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“Até dezembro nós teremos 7,5 mil cabeças por dia de suínos terminados”, estima presidente da Frimesa

Em entrevista ao Programa Voz do Cooperativismo, Elias José Zydek destaca o andamento dos trabalhos no novo Frigorífico da Frimesa em Assis Chateaubriand (PR) e fala dos planos futuros em curto, médio e longo prazos, das suas ações neste início de gestão e de outros temas relevantes para a cooperativa. Confira!

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Presidente da Frimesa, Elias José Zydek: "Até dezembro as cooperativas têm um plano de aumento gradativo, um cronograma de aumento da produção"

O programa Voz do Cooperativismo estreou em abril no site e redes sociais do jornal O Presente Rural e trouxe em sua primeira edição a participação do presidente da Frimesa, Elias José Zydek, que assumiu recentemente a presidência da cooperativa paranaense. Zydek conta um pouco de sua história, que está intimamente ligada ao nascimento da Frimesa, e os da cooperativa para os próximos anos. O abate de suínos, por exemplo, deve ser ampliado na nova planta industrial, que deve atingir a meta de 2025 ainda este ano. Confira alguns trechos da entrevista aqui. Para ver o conteúdo completo, acesse opresenterural.com.br.

O Presente Rural – Quem é Elias Zydek?

Presidente da Frimesa, Elias José Zydek, em recente entrevista ao Programa Voz do Cooperativismo – Fotos: O Presente Rural

Elias Zydek – Bom, eu sou engenheiro agrônomo e sou uma pessoa do agronegócio desde formação. Posso dizer desde criação, porque eu vim do Rio Grande do Sul, do meio rural. Estudei agronomia, cheguei no Paraná como extensionista rural no serviço público e logo em seguida fui para o serviço privado, trabalhar em cooperativa. Eu poderia dizer que o cooperativismo está na minha alma. Eu considero o cooperativismo muito além de uma forma de gestão e mais uma forma de organização social. E que é nobre porque ela considera a eficiência do capital, mas considera a essência do social, que é o ser humano, que é o produtor rural, que tanto precisa de organização, de apoio para que ele desenvolva suas atividades. Então, resumidamente, acredito que eu sou rural, sou do agronegócio e sou cooperativista.

O Presente Rural – O senhor participou desde as primeiras ideias da criação da Frimesa e agora, há poucos dias, assume a presidência. Quanto um pouco dessa história e como está sendo esses primeiros dias como presidente?

Elias Zydek – Eu costumo dizer que a minha vida profissional se confunde com a história da Frimesa. Quando eu estava trabalhando em cooperativa, eu sentia a dificuldade. Imagina há 45 anos atrás. Eu sentia a dificuldade que o produtor tinha de viabilizar as suas atividades e tudo o que se estudava mostrava que a necessidade era agregar valor à produção do cooperado, do produtor. Lembro que, para comercializar suínos, saía do Sudoeste com um caminhão para vender em Minas Gerais. Você imagina o esforço de isso tudo e quão pouco sobrava para o produtor.

Então surgiu a ideia de reunir as cooperativas no Sudoeste do Paraná. Conseguimos reunir cinco cooperativas singulares e constituir uma central que se chamou Sudecoop, Cooperativa Central Agropecuária Sudoeste. E então o Conselho de Administração, formado pelas diretorias das cooperativas, aprovou um plano que era de atuar em duas cadeias produtivas: cadeia do suíno e a cadeia do leite. Eu considero que esse foi uma definição importante, que até hoje permanece como foco. Pode ver que hoje a Frimesa tem foco em duas cadeias produtivas. Ela não fica apostando em várias atividades.

Nós começamos desde a criação do estatuto e dos primeiros projetos, do primeiro planejamento estratégico e foi concebido então que seria construído ou adquirido um frigorífico de suínos, construída uma fábrica de ração e adquirido ou construído laticínios para receber o leite.

Isso evoluiu e logo no segundo ano entraram cinco cooperativas do Oeste do Paraná na Sudecoop, ficando dez cooperativas. Foi adquirido o Frigorífico Medianeira, que era uma massa falida em Medianeira. E essas dez cooperativas administraram o primeiro ano, mas já deu problemas, deu prejuízo.

A gestão não foi muito profissional naquela época e resultou logo no rompimento da sociedade. A central, que tinha dez cooperativas, acabou ficando, no terceiro ano, já com cinco cooperativas, todas do Oeste do Paraná, que são as cinco que hoje fazem parte da Frimesa.

