Suínos
Artrite por mycoplasma engrossa lista de doenças em suínos pouco diagnosticadas
Condição causa prejuízos como perda no ganho de peso diário e piora na conversão alimentar, além de condenações de carcaça no frigorífico
Uma enfermidade que tem sido bastante vista nos últimos anos nas granjas brasileiras é a artrite. Mais comum nas fases de recria e terminação, a condição pode causar grandes perdas para o suinocultor, desde a granja até o abate. Ter os cuidados necessários para evitar a doença é fundamental para um maior rendimento. Para falar um pouco mais sobre a condição, especialmente quando causada por um agente específico, o professor doutor Geraldo Alberton, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), falou sobre “Artrite por mycoplasma hyosinoviae em suínos de recria e terminação” durante o Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), que aconteceu em maio, em Porto Alegre, RS. O especialista afirma não é possível saber o real tamanho do problema no Brasil e que os casos, apesar de pouco diagnosticados, estão aumentando nos últimos anos.
A artrite causada pelo M. hyosynoviae acomete os leitões, principalmente, nas fases de recria e engorda, explica Alberton. “Este agente pertence à microbiota normal dos suínos, mas em algumas situações ele pode se disseminar no organismo e atingir as articulações”, informa. Ele conta que os animais com artrite apresentam dor e dificuldades de se locomover, gerando perdas no ganho de peso diário e piora na conversão alimentar.
Alberton menciona que a melhor forma de evitar a artrite é permitir que os leitões formem a microbiota com o contato com a porca, já que na microbiota da matriz os agentes com potencial patogênico são transferidos em pequena quantidade e com a patogenicidade reduzida, permitindo que a colonização não desencadeie a doença. “Adicionalmente, nesta fase os leitões estão com a imunidade passiva transferida pelo colostro, favorecendo a colonização sem o surgimento de doença. Para que esta colonização dos leitões seja adequada, nem as porcas e nem os leitões devem receber antibioticoterapia preventiva na fase de maternidade e o desmame deve ser com no mínimo 21 dias de idade”, diz.
Apesar da recria e terminação serem as fases mais afetadas, o professor explica que leitoas de reposição também podem ser acometidas com a doença. Alberton acrescenta que os leitões mais suscetíveis à condição são aqueles que não foram colonizados pelo agente na maternidade e quando se infectam pela primeira vez, já que não possuem mais a imunidade passiva. “Isto ocorre em leitões que receberam muito antibiótico na fase de maternidade ou que foram amamentados por matrizes que receberam muito antibiótico na fase de lactação”, conta.
Perdas
Entre as perdas na artrite, Alberton conta que estão a queda no desempenho, aumento do custo com medicação, redução do bem-estar dos animais e condenações no frigorífico. Este último, em especial, o professor explica: como as articulações afetadas ficam com aumento de volume e reação dos linfonodos, isso pode gerar condenações no abate. “Sem contar que nos casos mais graves, os animais podem ainda apresentar complicações secundárias por não se locomover adequadamente, como por exemplo, a infecção urinária nas leitoas”, informa.
No Brasil a enfermidade tem sido mais relatada nos últimos anos, porém, nem sempre o diagnóstico definitivo é realizado, pois o agente não cresce nos meios de cultivo convencional, informa Alberton. “Portanto, somente nos casos em que o líquido sinovial é submetido a análise por PCR o diagnóstico pode ser conclusivo. Por conta disso, não é possível ter uma noção do tamanho do problema no Brasil, já que sem a identificação do agente por PCR não é possível saber se a artrite era ou não causada pelo M. hyosynoviae”, conta.
O profissional acrescenta que relatos de campo de artrite compatível com as causadas pelo M. hysynoviae têm sido mais frequentes, indicando um aumento na incidência desta doença. Para contornar este quadro, Alberton aconselha que em granjas que estão enfrentando surtos da doença, o tratamento estratégico com drogas via ração sejam priorizados. Já em casos esporádicos, o tratamento injetável é o mais eficiente. “O M. hyosynoviae é sensível a tiamulina, macrolídeos, quinolonas, tetraciclinas e florfenicol”, orienta.
Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2018 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
