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Armazenamento e transporte de pintinhos

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Eduardo Costa*
Normalmente, envidamos todos os esforços para produzir pintos de um dia com a melhor qualidade possível; no entanto, muitas vezes negligenciamos a severidade dos danos que podem ser causados a um lote de frangos devido ao mau processamento, armazenamento e transporte dos pintinhos. As aves devem ser mantidas em ambientes com o menor nível de estresse possível, utilizando equipamentos e técnicas que garantam as melhores práticas de bem-estar animal. Pintinhos recém-nascidos não tem plena capacidade de controlar sua temperatura corporal; portanto, é necessário que propiciemos um ambiente com adequado controle de ventilação a fim de oferecer o volume suficiente de oxigênio e temperatura e ajudar as aves a manter termoneutralidade. Qualquer estresse, mesmo que seja por pouco tempo, pode ser prejudicial para o desempenho dos frangos; isso se torna ainda mais relevante quando nos referimos a pintinhos produzidos sem uso de antibióticos. 
A partir do momento em que os pintinhos estão secos no nascedouro, até os primeiros dias na granja, a temperatura corporal interna deve ser mantida entre 40,0 a 40,6˚C(104,0 e 105,0˚F). A temperatura dos pintinhos pode elevar-se rapidamente e, uma vez que eles estejam sobreaquecidos, reduzir essa temperatura torna-se uma tarefa muito difícil; é por isso que precisamos estar à frente do problema e evitar o sobreaquecimento. 
 

Quando a temperatura cloacal se aproxima de 41,0˚C (106,0˚F), as aves começam a ficar ofegantes tentando perder o excesso de temperatura, o que de fato ocorre, mas acompanhado da perda de cinco vezes mais umidade do que ocorreria com a respiração normal, levando à rápida desidratação. O sobreaquecimento é a causa mais comum de desidratação em pintinhos (perda de calor latente). Além disso, a respiração ofegante também aumenta a umidade relativa no ambiente, dificultando a troca de calor pelas aves por evaporação. Altas temperaturas são o fator de estresse mais grave em pintinhos; quando estão quentes, eles abrem as asas, ficam barulhentos e letárgicos. Por outro lado, quando a temperatura do ambiente fica muito baixa ou quando há muito vento através das caixas, os pintinhos se aglomeram tentando manter a temperatura corporal. O saque de pintos ainda “verdes” ou o após a vacinação em spray são ocasiões em que os pintinhos estão mais susceptíveis ao resfriamento. Além de ser uma fonte de contaminação, caixas molhadas podem também esfriar os pintinhos; certifique-se de que as caixas estejam limpas e secas no momento da retirada. 

O transporte dos pintinhos pode variar de poucos a milhares de quilômetros, ou de alguns minutos até várias horas, talvez dias, e isso pode custar muito para a empresa. A fim de reduzir custos, muitas alternativas já foram testadas por várias empresas, desde colocar mais pintinhos por caixa, até sobrecarregar o caminhão, afetando diretamente a disponibilidade de oxigênio e a temperatura no interior das caixas.  

 

A densidade mínima de armazenamento deve ser de 21,0 cm²/pinto (3,3 pol²/pinto); no entanto, recomenda-se diminuir essa densidade durante épocas de clima muito quente e/ou viagens de longa distância.

 

Quando o caminhão chega à granja, as portas para desembarque não deverão estar voltadas para o vento predominante, os pintinhos devem ser levados diretamente para a área de pinteiro e ser soltos imediatamente para buscar água e comida. Caso sejam feitas amostragens de controle de qualidade e contagem, esses procedimentos devem ser realizados simultaneamente ao desembarque, por pessoal treinado. Manter as aves nas caixas dentro da área de pinteiro levará ao rápido sobreaquecimento. Durante o desembarque, recomenda-se fazer a contagem da mortalidade de viagem; observar se a mortalidade está distribuída de forma uniforme em todas as áreas do veículo ou está concentrada em determinadas áreas, e dar um retorno imediatamente ao motorista.

 

O comportamento dos pintinhos é uma das melhores ferramentas para avaliar as condições climáticas e o conforto das aves. Os pintinhos deverão mostrar-se calmos, respirando pelas narinas, com um pouco ruído social e distribuídos uniformemente na caixa. Ao serem soltos no aviário, os pintinhos devem estar ativos e e procurando calmamente por água e comida.