Aí houve uma evolução. Ampliamos os abates. Aqui em Medianeira construímos mais laticínios, principalmente a fábrica de queijos e derivados em Marechal Cândido Rondon, Mais recentemente foi adquirido mais um frigorífico em Rondon. A Frimesa veio crescendo nesse tempo.

Quando ela deu o salto de 1.7 mil cabeças para 6 mil cabeças suíno por dia, que houve também um aperfeiçoamento e uma profissionalização da gestão. Foi criada a função de diretor executivo. Nessa época, o presidente Valter Vanzella assumiu e eu fui convidado a assumir como diretor executivo.

Presidente da Frimesa, Elias José Zydek, em entrevista para o Programa Voz do Cooperativismo com o jornalista e editor-chefe do jornal O Presente Rural, Giuliano De Luca, e Ueslei Schubert Stankovicz, do Departamento de Comunicação e Marketing

Então passaram-se 26 anos dessa minha parceria com o Valter. Nesse período conseguimos, junto com o Conselho de Administração, traçar a visão de futuro dos planejamentos para continuar crescendo. Então é muito gratificante para mim, como um técnico, um profissional participar da criação de um projeto chamado Cooperativa Central e poder chegar hoje na Presidência dessa cooperativa. Isso, de um lado, é uma realização profissional muito grande. De outro lado, é um orgulho em poder participar do cooperativismo e de fazer parte dessa filosofia cooperativista, que é muito forte no Paraná, especialmente no Oeste do Paraná. É motivo de muita satisfação e de realização.

O Presente Rural – Quais são os planos futuros da Frimesa em curto, médio e longo prazos?

Elias Zydek – A Frimesa sempre trabalhou com uma visão de longo prazo. O nosso planejamento estratégico, desde 1.997, tem estabelecido uma visão de dez anos. Em 2015, nós passamos a ter uma visão de 15 anos, quando fizemos um planejamento até 2030. Claro que, conforme o ambiente socioeconômico do país e da região e até do mundo vai evoluindo, você tem que ir atualizando.

Em 2015 fez um grande estudo nas cadeias do leite e do suíno e estabeleceu que ela deveria crescer e que ela deveria chegar entre as três ou quatro maiores empresas de suinocultura do Brasil, porque a gente tinha produtor para produzir, estamos em uma área que produz alimentos, grãos para alimentação de suínos, tecnologia conhecida e o produtor também conhecedor da atividade. O mercado crescente, tanto o mercado interno quanto as exportações. É um produto que a nível mundial é competitivo.

A suinocultura brasileira é competitiva perante os outros países do mundo, continua até hoje. Então ouvimos que tinha a possibilidade de sair de 8.300 cabeças por dia para 23 mil cabeças por dia. Foi aí que se projetou uma unidade nova, de 15 mil cabeças, que é o frigorífico de Assis Chateaubriand, que foi concebido em 2015. Ficamos três anos em projeto e quatro anos em execução. Foi inaugurado em dezembro de 2022. Agora, em 2023, chegou o momento de iniciar as operações. Já após assumir em fevereiro, a gente já fez uma revisão do planejamento estratégico e estabelecemos o Plano Frimesa 2030 deve ocupar 100% da capacidade dos laticínios que nós estamos utilizando hoje, (que está) em torno de 78% da capacidade, além de abate de 23 mil suínos. Isso vai fazer com que o faturamento salte de R$ 5,5 bilhões em 2022 para R$ 12 bilhões em 2030. Para isso, tem que avançar no mercado com projetos específicos de marketing, de comunicação, de distribuição e logística para conseguir colocar isso no mercado.

O Presente Rural – Como é que estão os trabalhos da nova planta frigorífico?

Elias Zydek – O Frigorífico de Assis, conforme planejado, iniciou atividade experimental na metade de março. Começamos fazer os testes e até o fim de março ficou concluída essa parte. Agora em abril nós já estamos abatendo a semana em torno de 1,5 mil suínos por dia e gradativamente vamos aumentando. Até o fim de maio nossa pretensão foi elevar para 4 mil cabeças por dia e também iniciar as operações de cortes de suínos. Então, a partir de maio começamos a fazer os cortes tanto para exportação quanto no mercado interno, dando início assim ao processo de industrialização naquela planta.

