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Área de trigo no Brasil Central deverá atingir novo recorde

Expectativa de ultrapassar 130 mil hectares com trigo no Brasil Central

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Luiz Henrique Magnante

A região central do Brasil responde pelas primeiras semeaduras com o cereal no País, iniciadas ainda no mês de fevereiro com o trigo de sequeiro e com previsão de encerrar no mês de maio com o trigo irrigado. Os cultivos estão concentrados em Minas Gerais e Goiás, onde a alta demanda por sementes surpreendeu os produtores.

Após o crescimento acelerado da triticultura em Minas Gerais, quando passou de 20 mil para 80 mil hectares (de 2012 a 2015), a área de trigo estabilizou nos últimos três anos. Porém, nesta safra, a expectativa é atingir entre 90 a 100 mil hectares (ha), com volume de produção que poderá alcançar 250 mil toneladas. “Apesar da seca que afetou o rendimento na safra passada, a qualidade foi excelente garantindo um bom retorno econômico ao produtor. A temida brusone, também não se manifestou na última safra, o que motivou novos produtores a investirem no trigo. Faltou semente”, avalia o vice-presidente da Associação dos Triticultores do Estado de Minas Gerais (Atriemg), Eduardo Elias Abrahim.

A maior parte dos cultivos em Minas Gerais será com trigo de sequeiro (cerca de 85% da área), com semeaduras concentradas no mês de março. “O arranque inicial das plantas contou com bom volume de chuvas. O início da época seca começa agora em maio, possibilitando o escape da brusone no espigamento, fase que está começando agora nas lavouras instaladas na primeira quinzena de março”, avalia o pesquisador Vanoli Fronza, da Embrapa Trigo.

O aumento da demanda em Goiás também foi percebida pelos pesquisadores que atuam na Embrapa Cerrados que apontam para um significativo aumento da área plantada com trigo sequeiro no Distrito Federal e em municípios do entorno, como Cristalina, Água Fria, São João D’Aliança e Formosa (GO), além de Unaí (MG). A estimativa é de que a área plantada na região alcance 30 mil ha. A safra, que é colhida em junho/julho, representa a primeira oferta de trigo do ano no Brasil, o que possibilita bons negócios para o triticultor.

Já para o trigo irrigado, a perspectiva é de recuperação da área de plantio, que foi reduzida na safra passada na região do DF em virtude da falta de água para irrigação. “Neste ano, de modo geral, as chuvas foram mais abundantes, dentro da média normal, e há uma maior quantidade de água disponível para irrigação das lavouras. É possível que haja aumento da área plantada”, projeta o pesquisador Júlio Albrecht, da Embrapa Cerrados.

Vantagens do sequeiro

Entre as vantagens do plantio do trigo sequeiro nos sistemas agrícolas da região estão a quebra de ciclos de pragas e doenças de solo, como as provocadas pelos fungos Fusarium spp., o aumento na produtividade da cultura de verão posterior, o fornecimento de palhada para cobertura do solo e a supressão de plantas daninhas, incluindo as resistentes ao herbicida glifosato.

“Com o trigo sequeiro inserido no sistema com a soja, há vários benefícios, como a rotação de culturas, a proteção do solo durante o inverno e uma palhada de qualidade. Além disso, existe a possibilidade de renda para o produtor. No ano passado, a chuva ajudou e a média de produtividade na região ficou em 35 sc/ha, sendo que alguns produtores da região obtiveram 50 sc/ha”, comenta o pesquisador Jorge Chagas, da Embrapa Trigo.

Segundo o pesquisador, o surgimento de cultivares mais tolerantes à seca e à brusone, como a BRS 404, material desenvolvido pela Embrapa para a região, também tem favorecido o aumento da área de trigo sequeiro no Planalto Central. A cultivar, por sinal, tem tido boa aceitação por parte dos moinhos, visto que um dos seus atributos é a boa qualidade de farinha para a panificação. “A procura por sementes da nova cultivar teve um aumento significativo em relação à última safra, tanto que as sementes estão praticamente esgotadas”, aponta Júlio Albrecht, pesquisador da Embrapa Cerrados.

“No ano passado, os produtores de trigo na safrinha ficaram satisfeitos com a produtividade e a qualidade dos grãos. Este ano, até o momento, as lavouras de trigo estão tendo um bom desenvolvimento das plantas, muito em função da distribuição adequada das chuvas durante o ciclo da cultura”, observa Albrecht. “A janela de plantio do milho safrinha não é a mesma do trigo e os produtores estão buscando novas alternativas de diversificação em vez do plantio tardio do milho safrinha”, completa Jorge Chagas.

