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Atlas da Bioeconomia Inclusiva na Amazônia é lançado com foco em desenvolvimento sustentável
Publicação da Embrapa reúne dados de 107 microrregiões e oferece ferramenta estratégica para políticas de valorização da sociobiodiversidade e apoio a 1,5 milhão de famílias na Amazônia Legal.

A diversidade de realidades socioeconômicas e ambientais da Amazônia Legal expressas em texto e infográficos em mais de 600 páginas. O Atlas da Bioeconomia Inclusiva na Amazônia foi lançado na tarde desta quinta-feira (20) na AgriZone. A publicação, organizada pela Embrapa com o apoio da Secretaria de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, é uma obra de referência que traz informações e análises sobre 107 microrregiões distribuídas nos nove estados da Amazônia Legal.
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“Esta obra visa, sobretudo, subsidiar estratégias, planos, programas e políticas orientadas a uma agenda de ação em prol da bioeconomia que se traduza em oportunidades para a promoção da inovação, com valorização das economias da floresta e da sociobiodiversidade, e ampliação da participação nos mercados, com reflexos na renda e na qualidade de vida das populações amazônidas”, escreveu a diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologias da Embrapa, Ana Euler.

O editor técnico, pesquisador Roberto Porro, da Embrapa Amazônia Oriental, explica que “a obra adota uma abordagem territorial para a apresentação de dados, tendo como referência a diversidade de contextos expressos na extensão geografia mais ampla associada à Amazonia, que é a Amazônia Legal Brasileira, abrangendo 107 microrregiões geográficas delimitadas pelo IBGE nos nove estados que a compõem”.
Ela é fruto de ações e diagnósticos realizados por técnicos de nove Unidades da Embrapa na região Norte e no Maranhão, nos últimos 3 anos, para a construção de um plano estratégico para atuação da Empresa em uma abordagem de bioeconomia inclusiva na Amazônia.
Ações voltadas à bioeconomia inclusiva são capazes de apoiar os modos de vida de 1,5 milhão de famílias de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais que habitam a Amazônia brasileira. “Buscamos uma bioeconomia inclusiva fundamentada no uso sustentável da biodiversidade a partir dos saberes tradicionais e no diálogo entre esses saberes e os conhecimentos científicos e tecnológicos, que promova o desenvolvimento inclusivo, justiça social e o bem-viver dos povos amazônicos”, afirma Porro.
O coordenador geral de Desenvolvimento da Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, William Saab, afirma que o Atlas vem em um momento muito oportuno de ampliação e fortalecimento das sociobioeconomias amazônicas. A publicação, segundo ele, se alinha e serve como base para duas políticas públicas do governo brasileiro, o Plano Nacional de Desenvolvimento da Sociobioeconomia e o Programa Prospera Socioebioeconomia, ambos lançados durante a COP30, em Belém.
“O documento é um importante instrumento de planejamento para gestores públicos e vai ajudar no impulsionamento de políticas públicas. Trata-se de uma grande entrega que a Embrapa faz para a sociedade brasileira”, finaliza o gestor.

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Lar Cooperativa reforça parceria estratégica na 4ª turma da Escola de Rações
Capacitação reforça a estratégia da cooperativa de investir em educação para qualificar equipes e fortalecer toda a cadeia produtiva.