Nós teremos até o fim de junho disponível nas cooperativas em torno de 5 mil cabeças por dia. Pretendemos até junho atingir e conseguir absorver essas 5 mil cabeças. Mas até dezembro as cooperativas têm um plano de aumento gradativo, um cronograma de aumento da produção. Têm algumas que estão colocando granjas de produção de leitões desmamados. Tem outras com iniciadores, produtores fazendo isso de forma que até dezembro nós teremos 7,5 mil cabeças por dia de suínos terminados. E é o que a gente pretende absorver nessa primeira etapa. Veja que isso, no planejamento inicial, estava previsto em 2025. Nós estamos antecipando em dois anos o atingimento da primeira fase, que é 50% de capacidade daquela unidade.

O Presente Rural – Este ano a gente teve a entrada de um novo governo federal. Já tivemos o desmembramento do Ministério da Agricultura e Pecuária, sem a Conab, e as invasões de terra começaram a ser um pouco mais intensas no Brasil. Isso traz muita insegurança para a produção. O ministro da Agricultura recentemente atrelou o agro brasileiro à questão do desmatamento. Como isso pode refletir no agronegócio?

Elias Zydek – Você entrou num assunto estratégico, eu diria assim, vital para o agronegócio. Todos esses temas que você levantou são preocupações constantes entre nós do agronegócio. O governo que assumiu a gente sabe que tem uma filosofia um tanto socialista e até que não enxerga como problema o que é problema para quem produz. Isso é preocupante.

Temos que ter um Congresso forte, o trabalho com os deputados, com senadores, para que não haja aumento de tributação. O agronegócio não suporta retirada do que eles chamam de benefícios.

Fala-se no arcabouço fiscal, fala-se em reforma tributária, mas a gente está muito com pé atrás, com receio de que essas reformas sejam no sentido de aumentar a carga tributária. Aí complica para todos.

O Presente Rural – Uma presidência das cooperativas menos homem do campo, vamos dizer assim, e mais executiva. O senhor acha que está surgindo um movimento de um novo modelo de gestão dessas cooperativas?

Elias Zydek – As cooperativas se tornaram e estão se tornando grandes empresas competidoras no mundo, não só no Brasil. E naturalmente isso exige uma gestão cada vez mais apurada, uma gestão cada vez mais profissional. Esse é o desafio do cooperativismo. Se você olhar a história de cooperativas do Brasil todo, e se você olhar as que não deram certo, eu diria que 90% dos casos foi problema de gestão técnica, gestão financeira, gestão econômica e problemas de ordem comercial. Então não tem como não estar preparado para a gestão. Agora, é muito importante que esses gestores tragam em seu sangue o DNA do produtor rural, do meio rural. Acho que esse é o desafio, você conseguir juntar o profissionalismo com o rural. Se você colocar na gestão de uma cooperativa o melhor administrador da indústria de aviões, ele pode conhecer todas as ferramentas de gestão, mas se ele não conhecer a cadeia produtiva, ele não vai conseguir viabilizar. Acho que esse é o grande cuidado que sempre tem que se ter. É de, junto com o profissional, ter o DNA rural.

O Presente Rural – Como o senhor visualiza a economia brasileira nos próximos meses e de que forma isso acaba impactando o agronegócio e as agroindústrias?

Elias Zydek – Eu reuni a minha equipe econômica, financeira e tributária e pedi para eles fazerem um estudo. Qual seria o impacto do plano econômico do novo governo dentro da Frimesa? O grupo se reuniu e devolveu uma pergunta pra mim. Qual é o plano econômico a considerar? E é essa dificuldade de responder. Nós não temos as métricas. Se nós pegarmos a macroeconomia desse novo governo, ele não apresentou ainda como é que vai ser a política cambial, como é que vai ser a política monetária, quais são as taxas de juros e como vai ser a política fiscal, que é a mais importante. Eu tenho muita preocupação com esse novo governo, exatamente com a área econômica.

A entrevista em vídeo você pode conferir na íntegra  pelo link opresenterural.com.br/voz-do-cooperativismo-estreia-com-presidente-da-frimesa-elias-zydek.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Brasil se torna livre de febre aftosa sem vacinação, informa governo

Para conceder a declaração de país livre da febre aftosa sem vacinação, a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses. O Brasil deve apresentar o pleito em agosto deste ano. Já o resultado, se aprovado, será apresentado em maio de 2025, durante assembleia geral da entidade.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O governo federal informou na noite de quinta-feira (02) que o Brasil se tornou um país livre de febre aftosa sem vacinação animal. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. A autodeclaração ocorre após o fim da última campanha nacional de imunização contra a febre aftosa em 12 unidades da Federação e em parte do Amazonas.

