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Suínos / Peixes

ASEMG organiza suinocultura mineira em torno de si

Sempre lutando pelos interesses do suinocultor mineiro, há 45 anos ASEMG vem fazendo a diferença quando o assunto é produção e divulgação da carne suína em Minas Gerais

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Quem pensa que mineiro tem entre suas preferências somente o pão de queijo não conhece a fama de apreciador da carne suína que ele ostenta. Se no Brasil o consumo per capita chega a 15 quilos por ano, em Minas Gerais ele sobe para 21 quilos. Em relação ao número de habitantes, é o Estado que mais consome essa proteína no país. As informações são da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), personagem desta edição na Série Associações do Brasil – História e Organização da Suinocultura, do jornal O Presente Rural.

Quarto maior produtor suinícola brasileiro, atrás apenas dos três estados do Sul, atualmente Minas Gerais tem cerca de 273 mil matrizes, o que corresponde a 15,9% do plantel brasileiro e 11% do número total de granjas do país. O abate mineiro é de cerca de 40 mil cabeças/ano, e a exportação chega a 940 mil toneladas/ano. Do total de matrizes, 70% estão associadas à Asemg, entidade que começou sua história 45 anos atrás, criou seus próprios mecanismos para defender o produtor, como A Bolsa de Valores da Suinocultura mineira e um instituto de inteligência para pesquisar todos os dias o comportamento da carne suína no varejo. Tudo para que produtores acertem na tomada de decisões.

Com uma história escrita com muito trabalho e suor, a Associação vem se tornando, nos seus 45 anos, uma verdadeira ferramenta de gestão para os suinocultores mineiros. Criada em 30 de abril de 1972, na cidade de Patos de Minas, a Associação teve, e ainda tem, como principal objetivo defender os interesses econômicos dos produtores de Minas Gerais. Desde a sua criação até hoje, a Asemg tem como missão a defesa dos interesses e direitos dos suinocultores através da articulação política, da busca por remuneração justa ao produtor, ao fomento do consumo da carne suína e do desenvolvimento sustentável da cadeia suinícola.

Valeu o esforço

O primeiro presidente da entidade, já falecido, deixou um discurso que a decisão dos pioneiros ajudou a profissionalizar a suinocultura mineira. No aniversário de 40 anos da entidade, Ary Guimarães, – em memória -, que presidiu a entidade no início dos anos 70 afirmou: “Juntos resolvemos pela criação de uma entidade de classe, e mais de 40 anos depois podemos ter a certeza que valeu a pena. A Asemg está cada dia mais forte e a atividade cada vez mais reconhecida e profissional em nosso Estado”, afirmou à época.

Conquistas

Hoje, aos 45, a Asemg está ainda mais fortalecida. As conquistas foram se acumulando ao longo do caminho. Em 1988, por conta da expansão da atividade além da região de Patos de Minas, os associados decidiram e transferiram a sede de Pato de Minas para Belo Horizonte. Como a atividade evoluiu para outras regiões, não justificava ou seria justo concentrar a sede da associação de toda uma classe em um de seus polos suinícolas. Por conta disso, foi decido pela transferência para a capital mineira, tornando o acesso à associação cômodo a todos os produtores.

Com esta transferência, a entidade passou a ser baseada no Parque de Exposições da Gameleira, mas a evolução da suinocultura exigia novos investimentos. “O espaço da sede era bem pequeno, não suportava de forma adequada a Bolsa de Suínos de Minas Gerais e nem a presença dos suinocultores do Estado. Então batalhamos junto ao Governo do Estado para conseguirmos um terreno, ali mesmo, dentro do parque, e construímos nossa atual sede, que foi inaugurada em 2006 e hoje conta com auditório bem equipado para realização de palestras e para abrigar a Bolsa, uma ampla sala de reunião, subdivisão de setores, além de um amplo espaço gourmet que recebe todas as semanas os associados da entidade”, conta o atual vice-presidente da Asemg, José Cardoso Penna.

Muito bem organizados

Ao longo dos anos de atuação, a associação tomou diversas frentes e atuou em prol do suinocultor mineiro. Entre as ações desenvolvidas está a Bolsa de Valores de Minas Gerais, que segundo o atual presidente da Asemg, Antônio Ferraz, funciona em forma de reuniões, quando o preço do suíno vivo é definido pelos agentes da cadeia. “Através dos encontros semanais, representantes dos suinocultores e dos frigoríficos mineiros debatem e decidem o valor de comercialização do quilo do suíno vivo no Estado”, conta. Ele ressalta que, além das reuniões presenciais, que reúnem suinocultores de todos os polos do Estado e representantes de diversos frigoríficos, existe também uma videoconferência para que os produtores que não puderam comparecer à sede da entidade possam entender o andamento do mercado de suínos em Minas.

