um número insuficiente de tetos” explica Kelly.
O terceiro ponto diz respeito ao ambiente. A profissional salienta que temperaturas extremas podem aumentar as taxas de mortalidade, uma vez que o frio pode levar os leitões a se agruparem, aumentando o risco de esmagamento, enquanto o calor pode afetar a ingestão de ração e a produção de leite das fêmeas, predispondo também a esmagamentos devido à agitação. “A relação entre mão de obra e tamanho do plantel é também relevante, pois pode resultar em negligência de cuidados na maternidade, contribuindo para o aumento da mortalidade pré-desmame” observa Kelly.
De acordo com a especialista, monitorar regularmente esses fatores, através de análises da condição física e da saúde dos animais, inspeções das instalações e avaliações das práticas de manejo e nutrição, é essencial para identificar áreas de melhoria e implementar medidas preventivas. Além disso, oferecer assistência ao parto, auxílio para a primeira mamada e aquecimento de neonatos com baixa vitalidade podem ser determinantes para a sobrevivência desses leitões. “É fundamental adaptar essas práticas de acordo com os desafios específicos de cada realidade” sugure Kelly.
Métricas e indicadores para análise de fatores de risco
Segundo a médica-veterinária, ao analisar os fatores de risco da mortalidade pré-desmame, é importante considerar diversos indicadores para uma compreensão completa e identificação de áreas para melhoria. “Sabemos que a disponibilidade de dados pode variar, podendo ser obtidos de forma individualizada, semanalmente, por lotes ou de outras maneiras, mas é fundamental reunir o máximo de dados possível” ressalta.
Kelly menciona alguns exemplos de métricas e indicadores importantes, entre os quais incluem taxa de mortalidade pré-desmame, duração do parto, número de nascidos, peso médio ao nascimento, consumo de colostro, condição corporal das fêmeas, descrição da infraestrutura, protocolos de manejo, índices produtivos, temperatura, umidade, manejo nutricional e padrão sanitário. “Avaliar a porcentagem de mães de leite também é essencial para eficiência do sistema, já que um grande uso delas pode representar perda de eficiência e maior demanda de mão de obra, que está cada vez mais escassa” pontua, acrescentando: “Ao acompanhar sistematicamente essas métricas e indicadores de forma contínua, os produtores podem identificar padrões, tendências e áreas de preocupação, permitindo intervenções direcionadas e eficazes para reduzir a mortalidade pré-desmame e melhorar o desempenho geral”.
Redução de riscos de mortalidade pré-desmame
Kelly destaca que a implementação de protocolos de biosseguridade desempenha um papel fundamental na redução dos riscos de mortalidade pré-desmame, especialmente relacionados a doenças entéricas em leitões, que podem resultar em altas taxas de mortalidade.
Ao adotar medidas como limpeza e desinfecção regular das instalações e equipamentos, controle de acesso de pessoas e veículos, monitoramento frequente do status sanitário do plantel e implementação de protocolos vacinais, os produtores podem mitigar os riscos e proteger a saúde dos animais, ajudando a reduzir as perdas pré-desmame.
Saúde das matrizes e suas leitegadas
De acordo com a médica-veterinária, para reduzir a mortalidade pré-desmame e melhorar o bem-estar dos suínos, é necessário focar em dois pontos principais: a condição da fêmea e a vitalidade dos neonatos. “Garantir que as fêmeas estejam em ótimas condições no parto, com cuidados físicos, nutrição adequada e condições sanitárias ideais, ajuda a promover um parto bem-sucedido e reduzir natimortos” afirma.
Neste contexto, Kelly reforça que a seleção genética também desempenha um papel importante, influenciando a resistência a doenças, o desempenho do parto e a produção de colostro e leite de qualidade. “Estudos mostram que a herdabilidade do prolapso chega a 35%, destacando a importância da seleção genética para enfrentar esse desafio” aponta.
Outro aspecto que a profissional destaca é a importância de garantir a vitalidade dos neonatos, não apenas que os leitões nasçam vivos, mas também que possam mamar colostro e se desenvolver adequadamente. “Medidas práticas incluem assistência durante o parto, garantindo acesso ao colostro e fornecendo fontes adicionais de calor, dada a imaturidade do sistema de termorregulação dos leitões” evidencia Kelly, enfatizando: “Embora esses pontos possam parecer simples, na prática diária da granja, garantir seu cumprimento muitas vezes é um grande desafio, desde a seleção da linhagem genética até a decisão do manejo adequado. Portanto, concentrar esforços nesses aspectos básicos é fundamental para aumentar as taxas de sobrevivência dos neonatos antes de considerar estratégias mais elaboradas”.
