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Notícias Lavoura-Pecuária-Floresta

Árvores em sistemas ILPF neutralizam emissão de metano por bovinos no Cerrado Mineiro

Pesquisa realizada em áreas de pastagens degradadas, com níveis diferenciados de investimento tecnológico, oferece aos produtores da região a possibilidade de agregar ganho ambiental à produção, além de ingressar no sistema de certificação Carne Carbono Neutro (CCN), entre outros benefícios.

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Fotos: Álvaro Resende

Estudos da Embrapa Milho e Sorgo no Cerrado Mineiro comprovaram que a fixação de carbono pelas árvores em diferentes modelos de sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é capaz de neutralizar a emissão de metano por bovinos.  A pesquisa, realizada em áreas de pastagens degradadas com níveis diferenciados de investimento tecnológico, oferece aos produtores da região a possibilidade de agregar ganho ambiental à produção, além de ingressar no sistema de certificação Carne Carbono Neutro (CCN), entre outros benefícios.

As atividades foram desenvolvidas na Unidade de Referência Tecnológica (URT) da Fazenda Lagoa dos Currais, no município de Curvelo, MG. Segundo pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, o estado de Minas Gerais possui grande potencial para exploração florestal, com condições de solo e clima propícias ao cultivo de espécies florestais, grãos, pecuária de leite e de corte.

“A pesquisa em ILPF nessa região pode validar a recomendação de sistemas que apresentam, além de produtividade e rentabilidade, a capacidade de neutralização das emissões de metano pelos bovinos manejados nessa integração, garantindo um ganho ambiental para o produtor e para a sociedade”, diz o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto.

“Além disso, o tempo e o manejo de um sistema ILPF podem possibilitar ao produtor ingressar em sistemas de certificação, atribuindo valor agregado ao seu produto. A certificação Carne Carbono Neutro (CCN), por exemplo, atesta que os bovinos que deram origem à carne tiveram suas emissões de metano neutralizadas durante o processo de produção pela fixação de carbono no fuste (tronco) das árvores presentes no sistema silvipastoril”, acrescenta Gontijo.

A pesquisadora Monica Matoso Campanha relata que a adoção de tecnologias sustentáveis fortalece a agropecuária brasileira, tornando-a mais competitiva nos mercados internos e externos.

Renques de eucalipto
Na URT os sistemas ILPF foram implantados onde anteriormente havia pastagem em elevado grau de degradação. Uma área de 44 hectares foi dividida em quatro piquetes de 11 hectares e em cada piquete foi trabalhado o sistema ILPF, com diferente nível de investimento tecnológico, para reforma de pastos degradados.

Segundo Campanha, o nível de investimento (NI) mínimo foi equivalente ao padrão regional, no qual se aplicam somente calcário, gesso, fosfato e nitrogênio em doses moderadas na renovação de pastagens.

“Os demais níveis seguiram uma utilização crescente de doses desses insumos, além de potássio e micronutrientes, até alcançar condições que viabilizassem maior intensificação do sistema, com a introdução de sorgo forrageiro BRS 658 como componente agrícola no primeiro ano (safra 2017/2018)”, explica a pesquisadora.

Os sulcos para implantação dos renques de eucalipto foram realizados em  2017 e as mudas plantadas em janeiro de 2018, no espaçamento de 20m x 4 m entre linhas e plantas, respectivamente, formando um estande inicial de 125 árvores por hectare. Foi avaliado o crescimento e estimado o volume das árvores, anualmente, por três anos.

Os sistemas de ILPF foram planejados quanto à previsão de colheita da madeira considerando um ciclo florestal de 12 anos.
Componente animal
A partir do segundo ano foi introduzido o componente animal nos sistemas. Anualmente, em dezembro, entram nos sistemas lotes de novilhas Guzerá, com peso médio inicial em torno de 250 kg, e idade entre sete e nove meses. “A carga animal é ajustada nos piquetes em função da disponibilidade de forragem no decorrer do ano”, diz Gontijo.

Com base no número e no peso médio dos animais no decorrer de cada período de pastejo foram calculadas as cargas animal (CA), em Unidade Animal por hectare (UA/ha), para cada um dos quatro sistemas (quatro diferentes níveis de investimento tecnológico). Assim, os sistemas ILPF mais intensificados comportaram maior carga animal.

As estimativas de produção animal e emissão de metano foram avaliadas em dois ciclos de pastejo, de dezembro de 2018 a outubro de 2019, em um primeiro lote de novilhas e em um segundo lote de animais, de dezembro de 2019 a maio de 2020. A projeção da produção de madeira no momento da colheita foi feita por meio de softwares específicos para esta finalidade.

Balanço de GEEs nos sistemas ILPF
Segundo Campanha, os dados mostram que as árvores de eucalipto, na densidade utilizada nos sistemas ILPF (125 árvores ha-1), capturaram carbono suficiente para neutralizar a emissão de carbono do componente animal e ainda proporcionar uma sobra, que poderia ser utilizada para neutralizar outras emissões oriundas do sistema, como aquelas derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados, excretas dos bovinos, como um potencial aumento do número de unidades animais “neutralizáveis”, ou até mesmo outras emissões da fazenda como um todo.