A Lar Cooperativa celebrou importantes avanços em capacitação profissional na terça-feira (18) com o encerramento da 4ª turma da Lar Escola de Rações. Em uma cerimônia solene realizada no Lar Centro de Eventos, em Medianeira (PR), 56 funcionários receberam certificados após concluírem a formação focada na excelência e nas melhores práticas em todo o ciclo da produção de rações.
O evento contou com a presença de familiares dos profissionais, patrocinadores da iniciativa e lideranças da Lar, que prestigiaram a conquista e destacaram a importância da capacitação contínua para o desenvolvimento da cooperativa e da região onde atua.
“Momentos como esse, onde celebramos a conclusão de um curso, felizmente, estão cada vez mais frequentes na cooperativa. Isso se deve, porque a Lar acredita e investe na educação, é o que está por trás de toda nossa trajetória e é a ferramenta que vai nos guiar para o futuro. Só assim continuaremos a ser ousados, nos permitindo evoluir ainda mais”, comentou o diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues.
A 4ª turma da Lar Escola de Rações contou com alunos de diversas áreas de atuação da cooperativa, sendo elas: indústria de rações, fomento de aves, fomento de suínos, recria de aves, unidades produtoras de pintainhos, indústria de aves, indústria de soja, operacional de grãos e setor de compras. Essa diversidade promoveu uma rica troca de experiências entre os participantes, além de demonstrar o caráter estratégico da formação em integrar as melhores práticas sobre a cadeia produtiva, do campo à indústria.
“A conclusão do curso representa dedicação, esforço e muita vontade de crescer. A capacitação fortalece nossas equipes, melhora resultados e demonstra o compromisso da cooperativa com as pessoas. Todo o conhecimento que conquistamos será aplicado no nosso dia a dia nas unidades onde atuamos e assim todos ganham”, destacou Michele Ribeiro Caldeira, da Unidade Industrial de Rações, de Rolândia (PR), após receber o diploma do curso.
Divididos em 10 módulos, que somaram ao todo 80 horas de conteúdos especializados com alto valor técnico, a formação foi uma verdadeira jornada imersiva em todo o ciclo produtivo da ração. Entre os temas trabalhados, destaca-se a nutrição, formulação de dietas, qualidade de ingredientes, segurança alimentar, bem-estar animal, entre outros assuntos.
“Este curso não foi apenas sobre adquirir conhecimento teórico, mas também sobre entender a necessidade de inovação, de qualidade e principalmente de ética, pois o mercado é exigente e não podemos entregar nada além da excelência. Ao integrarmos as cadeias de produção da cooperativa temos uma enorme responsabilidade em nossas mãos, mas para o sucesso desse trabalho, contamos com uma equipe qualificada que busca evolução contínua e esse curso é a prova disso”, afirmou o gerente das Indústrias de Rações da Lar e coordenador da Lar Escola de Rações, Carlos Eduardo Varnier.
O curso foi desenvolvido por meio de uma parceria estratégica entre a Lar Universidade Corporativa e um seleto grupo de fornecedores, que patrocinaram os professores, materiais de ensino, premiações de incentivo, além da cerimônia de encerramento. A lista com as empresas que acreditaram e viabilizaram a iniciativa, inclui grandes nomes do setor: Safeeds, Huvepharma, BTA/Apply, Van Aarsen, Adisseo, DSM, Evonik, CJ do Brasil, De Heus e Famsun.
“A sinergia entre a Lar e nossos fornecedores está pautada em um pilar chamado confiança. Investimos juntos nessa formação porque acreditamos em um futuro ainda mais próspero para a pecuária, por meio de um sucesso compartilhado na visão de que seremos ainda melhores. Temos uma nutrição de alto padrão e os mais altos indicadores zootécnicos, mas estamos sempre em busca da melhoria contínua”, ressaltou o superintendente de Suprimentos e Alimentos da Lar, Jair Meyer.
Em linha com os pilares estratégicos da cooperativa, o superintendente de Negócios Agrícolas da Lar, Vandeir Conrad, enfatizou o papel fundamental da educação no crescimento e eficiência da Lar. “Não temos dúvida nenhuma de que é através da educação que alcançaremos a geração e a percepção de valor por nosso associado, comunidade e clientes. Esse é um trabalho contínuo, pois entendemos que a eficiência operacional é resultado da busca por conhecimento. Somos muitos felizes com essa estratégia da cooperativa que nos guia para o sucesso.”
O sucesso da 4ª turma da Lar Escola de Rações, somada a diversas outras iniciativas que cultivam o conhecimento, configuram a Lar como uma cooperativa educadora. Um legado guiado por um único propósito: cooperar para melhorar a vida das pessoas.
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ABPA lança manual de biosseguridade para aves e suínos
Documento técnico integra as ações do Movimento “Uso Consciente, Futuro Sustentável” e reforça a importância da prevenção e da saúde única

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) realizou, na terça-feira (25), o webinar “Lançamento do Manual de Procedimentos de Biosseguridade para Aves e Suínos”, promovido pela Academia ABPA.
O evento contou com a participação da diretora técnica da entidade, Sula Alves, da coordenadora Tabatha Lacerda e da analista Beatriz Belloni, além do consultor Bruno Pessamílio e do coordenador de biosseguridade da Seara Alimentos, Paulo Pelissaro.