“O problema aqui é a cigarrinha do milho, o que limita um pouco o plantio, e a janela de plantio vai até o fim de fevereiro. O sorgo é viável até certo ponto, mas não traz as melhorias que o trigo dá. Além disso, o sorgo concorre com plantas daninhas e não há um herbicida para folha estreita para essa cultura. No caso do trigo, existe produto específico, então temos essa facilidade de manejo”, diz o produtor José Guilherme Brenner, do PAD-DF.

Ele incluiu o trigo sequeiro no sistema da propriedade na safra de 2016, quando plantou 15 ha. Desde então, a área plantada em rotação com feijão em sequeiro tem aumentado a cada safra – neste ano são 180 ha. No ano passado, a produtividade alcançou teto de cerca de 50 sc/ha, quando foram plantados 120 ha, e o trigo foi vendido a um bom preço para um moinho da região.

Mas o principal benefício observado por Brenner não está na cultura isolada, e sim, no sistema de rotação de culturas. “A rotação melhora o ambiente do solo, que fica protegido por uma palhada muito boa. Tivemos aumento da produtividade no feijão que é rotacionado com o trigo. O plantio da cultura de verão no ano seguinte, após o trigo, não só tem um resultado agronômico interessante, como também a operação de plantio sobre a palhada do trigo é muito mais fácil”, observa.

Alto potencial produtivo no irrigado

O pesquisador Júlio Albrecht observa que os produtores estão mais preparados para o controle preventivo da brusone, principal doença que afeta o trigo irrigado no Brasil Central. A janela de plantio do trigo irrigado plantado na região corresponde ao período entre 10 de abril e 31 de maio, sendo que a maioria dos produtores tem realizado o plantio na primeira quinzena de maio. “Eles têm obtido maior produtividade em função das temperaturas mais baixas, que favorecem o desenvolvimento das plantas, principalmente na fase do perfilhamento, além de minimizar a ocorrência da brusone”, observa.

A principal cultivar utilizada na região continua sendo a BRS 264, da Embrapa. Ela está sendo usada nos sistemas irrigado e sequeiro. “A cultivar é a mais plantada das áreas de trigo do Cerrado do Brasil Central por ser mais produtiva, precoce e de excelente qualidade industrial para panificação”, diz Albrecht, acrescentando que a BRS 394, lançada em 2016, vem conquistando espaço nas lavouras gradativamente, em função do alto potencial produtivo e da qualidade dos grãos para a panificação.

No ano passado, a produtividade média do trigo irrigado na região ficou em torno de 100 sc/ha, com produtores alcançando 130 sc/ha, principalmente com o plantio da cultivar BRS 264. As expectativas para 2019 são de uma produtividade ainda maior, principalmente devido à maior quantidade de água disponível para a irrigação. “Os produtores poderão irrigar as lavouras normalmente, sem necessidade de racionamento, como ocorreu na última safra”, aponta Albrecht.

Mercado

Responsável técnico da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (COOPA-DF), Cláudio Malinski informa que os cerca de 30 produtores cooperados que normalmente entregam trigo no moinho da entidade plantaram 8 mil ha de trigo safrinha em 2018, com produtividade média de 35 sc/ha. Neste ano, a área plantada é de 10 mil ha. Já o trigo irrigado foi plantado em 4 mil ha no ano passado pelos cooperados, que obtiveram produtividade média de 105 sc/ha. Para 2019, a expectativa é de aumento dessa área para 4,5 mil ha, que se somará a outros cerca de 8 mil ha cultivados por produtores não cooperados da região.

“No ano passado, como em 2017, a produção excedeu nosso consumo e vendemos o excedente para outras empresas. A tendência é sobrar mais trigo”, diz, comentando sobre o expressivo aumento da área plantada com trigo sequeiro na região. No trigo irrigado, a área plantada também deve aumentar, substituindo parte das áreas antes cultivadas com feijão, em função do elevado custo dessa cultura e da diminuição dos preços nos últimos dias.

Em 2018, os valores da tonelada do trigo negociados pela COOPA-DF ficaram entre R$ 800 e R$ 940. Para este ano, os valores também não devem ficar inferiores a R$ 800 a tonelada. “Por menos que isso, ficaria mais barato que o trigo do Sul do Brasil. E sabemos que o nosso trigo é de alta qualidade”, afirma.