Outro projeto desenvolvido foi o Mercominas, um instituto de inteligência de mercado criado em 2013, em parceria com o Sebrae Minas, que semanalmente pesquisa o varejo em Minas Gerais a fim de informar os suinocultores do Estado sobre a forma com que a compra e venda de carcaças e cortes suínos estão ocorrendo para que tenham em mãos dados reais na hora de negociar o preço do quilo do suíno vivo durante a Bolsa de Suínos de Minas Gerais. “Durante muitos anos nós suinocultores entrávamos para a negociação de Bolsa com informações que vinham do dia a dia dos nossos negócios, além do nosso feeling. Não sabíamos exatamente o que estava acontecendo em outros polos, nem mesmo o andamento do mercado dos frigoríficos”, lembra o diretor da Asemg, Roberto Magnabosco.

Ele conta que logo após a instauração do Mercominas tudo se tornou muito mais profissional. “Sabemos quantos animais vivos foram vendidos, quantos estarão disponíveis na semana seguinte, o peso médio destes animais, a venda de carcaças e cortes e seus valores no varejo, além de números que nos mostram o volume negociado no varejo e pretensão de compra para a próxima semana”, afirma. Ele complementa que com base em todas estas informações a negociação se tornou menos intuitiva e mais argumentativa e eficaz.

Da granja para a política

Defender o interesse dos suinocultores mineiros em todas as esferas de governo é também o que vem fazendo a Asemg. “Fazer com que as necessidades do setor sejam ouvidas politicamente também é uma das prioridades da entidade, já que sem a força dos nossos dirigentes, ações ligadas às áreas tributárias, meio ambiente, entre outros temas, ficam restritos ao setor e não saem do papel”, comenta Ferraz. Entre as ações citadas pelo atual presidente estão a criação da Frente Parlamentar da Suinocultura Mineira, em 2013, que reúne deputados apoiadores da causa, tornando o setor mais forte. Outra ação, considerada uma vitória do setor, de acordo com o presidente, aconteceu em 2017, quando o setor foi ameaçado em se tornar G (grande) no potencial poluidor, e através da luta da Asemg, unida ao apoio de outras entidades e à Frente Parlamentar, conseguiu barrar a ação e manter a suinocultura no potencial M.

Central de compras de grãos

Uma ação que a Associação vem desenvolvendo em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e Associação de Avicultores de Minas Gerais (Avimig) é a criação de uma Central de Compras de Grãos. A atividade está mapeando os setores de produção, observando a logística de grãos e trabalhará para que os suinocultores mineiros paguem o melhor preço relativo a grãos, fazendo assim com que o fator de maior complexidade na criação de suínos esteja sob controle para os participantes da Central. “Acredito muito na liderança deste projeto, nos benefícios em termos de escala favorecendo nós suinocultores e avicultores e na sinergia dos produtores beneficiados participando mais ativamente da nossa associação. O ano de 2018 promete ser um ano promissor para a Asemg”, afirma o suinocultor e diretor da associação, Geraldo Magela.

Divulgação da carne suína

Desde sua criação, a Asemg faz campanhas para estimular o consumo da carne suína. Atualmente, são desenvolvidos projetos que incluem informação, degustação e arte. A entidade mostra à comunidade mineira as diversas possibilidades da carne suína, suas vantagens e consequentemente impacta diretamente o alto consumo da proteína em Minas, conta o atual presidente da entidade. “A Asemg atua de forma bastante criativa quando o assunto é o fomento do consumo da carne suína. Criamos eventos diferenciados, como o Pork Rock e o Gastronomia Truck, encabeçados pelo mestre churrasqueiro Daniel Furtado. Somos ainda parceiros em outros, apoiando até mesmo exposições de arte a céu aberto e restaurantes especializados em carne suína, tudo com o intuito de atrair a simpatia da opinião pública, o que resulta no incremento de consumo”, menciona.

Além do mais, ainda são feitas palestras para profissionais do setor de saúde e formadores de opinião. “Cada uma delas com uma pegada criativa para garantirmos a frequência e a boa avaliação por parte dos presentes”, informa. Outra ação é a capacitação em forma de ensino e incentivo de profissionais de açougues, seja das casas de carnes ou redes parceiras do Mercominas, mostrando como trabalhar com toda a carcaça suína, levando assim maior lucro ao comerciante e diversidade ao consumidor. “Não é um trabalho fácil, mas certamente os resultados compensam”, afirma o presidente.