Diretora técnica da ABPA, Sula Alves: “A biosseguridade é o pilar central da produção responsável” – Foto: Divulgação/Arquivo OPR
O novo manual foi desenvolvido com o objetivo de fortalecer os procedimentos mínimos de biosseguridade nos sistemas produtivos de aves e suínos, oferecendo um guia técnico acessível e aplicável à realidade das granjas brasileiras. O documento orienta produtores e profissionais sobre medidas preventivas contra a entrada e disseminação de agentes infecciosos, reforçando o papel da biosseguridade como primeira linha de defesa sanitária na produção animal.
Entre os temas abordados estão localização e estrutura das instalações, barreiras físicas e sanitárias, controle de acesso de pessoas e veículos, manejo alimentar e vacinação, controle de vetores, cuidados com dejetos e planos de contingência para emergências sanitárias.
O Manual de Biosseguridade da ABPA está alinhado aos princípios do Movimento “Uso Consciente, Futuro Sustentável”, lançado em outubro pela entidade, e reforça a importância das práticas de prevenção como base da estratégia do uso consciente de antimicrobianos e combate à resistência antimicrobiana (RAM). “A biosseguridade é o pilar central da produção responsável. Cada medida preventiva adotada nas granjas representa uma barreira a menos para a entrada de doenças e um passo a mais na direção da sustentabilidade sanitária. Com este manual, queremos apoiar o setor produtivo com informações claras, práticas e aplicáveis ao dia a dia dos profissionais que estão no campo”, destacou Sula Alves, diretora técnica da ABPA.

Presidente da ABPA, Ricardo Santin: “Este material reforça o papel educativo da ABPA e consolida o compromisso do setor com a saúde única” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
O manual será distribuído gratuitamente aos associados e disponibilizado no hotsite do movimento Todos Contra RAM. “Este material reforça o papel educativo da ABPA e consolida o compromisso do setor com a saúde única. Nosso objetivo é apoiar conhecimento técnico em prática cotidiana, incentivando o uso responsável de antimicrobianos e o fortalecimento da biosseguridade”, afirmou Ricardo Santin, presidente da ABPA.
O lançamento do manual encerra as ações educativas da ABPA durante a Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência Antimicrobiana (WAAW). Apesar do fim da Semana, a iniciativa continuará por meio de uma agenda de eventos técnicos e encontros regionais junto a produtores e cooperativas, incentivando o engajamento coletivo do setor na promoção da saúde animal e na prevenção sanitária.
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Paraná lidera produção agro com energia limpa e sustentável
Programa RenovaPR e aproveitamento de resíduos da agropecuária transformam dejetos em biogás e energia solar, reduzindo custos para produtores rurais, fortalecendo a competitividade do campo e promovendo sustentabilidade na agroindústria estadual.

Enquanto o mundo debate soluções concretas contra as mudanças climáticas, o Paraná acumula resultados expressivos na transição para uma economia de baixo carbono, principalmente pelo empurrão da transformação energética. Com políticas públicas voltadas à geração de energia limpa no campo, nas cidades e na indústria, o Estado se consolida como uma das principais referências do País no uso de fontes renováveis.
A ampliação da matriz solar e de biogás, a expansão das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e a instalação do maior parque eólico da Região Sul reforçam o protagonismo paranaense em sustentabilidade e segurança energética. Mais do que discurso, a agenda tem se traduzido em investimentos e inovação tecnológica.
A geração de energia a partir de fontes limpas foi um dos temas centrais da COP30, que reuniu representantes de quase 200 países para discutir formas de acelerar a transição global e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), as fontes renováveis responderam por apenas 30% da eletricidade gerada no mundo em 2023 e a expectativa é de que ultrapassem 40% somente no final desta década.