Há a expectativa de maior produção florestal aos 12 anos nos sistemas ILPF com maior nível de investimento, que proporcionaram maiores capacidades de correção e adubação do solo, considerando a mesma densidade de árvores. “A melhoria do potencial produtivo se dá nos diferentes componentes do sistema: pastagem, grãos e eucalipto”, diz a pesquisadora.

Campanha acrescenta que a produção do eucalipto impacta o sequestro de carbono da atmosfera, aumentando a neutralização da emissão de metano dos bovinos. “Entretanto, considerando as premissas do protocolo CCN, a densidade de árvores utilizada nos sistemas ILPF pode ser recomendada apenas para sistemas menos intensivos de manejo das pastagens. Para sistemas mais intensificados, uma das alternativas seria aumentar a densidade de árvores por hectare”, explica.

Prestação de serviços ambientais em sistemas de produção agropecuária
Os pesquisadores concluíram que nos sistemas ILPF estudados na região do Cerrado Mineiro, as estimativas de produtividade das árvores com 12 anos de idade mostram que 125 árvores de eucalipto por hectare, em fileiras simples no espaçamento 20 x 4 m, tem potencial de sequestrar carbono no tronco das árvores suficiente para permitir uma média de neutralização do metano produzido por 3,6 UA por hectare por ano, animais em pastejo.

A utilização de sistemas silvipastoris no Cerrado, com renques de eucalipto em pastagens, pode ser recomendada visando à neutralização das emissões de metano por bovinos em pastejo, além de outros benefícios ambientais, como contribuição para o conforto animal proporcionado pela sombra, a diversificação da produção de carne, de grãos e de madeira e o aumento de renda na atividade rural.

“Nesse sentido, a intensificação de sistemas pecuários com componente florestal, em ILPF, aumenta a produção e as perspectivas de incentivos por serviços ambientais e produtos certificados, como a Carne Carbono Neutro”, ressalta Campanha.

Mais informações sobre o trabalho encontram-se disponíveis na Circular Técnica 275 “Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como estratégia para neutralização da emissão de metano entérico de bovinos na região do Cerrado de Minas Gerais”, e na publicação sobre os sistemas ILPF implantados na URT Lagoa dos Currais.

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são alternativas de intensificação do uso da terra como importante estratégia de aumento da produção agropecuária de forma sustentável. Os sistemas ILPF foram também reconhecidos como tecnologia de baixa emissão de carbono, estabelecida pelo Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC). Esse plano foi criado pelo governo brasileiro para o setor agropecuário, para cumprir os compromissos assumidos em conferências internacionais de redução da emissão de GEE.

De acordo com os pesquisadores, diferentes regiões do País têm adotado os sistemas ILPF e desfrutado de diversos benefícios, entre eles o sequestro de carbono pelo componente florestal, reduzindo a emissão de CO2 para atmosfera, ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

A neutralização de carbono ocorre quando a fixação desse gás na biomassa das plantas (sequestro de carbono) é maior do que o carbono emitido pelos animais no sistema.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
O projeto também busca atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), voltados à segurança alimentar, ao desenvolvimento econômico e social com meios de produção agropecuária sustentável, ao enfrentamento das mudanças climáticas e à mitigação de processos que levam à degradação dos ambientes rurais.

Assim, o presente trabalho pretende contribuir para o atendimento dos ODS: 2 – “Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”; ODS 12 – “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”; e ODS 13 – “Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos”, de acordo com os Indicadores propostos em 2021.

Fonte: Embrapa Milho e Sorgo

Notícias Dia do Churrasco

ABPA inicia campanha por mais carnes de aves e de suínos na grelha

Em parceria com a Asgav e o SIPS, entidade realizou uma ação durante a ExpoChurrasco, em que foram servidos mais de 200 quilos de cortes assados, incluindo pratos especiais preparados pelo chef Marcelo Bortolon. A iniciativa continuará com a divulgação de vídeos nas redes sociais da ABPA, destacando a variedade e o potencial dessas carnes para grelha.

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Foto: Shutterstock

Às vésperas do Dia Nacional do Churrasco, comemorado em 24 de abril, a ABPA deu início a uma mobilização para estimular a adoção de mais cortes de carne de frango e de carne suína no cardápio das confraternizações que envolvam preparos na churrasqueira.

No último fim de semana, a ABPA promoveu, em parceria com a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS) uma grande ação em meio à ExpoChurrasco, em Porto Alegre (RS).

Foram mais de 200 quilos de cortes de aves e de suínos assados e servidos ao longo das seis horas de evento, incluindo o preparo de pratos especiais sob a batuta do chef Marcelo Bortolon – um verdadeiro convite à degustação de cortes diferenciados para a grelha.