Identificação precoce dos problemas de saúde
A análise de dados, o desenvolvimento de modelos de predição, e o uso de tecnologias de monitoramento têm um potencial enorme para auxiliar os produtores na identificação precoce de problemas de saúde e bem-estar que possam levar à mortalidade pré-desmame.
No entanto, a doutora em Ciências Veterinárias diz que esse potencial ainda é pouco explorado. “Muitas vezes, ocorre o registro inadequado das informações nas granjas, sem seguir um padrão definido, o que pode levar a erros na tomada de decisão. Nesse contexto, destaco a relevância crítica do registro preciso e padronizado de todas as informações. Isso não apenas assegura a qualidade dos dados, mas também a confiabilidade das respostas obtidas por meio das análises realizadas” reforça.

Além disso, a especialista menciona que ainda há poucas pessoas com habilidades para realizar análises mais complexas aplicadas a produção de suínos, o que limita ainda mais a capacidade dos produtores de aproveitar ao máximo essas ferramentas poderosas de identificação precoce de desafios.
Implementação de estratégias de manejo
Segundo Kelly, os desafios práticos na implementação de estratégias de manejo para reduzir a mortalidade pré-desmame são diversos. Em primeiro lugar, a médica-veterinária diz que é preciso capacitar os profissionais para o uso eficaz dessas ferramentas de análise e expandir o conhecimento sobre elas, uma vez que atualmente há uma escassez de profissionais que dominam e aplicam essas ferramentas na produção de suínos, o que limita a sua adoção e impacto. “Embora seja coletada uma quantidade considerável de dados, muitas vezes não os utilizamos plenamente para gerar informações úteis e auxiliar na tomada de decisões. Em vez disso, frequentemente nos concentramos em corrigir problemas imediatos, negligenciando a análise da relação complexa entre vários fatores. Isso resulta em uma abordagem reativa em vez de proativa, comprometendo nossa capacidade de prevenir ou mitigar os riscos de mortalidade pré-desmame” detalha.
Outro desafio significativo está relacionado a realização consistente e eficiente de práticas básicas de manejo. Embora muitos procedimentos possam ser eficazes individualmente, sua implementação precisa ser feita de forma coerente e integrada para alcançar bons resultados. “Os principais fatores de risco para a mortalidade pré-desmame são dinâmicos e variam conforme o período, a granja, a região e outros fatores. Por isso é essencial adotar uma abordagem flexível e adaptativa, capaz de ajustar as estratégias de manejo de acordo com as condições específicas. Superar esses desafios requer educação contínua, aprimoramento das práticas de manejo e integração eficaz de dados e análises para orientar as decisões. Escolher uma linhagem genética alinhada aos objetivos da granja também é fundamental para a sustentabilidade e rentabilidade a longo prazo” salienta.
Melhorias devem ser contínuas
A mortalidade pré-desmame é um desafio persistente na produção de suínos. Para melhorar esse índice, é fundamental implementar práticas básicas de manejo eficazes, como garantir condições ideais durante o parto para as fêmeas e a vitalidade dos leitões recém-nascidos. “A seleção genética cuidadosa de fêmeas com alta habilidade materna, o correto consumo de colostro pelos leitões e o fornecimento de fontes adicionais de calor são medidas essenciais para diminuir a mortalidade pré-desmame” afirma Kelly.
No Brasil, a diversidade de instalações, práticas de manejo e condições climáticas pode afetar a mortalidade pré-desmame de forma direta ou indireta. “Compreender as particularidades de cada sistema e os principais desafios em diferentes contextos é essencial para garantir uma boa produção”, pontua, destacando que apesar da abundância de dados disponíveis, muitas vezes técnicos e produtores falham em utilizá-los de forma eficaz. “É fundamental coletar e analisar cuidadosamente esses dados para identificar os desafios específicos de cada sistema e desenvolver estratégias direcionadas. Ferramentas de análise de fatores de risco e modelos de predição desempenham um papel importante nesse contexto. É essencial expandir o conhecimento e promover o uso rotineiro desses métodos no campo” salienta.
Kelly ainda lembra a importância da colaboração entre produtores, pesquisadores e profissionais da indústria para buscar estratégias para enfrentar os desafios da mortalidade pré-desmame de forma eficaz. “Ao compartilhar conhecimentos, experiências e resultados, podemos desenvolver soluções mais robustas e sustentáveis para garantir o sucesso de todo o sistema de produção de suínos”, ressalta.
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Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.
Colunistas
Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.
O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock
Reposicionar para crescer
Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.
Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.
O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.
Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.
Digital: o novo campo do agro
As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels
compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.
Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.
Promoções e estratégias de varejo
Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.
Marketing como elo da cadeia produtiva
A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.