“O Brasil sobe para o degrau de cima da sanidade animal, tão almejada. Os mercados mais exigentes e mais remuneradores vão estar abertos para o Brasil”, celebrou Fávaro.
Segundo ele, a medida abre caminho para que o Brasil possa exportar carne bovina para países como Japão e Coreia do Sul, por exemplo, que só compram de mercados livres da doença sem vacinação.

“Hoje é um dia histórico, porque sempre o Brasil sonhou em ser um país livre de febre aftosa sem vacinação, ou seja, um estágio bem avançado de sanidade animal e boa defesa agropecuária”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin.
A próxima etapa consiste na apresentação de documentação para Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que é quem tem poder para reconhecer o novo status sanitário do país.

Para conceder a declaração de país livre da febre aftosa sem vacinação, a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses. O Brasil deve apresentar o pleito em agosto deste ano. Já o resultado, se aprovado, será apresentado em maio de 2025, durante assembleia geral da entidade.

Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.

Ao todo, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixarão de ser vacinados contra a doença, trazendo uma redução de custo direta, com a aplicação da vacina, de mais de R$ 500 milhões.

O ciclo de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Brasil começou há mais de 50 anos e o último registro da doença ocorreu em 2006. O fim da vacinação exigirá protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados, enfatizou o ministro Carlos Fávaro.

A carne é o quarto principal item da pauta de exportações brasileira, atrás apenas da soja, petróleo bruto e minério de ferro.

Fonte: Agência Brasil
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Novo Porto Seco de Foz do Iguaçu vai dobrar movimentação de cargas na tríplice fronteira

Governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na quinta-feira (02) do lançamento do projeto do novo empreendimento, no Oeste do Paraná, que deve dobrar e modernizar a movimentação de cargas na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A estrutura terá investimento de R$ 500 milhões.

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Fotos: Geraldo Bubniak/AEN

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na quinta-feira (02) do lançamento do projeto do novo Porto Seco de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, que deve dobrar e modernizar a movimentação de cargas na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A estrutura será construída pela empresa Multilog, que venceu a licitação promovida pela Receita Federal e já é responsável pela operação do atual porto seco do município.

Com investimento previsto de R$ 500 milhões, a nova unidade alfandegada será instalada em uma área de 550 mil metros quadrados, às margens da rodovia BR-277, fora da área urbana da cidade, e de fácil acesso à Perimetral Leste e à Ponte de Integração Brasil-Paraguai, obras do Governo do Estado, governo federal e Itaipu Binacional. O terminal terá uma infraestrutura mais ampla e robusta que a atual, facilitando o comércio entre os três países, além da previsão de gerar 3 mil empregos diretos e indiretos. “Paraguai e Argentina são parceiros estratégicos do Paraná que, por sua localização na região, têm a vocação de ser a central logística da América do Sul, ajudando no desenvolvimento da região”, afirmou Ratinho Junior. “Foz do Iguaçu é a porta de entrada no Brasil dos produtos que vêm do Paraguai e Argentina, e tem que estar preparada para isso”.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na quinta-feira (02) da apresentação do projeto do novo porto seco de Foz do Iguaçu, o maior da América Latina em movimentação de cargas pela empresa Multilog

Para consolidar esse projeto de hub logístico, Ratinho Junior destacou os grandes investimentos que têm sido feitos desde o início de sua gestão para fortalecer os diferentes modais logísticos. Por estar localizada em uma área de fronteira, com grande potencial turístico e logístico, Foz do Iguaçu recebe obras importantes, como a Ponte de Integração, a Perimetral Leste, a duplicação da Rodovia das Cataratas e a modernização do Aeroporto Internacional das Cataratas, inclusive com concessão à iniciativa privada.

“E este projeto do porto seco se une aos demais, dando mais agilidade aos processos logísticos, no desembaraço alfandegário, facilitando o transporte de produtos. Tudo isso potencializa a atração de investimentos ao município”, ressaltou o governador.

“Temos um projeto multimodal para a região. O modal aéreo recebeu investimentos para ampliação da pista e já está com a concessão, para ter um aeroporto com voos internacionais maiores”, explicou o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. “Também estamos trabalhando com o modal ferroviário, com o projeto da Nova Ferroeste, para avançar com os trilhos no Oeste e resolver os gargalos até chegar ao Porto de Paranaguá. E em rodovias estamos trabalhando praticamente em toda a região, com investimentos bilionários”.

