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Armazenamento inadequado do trigo pode colocar colheita em risco

Pragas de armazenamento nas instalações afetam a quantidade e a qualidade do produto

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Divulgação/AENPr

O trabalho para garantir a entrega de um produto de qualidade ao consumidor final não acaba na colheita. O armazenamento adequado do trigo é essencial para evitar pragas e manter a sanidade do produto. Depois de escolher a cultivar com cuidado, manejar a lavoura e colher com eficiência, é preciso estar atento também a forma com que o grão é armazenado. Segundo o Ministério da Agricultura (MAPA) e a Food and Agriculture Organization (FAO/ONU), a perda média de grãos ocasionadas por pragas em armazéns no Brasil é de aproximadamente 10% do total produzido anualmente. Quando se trata do trigo, a presença de pragas de armazenamento pode afetar tanto a quantidade, quanto a qualidade dos grãos, fazendo com que o lote seja desclassificado para a comercialização e inviabilizando seu uso pela indústria moageira.

Foto: Biotrigo

Um grande grupo de pragas ataca os grãos de trigo. Os principais deles são de gorgulhos, besouros e traças. Segundo o engenheiro agrônomo e coordenador do Curso de Agronomia IFRS – Campus Ibirubá, Marcos Paulo Ludwig, o ataque da praga pode ocasionar dano externo, a ser observado de forma direta, ou dano interno quando a praga está no interior do produto. Ele explica que o reconhecimento dos sintomas de ataque é importante para identificação e verificação dos estragos. “O monitoramento é a maneira mais adequada para realizar o manejo de pragas nos produtos armazenados e deve iniciar preferencialmente antes do aparecimento dos danos. O início e intervalo entre avaliações têm relação com a aplicação de produtos preventivos, qualidade inicial do produto, condições ambientais, local de armazenamento, limpeza e manejo das instalações”, explica. Marcos não recomenda a mistura de grãos já armazenados com os recentemente colhidos, já que pode aumentar a contaminação por pragas.

Limpeza das instalações

A capacidade de armazenamento de produtos agrícolas no Brasil chegou a 176,5 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2020, sendo 1,9 milhão de trigo. A informação faz parte da Pesquisa Estoques, divulgada em novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A manutenção adequada dos espaços de armazenamento ajuda a controlar a incidência de pragas. De acordo com Marcos, o primeiro passo é a limpeza das instalações, retirando resíduos, pó e possíveis focos de pragas. “A limpeza deve iniciar com o silo ainda vazio, retirando-se sobras de materiais armazenados anteriormente e materiais acumulados em diferentes pontos do silo, o que pode ser feito com o auxílio de uma vassoura e espátula. A limpeza é uma importante etapa na manutenção de grãos livres de insetos, pois dificulta a propagação das pragas”, explica.

Outra recomendação importante é a aplicação de produtos de forma preventiva. Marcos aconselha: “após realizar a limpeza recomenda-se a eliminação de possíveis focos de pragas e a aplicação de produtos que dificultam a entrada delas nas unidades de armazenamento. Para assegurar aplicação na maior área de armazenagem realiza-se a aplicação com pulverizadores costais nas paredes, chão, teto, dutos de aeração, transportadores e vigas”.

Bruno Moncks, gerente de produção de sementes da Biotrigo Genética, ressalta ainda outra ferramenta utilizada como tratamento preventivo no manejo de pragas em grãos armazenados: a termonebulização. “Esse é um método que não substitui os tratamentos tradicionais de pulverização e expurgo, mas por formar uma neblina consegue atingir locais de difícil acesso, tais como estruturas e máquinas de transportes, inacessíveis aos tratamentos convencionais, mas que são importantes focos de reinfestação”, explica.

Métodos de controle

Caso seja identificada a presença de pragas, um dos métodos mais comuns para o controle é o expurgo, com uso de pastilhas de fosfina. Entretanto, segundo o engenheiro agrônomo, é importante respeitar a recomendação do número de pastilhas e o tempo de exposição, sendo necessário manter a área vedada durante o período de tratamento e exposição ao produto. “No caso de expurgo no sistema de aeração é indispensável a utilização de lonas para vedar o motor, ventilador e os dutos de saída de ar. A vedação é importante para evitar perdas, contaminações e assegurar a eficiência da aplicação”. Para saber se a medida foi efetiva basta observar as pastilhas, que devem estar na forma de pó. Também é necessário amostrar e verificar se as pragas estão controladas. Além disso, Marcos alerta para os cuidados com o uso repetido dos produtos com o mesmo princípio ativo, o que pode ocasionar resistência das pragas.

O tratamento dos grãos com inseticidas é outro método de controle que tem por características o maior residual de controle das pragas, quando comparado com o expurgo. Conforme o gerente de produção da Biotrigo, esta prática, consiste em aplicar inseticidas sobre massa de grãos de trigo em fitas ou esteiras transportadoras. “É importante ressaltar que o uso desse método de controle requer a instalação de equipamentos para aplicação; uso de baixas vazões sobre os grãos; além de cuidados com os intervalos de segurança, que é o período de tempo entre o tratamento e a comercialização dos grãos que varia entre princípios ativos”, recomenda.

Mesmo que o trigo já se encaminhe para o final da safra nas últimas regiões que semeiam trigo, o monitoramento é demandado enquanto os grãos estiverem armazenados. Além do dano efetivo, uma das maiores causas de recusas de cargas por parte dos moinhos é a presença de insetos vivos na carga.

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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