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Árvores em sistemas integrados acumulam 8 t de carbono por hectare a cada ano
Integração Lavoura Pecuária Floresta e Pecuária Floresta, bem manejados, sequestram carbono da atmosfera a ponto de gerar créditos de carbono

Sistemas sustentáveis de produção agropecuária que possuam árvores, bem manejados, podem garantir créditos de carbono ao produtor, uma futura nova fonte de renda. As árvores de eucalipto envolvidas na pesquisa acumularam a média de 65 toneladas de carbono na biomassa por hectare ao longo de oito anos. Ou seja, a cada ano, o componente arbóreo retém, em média, oito toneladas do elemento por hectare.
O experimento, realizado na Embrapa Pecuária Sudeste (SP), avaliou o potencial de sequestro de carbono por meio das árvores de dois sistemas agroflorestais: Integração Pecuária-Floresta ou silvipastoril (SSP) e outro Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O primeiro envolve o plantio de forrageiras para pastagem do gado na mesma área em que se planta árvores para futura produção madeireira. O segundo, além dessas produções, acrescenta uma lavoura.
“Os dois sistemas avaliados apresentaram grande capacidade de acúmulo de carbono nas árvores. Na média, a produção de biomassa (a soma de troncos, galhos, folhas e raízes), foi de 145 toneladas por hectare ao longo de oito anos,” relata o pesquisador da Embrapa José Ricardo Pezzopane ao revelar que, quando considerado somente o tronco, o sistema ILPF apresentou maior produção, com 13 toneladas anuais por hectare, o que possibilitou um acúmulo de carbono no tronco de 5,9 toneladas por hectare a cada ano nesse sistema. No sistema SSP, esse valor foi de 5,5 toneladas anuais por hectare.
Segundo Pezzopane, os dados mostram o alto potencial de rendimento das árvores em modelos integrados e a capacidade desses sistemas de remover carbono atmosférico e mitigar as emissões de GEE. Os números indicam que a quantidade do elemento acumulado é suficiente para zerar as emissões da própria produção da fazenda e ainda gerar excedentes que poderiam ser comercializados como créditos de carbono. Na Câmara dos Deputados está em trâmite o Projeto de Lei 528/21, que institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) e vai regular a compra e venda de créditos de carbono no País. Crédito de carbono é um certificado recebido e que comprova a redução de emissões de GEE e pode ser comercializado. O cientista explica que o potencial arbóreo depende, entre outros fatores, da espécie e da densidade populacional.
Os resultados foram publicados em março no artigo Managing eucalyptus trees in agroforestry systems: productivity parameters and PAR transmittance (Manejo de árvores de eucalipto em sistemas agroflorestais: parâmetros de produtividade e transmissão da RFA), pela revista Agriculture, Ecosystems and Environment.
Madeira para sequestrar carbono
Para as árvores serem consideradas sequestradoras de carbono, seu uso deve estar relacionado à madeira sólida, em que o carbono ficará armazenado na biomassa por longos períodos. “Em sistemas integrados há, em certos momentos, competição entre os componentes. Por exemplo, quando as árvores impedem a passagem da luz, interferem na produtividade da pastagem, o que requer controle por meio de desbaste. Essa madeira de desbaste parcial, especialmente antes dos cinco anos de idade, é normalmente utilizada para lenha e carvão. Nesse caso, ela não deve ser considerada como sequestro de carbono”, ressalta Pezzopane.
Por outro lado, a pesquisa demonstrou que o desbaste tem um efeito positivo na produção de madeira e, portanto, na biomassa e carbono das árvores que permanecem no sistema.
O especialista explica que um modelo que integra floresta e produção animal precisa criar sinergia entre seus elementos. “A gestão de sistemas integrados necessita do monitoramento de seus componentes produtivos para minimizar a competição interespécies e ajudar os agricultores a obter a produtividade satisfatória,” declara.
Além do acúmulo de carbono nas árvores, o estudo estimou as características produtivas do eucalipto e a transmissão da luz solar nos dois sistemas agroflorestais manejados por meio de desbaste.
A produção de madeira nesses sistemas foi elevada. Foram 28 metros cúbicos por hectare ao ano ou, ao fim dos oito anos, 225 metros cúbicos de madeira. Ou seja, o produtor pode agregar valor à produção de duas formas: carbono e madeira ao mesmo tempo.
A renovação da pastagem nos primeiros anos após a implementação da integração promoveu maior crescimento inicial das árvores, maiores valores de volume do caule e biomassa na ILPF quando as árvores tinham cinco anos. Aos oito anos, o sistema ILPF apresentou mais volume de tronco do que o SSP.
Outro fator importante é que a presença de árvores proporciona melhorias no microclima, aumentando o conforto térmico para animais e promovendo bem-estar.