Maior da américa latina Um dos principais operadores logísticos do Brasil, a Multilog administra desde 2016 o atual Porto Seco de Foz do Iguaçu, que foi construído nos anos 1980 e já está com sua capacidade de operação saturada. Porém, mesmo instalado no perímetro urbano do município, o terminal é o maior da América Latina em termos de movimentações de cargas terrestres. Somente em 2022, foram US$ 6,5 bilhões em cargas transportadas por 201,2 mil caminhões.

“Foz do Iguaçu é muito estratégica para o comércio internacional da tríplice fronteira. A nova área será três vezes maior que a atual, já prevendo o crescimento da movimentação na região”, destacou o presidente da Multilog, Djalma Vilela. “Trabalhamos incluindo o cenário da nova ponte e da perimetral, que também são importantes para o fortalecimento do comércio internacional. Tanto que a obra deve ser finalizada de forma sincronizada com esses projetos, com a previsão de ser entregue no final de 2025”.

Nova estrutura

O projeto foi dividido em duas etapas – a primeira começa a ser executada ainda neste semestre, com investimento inicial de R$ 240 milhões. Esta fase inclui a área de pátio, de 197 mil metros quadrados, destinada aos caminhões.

A parte de armazenagem e vistoria terá 7,2 mil metros quadrados de área coberta fechada, incluindo mais de 600 metros quadrados de câmara fria, com três docas exclusivas para o armazenamento de produtos que necessitam de temperaturas controladas.

A estrutura também contará com equipamentos modernos, como balanças de elevada precisão e scanner de cargas. Em termos de segurança, serão instaladas câmeras avançadas para vigilância interna e externa. Haverá quatro portões de entrada de veículos e dois de saída, com uma entrada e saída para cargas especiais com altura e largura excedentes. Os acessos terão sistemas de pesagem e identificação de veículos totalmente automatizados.

O complexo terá ainda com uma área de 1,9 mil metros quadrados destinada aos motoristas, dividida em oito espaços distintos, sendo sete deles internos ao porto seco, e um externo, localizado no bolsão de acesso. Os espaços vão contar com sanitários e áreas para descanso e permanência.

Comércio exterior

Paraguai e Argentina estão entre os principais parceiros comerciais do Paraná. Em 2023, o comércio de produtos paranaenses para a Argentina atingiu uma receita de aproximadamente US$ 1,6 bilhão, montante que perde apenas para as exportações para a China no período. Já o Paraguai foi o oitavo destino no mercado internacional do Paraná, com US$ 619,6 milhões movimentados no ano passado.

A parceria com os dois países contribuiu para manter a balança comercial paranaense em alta no ano passado. As exportações do Estado cresceram 13,7% em 2023, chegando a um montante de US$ 25,2 bilhões. Foi o maior na região Sul, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). “Temos um trabalho importante de abertura de portas no mercado internacional, mas não podemos esquecer das nossas fronteiras mais próximas. É importante aprimorar esse comércio e, junto com a iniciativa privada, para destravar essa pauta de importação, principalmente de grãos, para atender a demanda própria, mas também para exportar pelo Porto de Paranaguá”, destacou o diretor-presidente, Eduardo Bekin.

Fonte: AEN-PR
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Novo sistema do Tecpar auxilia a monitorar qualidade da água dos mananciais do Paraná

A plataforma, já em uso, é chamada de Sistema de Monitoramento da Qualidade da Água In Natura (SISMA). Ela foi desenvolvida utilizando o software Tableau Desktop, que permite a visualização dos dados das análises laboratoriais realizadas pela Sanepar em seus 134 pontos de monitoramento em todo o Estado.

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Foto: Maurilio Cheli/Sanepar

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) desenvolveram uma plataforma para auxiliar no monitoramento da qualidade das águas superficiais captadas para o abastecimento no Paraná. Desde 2021, o Tecpar trabalha em parceria com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) na realização de uma série de ações para preservar os mananciais.

A plataforma, já em uso, é chamada de Sistema de Monitoramento da Qualidade da Água In Natura (SISMA). Ela foi desenvolvida utilizando o software Tableau Desktop, que permite a visualização dos dados das análises laboratoriais realizadas pela Sanepar em seus 134 pontos de monitoramento em todo o Estado.