 

5 pontos-chave para a contenção e transporte de pintinhos:

 

Temperatura: Manter a temperatura no interior das caixas a 32˚C(90˚F); lembrar que a temperatura no interior das caixas pode estar 6 a 12˚C (11 a 22˚F) acima da temperatura ambiente; Usar a temperatura da cloaca como ferramenta, mantendo-a entre 40,0 to 40,6˚C (104,0 e 105,0˚F); essa é a melhor prática para manter a qualidade dos pintinhos;

 
Ventilação: Fornecer volume suficiente de ar fresco; deixar espaço para permitir o fluxo de ar fresco entre as caixas, mas evitar correntes de ar diretas sobre as aves; manter o nível de CO2 abaixo de 2500 ppm (0,25%) e umidade relativa em 65%;
 
Carregamento: Não exceder o limite de capacidade dos veículos, carregar de acordo com as recomendações para cada caminhão e estrada; manter 21²cm/pintinho (3.3 pol²/pintinho); durante períodos de clima muito quente, recomenda-se diminuir a densidade;
 
Desembarque: Não abrir as portas do caminhão na direção do vento; descarregar diretamente na área de pinteiro e soltar as aves imediatamente; contar o número de pintinhos mortos ao chegar, e observar a distribuição dessa mortalidade;
 
Comportamento: Ficar atento ao comportamento dos pintinhos durante o armazenamento, transporte e após o alojamento; Escute o que as aves estão tentando dizer.
 

*Eduardo Costa é Especialista em Incubação do Suporte Técnico Mundial da Cobb-Vantress 

Fonte: Ass. Imprensa

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Exportações de frango disparam em outubro e rentabilidade melhora no mercado interno

De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a retomada das vendas à China e a diversificação dos destinos impulsionaram os embarques brasileiros, enquanto a estabilidade dos preços e o controle dos custos fortaleceram a margem da atividade no País.

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Foto: Jonathan Campos

Segundo dados do Itaú BBA Agro, as exportações brasileiras de carne de frango registraram forte recuperação em outubro, enquanto o mercado interno apresentou estabilidade nos preços e avanço na rentabilidade da atividade. O desempenho foi impulsionado pela retomada das vendas à China e pela diversificação de destinos.

A China anunciou recentemente a retirada do embargo imposto desde maio, reabrindo um mercado estratégico para pés e patas de frango, cortes de baixo valor agregado, mas fundamentais para a renda das indústrias. A medida reforça o papel do país asiático como parceiro essencial para o segmento.

No campo externo, outubro consolidou o melhor resultado do ano: o Brasil embarcou 501 mil toneladas de carne de frango, volume 8,2% superior ao registrado no mesmo mês de 2024. Houve ainda retomada das exportações à União Europeia, que voltaram após quase quatro meses de suspensão, ampliando a diversificação dos mercados atendidos.

Foto: Divulgação/Freepik

No mercado doméstico, os preços do frango inteiro congelado, que haviam subido em outubro, se estabilizaram próximos de R$ 8/kg, em linha com as cotações observadas há um ano.

Do lado da oferta, os abates cresceram em setembro e outubro após ritmo mais contido em agosto. Mesmo com o aumento das exportações ajudando a enxugar parte da produção, a disponibilidade interna permanece maior que a de 2024, sustentando o equilíbrio dos preços.

A rentabilidade também avançou. O spread do frango abatido subiu de 38% em setembro para 42% em outubro, impulsionado pela valorização de 6,2% da ave e por custos de produção estáveis. Há um ano, o indicador estava em 37%; em maio, antes dos impactos da gripe aviária, havia atingido 44%.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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AVES reconhece os melhores ovos do Espírito Santo em 2025

Concurso reuniu 39 amostras e avaliou rigorosamente casca, clara e gema em três etapas técnicas, confirmando a evolução da avicultura capixaba e premiando produtores que se destacam em excelência e manejo.

