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Assuvap completa mais um ano e celebra conquistas e o crescimento do setor
Atualmente, somamos 98.483 mil matrizes e produzimos mais de 303 milhões de quilos de carne suína

Ser o porta-voz do produtor e buscar, sempre, soluções para os desafios da cadeia produtiva estão entre as principais ações da Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga/Assuvap, uma instituição consolidada, forte e que carrega na genética a referência de uma empresa inovadora. Neste ano, mais precisamente no dia 29 de julho, a Assuvap celebra 36 anos de história, conquistas e superações, fruto de um trabalho sério, comprometido e totalmente engajado com o suinocultor, o mercado e com a tecnologia.
O desenvolvimento da suinocultura, no Vale do Piranga, fortalece a geração de empregos diretos e indiretos, criando um total de 38 mil postos de trabalho, sendo 5 mil diretos e 33 mil indiretos, o que gera valor salarial de R$ 11 milhões de reais, conforme dados atualizados. A suinocultura é a principal atividade econômica dentro da seção agropecuária e a segunda principal atividade econômica em geral da microrregião, responsável por 6% do total de empregados.
O começo
Ao longo desses 36 anos, a Associação teve 12 presidentes (todos eles suinocultores) totalmente engajados e com propósito de transformarem a tradição secular de criar porcos em propriedade rurais, em uma suinocultura forte, altamente tecnificada e com produção em larga escala. No início dos anos 1.980, a suinocultura do Vale do Piranga iniciaria um processo de crescimento que jamais seria abandonado. No regresso de uma viagem pelo Brasil, um grupo de suinocultores traria na bagagem a decisão de implantar o que havia de mais moderno em criação de suínos no país. As novas técnicas de nutrição, manejo, instalações e produção genética foram colocadas em prática, numa granja de Ponte Nova/MG, e serviram de modelo para o surgimento de outras granjas.

Nascimento da Assuvap
Com o crescimento da produção, os suinocultores começaram a perceber que existia uma dificuldade de obter o milho, componente básico da alimentação animal, que precisava ser importado de outras regiões brasileiras. Ao mesmo tempo, passaram a ser alvo de rigorosa fiscalização. O momento de desafio despertou nos donos das granjas a necessidade da criação de uma instituição que os representasse em casos como esses.
A ideia se concretiza, então, em 29 de julho de 1985. A ata histórica deste dia tem a assinatura de 16 suinocultores que se uniram para criar a Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga, a Assuvap, com sede em Ponte Nova, MG. Começava, neste momento, uma trajetória que operaria mudanças fundamentais na economia do Vale do Piranga.
Na época da fundação, a Associação tinha 4 mil matrizes e era responsável por 30% da carne suína produzida em Minas Gerais. Com a virada do século houve, também, uma mudança no modelo de gestão e cada vez mais a Associação criou oportunidades, investiu na capacitação dos suinocultores e inovou nas relações com fornecedores e parceiros.
A atividade cresceu
Arquitetar novas estratégias e fortalecer vínculos com os produtores e fornecedores, levando conhecimento, vivência de mercado e buscando caminhos e alternativas para uma produção de qualidade fizeram com que, cada vez mais, a Assuvap contribuísse para que uma proteína de qualidade, saudável e saborosa chegasse à mesa dos brasileiros. Hoje, já no século XXI, a Associação soma mais de 98 mil matrizes (98.483) e produz mais de 303 milhões de quilos de carne suína o que coloca a Instituição no 4º maior polo suinícola independente do Brasil. O desenvolvimento, que já era expressivo, alavancou ainda mais e a força da suinocultura chegou a outros produtores, fora do estado e, em 2021, a Assuvap conta com 100 associados em Minas Gerais e no Espírito Santo.
Criação da Coosuiponte, Frigorífico Saudali, BSim e Suinfest
A situação e os desafios da atividade deram abertura para a criação de uma nova instituição. Foi quando em 1.998, surgiu a ideia da Cooperativa dos Suinocultores de Ponte Nova e Região, a Coosuiponte, que foi fundada para facilitar as compras de insumos e diminuir os custos de produção nas granjas.
Em 2.000, os integrantes da Assuvap inauguram o Frigorífico Industrial Vale do Piranga S/A, o Frivap, e lançaram a marca Saudali, junção das palavras saudável e alimento. A ideia vinha sendo discutida nos encontros da Associação desde meados dos anos 1.990. Em pouco tempo, o Frivap se transformou no principal comprador de suínos produzidos em toda a região. Naquele mesmo ano, a Assuvap consolida a virtude empreendedora que caracteriza a entidade e realiza a primeira Suinfest, uma feira de negócios que hoje é a maior do Estado de Minas Gerais e uma das mais importantes do gênero, no Brasil.
O espírito inovador que propiciou o início da organização do setor também foi responsável pelo surgimento de outras iniciativas ligadas à suinocultura na região. A primeira delas foi a criação da Bolsa de Suínos do Interior de Minas/BSim, que surgiu em 2.016 diante da necessidade de fixar um preço básico e mais justo para a carne suína e que tem o compromisso de fortalecer, organizar, desenvolver e contribuir com o desenvolvimento da suinocultura mineira, através de um sistema transparente, participativo e racional, que permite a formação de preços para a comercialização de suínos. Atualmente, a BSim acontece dentro da plataforma de dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais/ASEMG.

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