Segundo Malinski, a grande preocupação para a atual safra é quanto ao controle da brusone e de outras doenças de espiga e de folhas. A cooperativa tem feito uma série de recomendações aos produtores, como aplicações preventivas (de fungicida) aos 30 dias para evitar fontes de inóculo e adubação com silício. “Queremos que o produtor invista nas melhores tecnologias para controlar as doenças. Se conseguirmos, o trigo vai estourar na região”, prevê, apostando, em caso de sucesso, em produtividades de 40 sc/ha para o sequeiro e de 105 a 110 sc/ha para o irrigado.

Cuidados com o clima

Segundo o pesquisador Vanoli Fronza, da Embrapa Trigo, a definição da época de semeadura do trigo de sequeiro é um processo complicado: “O produtor precisa plantar cedo para aproveitar o período de chuvas, mas se antecipar muito a semeadura aumenta o risco de brusone”. Ele explica que a Embrapa, além de buscar maior nível de resistência à brusone, tem trabalhado no desenvolvimento de cultivares que apresentem ciclo vegetativo mais longo até o espigamento, mas que o ciclo total da cultivar seja semelhante às cultivares de ciclo médio. Assim, estas cultivares seriam plantadas no final de fevereiro/início de março, aproveitando melhor as chuvas do final da estação chuvosa, e iriam espigar apenas no mês de maio, quando o risco de ocorrência de brusone é bem menor.

O produtor Eduardo Abrahim, que acompanha lavouras em MG e GO, avalia que o período chuvoso em março e abril colaborou com as operações de semeadura e desenvolvimento inicial das plantas, porém aumentou muito as condições favoráveis ao inóculo da brusone: “estamos investindo em aplicações preventivas de fungicida. Para escape da doença, dependemos da chegada do frio na região, no mínimo duas semanas de temperaturas mais amenas para evitar a brusone”.

Além disso, conforme o pesquisador Joaquim Soares Sobrinho, da Embrapa Trigo, as intensas chuvas nos meses de março e abril deste ano, associadas às temperaturas mínimas mais elevadas, causaram alta incidência de manchas foliares, abrindo lesões nas folhas que permitiram também a entrada de bactérias, o que está sendo o motivo da perda de muitas lavouras de trigo em Goiás, nas quais o fungicida não foi aplicado no início do aparecimento dos sintomas.

De acordo com o pesquisador João Leodato Nunes Maciel, da Embrapa Trigo, as bactérias podem ser favorecidas por uma série de condições do ambiente, como clima ou, até mesmo, cultivar. Ele explica que, como cada cultivar responde diferentemente à infecção, não é possível especificar ainda qual o potencial de dano que a bacteriose pode causar no rendimento das lavouras da região. “O importante é o produtor saber que, ao contrário das manchas foliares, os fungicidas não servem para o controle das bactérias, que podem continuar no ambiente mesmo após a aplicação do defensivo. No Brasil, ainda não existem bactericidas indicados para cereais de inverno”, afirma Maciel.

No entanto, lembra o pesquisador, nesta época o produtor deve fazer uma aplicação para controlar fungos e prevenir doenças de espiga: “em algumas lavouras com cultivares suscetíveis a manchas, a infecção por outros patógenos, incluindo bactérias, pode ser favorecida devido à maior debilidade da planta, sendo então necessário continuar o controle para as demais doenças e não superestimar o potencial de dano causado pela bactéria”.

Fonte: Embrapa Trigo

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Preços do suíno vivo sobem na segunda quinzena, mas médias mensais têm comportamentos distintos

Nas primeiras semanas de março, a disponibilidade de animais acima da demanda pressionou os valores tanto do vivo como da proteína. Já na segunda parte do mês, com a oferta mais “ajustada” em relação à procura, os preços subiram um pouco.

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Foto: Julio Cavalheiro

Após caírem na primeira metade de março, os preços do suíno vivo e da carne suína avançam nesta segunda quinzena.

Ainda assim, segundo pesquisadores do Cepea, enquanto em algumas regiões o recente movimento de alta garante aumento na média de março frente à de fevereiro, em outras, a desvalorização mais intensa na primeira quinzena resulta em baixa na média mensal.

Nas primeiras semanas de março, a disponibilidade de animais acima da demanda pressionou os valores tanto do vivo como da proteína.

Já na segunda parte do mês, com a oferta mais “ajustada” em relação à procura, os preços subiram um pouco.

No entanto, nos últimos dias, compradores estiveram mais afastados das aquisições de novos lotes de animais. Segundo agentes consultados pela Equipe de Proteína Animal/Cepea, esse movimento está atrelado ao período da Quaresma, quando a demanda por carne de peixe cresce em detrimento da de carnes vermelhas.