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Fotos: Divulgação/AVES

A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) realizou em Santa Maria de Jetibá mais uma edição do Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba, iniciativa já tradicional que reconhece o profissionalismo, o cuidado e a evolução técnica da avicultura do Estado. A edição de 2025 registrou uma forte participação, com 27 amostras de ovos brancos e 12 de ovos vermelhos enviadas por produtores de diversas regiões capixabas, reforçando o alcance da atividade e a importância do evento para a cadeia produtiva.

Marcado por rigor técnico, o concurso estruturou sua avaliação em três etapas conduzidas pela Comissão Organizadora e por um grupo de dez jurados convidados, representantes de empresas, instituições e entidades do setor avícola de diferentes estados. O médico-veterinário Leandro Marinho, do Idaf, atuou como auditor externo, garantindo neutralidade e transparência ao processo.

Na primeira fase, as amostras passaram pela análise objetiva da Máquina Digital Egg Tester, que avaliou resistência e espessura da casca e Unidade Haugh, parâmetro de referência internacional para medir a qualidade interna dos ovos. Todas as amostras foram submetidas aos mesmos critérios, e apenas as dez mais bem classificadas de cada categoria avançaram. A segunda etapa consistiu em uma análise visual minuciosa da qualidade externa, em que os jurados avaliaram uniformidade de tamanho, limpeza, textura e formato dos ovos, além da coloração da casca no caso dos ovos vermelhos. As amostras iniciavam com pontuação máxima e perdiam pontos conforme fossem identificadas pequenas imperfeições, o que destacou o cuidado dos produtores com manejo, nutrição e ambiência.

A etapa final abriu quatro ovos de cada amostra finalista para avaliação interna. Os jurados observaram presença de manchas de sangue, resíduos de oviduto, consistência do albúmen, centralização da gema e uniformidade de cor, consolidando a pontuação final. Representando a Avimig, o jurado Gustavo Ribeiro Fonseca elogiou o desempenho dos produtores capixabas: “No contexto geral, os avicultores estão de parabéns. São ovos de muita qualidade”, exaltou.

Já a médica-veterinária Karin Grossman, da Poly Sell, destacou a relevância do concurso para o fortalecimento do setor: “É uma satisfação para mim estar participando desse concurso. É um reconhecimento de um trabalho realizado ao longo dos anos, colaborando para a melhoria da qualidade dos ovos”, salientou.

Para a coordenadora técnica da AVES, Carolina Covre, os resultados reforçam o papel estratégico da iniciativa. Segundo ela, a edição de 2025 ocorreu exatamente como planejado, com forte adesão, avaliações criteriosas e alto nível de desempenho entre os concorrentes. “O concurso cumpre seu papel de estimular qualidade, aprimorar práticas e fortalecer a avicultura do Espírito Santo”, afirmou.

Vencedores

Ao final das três etapas, a AVES anunciou os vencedores. Na categoria ovos brancos, o primeiro lugar ficou com Jerusa Stuhr, da Avícola Mãe e Filhos, seguida por Waldemiro Berger, da Ovos Santa Maria, e por Jesebel Foesch Botelho e Thiago Botelho, da Botelho Alimentos. Na categoria ovos vermelhos, o campeão foi Antônio Venturini, da Ovos da Nonna, enquanto Jesebel e Thiago Botelho ficaram em segundo lugar e Lourival Bold, do Sítio Pai e Filhos, em terceiro.

As empresas vencedoras do primeiro lugar que possuem marca comercial própria terão o direito de usar um selo especial em suas embalagens, identificando os produtos como “Melhor Ovo Branco do Espírito Santo – Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba 2025” e “Melhor Ovo Vermelho do Espírito Santo – Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba 2025”.

Empresas reconhecidas

Também foram divulgadas as empresas de genética e nutrição responsáveis pelo suporte técnico aos produtores vencedores, reforçando o papel fundamental desses parceiros na obtenção de resultados de excelência. Na categoria Ovos Brancos, a campeã Jerusa Stuhr contou com genética Bovans White e nutrição fornecida pela ADM-Nutriminas. O segundo colocado, Waldemiro Berger, utilizou genética Hy-Line W80 e recebeu assistência nutricional da DSM. Já o terceiro lugar, representado por Jesebel Foesch Botelho e Thiago Botelho, trabalhou com genética Bovans White e nutrição da Brasfeed.

