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Atender as exigências do consumidor final, produção sustentável e bem-estar são destaques da EuroTier 2022
Pela quinta vez o jornal O Presente Rural vai estar presente neste importante evento.
A EuroTier considerada um dos eventos líderes em inovações mundiais nas áreas de produção animal, volta a ser presencial esse ano, e vai apresentar várias tendência em inovações que buscam melhor a produção no campo.
Segundo a Associação Alemã das Agroindústrias(DLG), que promove a EuroTier, as tecnologias que serão apresentadas mostram claramente os esforços constantes que estão sendo feitos para alcançar formas de produção mais sustentáveis, como melhor aceitação do consumidor e com uma busca cada vez maior no que tange o bem-estar animal.
Busca cada vez maior por Inovação
Apesar de todas as dificuldades, a inovação da indústria de tecnologia agrícola relacionada à produção animal permanece numa busca constante de melhorias.
Itens como Importância para o uso prático, bem estar animal, efeitos sobre o trabalho e a gestão agrícola, meio ambiente e a situação energética, além dos impactos na redução da carga de trabalho e na segurança do trabalho e na sustentabilidade também são considerados indispensáveis pelo comitê responsável pela premiação das inovações na EuroTier 2022.
Inovações indicam tendências internacionais
Outro fator importante para ser observado entre as 185 inovações inscritas para participar da premiação da EuroTier é que as mesmas, sendo da Alemanha e do exterior não tenham sido apresentadas ou premiadas em outra importante feira ou evento internacional.
O que também é considerado fator importante é que os produtos premiados devem estar funcionando no momento da feira e estar disponíveis no mercado em 2023.
O ‘Prêmio Bem-Estar Animal’ será novamente entregue a alguns dos vencedores das medalhas de ouro e prata em 2022. Este prêmio é concedido a produtos que atendem excepcionalmente aos requisitos de um alto padrão de bem-estar animal.
Tendências em insumos agrícolas e tecnologia
Este ano, duas grandes tendências podem ser discernidas nos insumos agrícolas. Em primeiro lugar, o foco permanece no cuidado de saúde ideal para os animais. O valor aqui está ligado ao suprimento individual e direcionado dos animais com os nutrientes necessários e ao reconhecimento precoce baseado em dados de distúrbios no suprimento. Ao mesmo tempo, tenta-se reduzir os impactos ambientais dos animais por meio de sistemas de alimentação adequados.
Reduzir a carga de trabalho continua sendo o objetivo na área de tecnologia agrícola. Isso vai desde o trabalho na fazenda até a evolução dos sistemas de cercas de gado que permitem enfrentar os novos desafios impostos pelos animais selvagens, de modo que o trabalho também seja otimizado.
Tendências na pecuária
As tendências para o setor da pecuária continuam com foco no bem-estar animal. A coleta de dados de várias etapas do processo permitirá uma avaliação mais profunda dos mesmos, adaptando os sistemas de apoio à decisão ainda mais extensivamente aos animais individuais. A tendência contínua no gerenciamento de processos é a automação de um número crescente de etapas do processo. Isso vai desde a limpeza automática e reinício de bebedouros móveis para bezerros até sistemas de limpeza para sistemas de mini ordenha. Isso, garante a confiabilidade do processo e, portanto, também a sustentabilidade. Em todas as áreas, está ficando cada vez mais claro que o papel do agricultor está evoluindo, e que ele deixe cada vez mais de ser apenas um operário ou gerente e que libere mais tempo para fazer uma gestão melhor de sua propriedade.
A tendência observada nos últimos anos de retirar especificamente excreções de animais do galpão para reduzir os impactos ambientais continua a se refletir nos sistemas de galpão. Isso varia de sistemas de tela para galpões abertos a robôs coletores.
Inovações significativas para o bem-estar animal ainda podem ser vistas mesmo na área mais clássica da tecnologia de ordenha ou divisórias de cubículos. Isso mostra claramente que temos que continuar a repensar até mesmo os sistemas existentes para criar novas possibilidades.
Tendências na suinocultura
Um avanço significativo na tecnologia de sensores está surgindo no setor de suínos. Os sensores não precisam mais ser fixados ao animal; abordagens inovadoras, como análise de imagem ou som, estão permitindo a coleta de dados individuais, mesmo sem fixação direta nos animais. Novos conceitos que antes eram difíceis de implementar em termos estruturais ou econômicos são agora possíveis.
As novas tecnologias também apresentam possibilidades de redução de carga de trabalho, meio-ambiente e economia sejam atendidos simultaneamente por meio de sistemas de coleta digitalizados e automatizados.
Tendências na avicultura e outros animais
As tendências na avicultura estão mudando na direção de aumentar o bem-estar animal e reduzir a poluição ambiental. Serão apresentados também sistemas que otimizam a criação e que atendam esses objetivos.
À medida que a demanda do consumidor muda, novas espécies animais também estão se tornando interessantes para a produção. Essa tendência é indicada, por exemplo, pelos sistemas de alimentação de insetos. Novas abordagens estão, portanto, constantemente surgindo para a produção animal agrícola.
Tendências em digitalização e gestão de rebanhos
A digitalização continua a ser uma megatendência na agricultura. Os desenvolvimentos vão desde o registro automatizado de dados com tecnologias de sensores em rede e sistemas de banco de dados até a automação de análises e processos e gerenciamento inteligente de galpões. A abordagem do sistema que leva em consideração a lucratividade e a sustentabilidade continuam em alta. As opções oferecidas pela rede específica de dados na área animal são demonstradas pela premiada função de gerenciamento de secagem para vacas, que combina dados de várias áreas. No entanto, as dificuldades causadas pela falta de uma interface de dados universal na área animal também estão se tornando aparentes. O potencial para o bem-estar animal e a sustentabilidade está sendo desperdiçado nesse sentido.
Rede de dados para maior inovação
A apresentação das tendências mostra que as empresas nacionais e internacionais do setor de produção animal continuam extremamente inovadoras e lançam no mercado produtos para a produção animal sustentável.
Quem visitar a EuroTier 2022 certamente, além de encontrar novas tecnologias, vai ter também a oportunidade de discutir diretamente com profissionais do setor, questões futuras que determinarão o conceito de desenvolvimento adequado para sua necessidade. O foco permanece em soluções inteligentes sem descurar a otimização contínua dos sistemas existentes para uma produção animal bem sucedida e sustentável.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.