Nesse contexto, o Paraná surge como exemplo de ação local com impacto global. O Estado (que já possui 98% da sua energia produzida a partir de fontes renováveis) constrói uma política energética que alia desenvolvimento econômico, inovação e preservação ambiental, adotando uma visão de longo prazo capaz de unir competitividade e sustentabilidade. “Temos uma grande oportunidade de mostrar ao mundo que no Paraná existem boas políticas públicas de preservação, geração de energia renovável e, acima de tudo, de exemplo para os países de primeiro mundo”, disse o governador. “No Paraná, buscamos ser cada vez mais um Estado equilibrado, que concilia sustentabilidade, desenvolvimento econômico, social e cuidado com o meio ambiente”.
Energia no campo
Lançado em 2021, o programa RenovaPR é um dos principais marcos da política estadual de incentivo à energia limpa. Voltado à geração de energia solar e biogás no campo, o programa já mobilizou cerca de R$ 5,8 bilhões em investimentos e resultou na instalação de 38 mil novas usinas de geração distribuída em propriedades rurais. O volume equivale a mais de 1 gigawatt de potência instalada – energia suficiente para abastecer uma cidade de 2 milhões de habitantes.
O programa combina apoio técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e condições financeiras facilitadas por meio do Banco do Agricultor Paranaense, cujos juros são subsidiados pela Fomento Paraná. Com isso, milhares de produtores rurais passaram a gerar a própria energia e reduziram custos com eletricidade em até 95%.
Segundo o governador, enquanto o mundo está iniciando a sua transição energética, o RenovaPR é um exemplo de que o Paraná está um passo à frente neste assunto. “Já somos o maior produtor de energia do Brasil, sendo que 98% são de fontes renováveis. Nosso projeto, agora, é aproveitar esse enorme potencial do campo e usar os dejetos da produção suína, avícola e da pecuária leiteira para gerar energia sustentável”, afirma Ratinho Junior.
Os impactos positivos vão além da economia direta. O RenovaPR estimula o aproveitamento de resíduos da produção agropecuária, especialmente na cadeia de suínos e aves, para a geração de biogás e biometano. O uso dos dejetos evita a contaminação de cursos d’água e do solo e ainda garante uma nova fonte de renda, já que os produtores podem vender o excedente de energia ou o biogás purificado para outras finalidades, como o abastecimento de veículos.
O programa também contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa e melhora a eficiência energética no meio rural. A disseminação de painéis solares e biodigestores representa um salto tecnológico importante no campo, com reflexos diretos na competitividade da agroindústria paranaense. “Os novos números do RenovaPR comprovam que o programa tem causado uma verdadeira transformação no campo, baixando o custo de produção para os agricultores, além de reforçar a vocação do Estado como produtor de energia limpa e renovável”, diz o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.
Reconhecido como um dos maiores programas estaduais do País no setor, o RenovaPR segue em expansão com a abertura de novas linhas de crédito e capacitações técnicas voltadas a cooperativas e pequenos produtores. O objetivo é ampliar ainda mais a autossuficiência energética rural e consolidar o Estado como referência nacional na transição energética.
Além disso, o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Planejamento e a Superintendência-Geral de Gestão Energética, criou um Plano de Biogás e Biometano do Paraná com propostas de ações para diversificar a matriz energética, integrar recursos renováveis e otimizar a gestão de resíduos. Entre os principais benefícios, destacam-se a redução das emissões de gases de efeito estufa, a valorização de resíduos e o fortalecimento da economia local.
Sistema hidrelétrico descentralizado
O Paraná também avança na geração de energia a partir das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), reforçando o protagonismo estadual em fontes limpas e de longo prazo. Atualmente, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Estado possui 114 PCHs e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) em operação, outras cinco em construção, sete com obras prestes a iniciar e mais de 150 projetos em fase de registro ou estudos de viabilidade.
Nos próximos anos, o Paraná deve receber R$ 1,1 bilhão em investimentos privados para a construção de 11 novas PCHs que abrangem 15 municípios, contratadas no 39º Leilão de Energia Nova A-5 promovido pelo Ministério de Minas e Energia. Os empreendimentos somam 110 megawatts (MW) em potência instalada e têm início de fornecimento previsto para 2030, com foco no atendimento ao mercado regulado.
Essas pequenas usinas representam benefícios socioambientais significativos porque preservam e ampliam matas ciliares, protegem nascentes, contribuem para a melhoria da qualidade da água e reduzem emissões de carbono. Além de ofertarem energia limpa e contínua, geram empregos e aumentam a renda local, impulsionando o desenvolvimento em cidades de pequeno e médio porte.
Na avaliação do presidente do Instituto Água e Terra (IAT), Everton Souza, as PCHs também cumprem um papel de proteção das áreas verdes. “É um exemplo que o Paraná dá. Neste novo leilão, serão mil hectares do empreendimento em si e outros quatro mil hectares que deverão ser protegidos. Ou seja, ofertamos energia limpa e crescemos de maneira sustentável”, detalha.
O governo estadual também estuda, em parceria com o setor privado, a criação de um fundo específico para projetos de energia renovável, com o objetivo de ampliar linhas de crédito e atrair novos investidores. A proposta deve seguir o modelo de fundos voltados ao agronegócio, com condições facilitadas e juros reduzidos para fomentar o crescimento sustentável do setor.
Polo de energia eólica
Na região Sul do Estado, outro marco reforça o protagonismo paranaense na matriz limpa. O IAT autorizou neste ano a instalação do Complexo Eólico Palmas II, um dos maiores empreendimentos do País em geração de energia a partir dos ventos. O investimento de R$ 3,5 bilhões prevê a construção de 72 aerogeradores (turbinas) com potência total de 504 megawatts (MW), o que representa energia suficiente para atender o consumo médio de 300 mil residências.
A nova estrutura é mais potente que o pioneiro Parque Eólico Palmas I, implantado pela Copel há 25 anos, que possuía 2,5 MW de capacidade instalada. Enquanto as turbinas antigas geravam 500 quilowatts por unidade, as atuais podem ultrapassar 7 megawatts cada, produzindo mais energia com menos equipamentos e ocupando uma área proporcionalmente menor. Isso significa menos necessidade de infraestrutura, menor impacto visual e ambiental e mais eficiência na produção.
O empreendimento também é um exemplo de compatibilidade entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental. O licenciamento foi concedido após estudos detalhados e prevê a utilização de áreas já abertas, sem supressão de vegetação nativa.
“Conseguimos eliminar totalmente o corte florestal, e cada torre foi posicionada respeitando os corredores de vento e a rota das aves. Foi um projeto construído junto com a população e com os produtores rurais que participam do arrendamento das áreas”, explica Pedro Dias, diretor-executivo do instituto ambiental – responsável pelo licenciamento, estudos técnicos e gestão ambiental do empreendimento, idealizado pela Vento Sul Energia.
O potencial eólico das regiões Sudoeste e Centro-Sul do Paraná, até pouco tempo pouco explorado, ganha com o novo parque um impulso decisivo. Estudos do setor indicam que o Estado reúne condições naturais favoráveis, com ventos estáveis e boa infraestrutura de transmissão, por isso o Governo do Estado aposta que a entrada em operação do complexo de Palmas pode atrair novos investidores e consolidar o Paraná como polo eólico do Sul do Brasil.
Economia com energia solar

