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As metas e estratégias da BRF na produção de suínos

Em uma entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, Ivomar Oldoni, diretor CIEX Agropecuária da BRF, enfatiza que os custos de produção devem continuar sendo um desafio em 2024 para o setor suinícola, sobretudo devido ao risco de aumento de valor dos insumos tracionados pelo atraso no plantio da safra no Centro-Oeste e pelas perdas ocasionadas pelos fenômenos climáticos na região Sul.

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Fotos: Divulgação/BRF

Reconhecida mundialmente pela eficiência na produção de suínos, a BRF estabeleceu metas audaciosas para 2024. O foco principal está na consolidação de uma cultura que priorize a agilidade, eficiência e a execução precisa dos manejos básicos, consolidando ainda mais as boas práticas de produção. A busca incessante pela excelência é guiada pelo compromisso em ir direto ao ponto, refletindo os princípios fundamentais que norteiam as operações da companhia.

Em uma entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, Ivomar Oldoni, diretor CIEX Agropecuária da BRF, enfatiza que os custos de produção devem continuar sendo um desafio em 2024 para o setor suinícola, sobretudo devido ao risco de aumento de valor dos insumos tracionados pelo atraso no plantio da safra no Centro-Oeste e pelas perdas ocasionadas pelos fenômenos climáticos na região Sul. “Com esse cenário em vista devemos intensificar as ações de eficiência na produção, onde indicadores como conversão alimentar se tornam ainda mais importantes para o equilíbrio do negócio. Paralelamente, ações de compras de grãos direto do produtor ajudam a mitigar gastos com atravessadores e permitem um controle maior sobre a origem do insumo”, enfatiza.

Diretor CIEX Agropecuária da BRF, Ivomar Oldoni: “Nossa missão é criar valor para todos os segmentos que compõem a nossa rede, promovendo a colaboração estreita com parceiros e impactando positivamente as comunidades em que estamos inseridos”

Segundo o executivo, a inovação representa um dos pilares estratégicos que guia toda a cadeia produtiva na BRF, abrangendo desde a fabricação de rações, passando pelas granjas até a produção de alimentos. “Esse compromisso visa assegurar a entrega de produtos de alta qualidade aos nossos consumidores. Nosso processo de inovação assegura que cada novidade seja inserida somente depois de sólidas avaliações, que garantam tanta a segurança quanto a qualidade”, evidencia Oldoni, ressaltando: “Estamos em constante evolução na comunicação e gestão de dados, levando a informatização para o campo e fortalecendo a conexão entre parceiros, extensão rural e a companhia. Além disso, estamos explorando alternativas que otimizam as atividades de produção nas granjas dos nossos parceiros, utilizando digitalização, monitoramento ambiental e sanitário por meio de inteligência artificial”, evidencia.

Conforme Oldoni, a BRF seguirá em 2024 atenta às oportunidades de crescimento vinculadas às demandas de consumo, tanto no mercado interno quanto externo. “Entendemos que temos o constante desafio nos custos de produção e nesse sentido estamos estruturados com diversos trabalhos e projetos voltados à eficiência no campo, que são fundamentais para mantermos nossa competitividade. O mercado continuará sofrendo seus impactos e oscilações e caberá à indústria habilidade em administrar esses movimentos”, pontua o gestor.

Alinhada as tendências de mercado para assegurar sua competitividade, a BRF está preparada para atender a uma ampla gama de mercados. “Nosso time de regulatórios busca diariamente novas certificações para as plantas de produção. Dessa forma, temos flexibilidade para negociar nossos produtos com as melhores margens”, menciona.

Investimentos

Em relação aos investimentos, o executivo destaca que a BRF está firmemente comprometida em identificar e aproveitar oportunidades em escala global. Segundo Oldoni, a empresa alcançou avanços significativos em sua jornada internacional, consolidando sua posição como uma companhia global. “O fortalecimento de nosso portfólio e sua qualidade constitui um esforço constante, motivo pelo qual selecionamos nossas categorias mais importantes, com base em estratégia e valor agregado”, destaca.

Segundo o executivo, o enfoque global da BRF concentra-se especialmente no portfólio de cortes de suínos de valor agregado, produtos como frios, empanados e refeições cozidas, bem como em pratos prontos, práticos e soluções para o setor de food service.

