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Argentina propõe regulamentar leites vegetais: entenda o que é isso

Congresso argentino decide pela transparência da comercialização de bebidas lácteas vegetais, favorecendo a escolha consciente dos consumidores.

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Foto: Ari Dias

Ficaram popularmente conhecidas por leites vegetais, as bebidas semelhantes ao leite de origem animal, mas que são produzidas a partir de outras matérias-primas que não o leite considerado tradicional. As receitas dessas bebidas análogas podem levar diferentes tipos de ingredientes: oleaginosas como as castanhas, leguminosas como a soja ou cereais como a aveia.

Você já experimentou algum leite vegetal? A mistura é relativamente simples e o sabor surpreendente. A indústria pode optar por diferentes extratos (oleaginosa, leguminosa, cereal) que sejam modificados a base de água.

As receitas que utilizam ingredientes vegetais e que não sejam de origem animal não são tão recentes quanto parece. A humanidade está familiarizada com preparos sem derivados lácteos ou mesmo de proteína animal, principalmente por parte dos povos originários da região das Américas.

Historiadores apontam a existência de receitas milenares em que não havia nenhuma fonte animal no consumo de algumas refeições dos povos indígenas sul-americanos, por exemplo. Além de evidências que demonstram o uso de técnicas complexas para a manipulação de alimentos e cuidados com a terra para a agricultura.

Então, a grande novidade está no fato de que é recente a apropriação da indústria de alimentos e bebidas para produção em larga escala dos leites vegetais, que ficaram distantes da dieta convencional das populações, acostumadas com a disponibilidade exclusiva de leites animais para compra e consumo.

Novos segmentos geram mais oportunidades
Essa mudança se deu, principalmente, pelo aumento do número de pessoas adeptas a dietas vegetarianas, veganas ou indivíduos que descobriram algum grau de intolerância à lactose.

O mercado alimentar percebeu uma oportunidade imensa de explorar esses segmentos de consumo. Segundo o Instituto DataFolha, 53 milhões de brasileiros relatam algum tipo de desconforto após consumir produtos lácteos. Isso corresponde a, pelo menos, 35% da população brasileira com mais de 16 anos.

Em relação ao público que adota dietas vegetarianas ou veganas, a correspondência é semelhante. De acordo com pesquisa Ibope de 2018, aproximadamente 30 milhões de brasileiros declararam ser vegetarianos. Deste número, 7 milhões indicaram seguir uma dieta vegana, em que não há consumo de nenhum alimento ou produto de origem animal, nem mesmo derivados como queijos, ovos e leites.

Em termos globais, estamos falando de segmentos cada vez mais representativos, com pesquisas que apontam que a cada 10 pessoas, 1 delas será vegana.

Regulamentação da indústria: mais transparência no consumo
Com o movimento da indústria de captar as alterações de consumo e compreender a necessidade de ofertar opções para diferentes nichos do mercado, como pessoas com dietas restritivas, indivíduos que buscam alternativas mais saudáveis e sustentáveis ou mesmo quem deseja acessar um produto diferente.

Os órgãos de fiscalização precisam, então, atuar para garantir que a produção e comercialização dos produtos plant-based, como é o caso das bebidas vegetais, seja feita de maneira justa e ordenada para os consumidores finais.

A proposta de regulamentação que está em trâmite na Argentina é um sinal positivo no sentido de oferecer mais transparência aos consumidores sobre o conteúdo e nomenclatura correta de cada produto.

Proposta argentina para a regulamentação das bebidas plant based
No país vizinho, a Comissão Nacional de Alimentos (CNA) abriu consulta pública para tratar da classificação, rotulagem e composição das bebidas vegetais. Um dos principais pontos diz respeito a qual deve ser o nome correto do preparo, já que leite seria um termo específico para a bebida produzida a partir de insumos animais.

Por isso, a proposta conta com a seguinte sugestão de definição: “preparações de vegetais bebíveis feitas de leguminosas comestíveis, frutas secas, coco, sementes, quinoa, amaranto, trigo mourisco, cereais e/ou o equivalente de suas farinhas, massas e concentrados proteicos de origem superior com adição de água e com a adição ou não de outras substâncias alimentícias”, diz um trecho do projeto.

Além da proposta de definição mais precisa, a CNA quer ainda definir as quantidades de ingrediente distintivo (ativo principal) e quais podem ser as matérias adicionais na composição das bebidas. Inicialmente, a ideia é que o ingrediente principal tenha pelo menos 4% do peso final do produto.

A Comissão ainda sugere que os rótulos da embalagem não podem ter qualquer referência gráfica ou escrita que remete a leites ou semelhantes. Os adicionais permitidos pelo órgão seriam: sucos de frutas, polpas e/ou concentrados; extratos naturais e/ou aromas naturais e/ou compostos químicos deles isolados; aromas idênticos aos naturais ou aromas artificiais ou uma mistura dos mesmos; café e/ou extrato de café, cacau, chocolate, chá, erva-mate, ervas para infusão, especiarias e/ou outros ingredientes autorizados pela Comissão.

Impactos da regulamentação no mercado
A principal expectativa é de que o consumidor se sinta mais seguro na hora de escolher e levar um produto plant based para casa, de modo que o rótulo e a composição sejam confiáveis e com qualidade garantida.

A proposta de regulamentação não deve alterar preços para produção, nem deixar os itens mais caros ou mesmo diminuir os preços, pelo menos por enquanto.

No Brasil, em 2018, houve proposta semelhante postulada pela Associação Brasileira de Produtores de Leite (Abraleite), que pretendia proibir o uso da palavra leite para nomear bebidas de origem vegetal, a fim de evitar a confusão dos consumidores e estabelecer uma concorrência de mercado mais justa.

O Projeto de Lei ainda está em processo de avaliação no congresso brasileiro, mas o cenário internacional demonstra que o resultado pode ser promissor e trazer avanços importantes tanto para produtores quanto para consumidores finais, que poderão acessar mais produtos desse nicho com maior confiança e fiscalização dos órgãos adequados.

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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