Na categoria Ovos Vermelhos, o primeiro colocado, Antônio Venturini, utilizou genética Hy-Line Brown e nutrição da Agroceres Multimix. Em segundo lugar, Jesebel Foesch Botelho e Thiago Botelho competiram com genética Bovans Brown e suporte nutricional da Brasfeed. O terceiro colocado, Lourival Bold, participou com aves de genética Hy-Line Brown e nutrição fornecida pela Auster.

A edição 2025 do Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba reafirma o compromisso da AVES com a promoção de boas práticas, a difusão de conhecimento e o reconhecimento do trabalho dos avicultores. Mais do que premiar os melhores ovos do ano, o evento funciona como ferramenta técnica e educativa, contribuindo diretamente para o avanço da avicultura capixaba.

Fonte: Assessoria AVES
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Primeiro Encontro da Avicultura Capixaba impulsiona diálogo, inovação e qualidade

Evento da AVES reuniu a cadeia produtiva, premiou excelência em ovos e reforçou a importância econômica da atividade para o Espírito Santo.

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Fotos: Divulgação

A Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) realizou, em 13 de novembro, a primeira edição do Encontro da Avicultura Capixaba, em Santa Maria de Jetibá. O evento reuniu produtores, empresas dos segmentos de corte e postura, pesquisadores, lideranças do setor e representantes do poder público para um dia de debates, capacitação e integração, reforçando a força da avicultura no Estado.

O produtor e presidente da Nater Coop e do Conselho Deliberativo da AVES, Denilson Potratz, destacou o avanço da atividade no Espírito Santo e o compromisso da entidade com o fortalecimento do setor. “Precisamos atuar de forma constante na cadeia para incentivar excelência na produção e garantir alimentos de qualidade ao consumidor”, afirmou.

O diretor executivo da associação, Nélio Hand, reforçou o papel econômico e social da avicultura capixaba, que fornece carne de frango e ovos com segurança e qualidade. “Eventos como este refletem a importância de um setor organizado e voltado à solução de desafios e geração de oportunidades”, salientou.

A abertura contou com autoridades estaduais e municipais, entre elas o secretário de Agricultura, Ênio Bergoli, o deputado estadual Adilson Espindula e o prefeito de Santa Maria de Jetibá, Ronan Zocoloto. Em seus discursos, destacaram a relevância da avicultura para a economia regional, especialmente na região serrana, e o papel da AVES como articuladora do desenvolvimento produtivo.

Santa Maria de Jetibá, conhecida como a “Capital do Ovo”, foi palco para o encontro. O município é o maior produtor de ovos do Brasil, com cerca de 14 milhões de unidades por dia. “Nada mais justo que este evento seja realizado aqui”, afirmou o prefeito.

Concurso valoriza qualidade dos ovos

Um dos destaques da programação foi o Concurso Qualidade de Ovos, que incentiva boas práticas de manejo, nutrição, sanidade e excelência no produto final. A edição recebeu 39 inscrições, 27 de ovos brancos e 12 de vermelhos, e teve avaliação técnica criteriosa. “O número expressivo de participantes mostra o interesse dos produtores em qualificar ainda mais seus produtos”, avaliou a coordenadora técnica da AVES, Carolina Covre.

O concurso foi transmitido ao vivo no YouTube, com grande participação de produtores e empresas.

Espaço Empresarial aproxima produtores e fornecedores

O encontro também contou com o Espaço Empresarial, área destinada à interação entre empresas e produtores, com demonstração de tecnologias, produtos e serviços. O formato interativo foi bastante elogiado pelos visitantes.

Durante o dia, duas palestras de destaque foram ministradas: Bruno Pessamilio apresentou detalhes do Plano de Contingência para Influenza Aviária, enquanto Christian Lohbauer analisou cenários e tendências para o agronegócio no Brasil e no mundo.

O evento terminou com apresentações de grupos de dança pomerana, valorizando a cultura local, seguidas de um jantar de confraternização.

Com a forte participação do público e o sucesso da iniciativa, a AVES anunciou que o Encontro da Avicultura Capixaba passará a ser anual, integrando oficialmente o calendário da entidade. A ação reforça o compromisso da associação em impulsionar o setor e valorizar o trabalho dos produtores.

Fonte: O Presente Rural com Aves/Ases
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