Avicultura
Áreas quentes prejudicam a qualidade dos pintinhos
Qualidade dos pintinhos será afetada sempre que a temperatura de casca supere os 102° F (38,9°C)
Artigo escrito por Aviagen
Existe uma faixa de temperatura ideal em que os embriões permanecem em seu conforto térmico. Quando os ovos são aquecidos acima da temperatura recomendada, a qualidade dos pintinhos será afetada mesmo antes do seu nascimento.
Esta informação estimula a verificação da temperatura da casca do ovo entre os 16 e 18 dias de incubação, quando os embriões estão produzindo uma grande quantidade de calor, verificando se há ocorrência de áreas quentes nas incubadoras. Para isso, use um termômetro de ouvido infravermelho (Braun Thermoscan) ou loggers (Tiny Tag) para monitorar a temperatura da casca dos ovos no centro das bandejas e em todos os locais possíveis.
A qualidade dos pintinhos será afetada sempre que a temperatura de casca supere os 102° F (38,9°C). Os pintinhos dos ovos “superaquecidos” nascerão mais precocemente, no entanto serão mais propensos à desidratação. Também serão mais pálidos, pequenos e o saco vitelino não será bem absorvido. Umbigos mau cicatrizados serão mais comuns. Quando a qualidade dos pintinhos é baixa, não só haverá mais descartes, como também não crescerão adequadamente e tenderão a ter mortalidade mais elevada ao longo da vida do lote. A conversão alimentar também poderá ser afetada.
Se a ventilação for adequada, a eclodibilidade geralmente não será afetada até que as temperaturas mais elevadas na casca dos ovos sejam alcançadas. É fácil visualizar as variações na temperatura da casca dos ovos nas incubadoras quando os dados são incluídos em uma planilha de Excel e escolhendo um gráfico tipo “superfície” e a opção “contornos”.
Os lugares onde as temperaturas das cascas dos ovos excederam 102°F (38,9°C) indicam que é necessária uma ação. Necessário verificar se as portas estão vedadas, a velocidade dos ventiladores, parâmetros de configuração (cargas equilibradas), bicos de pulverização, serpentinas de água gelada, solenóides, fluxos de água, pás dos ventiladores, ângulos e frequência de viragem, como temperatura e umidade do ar de entrada.
Com qual frequência você verifica se os ovos que chegam à incubadora têm pequenas trincas?
Não é fácil identificar e revisar todos os ovos que chegam ao incubatório com pequenas trincas na casca, mas removê-los e eliminá-los aumenta a eclodibilidade e melhora a qualidade do pintinho. Como a manipulação de ovos nas granjas é cada vez mais automatizada, as pequenas trincas estão se tornando cada vez mais comuns.
As microtrincas são difíceis de visualizar. Estas se formam quando a força de impacto é suficiente para uma fissura nos cristais da casca, mas não existe qualquer dano na superfície ou rompimento das membranas subjacentes. Essas trincas podem tornar-se mais evidentes apenas alguns dias após a armazenagem de ovos, quando a umidade que provém do interior do ovo tem tempo de penetrar a fenda e produzir uma fina linha cinza na superfície da casca. Uma boa maneira de detectar as trincas é iluminar os ovos com uma lanterna ou fonte de luz, pois a umidade que tenha ingressado pela trinca se torna visível.
Ovos com trincas finas podem causar os mesmos problemas que os ovos com trincas maiores nas cascas. Estudos têm demonstrado que a incubabilidade dos ovos com trincas finas pode ser reduzida em quase 25%. Além disso, há um maior nível de contaminação dos ovos com trincas finas que podem passar para os pintinhos. A mortalidade de pintinhos nascidos de ovos trincados até duas semanas de idade é quase quatro vezes maior em relação aos ovos sem fissuras.
Quando se analisa o efeito do comprimento de trincas finas na taxa de eclosão, a perda de peso do ovo, as perdas embrionárias, a qualidade do pintinho e as taxas de contaminação, é evidente que também ocorra efeitos prejudiciais em ovos com pequenas trincas finas.
Portanto, a mensagem é clara. Ovos trincados, assim como com trincas finas, representam más notícias para o incubatório. Não somente reduzem a eclodibilidade através de uma maior perda de água, mas por terem uma maior probabilidade de contaminação. E os pintinhos levam esta contaminação para a granja.
Mais informações você encontra na edição de Aves de agosto/setembro de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