A transição energética paranaense também alcança as cidades. Com apoio do Governo do Estado, diversas prefeituras têm adotado sistemas fotovoltaicos em prédios públicos, escolas, unidades de saúde e estações de tratamento de água. As iniciativas contam com suporte técnico da Copel e da Celepar, responsáveis por orientar a instalação e o monitoramento remoto dos equipamentos, o que permite maior eficiência e controle do consumo.
O impacto econômico é direto. Em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Estado, por exemplo, a implantação de painéis solares garantiu uma economia mensal de aproximadamente R$ 24 mil, reduzindo em até 95% a conta de energia elétrica. A iniciativa permitiu que o valor economizado fosse direcionado a outras áreas prioritárias da administração municipal, como educação e saúde.
O modelo vem se expandindo para municípios de diferentes portes, especialmente nas regiões Oeste e Norte do Estado. Em muitos casos, os projetos são desenvolvidos em parceria com cooperativas e consórcios intermunicipais, o que reduz custos e viabiliza investimentos coletivos em energia solar. Além de aliviar os cofres públicos, essas ações fortalecem o compromisso dos municípios com a sustentabilidade e contribuem para a meta estadual de ampliar a participação das fontes renováveis na matriz energética.
Outra ideia anunciada recentemente foi a instalação de usinas fotovoltaicas para o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e para a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED). O projeto contempla a implantação de oito usinas de geração solar fotovoltaica, cada uma com potência instalada de 2,5 megawatts (MW), totalizando 20 MW de capacidade. Juntas, essas unidades serão capazes de gerar aproximadamente 32 GWh por ano, energia suficiente para abastecer mais de 15 mil residências de médio porte, contribuindo de forma significativa para a redução da demanda por energia proveniente de fontes fósseis.