Capacitação

Capacitar os associados também é uma ação importante e sempre realizada pela Asemg. Em evento realizado bimestralmente, a associação reúne os maiores suinocultores de Minas na sede da entidade para transmitir conhecimento através de palestras e troca de experiência entre os participantes. “Como suinocultor, sempre que possível compareço e aprecio o evento, que é bem agradável, e posso afirmar que o retorno sempre supera nossas expectativas. A casa está sempre cheia de produtores de todos os polos do Estado, sempre ávidos por informação e um bom papo seguido de um happy hour que tem a nossa proteína como estrela”, conta o produtor e diretor da Asemg, Nelson Lopes.

Mais da ASEMG e do suinocultor mineiro

Desde a sua criação, a associação se preocupa em difundir e fomentar a criação racional de suínos, oferecendo orientações técnicas que vão do melhoramento genético do rebanho até estratégias de divulgação da carne que objetivam o aumento do consumo. A Asemg dispõe de diversas informações de grande importância para o aprimoramento da suinocultura, como dados referentes ao manejo, nutrição, genética, instalações e equipamentos, mercado, além de buscar novidades que possam interessar para o aperfeiçoamento da produção de suínos.

O Triângulo Mineiro, a Zona da Mata e a região centro do Estado são os maiores polos produtores de Minas Gerais. Diferente do Sul, em Minas a produção independente é bem maior: 77% dos produtores mineiros atuam nesse modelo.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de fevereiro/março de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Pesquisadores adaptam técnica que acelera o crescimento do tambaqui

Por meio de um equipamento de pressão, é possível gerar um par a mais de cromossomos no peixe, gerando animais triploides e favorecendo o seu crescimento. Técnica foi adaptada de versões empregadas em criações de truta e salmão no exterior. Método gera animais inférteis, o que possibilita criações em regiões em que o tambaqui é exótico, uma vez que eventuais escapes não impactarão a fauna aquática local no longo prazo.

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Além do crescimento mais rápido e do peso maior do tambaqui, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa - Foto: Siglia Souza

A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) estuda uma técnica capaz de deixar o tambaqui (Colossoma macropomum) aproximadamente 20% maior e mais pesado. A técnica consiste em gerar, por meio de aplicação de pressão nos ovos fertilizados, peixes com três conjuntos de cromossomos (triploides) – em condições naturais são dois conjuntos – para deixar o peixe infértil. Com isso, ele cresce e engorda mais rápido do que em condições normais. A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Aldessandro Costa do Amaral, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob a orientação da pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan.

Além do crescimento mais rápido, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa. “Quando você tem um peixe estéril, abre a possibilidade de regularização de seu cultivo em uma região onde ele seja exótico”, ressalta a pesquisadora. Isso porque, em caso de escape para a natureza, os animais estéreis não ofereceriam risco de se reproduzir em regiões das quais eles não fazem parte como, por exemplo, a Bacia do Prata, no Pantanal. “Assim, você expande os locais em que a espécie pode ser cultivada, mediante a regularização da atividade”, destaca a cientista.

A tecnologia já é empregada no exterior em peixes como salmão e truta, e o maior desafio era adaptá-la para o tambaqui, a segunda espécie mais produzida no Brasil. “Nas pisciculturas de truta na Escócia, o peixe cultivado tem que ser obrigatoriamente triploide, para não desovar. Como essas espécies são criadas em gaiolas no mar, precisam ser estéreis para não se reproduzir, o que causaria uma contaminação genética na população natural. Por isso é uma obrigação que todos os peixes sejam triploides”, explica a pesquisadora, acrescentando que a técnica em si não é nova; a novidade está na aplicação em peixes nativos brasileiros. “É uma tecnologia antiga, relativamente simples e de grande efeito na aquicultura, que estamos adaptando para o tambaqui.”

Equipamento de pressão para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes – Foto: Jefferson Christofoletti/Embrapa

Equipamento importado
A pesquisa faz parte do projeto Aquavitae, o maior consórcio científico já realizado para estudar a aquicultura no Atlântico e no interior dos continentes banhados por esse oceano. Por meio do Aquavitae, a Embrapa utilizou de 2019 até 2023, para os primeiros testes dessa técnica, um equipamento de pressão próprio para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes. A empresa norueguesa Nofima cedeu o equipamento para os experimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura. Trata-se de aparelho de grande porte que opera de forma automática, bastando regular a pressão e o tempo desejados. A máquina é inédita no Brasil. “O aparelho que mais se assemelha pertence à Universidade de Santa Catarina, porém, a aplicação da pressão é manual”, conta a pesquisadora.