Fonte: Assessoria Cepea
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Fraca demanda pressiona cotações do frango em março

Queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

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Foto: Jonathan Campos

Os preços médios da maioria dos produtos de origem avícola estão encerrando março abaixo dos registrados em fevereiro.

Segundo pesquisadores do Cepea, a queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

Já no mercado de pintainho de corte, a procura aquecida pelo animal tem impulsionado os valores.

De acordo com agentes consultados pelo Cepea, o movimento altista pode estar ligado ao interesse da indústria em aumentar o alojamento de frango, sobretudo para atender à demanda externa pela proteína brasileira – vale lembrar que as exportações de carne de frango estão em forte ritmo.

Fonte: Assessoria Cepea
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Em reunião com diretorias da Aiba e Abapa, presidente da Coelba anuncia intenções para solucionar déficit de energia elétrica no Oeste baiano

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções.

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Em atendimento às solicitações apresentadas por agricultores em reunião prévia ocorrida em (06) de fevereiro, quando esteve no Oeste da Bahia e ouviu as demandas de energia elétrica, o diretor presidente da Coelba Neoenergia, Thiago Freire Guth, retornou à região, e na última terça-feira (26), reuniu-se com as diretorias da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), na sede da Coelba em Barreiras.

Como ficou acordado, ainda no final de fevereiro, uma comitiva de consultores da Coelba realizou visitas técnicas a propriedades rurais do Oeste baiano para diagnosticar as principais carências energéticas da região, a partir do qual foram realizados estudos de viabilidade com emissão de parecer técnico.

Fotos: Divulgação/Aiba

Durante a reunião, o diretor presidente da Coelba, juntamente com os superintendentes, de Área Técnica, Tiago Martins, e de Expansão de Obras, Anapaula Nobre, fizeram a apresentação do novo plano de investimentos da Coelba para o Oeste da Bahia nos próximos quatro anos. “Temos demandas que não foram atendidas no decorrer dos anos, mas a atual gestão da Coelba vem sendo mais participativa aqui na região. Um momento importante para debater e atualizar os próximos passos da companhia, em termos de investimento, aqui no oeste baiano, e tenho certeza, que daqui para frente, com mais transparência e participação da Coelba. O que ouvimos hoje é que as coisas realmente vão começar a sair do papel para prática, e que as demandas da região e do agronegócio serão atendidas”, avalia o vice-presidente da Aiba, Moisés Schmidt.

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções. “É a segunda vez que o presidente da Coelba vem ao oeste, trazendo respostas e anunciando esses investimentos, e nós esperamos que isso venha atender ao produtor, tanto na quantidade necessária, e também na qualidade, que é fundamental”, complementa o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.

O diretor presidente, Thiago Freire agradeceu a oportunidade e anunciou as intenções da companhia. “É uma região pujante, e do ponto de vista de desenvolvimento do agronegócio, existe uma necessidade energética urgente. A empresa está alocando os recursos necessários para, nos próximos quatro anos, aumentar cerca de 70% da capacidade de energia elétrica da região”, pontuou Guth que ainda falou de parcerias. “É um desafio também em fazer um trabalho conjunto e trazer novas linhas de transmissão e subestações da rede básica, fora do escopo da energia Coelba, uma questão mais de infraestrutura de alta tensão. Propomos fazer esse trabalho em parceria com associações locais, e ouvirmos a necessidade dos clientes e trabalhar juntos, para resolver os problemas que são comuns, tanto para associações e para o desenvolvimento da região, quanto para a própria energia”, complementou o diretor presidente, que ainda confirmou a divulgação de um cronograma da Coelba, sugerido pelos produtores rurais, para acompanhamento das ações e investimentos da companhia na região.

O segundo vice-presidente da Aiba, Seiji Mizote, os diretores, financeiro, Helio Hopp, executivo, Alan Malinski, o gerente de Infraestrutura, Luiz Stahlke participaram do momento, que também foi prestigiado pelos ex-presidentes e conselheiros, João Carlos Jacobsen, Júlio Busato, Celestino Zanela, os produtores rurais Luiz Pradella, Ildo Rambo, Elisa Zanela, e a vice-presidente da Abapa, Alessandra Zanotto. Representando a Coelba Neoenergia ainda estiveram presentes superintendentes, supervisores e engenheiros.

Fonte: Assessofria Aiba
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Imeve Suínos março

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