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Arroba do boi sobe 25% e bate novo recorde no país

Mesmo com os envios de carne à China ainda suspensos, os valores da arroba foram impulsionados pela retração na oferta de boi para abate.

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Arquivo/OP Rural

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou nesta segunda-feira (06) o relatório agromensal com a análise conjuntural do boi gordo referente o mês de novembro. Depois de registrar intensas quedas em setembro e outubro, de 8% e 11,83%, respectivamente, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (Estado de São Paulo) voltou a subir com força ao longo de novembro – o avanço no acumulado do mês foi de 25,26% (ou de  R$ 65,2 por arroba), fechando a R$ 322,40 no dia 30. Com isso, o Indicador não só recuperou as perdas verificadas nos meses anteriores como também atingiu um novo patamar máximo nominal da série histórica do Cepea,
iniciada em 1994.

Mesmo com os envios de carne à China ainda suspensos (isso vem sendo verificado desde o início de setembro), os valores da arroba foram impulsionados pela retração na oferta de boi para abate.
Além da disponibilidade enxuta de animais – evidenciada por dados oficiais que indicam redução no volume de animais abatidos no Brasil em 2021 –, muitos pecuaristas que ainda detinham lotes de boi prontos para abate em novembro seguraram estes animais nos pastos.

Nestes casos, apesar dos elevados custos de produção relacionados à ração, as recentes chuvas favoreceram a recuperação das pastagens na maior parte das regiões pecuárias. Do lado da demanda, parte dos frigoríficos elevou, ainda que pontualmente, as compras de novos lotes, no intuito de formar estoques para as vendas de final de ano – quando a procura por carne no atacado geralmente se aquece.

Médias mensais 
Analisando-se as médias mensais do Indicador do boi gordo CEPEA/B3, houve incremento de 10,42% entre outubro e novembro, sendo este o quarto aumento mais intenso para o período, abaixo apenas dos verificados em 2019, 2007 e 2010.

Em 2019, quando o avanço no preço real entre outubro e novembro foi de 22,18%, o mais expressivo para esse período, a arroba era negociada pela primeira vez na história acima de R$ 200. O fator que alavancava as cotações era o forte ritmo das exportações brasileiras, especialmente à China – em novembro daquele ano, novas plantas frigoríficas brasileiras estavam sendo habilitadas para exportar carne ao país asiático.

A segunda maior alta registrada pelo Cepea de outubro para novembro, de 12,48%, foi registrada em 2007. Naquele ano, além do clima seco, que atrasava a formação das pastagens, agentes do mercado relacionam a alta de preços à oferta restrita de animais para abate, que, por sua vez, estava atrelada ao menor volume de reposição e à migração da pecuária para a cana-de-açúcar em muitas regiões do Centro-Sul do país. Por fim, a terceira maior elevação, de 10,56%, foi verificada em
2010, quando frigoríficos mostravam dificuldades em encontrar animais para abate no mercado nacional.

Carne

Com a valorização do animal vivo, as cotações da carne também subiram no mercado atacadista da Grande São Paulo em novembro, mas não na mesma intensidade. A carcaça casada negociada no atacado da São Paulo terminou novembro a R$ 20,44/kg, aumento de 12,99% no acumulado do mês. Na média de novembro, a carcaça bovina fechou a R$ 19,40/kg, elevação de 1,81% frente à de outubro.

Vale lembrar que a carcaça casada do boi chegou a operar abaixo dos R$ 20/kg entre o encerramento de setembro e a primeira quinzena de novembro, influenciada por incertezas quanto ao retorno dos envios da proteína à China e pelo enfraquecimento da demanda doméstica, diante
dos elevados patamares da proteína. Já na segunda quinzena de novembro, os valores iniciaram um movimento de recuperação, especialmente devido ao aquecimento das vendas ao setor varejista
(para fazer estoques) e à necessidade de a indústria repassar custos.

Reposição
O Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (Mato Grosso do Sul) avançou 5,42% no acumulado de novembro, fechando a R$ 2.918,3/cabeça no dia 30. Já a média de novembro foi de R$ 2.780,27/cabeça, apenas 0,4% acima da de outubro. Vale lembrar que o mercado de reposição tradicionalmente fica mais pressionado no segundo semestre.

 

Fonte: Cepea

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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