E a promoção dos cortes para churrasco não terminou no evento gaúcho. A partir das imagens capturadas na ação, uma série de vídeos ilustrativos e informativos sobre cortes diferenciados para o churrasco será difundida nas redes sociais institucionais e de consumo da ABPA.  O primeiro deles chegou às redes da ABPA hoje, e pode ser conferido no link https://www.instagram.com/reel/C6Hdy_wxgw-/?igsh=MWg1aDQwbTh4Z3E5dw%3D%3D.

“Queremos despertar a criatividade do público para mais cortes de carnes suínas e de aves nos churrascos. Além da praticidade e do sabor que casam muito bem com as grelhas, são produtos acessíveis e que tem todo o potencial para ganhar ainda mais protagonismo. Vamos focar nossa campanha nessas características, que são diferenciais nestas proteínas”, ressalta o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Fonte: Assessoria ABPA
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Quarenta empresas de nutrição animal participam do SIAVS 2024

Maior feira dos setores no Brasil reunirá diversas soluções para a cadeia produtiva

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Foto O Presente Rural

Cerca de quarenta empresas fornecedoras em diversos segmentos da área de nutrição animal já confirmaram participação na exposição do Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS), maior evento dos setores no Brasil, que acontecerá entre os dias 06 e 08 de agosto, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) – entidade organizadora do evento – empresas com variados perfis estarão no espaço de exposição do evento, de empresas brasileiras a grandes multinacionais, com focos variados dentro da nutrição animal.

As empresas se somam às outras centenas de marcas presentes no SIAVS, de agroindústrias produtoras e exportadoras de carne de frango, carne suína, carne bovina, ovos e peixes de cultivo, além de fornecedores de equipamentos, genética, insumos farmacêuticos e outros elos da cadeia produtiva que estarão nos mais de 22 mil metros quadrados destinados apenas à área de exposição.

“Temos presença massiva de segmentos inteiros dentro da exposição do SIAVS, que cresceu já 50% em relação à edição passada. Esta forte expansão é um marco importante do que se espera para a edição deste ano, com novos recordes registrados”, avalia o diretor da feira do SIAVS, José Perboyre.


Informações sobre expositores, credenciamento e detalhes da programação estão disponíveis no site do evento.

Fonte: ABPA
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Porto de Paranaguá bate recorde de movimentação em 24 horas: 146 mil toneladas

Foram mais de 146 mil toneladas movimentadas no corredor de exportação em três navios com destino à China e Espanha. O número representa um aumento de 5% em relação à marca anterior, registrada entre os dias 29 e 30 de agosto de 2019 (138.988,98 toneladas).

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Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Mais de 146 mil toneladas de soja foram movimentadas no Corredor de Exportação Leste do Porto de Paranaguá entre os dias 20 e 21 de abril, o que significa um recorde operacional em 24 horas (entre todos os produtos). O número também representa um aumento de 5% em relação à marca anterior, registrada entre os dias 29 e 30 de agosto de 2019 (138.988,98 toneladas).

“Três berços movimentaram mais de 146 mil toneladas de grãos e farelos de soja com destino à China e Espanha. A movimentação com excelência na operação de três navios permitiu mais um recorde histórico para a Portos do Paraná”, disse o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “Estes números são resultados dos investimentos em gestão portuária dos portos paranaenses”. Três embarcações receberam o produto: Nikolas D, Guo Yuan 32 e Guo Yuan 82.

Ele cita como fatores responsáveis pelo recorde a manutenção de equipamentos e estratégias logísticas para melhor aproveitamento dos berços e das equipes da operação, além da demanda mundial pela commodity. “A movimentação total também trouxe resultados importantes para as empresas envolvidas. Oito terminais embarcaram mais de mil toneladas/hora por equipamento. É um número impressionante alcançado devido às manutenções anuais e à inteligência logística portuária”, enfatizou Garcia.

Este trabalho de planejamento operacional e de engenharia rendeu aos portos paranaenses quatro prêmios de gestão portuária pelo governo federal. Atualmente os portos paranaenses são reconhecidos pela melhor administração do Brasil. Os portos de Paranaguá e Antonina alcançaram a nota máxima no Índice de Gestão das Autoridades Portuárias (IGAP) na principal categoria entre os portos públicos brasileiros.

Recordes

Além dos números expressivos em movimentação diária, os portos de Paranaguá e Antonina registraram oito recordes seguidos de produtividade mensal, desde agosto de 2023. O mais recente foi em março deste ano, com 5.968.934 toneladas movimentadas, 11% a mais que em 2023 (5.357.799 toneladas).

Além dos oito meses de recordes seguidos, os números gerais revelam um crescimento significativo em 2024. No primeiro trimestre houve aumento de 16% em comparação ao ano passado. Foram mais de 16 milhões de toneladas movimentadas só este ano. Na exportação, os destaques vão para as commodities de soja e açúcar, já na importação o fertilizante é o produto mais movimentado.

Fonte: AEN-PR
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SIAVS 2024 E

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