Sustentabilidade do negócio

A BRF, ciente de sua responsabilidade social e comprometida com a sustentabilidade, enfrenta o desafio na suinocultura de desenvolver uma cadeia cada vez mais integrada e equilibrada. “Nossa missão é criar valor para todos os segmentos que compõem a nossa rede, promovendo a colaboração estreita com parceiros e impactando positivamente as comunidades em que estamos inseridos”, sintetiza Oldoni.

Em sintonia com a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança), a companhia reforça seu compromisso em conduzir as operações de maneira responsável, inovadora e benéfica para o meio ambiente, a cadeia produtiva e as comunidades locais. “Acreditamos que é possível conciliar o crescimento da companhia com práticas sustentáveis”, reafirma Oldoni.

Para concretizar essa visão, o executivo diz que são implementadas políticas que refletem esse compromisso, como incentivo ao uso de energia renovável, práticas de agricultura de baixo carbono e compra sustentável de grãos. “A eficiência operacional desempenha um papel fundamental nessa estratégia, assegurando que cada etapa de nossas operações seja otimizada para minimizar impactos negativos e maximizar os benefícios para todos os envolvidos. Nossa atuação responsável na suinocultura reflete não apenas um compromisso com o presente, mas também uma visão de longo prazo para um futuro mais sustentável e inclusivo”, ressalta Oldoni.

Integração vertical

Comprometida com altos padrões de qualidade e segurança alimentar em sua produção de carne suína, a BRF adota uma abordagem de integração total para alcançar esses objetivos. Através da integração vertical, a empresa assegura o controle e a responsabilidade de todos os pontos da cadeia de produção, desde o início até o fim do processo. “Essa estrutura permite que a BRF mantenha um rígido controle sobre a qualidade e a segurança de seus produtos, gerenciando de forma abrangente cada etapa do processo. Adotamos normas e procedimentos de biosseguridade rigorosos, visando prevenir a entrada de doenças infecciosas em nossas operações”, expõe, acrescentando: “Nossos produtores seguem o manual de Boas Práticas de Produção, desenvolvido por nosso time de especialistas, composto por médicos-veterinários, zootecnistas e engenheiros agrônomos. Também, são treinados para os processos de bem-estar animal e acompanhados pelos extensionistas da BRF durante toda a vida dos lotes. Qualidade e segurança alimentar são premissas que a BRF preza em todas as etapas de desenvolvimento de seus produtos. E é só por meio de uma série de operações integradas e consistentes que é possível garantir que esses atributos sejam controlados e aplicados em todo o processo”.

Parcerias de sucesso

De acordo com o diretor, a BRF estabelece sua maior parceria com os produtores integrados, a qual é reforçada a cada ano, reconhecendo-os como os pilares fundamentais na condução eficiente e competitiva dos planteis, com o respaldo do corpo técnico especializado da empresa.

Além disso, a empresa tem concentrado esforços para fortalecer laços com uma ampla gama de fornecedores, que compreende a área de grãos até os insumos veterinários. “A busca por soluções inovadoras e a redução de custos têm sido metas centrais nessa parceria. A BRF também estabelece colaborações significativas com as principais instituições de pesquisa do país e do mundo, contribuindo para o desenvolvimento de alternativas que promovam maior eficiência na produção animal”, destaca Oldoni.

A participação ativa nos principais fóruns de discussão do setor e entidades de classe é uma estratégia adotada pela BRF para manter-se atualizada e influenciar positivamente o ambiente regulatório. A empresa se destaca por estar na vanguarda e antecipar-se a mudanças regulatórias, sempre buscando integrá-las de forma a agregar valor ao processo produtivo. “A BRF costuma estar na vanguarda e tracionar as mudanças regulatórias sempre que venham para agregar ao processo produtivo, exemplo disso são as compostagens de carcaças e dejetos que foram desenvolvidos internamente pelo time de especialistas e foram amplamente adotadas como boas práticas de produção inclusive por órgãos ambientais. Garantimos que nossos parceiros estejam em concordância com as legislações ambientais e somos parceiros na implantação de alternativas que reduzam o impacto das atividades”, enaltece o executivo.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Foto: Shutterstock

Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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