Fotos: Hedeson Alves/Tecpar

A gerente do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente do Tecpar, Daniele Adão, explica que as informações apresentadas pelo sistema possibilitam fazer o controle de qualidade da água de forma mais assertiva, contribuindo com a tomada de decisões. “Identificamos a ausência de um método para unificação de dados laboratoriais, realizados em certo período, para monitorar a qualidade das águas captadas para o abastecimento no Estado. Assim, foram criadas ferramentas que permitem visualizar de modo fácil e didático os resultados de análises laboratoriais e também auxiliar na detecção de possíveis riscos e deficiências, desde a captação da água até o consumidor final, com o propósito de desenvolver e implementar o Plano de Segurança da Água”, detalha.

As ferramentas se basearam na metodologia e conteúdos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde e na norma ABNT NBR 17080:2023 – que estabelece princípios e diretrizes para elaboração e implementação do plano de segurança da água.

O objetivo principal do SISMA é assegurar o monitoramento preventivo da qualidade da água para minimizar os riscos à saúde pelo consumo de água, protegendo a saúde da população, afirma Daniele. “Além disso, ao contribuir para uma vigilância mais eficaz da qualidade da água, também estamos protegendo nossos recursos naturais”, pontua.

Desenvolvimento

O convênio com a Sanepar para desenvolvimento e manutenção do SISMA iniciou em junho de 2021, com término previsto para dezembro de 2024. O investimento é de R$ 8 milhões no período de três anos. Para alimentar o sistema foram utilizadas informações públicas, além dos laudos usados pela Sanepar para avaliar a qualidade de águas superficiais desde 2008, e das análises periódicas realizadas durante o projeto.

Na primeira etapa, foram identificados os locais autorizados para o lançamento de efluentes nos mananciais. Depois foram pontuados no mapa georreferenciado do Paraná os locais de coleta de amostras para realizar o monitoramento da qualidade da água. Também foram indicados os resultados das análises laboratoriais periódicas contratadas pela Sanepar.

“Em seguida, foram definidos limites de alerta sobre a qualidade da água, de acordo com a legislação nacional vigente, para que a Sanepar consiga atuar nos sistemas hídricos utilizados no abastecimento, de modo preventivo e preditivo”, explica Daniele.

As informações integradas geraram um mapa interativo, que aponta os pontos de captação de água superficial, com os respectivos dados tratados das análises laboratoriais e históricas fornecidas pela Sanepar.

Fácil acesso

Com uma apresentação clara e acessível de dados, o SISMA foi construído para ser uma ferramenta totalmente funcional e disponível para uso diário. Isso traz mais agilidade na identificação de pontos críticos de controle da qualidade da água, possíveis fatores geradores de poluição e na previsão de futuras crises de qualidade da água.

A disponibilização desses dados à equipe gerencial da Sanepar é feita por meio do software Tableau Online. Ele permite o acesso remoto e rápido ao SISMA, por meio de qualquer navegador em qualquer dispositivo conectado à internet. Atualmente, o SISMA possui cinco painéis principais que variam no nível de detalhamento das informações e no escopo. Para auxiliar o usuário na utilização do SISMA foi elaborado um manual de uso e vídeo tutorial.

Funcionalidades

O sistema possui mapas interativos para melhorar a visualização e compreensão das informações. Os técnicos podem acessar detalhes geográficos, como hidrografia e relevos, em uma única visualização, e personalizar rótulos e dicas de ferramentas conforme necessário. Isso permite uma apresentação adaptável das informações para atender às necessidades específicas de cada contexto.

Os painéis de visualização têm múltiplas finalidades. Permitem visualizar os resultados mais recentes das análises laboratoriais feitas nos pontos de coleta da água monitorada e mostram os locais de coleta, em um mapa georreferenciado que detalha a hidrografia do Paraná. Também destacam as potenciais fontes de poluição em até 30 quilômetros a montante dos pontos de captação de água.

A cada atualização do banco de dados com as análises laboratoriais, o sistema alerta a Sanepar sobre os parâmetros que representam riscos à saúde ou que estejam fora dos limites normativos. Os usuários do SISMA podem identificar rapidamente os locais que apresentam riscos à saúde ou para o sistema hídrico, com base nas análises laboratoriais mais recentes. O SISMA também fornece um histórico com informações específicas sobre uma região ou local de coleta, permitindo avaliar se as ocorrências são pontuais ou sazonais.

Expertise

O Tecpar é habilitado pelo Instituto Água e Terra (IAT) para realizar análises laboratoriais físicas, físico-químicas e microbiológicas de águas superficiais em seus laboratórios. A atividade é reconhecida e acreditada pela Coordenação Geral de Acreditação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) através do CRL 0244.

Fonte: AEN-PR
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