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Às vésperas da COP28, 20 maiores empresas de carne e laticínios aumentam emissões de carbono em 3%
Dentre as 60 maiores do mundo, o pior resultado entre as brasileiras foi o da JBS, que caiu da 16ª para a 22ª colocação. Mesmo assim, continua uma empresa de médio risco, assim como a BRF, que manteve o 12º lugar, e a Minerva, que subiu de 19º para a 14ª colocação..
Enquanto os líderes globais se preparam para se reunir na COP28, em Dubai, novas análises de dados sobre emissões das 20 maiores companhias listadas do setor de carne e laticínios mostra que as emissões ainda estão aumentando ano a ano. Os rebanhos são responsáveis por 14,5% das emissões de gases de efeito estufa.
A análise feita pela FAIRR, rede de investidores com US$ 70 trilhões de ativos sob gestão, mostra que as emissões reveladas pelas 20 maiores (por valor de mercado) companhias listadas do setor de carne e laticínios aumentaram 3,28% entre 2022 e 2023. O grupo inclui empresas como Hormel Foods (EUA) e New Hope Liuhe (China), que são fornecedoras de firmas como Walmart e McDonald´s respectivamente.
Algumas dessas 20 companhias tiveram, neste ano, redução das emissões, incluindo Tyson Foods (EUA) e Danone (França), mas o progresso foi compensado pela elevação em outras empresas.
As análises mostram uma variedade de níveis de comprometimento e transparência. Das 20 gigantes globais, quatro estabeleceram metas de zerar as emissões aprovadas pela Science-Based Targets initiative (SBTi).
Das 20, oito companhias (40%) agora relatam publicamente suas emissões de Escopo 3 (da cadeia produtiva, com por exemplo da produção de rações para os animais), com as americanas Tyson Foods e WH Group, de propriedade da Smithfield Foods, abrindo todos os seus escopos pela primeira vez neste ano. (As emissões de Escopo 3 só foram incluídas nas comparações anuais desde 2022).
Os dados vêm do lançamento do sexto Coller Fairr Protein Producer Index anual (o Índice) que avalia um total de 60 produtores de proteína animal de capital aberto no valor combinado de US$ 364 bilhões (em 1º de março de 2023) em relação a dez fatores ambientais, sociais e de governança (ASG). É uma ferramenta usada extensivamente por membros investidores do Fairr que gerenciam mais de US$ 70 trilhões em ativos.
Ranking
Quanto ao ranking em si, dentre as 60 maiores do mundo, o pior resultado entre as brasileiras foi o da JBS, que caiu da 16ª para a 22ª colocação. Mesmo assim, continua uma empresa de médio risco, assim como a BRF, que manteve o 12º lugar, e a Minerva, que subiu de 19º para a 14ª colocação.
Já a Marfrig segue sendo a brasileira com melhor pontuação, a única nacional considerada empresa de baixo risco para investimento, ocupando a quarta posição.
A Fairr avalia dez tópicos para fazer a pontuação: Emissão de Gases, Desmatamento e Biodiversidade, Manejo e Descarte de Água, Resíduos e Poluição, Uso de Antibióticos, Bem Estar Animal, Condições de Trabalho, Segurança Alimentar, Governança, Proteínas Alternativas.
O ranking encontra-se disponível após a primeira tabela, que trata de emissões de gases Thalia Vounaki, gerente sênior de Pesquisa e Pesquisa Engajamentos, Iniciativa FAIRR, disse: “É encorajador ver mais empresas divulgando pegadas de carbono que abrangem todo o seu fornecimento cadeia – uma vez que estas emissões críticas de “âmbito 3” representam cerca de 90% das emissões do sector. Há no entanto, há um longo caminho a percorrer, com 60% das 20 maiores empresas de carne e laticínios ainda não divulgando o escopo 3 e três produtores não oferecem nenhuma divulgação de emissões. Os investidores devem continuar a interagir com o setor com uma mensagem clara de que para gerir o risco climático é necessária divulgação abrangente que incluem emissões da cadeia de abastecimento e inventários completos que dividem quais emissões vêm da alimentação e que vem de animais”, analisou.
Oshni Arachchi, executivo de Propriedade Ativa e diretor de Investimento Responsável (Suécia), do Danske Bank, disse que o setor agrícola não é apenas essencial para a produção de alimentos, utiliza cerca de metade das terras habitáveis do mundo e, se não for cuidadosamente gerido, pode conduzir à desflorestação, à perda de biodiversidade e às emissões de gases com efeito de estufa. “Uma parte significativa dessas emissões e a maior parte da desflorestação a nível mundial provém do setor da carne e dos lacticínios e a investigação da Fairr sublinha a urgência com que os produtores pecuários devem agir para fazer a transição para uma produção mais sustentável. Saudamos o aumento da transparência no setor, mas com o tempo a esgotar-se para cumprir os objetivos do Acordo de Paris, também precisamos de ver ações em todo o setor”, expõe.
Tabela de emissões de metano
O Índice também destaca exemplos de boas práticas no setor. Por exemplo, a Danone está entre as primeiras empresas de qualquer setor a definir metas FLAG (Floresta, Terra e Agricultura) alinhadas com o SBTi, e comprometeu-se a reduzir em 30% as suas emissões de metano provenientes do leite fresco até 2030. Isto alinha seus esforços com o Compromisso Global de Metano. A empresa também desenvolveu iniciativas de vários equipamentos de ponta, incluindo projetos em gestão de herança, fundamentos de alimentação e gestão de manutenção.