O experimento
O estudo foi realizado em dois sistemas IPF e ILPF de abril de 2011 a julho de 2019. Os eucaliptos (Eucalyptus urograndis clone GG100) foram plantados em 12 hectares em linhas únicas e espaçamento de 15 metros entre linhas e dois metros entre as árvores, resultando em uma densidade populacional de 333 árvores por hectare. No total, foram plantadas aproximadamente quatro mil árvores. Cada um dos sistemas (IPF e ILPF) possuía 12 piquetes de 0,5 ha cada.
Em julho de 2016, metade das árvores foi desbastada, alterando o espaçamento para 15×4 m. A densidade passou para 167 árvores por hectare. O segundo manejo para controle ocorreu em 2019 e retirou cerca de 800 eucaliptos.
Uma pastagem de capim BRS Piatã foi manejada em lotação rotativa, utilizando novilhos Canchim ajustada de acordo com a disponibilidade do pasto.
Na ILPF, a renovação da pastagem foi realizada em um terço de cada repetição (dois piquetes) por ano-safra, onde o pasto foi semeado simultaneamente com o milho para silagem. Durante o período experimental, as recomendações de calcário e fertilizantes foram calculadas com base na análise do solo.
Entre 2012 e 2019, foram realizadas avaliações semestrais do crescimento das árvores e da incidência da luz solar com sensores.
O experimento avaliou vários dados para aprofundar o conhecimento sobre esse conceito de produção mais sustentável. O principal objetivo da pesquisa, segundo Pezzopane, foi quantificar o potencial de um sistema integrado com árvores em sequestrar o carbono da atmosfera por meio da madeira, já que há poucos estudos nessa área no País.
Crédito de carbono
Para o presidente do Grupo de Trabalho de Pecuária Sustentável (GTPS) e um dos fundadores da Liga do Araguaia, Caio Penido, o modelo de produção a pasto brasileiro, se aplicado da maneira correta, é capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e atuar para diminuir os efeitos das mudanças climáticas.
Penido conta que a Liga do Araguaia, em março deste ano, finalizou o “Carbono Araguaia”, com apoio da Embrapa. O projeto monitorou, durante cinco anos, 80 mil hectares de pastagens com potencial de redução de emissões para, no futuro, gerar créditos de carbono. “O projeto confirmou a capacidade de redução de GEE dos nossos modelos tropicais de recuperação e integração de pastagens degradadas. Foram reduzidas 113.928 toneladas de CO2 equivalente de emissões, a partir de metodologia reconhecida e validada internacionalmente, além da melhoria em indicadores produtivos das fazendas participantes”, destaca.
Ele acredita que o assunto ainda é muito novo para o produtor rural, mas há interesse em buscar informações e conhecimento para atuar nesse mercado. “Nosso desafio é criar mecanismos que reconheçam os atributos de nossos modelos sustentáveis de produção e conservação dos ecossistemas naturais dentro das propriedades, transformando-os em valor e vantagem competitiva para o produtor rural e para o País”, ressaltou.
Agricultura de baixo carbono, ABC +
Estima-se que o país tenha atualmente 17 milhões de hectares de integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Em novembro de 2020, a Embrapa assumiu o compromisso de ampliar em mais de dez milhões de hectares as áreas com plantios de sistemas integrados até 2025.
A meta da Empresa vai contribuir com o Plano Nacional de Adaptação e Mitigação de Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (ABC+ 2020-2030), lançado em abril pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), segunda fase do Plano ABC, que completou dez anos em 2020.
Desde que o Brasil assumiu o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, durante a Conferência de Mudança do Clima, em 2009, estão sendo adotadas várias estratégias de mitigação, entre elas, a implantação de ILP/ILPF.
O Plano ABC incentiva a adoção de modelos agropecuários sustentáveis. Para alcançar as metas, foram desenvolvidas linhas de crédito específicas, ações de transferência de tecnologias e capacitações de técnicos e produtores rurais. O ABC+ segue a mesma estratégia. O Governo Federal estima que em dez anos as práticas agrícolas com baixa emissão de carbono sejam adotadas em 52 milhões de hectares no Brasil.
“A disponibilidade de recursos financeiros é um importante determinante da decisão de adoção”, conta o economista Marcelo José Carrer, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP). Segundo ele, o acesso à política de crédito rural aumenta a probabilidade de adoção de sistemas integrados. “Foi constatado que esses recursos subsidiados estão sendo utilizados para financiar a adoção de tecnologias sustentáveis pelos produtores. Assim, percebe-se que a política está atingindo o objetivo de incentivar a difusão de tecnologias mitigadoras de GEE”, diz o economista que participou da pesquisa Fatores determinantes da adoção de sistemas de integração por pecuaristas no estado de São Paulo da Embrapa Pecuária Sudeste.

Bovinos / Grãos / Máquinas
Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste
Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.
A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago
O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.
Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.
As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.
“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.
Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.
Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.
Encontro produtivo para o futuro do setor
Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.
Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação
O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.
O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “
Representação
Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi; o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep; o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.
Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa
Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima
Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).
O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.
Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.
Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.
Agrometeorologia e planejamento do produtor
Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.
Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.
Rastreabilidade e sanidade animal
O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.
A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.
Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.