Como é a técnica utilizada?
O´Sullivan explica que a pesquisa buscou definir três parâmetros cruciais para induzir à triploidia. Primeiro, o tempo após a fecundação do ovo em que se deve iniciar o choque de pressão. Depois, foi preciso definir a intensidade da pressão a ser aplicada para o tambaqui, e, por fim, a equipe teve que descobrir a duração ideal da pressão. “Tivemos que identificar esses três parâmetros para o tambaqui ao longo do projeto”, explica a cientista.

Para realizar a técnica, são utilizados um milhão de ovos recém fertilizados, que vão para a máquina de pressão. Em seguida ao choque de pressão, os ovos vão para as incubadoras comumente usadas e o manejo é igual à larvicultura tradicional e à alevinagem. A quantidade de ração também é a mesma por biomassa; apenas os peixes começam a crescer mais. A pesquisadora conta que o protocolo para obtenção de 100% de triploides levou cinco anos para ser alcançado, após vários testes-piloto.

À esquerda, animais convencionais e, à direita, peixes submetidos ao processo de indução de poliploidia. Ambos originários da mesma desova e de idades idênticas.

Em seis meses, 20% maior
Durante a pesquisa, que avaliou o ciclo de crescimento e engorda do tambaqui triploide durante seis meses, observou-se que o peixe ficou 20% maior e mais pesado que os irmãos que não tinham passado pelo choque de pressão (usados como controle). O próximo passo da pesquisa é fazer uma avaliação durante o ciclo completo de crescimento da espécie, que dura 12 meses. “Produzimos um novo lote de triploides que deixaremos crescer até chegarem a um quilo. Se o resultado for o mesmo que tivemos com o peixe de seis meses, eles vão chegar a um quilo em menos de 12 meses”, calcula a pesquisadora, acrescentando que também estão sendo avaliadas a sobrevivência larval e a ocorrência de deformidades nesses peixes.

Outra característica que preocupa os pesquisadores são as consequências da triploidia no sistema imunológico destes peixes. Resultados preliminares indicam que o tambaqui triploide pode ter uma resistência reduzida a condições desafiadoras, como alteração da temperatura da água. Por isso, segundo a pesquisadora, antes que a tecnologia seja repassada para o setor produtivo, serão realizados estudos para a validação completa da técnica de produção de tambaquis triploides. “O primeiro passo era conseguir obter um protocolo que nos desse 100% de triploidia em tambaqui. Ficamos muito felizes e esperançosos de termos alcançado esse objetivo. Agora, outros estudos vão avaliar as vantagens e possíveis desvantagens dessa técnica na produção da espécie”, conclui Fernanda O’Sullivan.

Produção de tilápia usa outra técnica
Embora a infertilidade dos peixes seja uma vantagem para o crescimento do animal e para a expansão a novas regiões de produção, a triploidia não é indicada para a tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie mais produzida no Brasil. Segundo a pesquisadora, há para a tilápia uma técnica mais econômica, que promove a criação do monosexo do macho pelo tratamento com hormônio para esse fim.

“A tilápia também tem protocolo de triploidia desde 1980, mas não estão mais usando, pois fica mais barato fazer a masculinização pela ração”, ressalta O´Sullivan. Ao contrário do tambaqui, em que as fêmeas são maiores do que os machos, na tilápia, os machos é que são maiores. Assim, foram desenvolvidas técnicas para masculinizar as larvas da tilápia. Ainda, para se fazer a triploidia, os ovos devem ser fertilizados in vitro, ou seja, artificialmente. E a produção de larvas de tilápias hoje se baseia na reprodução natural dos casais e coletas dos ovos já em desenvolvimento.

No caso da criação de monosexo da tilápia, quando os alevinos começam a comer, é oferecida ração com metiltestosterona. Isso faz com que todos os peixes se tornem machos. Com a produção exclusiva de machos, além de acelerar o crescimento, evita-se problemas de reprodução desenfreada da espécie, que é exótica no Brasil.

A pesquisadora ressalta que a técnica do monosexo nada tem a ver com a triploidia. “A técnica empregada no peixe triploide está ligada ao crescimento e à esterilidade. A esterilidade é muito importante, porque é uma característica que o monosexo não tem. Os peixes são do mesmo sexo, porém são férteis”. Ela conta que a Embrapa já está pesquisando produzir monosexo de tambaqui feminino, também pelo uso da ração – no caso, acrescida de estradiol.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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