Ranking da Fairr
Rank | Company | Country |
1 | Mowi ASA | Norway |
2 | Lerøy Seafood Group ASA | Norway |
3 | Grieg Seafood ASA | Norway |
4 | Marfrig Global Foods SA | Brazil |
5 | Cranswick PLC | UK |
6 | Bakkafrost P/F | Faroe Islands |
7 | SalMar ASA | Norway |
8 | Fonterra Co-operative Group Ltd | New Zealand |
9 | Salmones Camanchaca SA | Chile |
10 | Multiexport Foods SA | Chile |
11 | Danone SA | France |
12 | BRF SA | Brazil |
13 | Maple Leaf Foods Inc | Canada |
14 | Minerva SA | Brazil |
15 | Vital Farms Inc | USA |
16 | Scandi Standard AB | Sweden |
17 | Tyson Foods Inc | USA |
18 | Charoen Pokphand Foods PCL | Thailand |
19 | China Mengniu Dairy Co Ltd | China |
20 | Thai Union Group PCL | Thailand |
21 | China Modern Dairy Holdings Ltd | China |
22 | JBS S.A. | Brazil |
23 | Nissui Corporation | Japan |
24 | Hormel Foods Corp | USA |
25 | Saputo Inc | Canada |
26 | WH Group Ltd | China |
27 | LDC SA | France |
28 | Inner Mongolia Yili Industrial Group Co Ltd | China |
29 | Bell Food Group AG | Switzerland |
30 | Inghams Group Ltd | Australia |
31 | Emmi AG | Switzerland |
32 | MHP SE | Ukraine |
33 | Itoham Yonekyu Holdings Inc | Japan |
34 | Muyuan Foodstuff Co Ltd | China |
35 | Cal-Maine Foods Inc | USA |
36 | Australian Agricultural Co Ltd | Australia |
37 | NH Foods Ltd | Japan |
38 | Vietnam Dairy Products JSC | Vietnam |
39 | Want Want China Holdings Ltd | China |
40 | Japfa Ltd | Singapore |
41 | Almarai Co JSC | Saudi Arabia |
42 | RCL Foods Ltd/South Africa | South Africa |
43 | Maruha Nichiro Corporation | Japan |
44 | GFPT PCL | Thailand |
45 | Thaifoods Group PCL | Thailand |
46 | QL Resources Berhad | Malaysia |
47 | Industrias Bachoco SAB de CV | Mexico |
48 | New Hope Liuhe Co Ltd | China |
49 | Astral Foods Ltd | South Africa |
50 | COFCO Joycome Foods Ltd | China |
51 | Seaboard Corporation | USA |
52 | Wens Foodstuff Group Co., Ltd. | China |
53 | Prima Meat Packers Ltd | Japan |
54 | Grupo Bafar SAB de CV | Mexico |
55 | San Miguel Food and Beverage Inc | Philippines |
56 | Great Wall Enterprise Co Ltd | Taiwan |
57 | Venky’s India Ltd | India |
58 | Fujian Sunner Development Co Ltd | China |
59 | Guangdong Haid Group Co., Limited | China |
60 | Beijing Sanyuan Foods Co Ltd | China |
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Falta de chuva preocupa; cotações da soja têm novos aumentos
Paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo.
A falta de chuva nas principais regiões produtoras de soja no Brasil vem deixando agentes em alerta, visto que esse cenário pode atrasar o início da semeadura na temporada 2024/25.
Segundo pesquisas do Cepea, nesse cenário, vendedores restringem o volume ofertado no spot nacional, ao passo que consumidores domésticos e internacionais disputam a aquisição de novos lotes.
Com a demanda superando a oferta, os prêmios de exportação e os preços domésticos seguem em alta, também conforme levantamentos do Cepea.
A paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo.
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Exportação de ovos cai 42% em um ano e processados têm menor participação desde dezembro de 2022
De acordo com dados da Secex, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023.
As exportações brasileiras de ovos comerciais recuaram pelo segundo mês consecutivo, refletindo a diminuição nos embarques de produtos processados, como ovalbumina e ovos secos/cozidos.
De acordo com dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023.
Das vendas externas registradas no último mês, apenas 24,6% (o equivalente a 305 toneladas) corresponderam a produtos processados, a menor participação dessa categoria desde dezembro de 2022, também conforme a Secex.
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Preços do milho seguem em alta no Brasil
Atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.
Levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho seguem em alta no mercado doméstico.
Segundo pesquisadores deste Centro, atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.
Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea explicam que a procura internacional pelo milho brasileiro tem se aquecido, sustentada pela maior paridade de exportação.
Compradores internos também têm retomado as negociações, seja para recompor estoques e/ou por temerem novas valorizações nos próximos dias.
Quanto aos embarques, em agosto, somaram 6,06 milhões de toneladas do cereal, praticamente o dobro das 3,55 milhões escoadas em julho, mas ainda 35% inferiores aos de agosto de 2023, conforme dados Secex.